Dissertações/Teses

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2024
Descrição
  • JOZIELE VALENTE ARAGAO
  • O CUSTO-QUALIDADE DE UMA ESCOLA DO CAMPO NO MUNICÍPIO DE CAMETÁ-PARÁ: O CASO DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL RAIMUNDA PONTES

  • Orientador : ERALDO SOUZA DO CARMO
  • Data: 15/03/2024
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  • Esta pesquisa discute sobre o Custo-qualidade de uma escola do campo no município de Cametá-Pará. Objetivando analisar se os recursos financeiros recebidos são suficientes para a manutenção de uma escola do campo com qualidade no município. Trata-se de um Estudo de Caso, de abordagem qualitativa, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Raimunda Pontes. A pesquisa foi realizada por meio de 3 etapas: Levantamento Bibliográfico, Pesquisa de Campo e Análise de Dados. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizadas a análise documental e entrevistas semiestruturadas, com uma amostra de 11 sujeitos. As análises de dados foram realizadas por meio da Análise do Discurso. Delimitamos 3 (três) categorias para melhor desenvolvimento da pesquisa: Educação do Campo; Financiamento da Educação e Educação de Qualidade. Para aprofundar o debate sobre o Financiamento da Educação, foi discutida a partir dos seguintes autores: Castro (2011), Pinto (2000), Carmo (2020), Cruz (2011), Davies (2008), Rolim (2021), Breamaeker (2011), Gouveia (2016), Cara (2018); Para aprofundar os debates sobre a educação do campo, utilizamos os autores: Santos (2017), Pereira, Pureza e Hage (2017), Fernandes e Molina (2004), Caldart (2004), Caldart (2002), Molina (2012), Santos (2017),  Carmo (2016), Haje, Cruz e Silva (2016), Hage e Barros, 2010); Para aprofundar os debates sobre o Educação de qualidade, utilizamos os seguintes autores: Enguita (2002), Carreira e Pinto (2007), Dourado, Oliveira e Santos (2007), Eyng (2015), Silva (2009), Nardi e Schneider (2013), entre outros. As análises dos dados nos revelam que as políticas de financiamento da educação não estão conseguindo suprir as necessidades das escolas do campo. As condições que a escola se encontra demonstra a precariedade na oferta da educação para os alunos, com ausência de uma infraestrutura que seja capaz de suportar a demanda escolar, e consequentemente oferecer uma educação com o mínimo de qualidade possível. Além disso, o acesso dos alunos para a escola que é o transporte escolar encontra-se em condições totalmente desfavoráveis, além de outras situações que contribuem para a precarização da educação. Diante disso, conclui-se que o custo-qualidade de uma escola do campo está muito aquém dos recursos financeiros que são recebidos pelo município, demonstrando a necessidade de políticas públicas educacionais para o fortalecimento de uma educação do campo de qualidade.

  • FABIANY MARCELA SOUSA DOS SANTOS
  • DOS RIOS DA EXISTÊNCIA À RESISTENCIA PELOS RIOS: o navegar de alunos ribeirinhos na Amazônia pelo direito à educação.

  • Orientador : ERALDO SOUZA DO CARMO
  • Data: 11/03/2024
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  • Este trabalho analisa a garantia do direito à educação do campo no trato especifico da oferta do ensino médio aos egressos do ensino fundamental da EMEIF de Ajaraí, escola ribeirinha no município de Cametá-Pa. Para tanto, busca-se problematizar a garantia do direito a educação nos territórios do campo ribeirinho na Amazônia cametaense. Com tudo, procurou-se compreender essas relações a partir das categorias - direito à educação, educação ribeirinha e políticas públicas educacionais aos territórios ribeirinhos com o intuito de dar visibilidade à condição concreta que os estudantes que moram nas ilhas enfrentam para alcançar seu direito à educação garantidos nas políticas públicas educacionais. Como concepção metodológica, essas análises se sustentam no
    referencial do materialismo histórico dialético (MARX, 2008) por reconhecer que as categorias totalidade, contradição e mediação são fundamentais na compreensão de como as relações histórico- sociais estruturam a materialidade do processo educativo e legal dos povos do campo ribeirinho, na singularidade amazônica. Dessa forma, para discutir sobre a categoria de educação ribeirinha e o contexto legal da educação do campo, sustentamo-nos nas ideias de Caldart, (2004), Molina e Fernandes (2004), Arroyo (2012), Hage (2011, 2017), Oliveira (2008, 2015) e Carmo (2016); na perspectiva da fundamentação sobre as políticas públicas educacionais, apoiou-se em Paro (2001) e Kolling (2004) e no debate sobre o direito à educação se destacam Bobbio (2004), Duarte (2004, 2007) e Pinto (2014). Assim, a pesquisa revela que, por meio da postura política capitalista que o Estado assume perante a sociedade e suas demandas sociais, a educação pública nos territórios ribeirinhos ainda tem vivido tempos de precariedade institucional, suplantados nas políticas educacionais que não se firmam em ofertar e manter um processo educativo com qualidade nesses territórios. A ausência de espaços a garantir o direito dos sujeitos à educação básica e a ineficiência e descontextualização da política do transporte escolar para o campo ribeirinho, para que o aluno acesse e permaneça na escola, por exemplo, são condicionantes que leva em alguns casos à resistência dos mesmos a enfrentar as maresias para permanecer estudando ou em outros casos, o abandono escolar. Diante disso, conclui-se que esses permanecem invisibilizados nos seus direitos constitucionais básicos, no caso da pesquisa - o da educação, comprometendo a sua formação cidadã emancipadora, humana e social.

  • BENEDITO JUNIOR DOS PRAZERES SILVA
  • A INSERÇÃO SOCIOPROFISSIONAL DOS EGRESSOS DA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO-LEDOC-UFPA-CAMETÁ: interfaces entre práticas pedagógicas, trabalho, auto-organização e identidade cultural

  • Orientador : HELLEN DO SOCORRO DE ARAUJO SILVA
  • Data: 23/02/2024
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  • A presente dissertação intitula-se “a inserção socioprofissional dos egressos da Licenciatura em Educação do Campo-LEDOC-UFPA-Cametá: interfaces entre práticas pedagógicas, trabalho, auto-organização e identidade cultural”. A pesquisa tem como objetivo geral: analisar a autoorganização dos egressos das turmas de 2014 e 2015 da Licenciatura em Educação do Campo, Campus Universitário do Tocantins-Cametá (CUNTINS/UFPA) e suas contribuições para a inserção socioprofissional e para a construção de práticas pedagógicas emancipatórias na interrelação com o trabalho e diversidade cultural. Já de maneira específica, almeja: Levantar informações sobre as características socioeconômico, acadêmicas e os espaços de atuação dos egressos, refletir como tem se constituído a auto-organização dos egressos e o processo de luta pela inserção socioprofissional e compreender de que maneira a atuação socioprofissional dos egressos da LEDOC tem inter-relacionado trabalho e identidade cultural para a construção de práticas pedagógicas emancipatórias. A metodologia de pesquisa ancora-se na pesquisa qualitativa, a partir de Bogdan; Biklen (1994) e Minayo (1994). Utilizou-se para coleta de dados questionário semiestrutura online (Google Forms), entrevista com questões abertas, observação participante e o caderno de campo para registros. Para a análise de dados desse material, se deu a partir da Análise Textual Discursiva, proposto por Moraes e Galiazzi (2020). Para subsidiar este estudo, consideramos como categorias teóricas: prática pedagógica, trabalho, autoorganização e identidade cultural inter-relacionados ao paradigma de educação do campo. Desta maneira, contou com as contribuições de autores como: Souza (2007, 2008, 2016); Franco (2015 e 2016), Freire (1987), Marx (1985), Frigotto (2009), Ciavatta (2009), Molina (2021); Caldart (2011); Pistrak (2011, 2013); Janata, Corrêa e Stefanes (2021) e Molina e Pereira (2021) Brito 2017; Hall (2000); Castells (2002); Candau (2008); entre outros. Os resultados revelaram, que as práticas do educador(a) do campo, das águas ou das florestas, reflete práticas pedagógicas emancipatórias na inter-relação com o trabalho e diversidade cultural mediadas nas vivências de suas lutas, seja contra o fechamento de escolas, seja para valorizar o modo de existir dos sujeitos, ou ainda, para acessar o concurso público. Demostrando que a autoorganização dos estudantes e egressos tem contribuído não apenas na luta pela inserção socioprofissional, mas também na construção de resistência, que tem acontecido na sala de aula e para além desse espaço, quando o educador(a) instiga os alunos a pensarem criticamente a sociedade, quando se cria ambientes de discussões com as crianças e jovens, vai se construindo um espaço para estes se auto reconhecerem sujeitos daquele lugar, com uma identidade, cultura, saberes e jeitos específicos. Dessa forma, ao considerar as particularidades das comunidades e sujeitos, os educadores, egressos da LEDOC 2014-2015, revelam práticas emancipatórias na luta por uma educação de qualidade e responsabilidade sociocultural.

  • ELVIS DENIS DA SILVA SANTIAGO
  • O REGIME DE DEDICAÇÃO EXCLUSIVA A UMA ÚNICA UNIDADE ESCOLAR DA REDE MUNICIPAL DE BUJARU: A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES

  • Orientador : ARIEL FELDMAN
  • Data: 22/02/2024
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  • O tema desta dissertação situa-se no campo da valorização profissional docente da educação básica, tendo como objeto de investigação o Regime de Dedicação Exclusiva (RDE) do professor de Bujaru, no Estado do Pará, a uma única unidade escolar, com o objetivo de analisar a percepção dos professores da rede municipal sobre o RDE. Este é um estudo de abordagem qualitativa, de natureza exploratória e descritiva, que utilizou como procedimento de coleta de dados a aplicação de questionário e análise documental. Como referencial teórico-metodológico, adotamos o materialismo histórico-dialético. O corpo legislativo analisado foi, principalmente, as metas de 15 a 18 do Plano Estadual de Educação do Pará, instituído pela Lei n. 8.186/2015; e, do Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024); o Plano Municipal de Educação de Bujaru/PA, instituído pela Lei n.º 653/2015; e, por fim, a Lei nº 596/2010, que dispõe sobre a restruturação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) dos profissionais do magistério da rede municipal de Bujaru. A análise documental levou ainda em consideração as seguintes normativas: Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, a Resolução do CNE/CEB nº 02/2009, o Parecer CNE/CEB nº 09/2009, a Lei nº 11.738/2008 (Lei do Piso), a Emenda Constitucional nº 108 de 26/08/2020 (Novo FUNDEB), a Lei nº 14.113, de 25 de dezembro de 2020 (Lei do novo FUNDEB) e a Lei nº 14.276, de 27 de dezembro de 2021 que altera a Lei nº 14.113/2020. A interpretação dos resultados revela uma percepção positiva dos professores em relação ao regime de dedicação exclusiva. Embora existam desafios, todavia, a maioria dos respondentes considera os benefícios superiores e valoriza a oportunidade de se dedicar integralmente a uma única escola. As discussões apontaram para a importância de criar políticas que estimulem e valorizem esse regime de trabalho, bem como para a necessidade de considerar formas de minimizar os desafios enfrentados pelos professores.

