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Banca de QUALIFICAÇÃO: ELIZÂNGELA VIANA LOUSADA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ELIZÂNGELA VIANA LOUSADA
DATA: 19/02/2020
HORA: 18:00
LOCAL: Sala 03 - Predio Orlando Cassique - PPGEDUC
TÍTULO:

APROXIMAÇÕES A UMA EDUCAÇÃO INTEGRAL DO SER HUMANO – ROGERS, WEIL, CREMA E LELOUP


PALAVRAS-CHAVES:

Educação Integral; Aprendizagem; Subjetividade; Humanismo.


PÁGINAS: 105
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
RESUMO:

O presente texto se propõe a pensar sobre a educação que as crianças e os jovens recebem na família e, sobretudo, na escola, a partir da leitura das obras de autores humanistas como Rogers, Weil, Crema e Leloup. Através destes pensadores constatamos que a educação tem se orientado, atualmente, por uma antropologia muito limitada do ser humano. Uma visão que lhe reduz a, no máximo, uma inteligência; a um objeto moldável conforme as normas e os hábitos provenientes da tradição e da cultura instituída. Estes pensadores nos possibilitam indagar: De onde provém as dificuldades da educação convencional? Como estamos educando as crianças e os jovens? Que tipo de sujeitos (subjetividade) estamos formando? Afinal, educamos ou doutrinamos? Que caminhos seguir? É possível uma educação para a inteireza do ser humano? Como seria um ser humano plenamente desenvolvido? A escolha do objeto de investigação se deu por conta das inquietações a respeito do quanto nossas condutas são controladas pelos mecanismos utilizados pelas instituições sociais. Dentro dessa lógica, a família e a escola, enquanto instituições primárias, fundamentadas em princípios tradicionais e conservadores ao realizarem a tarefa de educar as novas gerações, tendem a influenciar seus comportamentos, a partir da incorporação de hábitos e atitudes, que inconscientemente, condicionam suas ações. No entanto, Rogers, Weil, Crema e Leloup nos permitem pensar que a educação, direcionada para o desenvolvimento do ser humano em sua totalidade, com a inclusão, tanto de sua dimensão intelectual como a afetiva, pode dar conta de ultrapassar os limites do instituído e possibilitar sua liberdade e autonomia. Os quatro pensadores apresentam enorme convicção de que o ser humano tem tudo que precisa dentro dele mesmo, em estado de hibernação, que são suas potencialidades naturais que se encontram dormentes, mas que em ambiente fértil podem germinar e florescer. Concebem o ser humano como uma promessa de realização, de assumir seu verdadeiro eu. Acreditam que é possível o ser humano se desenvolver e amadurecer na direção de se tornar único e especial, entretanto, consideram ser uma missão intransferível e particular que deve ser realizada por seus próprios pés e seguindo seus próprios desejos. Segundo Rogers (1973) acreditar na capacidade do ser humano desenvolver sua potencialidade natural é concebê-lo como um sujeito inteiramente em condições de ter decisões por vias próprias e direção pessoal. A proposta pedagógica de Rogers (1973) perpassa pela habilidade do professor restaurar a curiosidade, a espontaneidade e a criatividade da criança, que com o passar dos anos vai sendo entorpecida e adormecida. Rogers (1986) assegura que uma formação para um ser humano livre, autônomo e autêntico deve articular-se em torno de uma ação humanizadora, capaz de orientá-lo a assumir sua condição humana, essencial nos dias de hoje.  Rogers (1997) traz uma nova perspectiva de liberdade, sendo ela a experiência subjetiva, que o ser humano sente vir de dentro de si mesmo, de ser livre para se tornar o que é. Crema (2018) assinala como fundamental por em prática a pedagogia iniciática, que nada mais é do que a pedagogia do amor e do afeto, que possibilite a alfabetização psíquica do ser humano, a educação de suas emoções, que tem sido esquecida ou varrida para baixo do tapete. Weil (WEIL et al., 2003) aponta para a necessidade de a educação ser um terno sob medida para cada ser humano, conforme sua vocação, ou seja, um currículo ajustado as suas peculiaridades. Leloup (WEIL et al., 2003) afirma que ao ouvirmos nossos desejos nos tornamos nós mesmos e ainda mais que nós mesmos, em virtude de cada um de nós termos uma missão a cumprir, sendo que ninguém poderá fazer por nós, haja vista que cada um tem uma forma particular e única de manifestar a vida. Nessa perspectiva, Rogers, Weil, Crema e Leloup sugerem que a ação educativa se distancie do ensino diretivo. Que encaminhe o ser humano para atitudes mais humildes, solidárias e, especialmente, mais humanas, com vistas a uma vivência harmoniosa no mundo para o alcance de uma vida plena, de modo que possa assumir a condição de autoria de sua própria existência. Os autores inserem que não se trata de negar as outras práticas educativas, mas urge a necessidade de um retorno – um resgate do ser humano na sua originalidade. Porque sentimos que, no paradigma atual o ser humano perdeu sua liberdade de ser quem deseja ser, perdeu a autonomia de autogerenciar sua própria vida, perdeu a liberdade da busca constante, perdeu a capacidade criativa, pois é induzido a se adequar aos hábitos e comportamentos socialmente aceitáveis. A maioria dos seres humanos internaliza a realidade tal como se apresenta, sem questioná-la, sem interpretá-la, sem imprimir sua subjetividade nela. Porém, existem alguns que não seguem essa simetria, que transcendem o instituído pela tradição e cultura e conseguem ter uma existência plenamente consciente – alcançam a autorrealização conforme suas vocações.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2353907 - CEZAR LUIS SEIBT
Externo ao Programa - 1255928 - DAMIAO BEZERRA OLIVEIRA
Interno - 1769176 - ERALDO SOUZA DO CARMO
Notícia cadastrada em: 12/02/2020 10:07
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