  • JADISLENE ESTEVAM DA SILVA COSTA
  • SABERES DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

  • Data: 31/01/2024
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  • Esta pesquisa estuda os saberes dos professores de Educação Física sobre a educação das relações étnico-raciais, abordando conceitos de raça, racismo e racialismo, perpassando pela formação de professores. Baseia-se em Todorov (1993), Hofbauer (2006), Moore (2007) e
    Pereira (2007), que abordam conceitos de raça, racismo e racialismo; Saviani (1996), Pimenta
    (2005), Tardif (2007), Gauthier (2013), Imbernón (2009) e (2011), que abordam múltiplos saberes docentes e a formação de professores respectivamente. O como problema investigado é: quais os saberes que fundamentam a atuação dos professores de Educação Física no âmbito da Educação das Relações Étnico-Raciais? Objetivou-se analisar os saberes dos professores de Educação Física sobre a Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER). A metodologia empregada foi a história de vida e a pesquisa quali-quantitativa com base na análise do discurso para conhecer os processos de formação através de questionário prévio (primeira fase) com perguntas fechadas e entrevistas (segunda fase) com perguntas abertas. A pesquisa se deu com professores de Educação Física de 12 campi do Instituto Federal do Pará (IFPA), sendo 12 na primeira fase e 4 na segunda fase. Observou-se que os saberes inerentes à Educação das Relações Étnico-Raciais em sua maioria não foram exclusivamente constituídos na academia, mas foram baseados em diferentes experiências na prática docente, sendo estes diversificados e que, por fim, contribuíram para a construção de suas concepções das relações étnico-raciais, ora aproximando, ora distanciando da relação com a Educação Física enquanto disciplina escolar e apontando uma série de carências e dificuldades na explanação do tema.

2023
Descrição
  • GLENDA MANUELA GOMES DE SENA
  • A FUNÇÃO SOCIAL DA LEITURA NO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA DAS CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL (PRÉ- ESCOLA)


     


  • Orientador : RAIMUNDO NONATO DE OLIVEIRA FALABELO
  • Data: 28/12/2023
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  • A presente dissertação, aborda a importância da comunicação ao longo da história e destaca a relevância da função social da leitura no desenvolvimento da linguagem oral e escrita das crianças na educação infantil, no município de Marituba/PA. Traçamos como objetivo geral: Compreender o impacto da função social da leitura no desenvolvimento da linguagem oral e escrita das crianças na Educação Infantil (Pré-Escola). A pesquisa foi desenvolvida com base em uma abordagem qualitativa e tem como objetivo compreender o impacto da leitura na educação infantil, observando a transição entre as etapas educacionais e analisando as ações das professoras, a valorização dos conhecimentos prévios das crianças e o compromisso com as políticas educacionais. Nosso arcabouço teórico foi construído no que preconiza os autores: Vygotsky (1996, 2001); Mendonça (2012), Souza (2007), Fagundes (2008), Feijó (2019) e outros. Os resultados da pesquisa estão alinhados com a literatura existente sobre educação infantil, destacando a importância da leitura, o uso de documentos oficiais no planejamento das aulas. Apontam para a necessidade de uma prática pedagógica centrada no aluno, personalizada e atualizada, visando promover uma educação de qualidade na educação infantil. Os resultados obtidos podem contribuir para a elaboração de políticas públicas e formação de professores nessa área, além de conscientizar a sociedade sobre a importância da leitura no desenvolvimento das crianças.

  • RAIMUNDO KLEITON PINHEIRO PANTOJA
  • EDUCAÇÃO RIBEIRINHA: Injunções Normativas, Ideário da Educação do Campo e Possibilidades Escapatórias? (Buscas de vestígios)

  • Data: 27/12/2023
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  • A pesquisa intitulada “Educação Ribeirinha: Injunções Normativas, Ideário da Educação do Campo e Possibilidades Escapatórias? (Buscas de vestígios)”, trata acerca do processo de ensino e aprendizagem em uma escola ribeirinha e suas interações teórico-metodológicas em sala de aula, levando em consideração a relação entre a perspectiva de educação do campo e as dos documentos normativos e oficiais, no município de Cametá. Nesse sentido, temos a seguinte problemática: Como acontece no processo de ensino e aprendizagem e nas atividades didático-pedagógicas em sala de aula, a relação entre a perspectiva de educação ribeirinha e as dos documentos oficiais, considerando a força normativa de tais documentos, em uma escola ribeirinha do município de Cametá? A pesquisa tem como objetivo geral, analisar as implicações presentes na relação entre a perspectiva de educação do campo e os documentos normativos oficiais do ensino fundamental anos iniciais, bem como verificar como os professores e professoras realizam uma possível interação teórico-metodológica entre as normas oficiais e o ideário da educação do campo, assim como refletir sobre como estes conhecimentos estão articulados a uma proposta política e metodológica prevista para a educação ribeirinha, assim como, averiguar se as formações oferecidas pela escola, contribui para a implementação dessa proposta de educação. Para discutir sobre as legislações e bases normativas, contamos com a contribuição da BNCC (2018), DCNs (2013), DCM (2019); para tratar sobre a perspectiva de educação do campo e ribeirinha, utilizamos Caldart (2011), Arroyo, Caldart e Molina (2011), Molina e Sá (2011), bem como as diretrizes, leis, decretos, autores e autoras que abordam sobre a educação do campo; sobre a linguagem, contamos com as contribuições de Vygotsky (1997, 2001, 2003, 2007), Fontana e Cruz (1997), entre outros que contribuem com estudos relacionados a esse trabalho. A metodologia da pesquisa está sustentada na perspectiva qualitativa e concentrou-se nas turmas do 3º e 4º ano do ensino fundamental, elegendo como técnica de coleta de dados, a observação e a entrevista com os professores e crianças – alunos e alunas das respectivas turmas. Os resultados apontaram que a educação oferecida para o território ribeirinho que se desenvolveu a pesquisa ainda se distancia de uma proposta que venha corresponder à necessidade dessa realidade, no entanto já existem indícios, embora iniciais, de uma proposição que relaciona o conhecimento escolar, atrelado aos documentos normativos e a perspectiva de educação ribeirinha.

  • WILMENSON ALFAIA MOREIRA
  • PRELAZIA DE CAMETÁ: experiência formativa de lideranças comunitárias nas décadas de 1980 e 1990 na perspectiva dos intelectuais orgânicos da classe trabalhadora


  • Data: 22/12/2023
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  • O presente estudo teve como objetivo analisar as experiências formativas realizada pela Prelazia de Cametá nas décadas de 1980 e 1990 (século passado), que culminaram na construção de lideranças comunitárias e na constituição de intelectuais orgânicos da classe trabalhadora e ao mesmo tempo compreender a participação política desses sujeitos nos movimentos sociais locais. Para o desenvolvimento desta investigação nos pautamos na abordagem qualitativa e no método da história oral, tendo como referência o materialismo histórico dialético. Para dar sustentação a esta pesquisa, utilizamos como referenciais teóricos; Gohn (1992); Marx e Engels (1974); Freire (2006); Marx (1983); Thompson (1987); Gramsci (1992); Grzybowski (1986); Mészáros (2005), entre outros. Ao analisarmos os resultados das entrevistas, evidenciamos que a Prelazia de Cametá ao formar as lideranças comunitárias para o enfrentamento ao capital oligárquico no município de Cametá, a partir da luta coletiva e da consciência de classe para si, ajudou na constituição do intelectual orgânico da classe trabalhadora de Gramsci, em que tais lideranças deram sentido a posição tomada por parte da Igreja Católica progressista, na luta contra a dominação dos desfavorecidos na região, sendo materializado a través da forma de atuação desses sujeitos, que assumiram o protagonismo na defesa de sua classe de acordo com seus interesses. Evidenciamos, portanto, que a construção de uma consciência crítica de mundo, dotou esses atores de coragem para realizarem as lutas por mudanças a partir das organizações de base e os direcionou para as conquistas dos sindicatos locais, fortalecendo estes sujeitos para as lutas populares por direito à terra, saúde, educação, em defesa do meio ambiente, entre outros. Ou seja, a Prelazia de Cametá, constitui-se como um espaço emblemático de formação, permitindo que lideranças, como: Edir Pinheiro, Beneditinho e outros, ajudassem a construir uma política de luta coletiva em favor da organização dos trabalhadores, e de resistência ao capital oligárquico no município de Cametá, forjando assim, um novo padrão de civilidade.

  • ARLON BARBOSA BORGES
  • PERMANÊNCIA DOS/AS JOVENS QUILOMBOLAS NA UNVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ: uma análise dos desafios enfrentados pelos/as alunos/as oriundos do PSE quilombola no Baixo Tocantins.

  • Orientador : JOAO BATISTA DO CARMO SILVA
  • Data: 19/12/2023
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  • Esta dissertação tem como objetivo apresentar um estudo baseado na perspectiva do Materialismo histórico-dialética sobre a permanência de jovens quilombolas na Universidade Federal do Pará, com uma análise voltada para os desafios enfrentados pelos alunos oriundos do PSE quilombola no Baixo Tocantins. Trata-se de estudos de casos realizados com alunos da Universidade Federal do Pará, oriundos das comunidades quilombolas de Umarizal e Igarapé Preto, localizadas no município de Baião-PA, na região do Baixo Tocantins. A pesquisa dialogou com questões já postas, através de estudos de campo em busca das especificidades que as comunidades apresentam, bem como suas características sociais. Os resultados desta pesquisa explicitam que a Universidade Federal do Pará (UFPA) tem mostrado avanços positivos relacionados à permanência de jovens quilombolas na universidade, através de sua autonomia e de políticas afirmativas, no entanto, ainda não suficiente diante da grande demanda derivada de um histórico processo de exclusão. Em relação aos estudantes quilombolas, as questões econômicas estão diretamente ligadas as suas trajetórias. Nesse mundo, de diferentes classes sociais, tornam suas permanências na universidade ainda mais desafiadoras. Conclui-se que os auxílios, assim como um conjunto das políticas produzidas pela UFPA, têm contribuído de forma significativa para que uma parcela desses alunos tenha concluído suas graduações e outra consiga permanecer.

  • MIQUELEM CRISTINA DA LUZ GOMES NERI
  • O TRIPÉ SOCIAL NO SISTEMA PRISIONAL DO ESTADO DO PARÁ: TRABALHO, EDUCAÇÃO E SAÚDE

  • Data: 14/12/2023
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  • O surgimento das prisões e da realidade dos encarceramentos se deu a partir da necessidade de controle através do aparelhamento do Estado, pois não se entenderia o privado de liberdade como pessoa a ser ressocializada. Assim, tinha-se nesse sistema uma solução histórica de combate ao descumprimento das leis através de punições, mas, posteriormente, objetivou-se tornar os condenados em dóceis e úteis através do desenvolvimento da disciplina e do trabalho em um processo de reeducação e em 1955 a Organização das Nações Unidas (ONU) impôs uma perspectiva de cuidado à pessoa privada de liberdade. Contudo, até os dias atuais, essas ações não transformaram as prisões e é muito comum o desenvolvimento de doenças. É nesse cenário que se indaga sobre a humanização e se volta ao tripé da custódia humanizada: trabalho, educação e saúde – que representa uma nova perspectiva de proteção dentro das unidades prisionais. Mediante exposto, o objetivo desse estudo é averiguar as Políticas Públicas implementadas pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP) no sentido de garantir trabalho, educação e saúde a Pessoa Privada de Liberdade (PPL) do sistema prisional do estado do Pará. Como método, utilizou-se o materialismo histórico-dialético através de uma pesquisa de abordagem qualitativa por meio da qual utilizamos da pesquisa bibliográfica, através de um levantamento documental, como um instrumento de coleta de dados, em prol de sistematizar o conjunto de propostas voltadas para o trabalho, educação e saúde no sistema prisional paraense nos anos de 2019 a 2023 e da implementação de Políticas Públicas de segurança no referido período.  Em resultado percebeu-se que mesmo levando em consideração as inúmeras dificuldades de materializar o tripé, tendo em vista a negligência que ocorre com a população submetida a reclusão nas casas de detenções, a realidade mostra que está distante a possibilidade da custódia humanizada a partir do tripé saúde-educação-trabalho. Nesse sentido, conclui-se a que a situação atual no estado do Pará é somente um reflexo do que ocorre em todas as casas de detenções do país, não sendo consideração pelas vias estatais, o que permite a legitimidade do Estado em reprimir, sem a preocupação de reparar. 


    humanizada.

  • ANDRE DO SOCORRO PORTILHO BAIA
  • MARTIN HEIDEGGER: PENSAR E EDUCAÇÃO NO CONTEXTO EPOCAL DA TÉCNICA

  • Orientador : CEZAR LUIS SEIBT
  • Data: 04/12/2023
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  • A presente dissertação de mestrado apresenta uma abordagem reflexiva e problematizadora da experiência educacional a partir das contribuições de Martin Heidegger. Para isso, a questão principal que movimenta este trabalho é: a partir das leituras de Heidegger e de alguns de seus intérpretes, e tendo em vista o pensar autêntico em meio ao técnico, seria possível a meditação de uma educação para o pensar no contexto epocal da técnica? Visando dar conta dessa grande problematização da educação para o pensar na esfera da técnica, elencamos alguns objetivos que auxiliaram no caminho percorrido. Objetivo principal: refletir sobre as possibilidades de uma educação para o pensar no contexto epocal da técnica a partir do pensamento filosófico de Martin Heidegger. Objetivos específicos: situar a pesquisa no pensamento de Martin Heidegger; compreender o que o filósofo entende por técnica e pensar; aproximar a denúncia de Freire (1987) sobre educação bancária e a concepção da educação técnica; meditar sobre os desafios dos possíveis caminhos de uma educação para o pensar. Nesse contexto, situamos a pesquisa no pensamento de Heidegger apresentando a fenomenologia como alternativa metodológica não objetificadora e um convite ao retorno às coisas mesmas. Tratamos de sua crítica à metafísica tradicional e ao esquecimento do ser. Em seguida, abordamos a essência da técnica que não tem nada de técnico, seu domínio planetário, a calculabilidade como sua base, e suas implicações no pensar calculador, na ciência e na linguagem. Após refletir esse cenário, apresentamos o pensar como caminho alternativo no âmbito epocal da técnica. Esse caminho interpretativo se constitui como base da problematização da educação para o pensar. A fundamentação teórica adotada foi Heidegger (1987, 2001, 2005a, 2005b, 2005c, 2006a, 2006b, 2006c, 2015), e seus intérpretes: Araújo (2014), Doro (2016), Loparic (1996), Nascimento (2010), Nunes (1999, 2000), Rüdiger (2014), Seibt (2015, 2018), Stein (2004, 2006, 2011), entre outros. As reflexões apontam que a experiência educativa atravessada pelo pensar meditativo no contexto epocal da técnica, possivelmente admitirá outra dimensão, não exclusivamente a calculabilidade. A partir dessa dinâmica, assume o caráter de uma educação para o pensar. Assim, a educação para o pensar não é uma meta a ser alcançada ou quantificável pelos diversos modelos avaliativos que tentam mensurar a quantidade de conteúdos transferidos pelos mestres e absorvidos pelos educandos. Está além da calculabilidade. Tem por base o questionar, a liberdade, a criatividade, o respeito à diversidade e aos ritmos de aprendizagens individuais. Prioriza a possibilidade além da realidade. Sem hierarquização de conhecimentos, mas considerando a interdisciplinaridade e transdisciplinaridade. Desperta uma postura de serenidade (Gelassenheit) diante dos imperiosos apelos do universo técnico. Aproxima-se a uma experimentação que faz sentido aos educandos, pois está relacionada com seu contexto; traz o vivido em suas formulações. O que está em questão não é a demonização da técnica no sentido de tentar extingui-la, mas a possibilidade de manter viva a capacidade do pensar meditativo, abertura às coisas na sua ocasionalidade e a reflexão sobre a experiência educacional além da calculabilidade que tudo instrumentaliza, controla e prevê.

  • WALLAMY COSTA CALDAS
  • OS SABERES E AS PRÁTICAS DE CURA NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE CULTURAL CURANDEIRA NAS COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO RIO CAMARAPI EM PORTEL/MARAJÓ (PA)

  • Data: 01/12/2023
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  • As populações ribeirinhas amazônicas possuem diversos saberes, construídos, acumulados e ensinados ao longo de várias gerações de pessoas dentro de cada comunidade. Dentre esses saberes, destacam-se os relacionados à cura de doenças, num movimento cultural constante que envolve a constituição de identidades e diferentes formas de educação que perpetuam esse conhecimento. Assim, esta pesquisa estudou de que forma se dão as relações de práticas de cura mediadas pela linguagem, identidades e culturas em três comunidades das comunidades Santa Ana/vila Moraes, Nossa Senhora do Bom Remédio/vila Gomes e Santíssima Trindade/vila Castanhal, que fazem parte do rio Camarapi, em Portel, Marajó (PA). Nesse sentido, procuramos entender de que forma a linguagem é usada nas suas diferentes performances para expressar doenças e práticas de cura por parte do curandeiro e do paciente, identificando de que forma acontece e como são transmitidos esses saberes, analisando as relações socioculturais que permeiam essas ações. Para desenvolver este estudo, foram levados em conta os trabalhos de Albuquerque e Faro (2012), Bauman (2005; 2013), Barbosa (2001), Burke (2010), Castells (2018), Charmaz (2009), DaMatta (1999), Dubar (2006), Geertz (2008); Hall (2006), Minayo (2002), Miranda (2017), Monteiro (2012), Oliveira (1985), Santos (2016), Severino (2013), Trivinho (2007). Enquanto instrumento teórico-metodológico, usamos a abordagem qualitativa e exploratória, orientada pela Teoria Fundamentada, que permitiu analisar os dados da pesquisa e construir categorias que auxiliaram na compreensão do objeto a partir do contexto sociocultural e histórico em que curandeiro e paciente vivem. Quanto aos resultados da pesquisa, observamos que alcançamos os objetivos proposto, ao responder a problemática acerca dos saberes de cura construídos nas relações entre as pessoas das comunidades pesquisadas. A partir da análise dos dados coletados, concluímos que existem sim identidades curandeiras, responsáveis pela ação social de curar, mas também pela própria transmissão de saberes culturais entre os membros de uma comunidade, sejam eles parentes ou não. Envolvendo essas identidades, há um jogo entre a medicina institucional, baseada na ciência, e a medicina popular, fundamentada no conhecimento empírico, compartilhado intencionalmente ou não, e que conecta a vida cotidiana dos atores sociais envolvidos, produzindo sentidos, definindo papéis sociais e estabelecendo laços sociais entre as pessoas da comunidade.

  • DARLENE BRANCHES FERREIRA
  • UNIVERSIDADE TERRITÓRIO INDÍGENA: política de acesso e permanência para estudantes indígenas na UFPA

  • Data: 30/10/2023
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  • Esta investigação discute a Política de Ação Afirmativa com recorte na política de acesso e permanência implementada pela Universidade Federal do Pará para estudantes indígenas. A pesquisa tem como objetivo geral analisar a efetividade da política de Permanência para estudantes indígenas na UFPA, e como objetivos específicos, identificar os principais fatores de sucesso e evasão acadêmica entre os estudantes indígenas; conhecer as estratégias de ação da universidade para garantir a permanência dos estudantes indígenas e identificar as ações realizadas pela Associação de Povos Indígenas Estudantes na UFPA (APYEUFPA). É uma pesquisa de tipo explicativa, com abordagem quanti/qualitativa, sendo utilizada para a coleta de dados as técnicas de documentação e entrevista semi-estruturada, aplicadas presencialmente. A pesquisa foi realizada na Universidade Federal do Pará- Campus Belém, e teve como universo estudantes indígenas ingressantes no período de 2019 a 2021, e profissionais da gestão da política de permanência na instituição. Trabalhou-se com uma amostra de 08 sujeitos, destes 06 indígenas e 02 gestores. Foram aplicadas oito entrevistas semi-estruturadas (duas na fase exploratória e seis na segunda fase), com perguntas abertas e fechadas, estruturadas em dois tópicos: Identificação e Universidade. Foi utilizada a análise de conteúdo como ferramenta de análise e discussão dos dados. Acesso e vivências na Universidade; Desafios para a permanência de estudantes indígenas na UFPA e, Implementação da Política: atuação da SAEST E APYEUFPA, foram os tópicos discutidos, obtendo os seguintes resultados: houve avanços importantes na política de acesso, expressa principalmente na construção coletiva do edital do PSE-IQ; no entanto é preciso avançar em aspectos como número de vagas ofertadas; sobre o significado do ingresso na universidade, os estudantes indígenas reconhecem-se inseridos numa coletividade, por isso as necessidades dos seus territórios são a principal motivação para continuarem no curso; além disso o ingresso dos povos indígenas na universidade é o resgate de um direito negado historicamente. Os principais desafios postos aos estudantes indígenas referem-se a: dificuldade de acompanhamento dos conteúdos das disciplinas; práticas racistas na instituição; falta de recursos financeiros para a manutenção material. O acesso aos auxílios e serviços disponibilizados pela instituição é considerado um dos maiores desafios, provocado principalmente pelas questões burocráticas. A APYEUFPA é a principal ferramenta de luta dos estudantes indígenas na UFPA. Conclui-se, que a política de permanência é discutida a partir da política de assistência, principalmente do acesso aos auxílios financeiros. A sobrevivência material é a principal demanda dos estudantes indígenas. Cabe à Universidade a implementação de ações mais incisivas de enfrentamento ao racismo na instituição. Identificou-se ainda que os seguidos cortes de investimentos na área da educação impactaram a política de assistência nas universidades. O ingresso dos povos indígenas ao ensino superior fortalece as lutas nos territórios, bem como provoca a universidade a repensar suas práticas excludentes e classistas, configurando assim a universidade em um território em disputa e em construção.

  • CRISTIANE RIBEIRO BARBOSA DA SILVA
  •  PRÁTICAS DECOLONIAIS NO ‘ENSINOAPRENDIZAGEM’ DA LÍNGUA INGLESA NA CIBERCULTURA: uma tessitura (im)possível de ‘fazerpensar’?

  • Data: 29/09/2023
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  • Essa dissertação traz o registro da pesquisa intitulada “Práticas decoloniais no ‘ensinoaprendizagem’ da língua inglesa na cibercultura: uma tessitura (im)possível de ‘fazerpensar’?”, vinculada ao Programa de Pós-graduação em Educação e Cultura (PPGEDUC) da Universidade Federal do Pará. O estudo intenciona compreender o processo formativo de praticantes culturais do 1º ano do ensino médio integrado com os usos das Tecnologias Digitais (TD) no processo de ensino-aprendizagem da Língua Inglesa (LI), com vistas a promover rompimentos de lógicas moderno/coloniais dentro da perspectiva decolonial. Para tanto, essa pesquisa em Educação insere-se no campo das epistemológicas das práticas formativas e se inspira na abordagem multirreferencial (Ardoino, 1998; 2012; Barbier, 2002; Macedo, 2004; 2021). Esta investigação assume a ciberpesquisa-formação (Santos, 2005; 2019a) com os cotidianos (Alves, 2008; Certeau, 2014) como opção metodológica e tece diálogos teóricoepistemológicos com o rigor outro (Macedo, 2009), a bricolagem (Kincheloe, 2004) e a cibercultura (Lévy, 2018; Lemos, 2021; Santaella, 2021). O campo de pesquisa foi uma turma de língua inglesa em que as práticas formativas foram atravessadas pela pandemia da Covid-19, bem como por problemas sociais urgentes, o que nos levou a dialogar com a Linguística Aplicada Crítica (LAC) e com o pensamento decolonial (Ballestrin, 2013; Mignolo, 2010; Walsh; Mignolo, 2018). A partir de ações formativas por meio da interface do Padlet emergiram produções autorais, os dados da pesquisa, que em articulação com os conhecimentos teóricos e a empiria resultaram nas seguintes noções subsunçoras: o Padlet como dispositivo de autoria cibercultural, a invisibilidade da mulher não branca, e o ‘aprenderensinar’ de modos outros a língua inglesa. Os resultados deste estudo destacaram que os praticantes culturais não são considerados meros informantes, posto que vivenciaram, envolveram-se e, sobretudo, se autorizaram com/nas práticas formativas. Enfatizamos que forjar dispositivos formativos com/pelas ambiências digitais em/com a língua inglesa tornou-se uma forma de contestar as lógicas que universalizam (corpos, raças, saberes e as línguas/linguagens), o que nos aponta para o pensamento decolonial. Ademais, por meio das línguas/linguagens, pode-se tensionar narrativas eurocêntricas a fim de provocar fissuras e gretas na colonialidade do poder.

  • TEREZA CRISTINA VELOSO PANTOJA
  • PEDAÇOS DA FOME: FACES DA OPRESSÃO NA ESCRITA FEMININA NEGRA DE CAROLINA MARIA DE JESUS

  • Data: 28/09/2023
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  • Esta pesquisa considera as relações entre educação, cultura e literatura para tecer um estudo sobre as faces da opressão de gênero, raça e classe presentes no único romance publicado de Carolina Maria de Jesus, Pedaços da Fome (1963). O intuito é colaborar com a visibilidade da escrita de autoria feminina negra, a partir do reconhecimento da contribuição dessa autora e dessa obra para historiografia literária brasileira e para a construção de uma educação literária antirracista. Para tanto, discute o apagamento da autora, reiterando a existência de projeto literário marcado pela denúncia das mazelas sociais e pela representação da opressão de gênero e de classe considerando a permanência de relações coloniais no Brasil do século XX. A pesquisa é de abordagem qualitativa do tipo bibliográfica e interpretativa, conforme Minayo (2007). Como embasamento, partimos de uma perspectiva decolonial, observando as proposições de Colaço (2012) e Hollanda (2020); assim como as concepções teóricas dos estudos feministas e história das mulheres de Hollanda (1994), Showalter (1994), Carneiro (2003), Salgueiro (2001), Souza (2014), Davis (2016), Gonzalez (2016), Perrot (2017); e de estudos carolinianos elaborados por Miranda (2013), Meihy (2015), Arruda (2015), Fernandez (2015; 2018), Farias (2018) e Herzog (2019). Para discutir a concepção literária de Carolina Maria de Jesus, revisitamos as ideias de Candido (1972; 2004; 2006), de Bosi (1977), de Dalcastagnè (2008), de Guinzburg (2020) e de Oliveira (2020); e a respeito de questões em torno da negritude brasileira trazemos alguns apontamentos de Viotti da Costa (1999) e Fraga Filho (2004), dentre outros. Os escritos de Carolina não são aleatórios, ao observamos a produção escrita publicada e ao tomarmos conhecimento da existência de um vasto acervo ainda inédito, percebemos a reafirmação do compromisso da autora para com a literatura. A obra de Carolina, dentre tantas qualidades, é destaque pela maneira como aborda a realidade oprimida dos menos favorecidos, homens e mulheres: pobres, negros, favelados, trabalhadores do campo, autônomos, operários e domésticas. Uma literatura instigante para uns e impactante para outros, textos que discorrem sobre a vivência e convivência do ser humano com as mazelas sociais, que traduzem sentimentos avessos, principalmente quando se trata da “fome”.

  • VALDRIANA LIRA DA COSTA
  • DA COMUNIDADE À UNIVERSIDADE: uma análise do percurso acadêmico dos quilombolas estudantes de Boa Vista, Baião-PA (2018-2023)

  • Data: 27/09/2023
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  • Analisamos o percurso acadêmico de quilombolas estudantes da comunidade Boa Vista, no município de Baião/PA na UNIFESSPA, explorando as condições de acesso e permanência, para mapear o percurso acadêmico dos quilombolas estudantes que ingressaram na UNIFESSPA pela política de ações afirmativas; conhecer a trajetória dos quilombolas estudantes da comunidade Boa vista na UNIFESSPA; compreender os entraves encontrados e seus possíveis desdobramentos; entender as alternativas encontradas pelos quilombolas estudantes para suprir as necessidades com as quais se depararam; e refletir sobre os impactos socioculturais do processo seletivo especial (PSE) para os quilombolas estudantes e no quilombo de pertencimento. A partir da questão-problema como tem sido o percurso acadêmico dos estudantes da comunidade quilombola Boa Vista, no que tange a permanência na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará – UNIFESSPA? Buscou-se estudar alguns autores, como: Bourdieu (1983), Bosi (1994), Gomes (1997), Thompsom (1997), Pinto (1999), Leite (2000), Fabrini (2006), Bourdieu (2007), Nogueira (2008), Domingues e Gomes (2013), Silva (2014), Nascimento (2016), Santos (2017), Meireles (2020), Pinto (2021), Farias (2021); Costa e Medeiros (2022), Lopes (2022), Moehlecke (2002), Munanga, (2005), Alves (2020), dentre outros. Neste sentido, o uso de entrevistas em profundidade, a partir do uso do método autobiográfico, foi um dos métodos utilizados, dada a participação forte do indivíduo, o qual tem o compromisso com o processo de reflexão a partir de seu interesse e a compreensão do outro e de si, tendo em vista minha experiência na Universidade Federal do Pará (UFPA), com a técnica da história oral. Para a obtenção dos dados o uso dos recursos da mídia digital WhatsApp, posteriormente conversas interpessoais in loco a fim de conhecer a percepção dos discentes entrevistados em relação à vivência na universidade. Os resultados indicam que a presença de quilombolas de Boa Vista na educação superior teve um aumento relevante passando de dois estudantes na UFPA em 2016 e 2023 para 16 na UNIFESSPA no ano de 2023, para além das questões relacionadas à permanência na universidade, pois todos os colaboradores são dependentes da bolsa para a permanência na UNIFESSPA. Portanto, mesmo com as dificuldades encontradas na permanência acadêmica, dos seis estudantes do quilombo Boa Vista que participaram da pesquisa, apenas dois narraram a desistência do curso no momento, nos cursos de História e de Engenharia Mecânica, os demais seguem enfrentando as dificuldades do ensino superior e mais os desafios para seguir como quilombolas na universidade.

  • ANA PAULA GOMES BARBOSA
  • A MONTAÇÃO VIROU MEGAZORD: Arte themonia, potências infernais na educação.

  • Data: 22/09/2023
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  • Esta pesquisa de mestrado tem como objetivo apresentar o movimento artístico-cultural denominado Themonias, atuante na cidade de Belém do Pará desde 2013, sendo inicialmente formado pelo coletivo NoiteSuja e por drags que discutiam a heteronormatividade hegemônica e o sistema de gênero binário que organiza a sociedade. Ao longo de sua existência, o movimento foi abraçando outras linguagens artísticas e transformando-se em um instrumento político na cena LGBTI+ a partir de suas transgressões e do seu fazer artístico. Assim, este trabalho é um recorte de algumas ações efetivadas pelo movimento das Themonias, analisando de que forma a arte drag themonia produzida através desses corpos ‘themonizados’ apresenta-se como um potencial político dentro do coletivo, e como, a partir dessas manifestações artísticas, é possível enxergar as potências educacionais ‘infernais’ (CORAZZA, 2002) nas ações do grupo. Seja através das montações, performances, ações coletivas nas ruas e em eventos, o estudo se baseia na ideia de cartografar as potências artísticas infernais da arte drag themonia, provocando uma desterritorialização do pensamento educacional, como aponta Sandra Corazza (2002). Para movimentar a conceitualização e a construção metodológica deste trabalho, seguiu-se a Cartografia baseada em Deleuze e Guattari (1995; 1997) combinada com a filosofia infernal na educação de Sandra Corazza (2002; 2020), além dos estudos de gênero-sexualidade com Preciado (2014) e Judith Butler (2014), e Guacira Louro (2020) e bell hooks (2013; 2021, 2022) relacionadas ao campo da educação, além de autoras/es do próprio movimento das themonias que discutem tais questões, como Juliano Bentes (2020), Gabriela Cunha (2018) e Emanuele Corrêa (2020). Discutindo as provocações que reverberam da arte themonia pela cidade de Belém do Pará e outros espaços, e as conexões do movimento das themonias com outros coletivos, os resultados da pesquisa apontam os impactos artísticos, políticos e educacionais que esta construção coletiva tem provocado nos sujeitos participantes desse movimento e suas alianças, especialmente para o fortalecimento da comunidade LGBTI+, e as potências transgressivas que reverberam da arte drag themonia, tais como os “devires-infernais” na educação (CORAZZA, 2002), lançando provocações transgressivas ao território da arte e do gênero na educação e abrindo passagem para os corpos da diferença e suas artes de existências.

  • VITOR SERRA RODRIGUES
  • A EMERGÊNCIA DE IDENTIDADES NEGRAS-SURDAS NA EDUCAÇÃO PÚBLICA DE BREVES/PA

  • Data: 22/09/2023
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  • O presente estudo intitulado A Emergência de identidades negras-surdas nas Escolas públicas de Breves/PA apresenta a análise das narrativas de alunos negros-surdos na cidade de Breves-PA, com o objetivo de contribuir com os estudos sobre educação de surdos no Estado do Pará e colaborar com os estudos para a formação de professores em Breves-PA. A pergunta norteadora desta investigação foi a seguinte: Qual a visão do aluno sobre sua representatividade no âmbito escolar como um sujeito identificado como negro-surdo? A metodologia utilizada para este trabalho foi a da pesquisa bibliográfica, e de campo. Iniciamos com estudos bibliográficos sobre temas centrais neste trabalho, que eram, Educação Especial e Inclusiva, Libras, Educação de Surdos, Negros, Racismo e Identidades Negras-Surdas; para tanto utilizou-se de referências na área como Skliar (1997, 1998, 2005, 2016), Foucault (1995, 2000, 2003 e 2009), Buzar (2009, 2012), Coracini (2003, 2010, 2013 e 2015), Lopes (2010), Munanga (2004, 2006), Hall (1997, 2006), Gomes (2002, 2003), Sá (1999, 2002, 2006), Furtado (2012, 2016), dentre outros. Foram entrevistadas quatro pessoas negras-surdas do Município de Breves-PA, em que cada um procura apresentar um pouco seus sonhos, planos, decepções, anseios e lutas em seus próprios mundos de luta para consecução de suas identidades. Esta pesquisa é classificada como qualitativa, exploratória, bibliográfica-documental e de campo. Para um devido aprofundamento e intepretação das falas dos entrevistados, utilizou de uma disciplina de interpretação chamada Análise do Discurso, Logo, tal mecanismo seja o mais ideal para compreender e desenvolver tudo o que é dito (e o que não é dito) pelos sujeitos do trabalho em questão sobre ser negro-surdo no Marajó. Como resultados, observamos que: apesar da escola promover a inclusão dos referidos alunos, através do ensino da Libras e do estudo das relações étnico-raciais, os alunos em questão descreveram experiências negativas referentes a situações de preconceito que sofreram dentro da escola. Com isso consideramos necessária a construção de políticas de inclusão voltadas para essa população a serem desenvolvidas dentro das escolas, principalmente na educação básica.

  • GECIEL RANIERI FURTADO
  • A IDENTIDADE RIBEIRINHA NO CURSO DE LETRAS – LÍNGUA INGLESA – EMERGÊNCIAS NO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS/CAMETÁ (CUNTINS)

  • Data: 21/09/2023
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  • Apresenta-se, neste trabalho, a pesquisa de mestrado acadêmico vinculada à linha de pesquisa Culturas e Linguagens do Programa de Pós-graduação em Educação e Cultura, da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário do Tocantins/Cametá. A partir dos problemas de pesquisa, buscamos discutir como os discursos são constituídos considerando os atravessamentos que a língua-cultura inglesa traz para os alunos na graduação e como a comunidade acadêmica ribeirinha se vê frente ao ensino de língua-cultura inglesa na formação dos conhecimentos. Diante dessas questões, definimos como objetivo geral – investigar os atravessamentos da língua-cultura inglesa nos dizeres de alunos ribeirinhos no curso de Letras – Língua Inglesa, da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário do Tocantins/Cametá. Dessa forma, nosso olhar voltou-se para pensar sobre o sujeito ribeirinho em processo de constituição e formação na língua-cultura inglesa. Como procedimentos teórico-metodológicos, a pesquisa apresentou um cunho interpretativista. Para dar conta disso, foi feito um levantamento teórico para abordar as temáticas que a investigação se propunha, dentre os quais destaco as contribuições de Foucault (2006, 2010); Coracini (2010, 2016); Bhabha (1998); Hall (2003, 2005); Bauman (2013); Lakoff e Johnson (2002), Lopes (2018, 2021); Farias (2019); entre outros. Posteriormente, realizou-se uma pesquisa de/no campo com alunos ribeirinhos do curso de Letras – Língua Inglesa da UFPA/Campus Cametá, a fim de coletar suas narrativas orais, para isso usamos como instrumento a entrevista semiestruturada que foram gravadas em áudios e posteriormente transcritas. Após esse momento, foram realizadas as análises discursivas das narrativas dos alunos ribeirinhos que cursam Letras – Língua Inglesa, para isso usamos as lentes de interpretação da Análise do Discurso, tendo por base os estudos discursivos de Foucault (2010), Coracini (2007) e Lopes (2018), que permitem ao pesquisador trazer os gestos de interpretação, rastreando as (ir)regularidades nos dizeres dos sujeitos ribeirinhos, que nos ajudam a entender os deslocamentos de suas identidades, movimentando os seus dizeres, olhares, silêncios, modos, e gestos. Assim, as análises discursivas apontaram para três eixos de análise que se estruturaram a partir de (ir)regularidades. O primeiro eixo versou sobre as representações de si, como sujeitos ribeirinhos que vivem e convivem em um contexto sócio-histórico-cultural específico e di(in)verso de outras realidades, que marcam a sua identidade ribeirinha de ser-estar entre matas e rios na Amazônia Tocantina e que buscam na (trans)formação acadêmica melhores perspectivas de viver nesses espaços. O segundo eixo asseverou a sedução e o desejo pela língua-cultura do Outro, a língua-cultura inglesa que move e movimenta as suas relações e escolhas para suprir a falta de acesso à língua-cultura inglesa na Educação Básica que constitui o seu inconsciente, permeado outros espaços na/pela a língua-cultura inglesa. No terceiro eixo, tratamos da relação dos sujeitos ribeirinhos com a língua-cultura inglesa, a qual os leva ao entre-lugar do ser-estar línguas-culturas, deslocando as suas identidades e tocando a dimensão do gozo e também do desafio que este entre-lugar os colocam como docentes, que ensinarão a língua-cultura inglesa para diferentes sujeitos. A pesquisa trouxe alguns resultados, a partir de gestos de interpretação, nos quais se percebeu que ocorre(u) o deslocamento e a fragmentação das identidades dos alunos ribeirinhos, a partir do contato com a língua-cultura do Outro, dentro da sua formação acadêmica no curso de Letras – Língua Inglesa da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário do Tocantins/Cametá, fazendo com que aconteça o deslizamento de seus dizeres sobre si e sobre o Outro, sendo movidos para o entre-lugar de ser-estar entre matas e rios e em línguas-culturas.

  • JOANA LAURA COTA CORREA
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    IDENTIDADE DOCENTE EM MOVIMENTO: memórias que narram r-existências e protagonismo dos egressos da LEDOC/UFPA, campus Cametá 

  • Data: 31/08/2023
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  • Este estudo versa sobre a “Identidade docente em movimento: memórias que narram rexistências e protagonismos dos egressos da LEDOC/UFPA, campus Cametá”. Nossa questão de investigação buscou identificar: Como a constituição da dimensão política na identidade docente dos egressos da LEDOC na relação com o movimento social gera sua r-existência e protagonismo nos espaços formativos? Nosso objetivo geral procurou: analisar a constituição da dimensão política na identidade docente dos egressos da LEDOC na relação com o movimento social a partir da sua r-existência e protagonismo nos espaços formativos. Nosso referencial teórico-metodológico dialogou com as categorias da investigação discutindo: Identidade docente com Hall (2002, 2011) e Fleuri (2003), Pesquisa-formação com Josso (2010) e Práticas de resistência com Arroyo (2014) e Freire (1987, 2008). Assim, nos ancoramos nos estudos da História Oral a partir de Orlandi (1999) e Portelli (1997) e da perspectiva Decolonial com base em Mignolo (2010), Mota-Neto (2015) e Walsh, (2009). Nesse contexto, tecemos discussões teóricas acerca da Licenciatura em Educação do Campo e Movimentos sociais a partir de Silva (2017), Caldart (2002), Hage (2020), entre outros. Nos procedimentos metodológicos realizamos análise bibliográfica, documental e pesquisa de campo com auxílio da observação participante. Como técnica de coleta de dados, realizamos entrevistas semiestruturadas e produção de memorial descritivo com os egressos da LEDOC das turmas de 2014 e 2015, da UFPA, campus universitário do Tocantins/Cametá, que representa o território da nossa pesquisa e os sujeitos que a compõem. Os resultados expressaram que a dimensão política das identidades têm se constituído na formação de educadores do campo na relação com o movimento social fundamentados na epistemologia da práxis, formação por área do conhecimento e alternância pedagógica, onde os sujeitos têm (re)afirmado sua identidade, r-existido e protagonizado práticas de resistências em seus espaços de atuação. São sujeitos outros decoloniais de direito e emancipação na luta contra o capitalismo, racismo, patriarcado, sexismo, homofobia nas formas moderno-coloniais de exploração, nesta perspectiva tem se formado intelectuais orgânicos para a sua emancipação e libertação e a de outros. 

  • YASMIM FONSECA AMARAL
  • EDUCAÇÃO E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: A poesia africana-angolana como proposta antirracista na educação básica cametaense

  • Data: 31/08/2023
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  • O presente trabalho teve como objetivo dialogar e interpretar as potencialidades da poesia africana-angolana como ferramenta metodológica na perspectiva de uma educação antirracista na sala de aula do ensino fundamental - anos finais, mais especificamente nas turmas do 9º ano na Escola Municipal de Ensino Fundamental Coronel Raimundo Leão, localizada no município de Cametá (PA). A filiação teórica metodológica do estudo está dentro de uma perspectiva da História Crítica Social, tendo base em autores como E. P. Thompson (1998) e Stuart Hall (2006), buscando sempre um olhar diferenciado, tendo como foco os sujeitos sociais envolvidos no processo de ensino à aprendizagem. Dialogamos também com os estudos pós-coloniais apresentados por autores como Bhabah (1997) e Fanon (1961). Metodologicamente, realizamos uma pesquisa qualitativa e ação-participativa na qual tivemos como fontes de análise, o Documento Curricular do Estado do Pará, buscando avaliar de que forma os componentes curriculares de Língua Portuguesa e História trazem os temas relacionados a questões étnico-raciais, que propostas metodológicas são previstas e a lei 10.639/03. Como instrumento metodológico, utilizamos entrevistas com quatro professoras da rede municipal de ensino de Cametá, sendo três professoras de Língua Portuguesa e uma professora de História, buscando verificar como e se a literatura africana é utilizada por elas em sala de aula. Por fim, a ação prática de uma oficina realizada com os alunos do 9º ano do ensino fundamental, do qual nos possibilitou avaliarmos de que forma a poesia africana-angolana como ferramenta de ensino em sala de aula pode contribuir para discussão sobre educação e identidade étnico-raciais. Como resultados podemos destacar que as poesias suscitaram debates e discussões importantes sobre igualdade direitos, diversidade cultural e combate ao racismo, além de ampliarem os conhecimentos dos alunos sobre História e Cultura Africana.

  • MILENE MINDELO LOBO
  • SABERES ANCESTRAIS: PRÁTICAS DE CURAS COM REMÉDIOS DO MATO ENTRE O POVO ASSURINI DO TROCARÁ, NO MUNICÍPIO DE TUCURUÍ/PARÁ

  • Data: 29/08/2023
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  • A presente dissertação apresenta o estudo das práticas de curas com remédios do mato entre o povo Assurini do Trocará, no município de Tucuruí/Pará, com foco na transmissão dos saberes ancestrais de uma geração para outra. Partimos do objetivo geral de analisar como os Assurini da Reserva indígena Trocará, no Município de Tucuruí/Pará, utilizam as plantas com poder curativo ou os “remédios do mato”, como dizem, para curar suas enfermidades. Para tanto traçamos como objetivos específicos: refletir a respeito da relação existente entre a medicina tradicional e a oficial entre essa população indígena, visando verificar de que forma seus conhecimentos tradicionais ainda são utilizados para tratar suas doenças, observando como essas plantas cascas, raízes, folhas, sementes, banhas e óleos vegetais com poder curativo são coletadas e manipuladas, na perspectiva de entender de que maneira a resistência desses saberes ancestrais vem contribuindo para a valorização identitária dessa etnia indígena. A pesquisa foi baseada metodologicamente no levantamento bibliográfico tendo como arcabouço teórico autores como: estudo de obras de autores que se ocupam da temática em questão, entre os quais se destaca: Pinto (2010, 2007), Ribeiro (2020, 2017), Nunes (2014), Le Goff (1990), Fausto (2006), Bragança (1996), Chalhoub (2003), Amador (2015), Gil (2008), Fernandes (2019), Santos (2019), Lôbo (2018), Napolitano (2009), Portelli (1997), pesquisa de campo com observação e entrevistas, bem como transcrição e análise das narrativas. Os resultados indicam que os Assurini valorizam suas práticas de cura ancestrais e utilizam os "remédios do mato" como fonte de economia e subsistência, além de contribuir para a afirmação e valorização da identidade étnica desse grupo indígena.

  • LEONEL DE ABREU PEREIRA
  • EDUCAÇÃO E TERREIRO: Diversidade no Ensino Médio em Abaetetuba-PA

  • Data: 29/08/2023
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  • O presente estudo o qual apresenta como objetivo geral analisar como os discursos referentes às práticas culturais religiosas e de matrizes africanas se materializam no espaço escolar de Ensino Médio de Abaetetuba e como estas ações podem constituir-se no processo identitário do sujeito aluno preto e aluna preta praticante de religião de matriz africana.E, como objetivos específicos: levantar quais os saberes veiculados nos terreiros, que podem ser considerados como conhecimentos educacionais (não-formais) para os iaôs fora da religião afro. Assim como, investigar a postura da escola quanto à cultura afro, em especial com relação aos praticantes de religiões de matriz africana e com os membros dessa religião diretamente ligados a escola, buscando analisar como a escola se relaciona com os jovens estudantes, que frequentam os terreiros (se a postura é a mesma adotada com relação a jovens cristãos, por exemplo). E desta forma, observar como o aluno preto se sente dentro do espaço escolar, verificando quais as práticas e símbolos religiosos existentes dentro do espaço escolar e inseridos no calendário escolar.Tratou-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, cuja metodologia adotada no trabalho discorreu sobre o registro das observações coletadas em fontes bibliográficas, orais, escritas e imagéticas por meio de questionário, observações, anotações, fotografias, etc. ancorada nos estudos teóricos de Conceição(2006); Cunha Júnior (2009); Fanon (2008); Freire (1979, 1980, 1987,1994); Fonseca (2006) Geertz(2003) Guedes (2005) e outros que contribuíram com o estudo.A análise e interpretação dos dados da pesquisa indicam que as religiões de matriz africana e seus adeptos são vistos de maneira pejorativa no espaço escolar considerou-se também a partir das respostas dadas pelos sujeitos da pesquisa que o conhecimento acerca das religiosidades afro brasileiras são fundamentais para que se possa compreender todo o processo histórico do negro na formação do Brasil; que a religiosidade afro não pode ser dissociada da história e cultura afro-brasileira, e é esse viés cultural da religiosidade que precisa estar presente na escola pública.

  • RUSEVELT SILVA SANTOS
  • EMPODERAMENTO DA MULHER NEGRA: A Educação e a Cultura como ferramentas para preservar o legado de Felipa Aranha do quilombo de Alcobaça

     

  • Data: 25/08/2023
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  • A luta pela igualdade de gênero e raça é um tema recorrente na sociedade brasileira, e o empoderamento da mulher negra é uma questão fundamental, nesse sentido, a educação e a cultura são ferramentas importantes para preservar o legado de mulheres negras que lutaram e resistiram ao longo da história. Um exemplo emblemático é Felipa Aranha, líder do Quilombo de Alcobaça, que se destacou pela sua coragem e determinação na luta contra a escravidão e pela liberdade do povo negro. Nesse contexto, a presente dissertação tem como objetivo analisar materiais bibliográficos e documentos que façam referência positiva das mulheres afro-brasileiras a fim de identificar características e perfis empoderadores para promover a disseminação desse conhecimento de forma a contribuir com o empoderamento da mulher negra. A metodologia utilizada nesta dissertação é a pesquisa-ação, que tem como foco a ação coletiva para melhorar a práxis e promover uma intervenção na realidade. A pesquisa-ação se diferencia das pesquisas convencionais por sua abordagem transformadora nos espaços em que é aplicada (Thiollent, 2011). Para realizar a pesquisa, foi adotado um ciclo de quatro etapas: planejamento, ação, observação e reflexão. O objetivo foi promover uma intervenção na realidade estudada, por meio de ações coletivas que visam melhorar a práxis dos sujeitos envolvidos. Nosso arcabouço teórico foi construído com base nos seguintes autores: Pinto (2001, 2004, 2010), Amaral (2015), Costa Lima (2013), Davis (2016), dentre outros. A pesquisa concluiu que: a inclusão de questões étnico-raciais nos currículos escolares é fundamental para a preservação dos valores e saberes da comunidade e a promoção de exemplos de mulheres que lutaram por seus direitos e transformaram suas realidades pode encorajar os estudantes a fazerem o mesmo. A pesquisa aponta a importância da educação na promoção da igualdade racial e no combate ao racismo, permitindo um processo histórico de reparação e reconhecimento do outro, bem como da história e cultura africana, afro-brasileira e indígena. Conclui-se que a educação desempenha um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, que tem como um de seus principais focos a preservação e manutenção da cultura dos povos que a constituem.

  • FERNANDA SERRAO CARNEIRO
  • TRAMAVIVÊNCIAS ANÁRQUICAS: DEVIRES DO CORPO-CRIAÇÃO COM A ARTE DE HÉLIO OITICICA NA EDUCAÇÃO

  • Data: 24/08/2023
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  • A dissertação percorre o labirinto da vida e obra do artista-inventor Hélio Oiticica (1937-1980), articulando os conceitos de corpo, criação e experimentação tramados no encontro entre processos educacionais e a arte. Busca-se pensar e experimentar os devires do corpocriação como potência, multiplicidade e estopim para a invenção de vida-mundos com a arte, nas tecituras do encontro com o corpo estético-político dos Parangolés (1964-1979), o corpo e as sensações da instalação Éden (1969) e o manifesto poético-político Subterrânia (1969), de Oiticica, cartografando a produção de espaços heterotópicos, devires minoritários, acontecimentos e tramavivências anárquicas que despontam como forças de criação artísticas e educacionais. Neste percurso, faremos intercessões com Michel Foucault, Friedrich Nietzsche e Gilles Deleuze e Félix Guattari, entre outros filósofos, artistas e pensadores da educação na perspectiva da investigação das tramavivências do corpo, criação e experimentação com a arte nos (des)territórios da educação. No que se refere a cosmovisão de arte de Hélio, mergulhamos em seus escritos, entre cartas, roteiros, entrevistas e ideias catalogados pelo Programa Hélio Oiticica, do Itaú Cultural, que atuam como elementos vivos em constante interlocução com a dissertação. O estudo que se tece cartograficamente, apresenta aspectos de uma pesquisaintervenção com a arte, que transversaliza com a dança, a experimentação supra sensorial corpo-poética e a proposição de práticas subterrânias na educação. O acompanhamento do processo da pesquisa e das intervenções poéticas, plásticas e performáticas são realizados por meio de vivências artísticas, observações, escuta e registros fotográficos referentes aos efeitos e atravessamentos das proposições com a arte experimental. Assim como a autora da presente escritura, os coletivos de artistas colaboradores, alunos e professoras experimentaram o encontro com a arte ambiental e participativa de Hélio Oiticica. O grupo de pesquisa Anarkhos, proporcionou a realização de diversas intervenções artísticas e culturais em seus colóquios, como a performance com O Corpo que Dança com os Parangolés, em 2022, a instalação Mundo-Abrigo em 2023, e a Oficina Subterrânia: escrevendo com a arte de Hélio Oiticica, 2023. Nessa perspectiva múltipla e de constante transformação, o deambular no mapa da pesquisa apresenta um movimento de criação de linhas, caminhos e conexões rizomáticas que não cessa de inaugurar possiblidades para a experimentação e criação de corpos, linguagens e mundos outros com a arte-educação.

  • FRANCISCO MÁRCIO COSTA DA SILVA
  • CAPOEIRA: sobrevivência e resistência na sociedade do capital

  • Data: 14/08/2023
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  • O presente estudo traz no seu escopo apontamentos que delineiam as configurações da Capoeira na atualidade e suas funções na conjuntura social cotidiana. Partindo do princípio de que a Capoeira é uma prática originada na diáspora, como forma de se contrapor a um sistema opressor (ABIB, 2004), e foi consolidada no Brasil ainda no período escravagista (Rego, 1968), a mesma ainda se mantém e possui abrangência nacional e internacional, fazendo-se presente em mais de 150 países nos cinco continentes segundo o último levantamento do IPHAN (2014). Assim, o problema da presente pesquisa é entender como uma prática secular oriunda da época da escravização mantém-se frente ao sistema vigente (o capitalista), que segundo Mészáros (2005), transforma tudo em mercadoria. Nessa busca foram utilizadas como referências deste trabalho: Marx (2007, 2008, 2011, 2013), Mészáros (2005, 2015), Antunes (2009), Vasquez (2011) dentre outros, que forneceram subsídios para compreender como funciona o sistema supracitado. No que tange a Capoeira, foram utilizados os trabalhos de Rego (1968), Brito e Granada (2021), Khol (2014), Araújo (2006, 2008), Campos (2001, 2009), Falcão (2004, 2011), Abib (2004) dentre outros, que delineiam as condições e demais aspectos que Capoeira vivenciou enquanto prática desportiva e cultural, (re)existindo ao tempo e as mudanças estruturais impulsionadas pelo capitalismo. Com o objetivo de entender como a Capoeira mantém-se até a atualidade e quais suas interfaces, foi buscado no âmbito nacional e internacional, pessoas capoeiristas que estão na prática há no mínimo 10 anos e lhes foi-lhes indagado acerca da maneira como a Capoeira faz-se presente em seus respectivos ambientes. Como resultado, verificou-se que houveram inúmeras mudanças nessa prática desde os primórdios, mas foi sua capacidade de se metamorfosear que a permitiu adaptar-se as demandas sociais transformando-se em uma prática plural. Entretanto, foi apontada sua condição enquanto mercadoria como preponderante, sendo esse caminho que garantiu outras possibilidades de sobrevivência frente ao sistema capitalista, sendo o trabalho (tanto no seu sentido formativo quanto no laboral, de subsistência) o pavimento que viabilizou sua longevidade e permanência até a atualidade, ratificando a condição embrionária da Capoeira enquanto resistências as mais diversas situações.

  • DAELEM MARIA RODRIGUES PINHEIRO
  • "É FÁCIL SER CRISTÃO QUANDO SE VIVE BEM COMO ELES”: educação, cultura e engajamento feminino em Angola (1939 – 1970)

  • Data: 08/08/2023
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  • O presente trabalho visou compreender a ação política de mulheres no processo de independência de Angola e a influência educacional metodista. Especialmente aquelas que fizeram parte das resistências anticoloniais. A análise teve como principal objetivo compreender as missões protestantes metodistas em Angola e sua atuação no desenvolvimento da educação formal para meninas, especialmente, analisando a atuação de Deolinda Rodrigues, durante o período de lutas anticoloniais. A documentação utilizada para a elaboração da pesquisa foi o diário de um exílio sem regresso. Luanda: Nzila (2003) de Deolinda Rodrigues; a Declaração do Reverendo Malcolm MoVeigh de Stanhope, Nova Jersey, missionário da Igreja Metodista para Angola; África (1558-1961) e o livro “Angola Colonial fotografada por missionários metodistas”, publicado por Paul. A. Blake. Fundação Agostinho Neto (2019). O acesso aos documentos foi viabilizado graças ao uso, como metodologia de pesquisa, dos acervos digitais, essencialmente por meio da Associação Tchiweka de Documentação (ATD); a Fundação Mario Soares e Memórias da África e do ocidente. A pesquisa foi desenvolvida através dos acervos digitais. Segundo Almeida (2011), a internet possibilita a “redução no espaço” e a ampliação do historiador na pesquisa. A Metodologia aplicada fundamentou-se em pesquisas que trataram sobre tema proposto. Para isto, trabalhamos com a seguinte bibliografia: OYEWÚMÍ (2021), que foi a base para analisar a questão de gênero para além do Ocidente, sem homogeneizar e entender as questões de gênero no continente africano, enquanto, construto social colonial. Paredes (2010), analisando a igreja metodista e o movimento MPLA através dos escritos de Deolinda Rodrigues, o qual a autora faz uma análise da educação de Deolinda através da igreja, sua entrada no MPLA e as críticas relatada por Deolinda Rodrigues em seu diário pessoal. Cujos resultados, consistiram na percepção de compreender que a educação formal, realizada pelas missões metodistas, foi sinônimo de maiores possibilidades educacionais para muitos angolanos que estiveram lutando contra o colonialismo português.

  • JONATAS DE JESUS TAVARES FARIAS
  • CARTOPOGRAFIAS DA GEO-POESIA DE MANOEL DE BARROS EM EDUCAÇÃO: afluências-solidões e vozes-infâncias

  • Data: 20/07/2023
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  • Esta pesquisa faz-se enquanto um ato de criação que busca compor o conceito de geo-poesia e experimentá-lo em suas implicações, variações e [a]tingires no educar. Assim, este conceito é composto e experimentado com as paisagens, geografias, rios e vozes da poética do ínfimo de Manoel de Barros, e desdobrado do vívido da literatura imantado dos encontros traçados com a poética manoelesca no chão da escola. A tessitura desse mapa-escrita se faz por conexões de pontas de filamentos geo-filosóficos e poéticos, pelos encontros com Deleuze e Guattari, Manoel de Barros e intercessores, bem como se constitui viscosamente por afluências, portos e pontes moventes estendidas por educares [a]tingidos e [de]compostos na geo-devoração de paisagens amazônicas e pantaneiras. Neste movimento experimenta-se um pesquisar por cartopografia de intensidades, isto é, por um escrever enquanto barco-rúmen, implicado por procedimentos de criação, [a]tingires e devoração, em que se rumina o pensar: Que devorações inauguram uma geo-poesia nesse rio-educar? Assim, no mapa-escrita a cartopografia experimenta um duplo-movimento. Este que se ocupa da devoração, dos movimentos de paisagens e suas geo-antropofagias, e outro, que se implica na própria grafia desses movimentos, cujas linhas constituem o próprio corpo da pesquisa. Nesse duplo movimento, esta cartopografia acompanha e traça caminhos desconhecidos em que se entrelaçam simbioticamente as poéticas manoelesca e amazônica, e os educares por vir. Por isso exige um desacostume no olhar. Nesse sentido, a geo-poesia apresenta-se como uma abertura formada por geografias misturadas, volvidas em movimentos de composição inventiva de paisagens tecidas entre remansos de rios-solidões e de ecoares de vozes-infâncias. Esta mistura de ecos, tabatingas, ribanceiras e fluxos produzem tingimentos no educar, experimenta educares impetuosamente gerados nas velocidades e viscosidades de encontros, infâncias, solidões. Um educar que se tinge enquanto um movimento contínuo e cotidiano. Um ínfimo aprender experimentativo do mundo. Um tecer sentidos por sentires, compor aprenderes por brincares e experimentar a tessituras de educares por vias sinuosas de uma geo-poesia.

  • JOSINEY DA SILVA TRINDADE
  • ENTRE A “HARMONIA”, O RACISMO VELADO E O SILÊNCIO: as relações raciais entre negros/as e brancos/as no curso de Medicina da Universidade Federal do Pará

  • Data: 07/07/2023
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  • Neste estudo, tivemos como objetivo geral analisar como os/as discentes negros/as e brancos/as percebem as relações raciais no espaço acadêmico-institucional do curso de Medicina da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Altamira. E como objetivos específicos delimitou-se: 1) compreender como os/as discentes entendem e percebem as políticas de ação afirmativa de modo geral e, em particular, as adotadas pela UFPA, Campus Universitário de Altamira; 2) analisar as percepções dos/as entrevistados/as sobre possíveis privilégios e desvantagens raciais existentes no curso de Bacharelado em Medicina; e 3) analisar como os discentes percebem a experiência de ser negro e ser branco no curso estudado. Para tanto, realizamos esta pesquisa exploratória, por meio de uma abordagem qualitativa, usando como instrumento de coleta de dados o questionário e, como técnica, a entrevista. Sendo os dados analisados por meio da técnica de análise do discurso. Os resultados apontam que os/as estudantes brancos/as são beneficiados/as pelos privilégios acumulados por seus genitores, porém tal acervo de privilégios não advém simplesmente ou unicamente do fato de seus genitores e/ou genitoras serem brancos/as, mas, sobretudo, porque são disponibilizados por serem membros de um grupo social sobre o qual não pesa nenhum tipo de estigma racial. Em outros momentos, verificamos aqueles privilégios que decorrem diretamente do fato de alguns/mas discentes serem brancos/as, sendo cedidos gratuitamente por seus pares, geralmente, de forma sistemática por meio das instituições. Verificamos ainda uma espécie de protecionismo e de colaboração não formalizada (“pacto narcísico”) pela qual é possível não apenas garantir a presença majoritária de um único estoque racial em um lugar lido como sendo de alto prestígio social, mas também que essa presença seja marcada por um tratamento diferenciado, guarnecida de privilégios. Outras questões verificadas foram os impactos do racismo na psiquê dos/as negros/as, a falsa projeção advinda do/a branco/a e, mais do que isso, foi possível inferir que as relações raciais no curso investigado, bem como na própria instituição, são transpassadas por ideologias racistas, estereótipos, preconceitos e discriminações raciais. Tratando-se do racismo, ele é percebido como sendo do tipo velado que não é só comum e normal nas relações raciais e nos espaços institucionais brasileiros, mas é a forma de racismo convencionalmente aceita. Alinhado a esse racismo velado, é comum que ocorra a prática de discriminações raciais igualmente veladas, havendo uma considerável resistência de nomeá-la e puni-la como tal. Apesar das práticas de discriminações raciais veladas serem o modus operandi dos sujeitos no locus investigado, há quebras de padrões que causam um misto de espanto, indignação e revolta, tanto por parte dos grupos brancos como dos não brancos. Não obstante, percebemos que esse choque é causado pela quebra do decoro e, por consequência, pelo rompimento do silêncio sobre a questão racial, causando desconforto naquele espaço. Em suma, foi-nos possível compreender que as relações raciais estabelecidas entre estudantes negros/as e brancos/as, apesar do silêncio e da falta de preocupação institucional, são transpassadas por ideologias e práticas racializadas que produzem e reproduzem estigmas e estereótipos raciais, privilégios raciais para os grupos brancos e, por consequência, desvantagens raciais dos grupos não brancos, particularmente, os negros.

  • LINDALVA DO CARMO DE OLIVEIRA PINTO
  • POLITICA DE EDUCAÇÃO BÁSICA: o Pronatec na experiência do Centro Integrado de Educação do Baixo Tocantins – EETEPA - Cametá

  • Data: 30/06/2023
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  • O presente trabalho, intitulado Política de Educação Básica: o PRONATEC na experiencia do Centro Integrado de Educação do Baixo Tocantins – EETEPA – Cametá, é resultado da pesquisa de Mestrado, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura – PPGEDUC/UFPA, tendo como objeto o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC - como política da educação básica. O objetivo deste estudo foi analisar a implantação do PRONATEC como política pública de formação técnica, de modo particular, a oferta do curso Técnico MEDIOTEC concomitante ao Ensino Médio, na experiência do Centro Integrado de Educação do Baixo Tocantins – EETEPA-Cametá. A problemática principal foi: como se deu a implantação do PRONATEC, especificamente na oferta do curso concomitante ao MEDIOTEC e as suas eventuais contribuições como política pública de formação técnica? Metodologicamente seguiu-se as técnicas da abordagem qualitativa, tendo a revisão da literatura e a análise documental como técnicas principais. A fundamentação teórica se baseou em autores como Frigotto (1991; 2003), Kuenzer (1985;1997), Saviani (2007), Zibas (2005), dentre outros. No rol de documentos estudados citam-se a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), a Lei nº 9.394 (BRASIL, 1996), a Lei nº 13.005/2014 que aprova o Plano Nacional de Educação – PNE, as Leis que instituem o PRONATEC e o Novo Ensino Médio, respectivamente, a de nº 12.513 de 26.10.2011 e a de nº 13.415 de 16.02.2017. Para melhor elucidar o estudo, também foram analisados os documentos que constam da implantação do referido programa no Estado do Pará e no Centro Integrado de Educação do Baixo Tocantins-Cametá. Os resultados sinalizaram que o PRONATEC como política de educação profissional e tecnológica, através da oferta dos cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), bem como pelo MEDIOTEC com os cursos técnicos concomitantes ao Ensino Médio, na modalidade presencial e à distância, foram importantes. Sobre a experiência do Centro Integrado de Educação do Baixo Tocantins -CIEB/Cametá, entre os anos de 2017 a 2019, duas turmas do Eixo Tecnológico: Informação e Comunicação, ainda que tenha sido feita uma certificação técnica, esta não representou uma qualificação no sentido da obtenção das técnicas e da aquisição do saber por ter sido feita de forma aligeirada, limitando-se a treinamento, pois essa formação técnica foi desprovida de uma construção curricular integradora capaz de promover o pensamento crítico. Observou-se que sobre os índices de concluintes e da qualidade da equipe administrativa e pedagógica que o programa teve uma avaliação satisfatória. No entanto, problematiza-se a insuficiência de aulas práticas, visitas técnicas e a burocracia para o pagamento dos auxílios transporte e alimentação, assim como a falta de demanda de profissionais na área de formação capaz de garantir o emprego e renda dos egressos, pois a oferta dos cursos foi feita desvinculada da economia local. Assim, a política de democratização da educação profissional e a formação técnica desenhada pelo PRONATEC, e dos cursos concomitantes pelo MEDIOTEC conforme previsto no discurso oficial, não se realizou de forma plena. A política foi importante para a população menos favorecida, mas a experiência distanciou-se da concepção de integração entre o Ensino Médio e a educação profissional tanto na forma metodológica para garantir
    apropriação do saber e das técnicas profissionais, como de uma concepção de formação política capaz de subsidiar um ser crítico e emancipado.

  • RAYSA GARDENNE PEREIRA
  • EDUCAÇÃO E EMANCIPAÇÃO FEMININA NAS COLUNAS DE MODA E BELEZA SOB OS PSEUDÔNIMOS CLARICEANOS


  • Data: 30/06/2023
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  • No Brasil oitocentista, os jornais foram o mecanismo encontrado por muitos autores para a publicação de seus escritos. Primeiramente, vieram os folhetins, seguido das crônicas e posteriormente, as colunas femininas. É sobre a presença marcante e fundamental de Clarice Lispector, sob os pseudônimos de Tereza Quadros, Helen Palmer e Ilka Soares, na imprensa carioca nas décadas de 1950 e 1960 e seu viés educacional e emancipatório que este trabalho se estrutura. Essa pesquisa visa analisar a escrita da colunista, que ao apresentar às leitoras receitas e conselhos sobre tarefas domésticas, acabava por insinuar uma postura feminista, visando uma educação emancipatória. Assim, a pesquisa perpassa pela análise das fontes primárias e posterior escolha dos textos nos jornais “Comício”, “Correio da Manhã” e “Diário da Noite”, nas colunas femininas “Entre mulheres”, “Correio feminino” e “Só para mulheres”, respectivamente. Aborda uma linha de análise e perspectiva teórico e literária com bases teórico-metodológicas ao correlacionar os artifícios literários usados na imprensa com a emancipação, questão de relevância em termos acadêmicos, mais precisamente no âmbito educacional, com ênfase na educação da mulher. A conceituação e construção metodológica perpassa por Coelho (2002), Buitoni (2009), Del Priori (2013) e (2020), Duarte (2016) e Perrot (2019) e (2021). Outrossim, encontramos uma linha evolutiva nas publicações e assuntos abordados por Clarice Lispector diante do contexto de produção das colunas e como os textos estão correlacionados à perspectiva de uma educação emancipatória, elucidando a importância dos atravessamentos feministas nos processos formativos.

  • WELLINSON MONTEIRO NASCIMENTO
  • PRÁTICAS EDUCATIVAS EM CANAIS DE FILOSOFIA NO YOUTUBE: potencialidades para ciberformações em rede

  • Data: 27/06/2023
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  • O YouTube é uma plataforma de redes sociais online na qual muitas criações hipermidiáticas são possíveis. Investigo neste trabalho as práticas educativas cocriadas em canais de Filosofia. A pesquisa partiu do seguinte problema: Quais as características das práticas educativas co-criadas em canais de filosofia no YouTube e como elas potencializam processos ciberformativos em rede? Nesta pesquisa, estudei a produção de três desses canais no período de setembro de 2022 a março de 2022. O objetivo geral do trabalho foi compreender as tecituras e potencialidades ciberformativas das práticas educativas produzidas em canais de filosofia na plataforma online YouTube, tendo como objetivos específicos: 1) Elaborar uma compreensão epistemológica sobre a educação, as práticas educativas e os processos formativos constituídos nos mais variados espaços/tempos, entre eles, na/com a cibercultura; 2) Compreender as raízes, as características e os desafios atuais/futuros da plataforma YouTube para a produção cultural; 3) discutir os elementos que contribuem para abordar os saberes filosóficos como um dos saberes possíveis e potencializados pelas ambiências na cibercultura; 4) compreender as inventividades e astúcias de criadores de conteúdo em canais de filosofia para a promoção e disseminação de saberes filosóficos e, consequentemente, a promoção de práticas educativas a partir de uma observação/experimentação netnográfica. Estudo esses processos a partir de uma visão epistemológica com base na multirreferencialidade (ARDOINO, 1998) e dos estudos dos/nos/com os cotidianos (CERTEAU, 1998). Adotei alguns pressupostos da netnografia (KOZINETS, 2014), uma modalidade de pesquisa etnográfica que tem os dispositivos e plataformas online como campo produtor de cultura, para compreender tais processos. Como achados da pesquisa, observo que tais práticas educativas constituem um processo formativo bricolado com as novas relações do saber na cibercultura, o qual denomino Digiurgia, a ciberformação que se tece nas mediações maquinico-tecnológicas e humanas em redes que é montada pelo indivíduo em seu fazer/viver o mundo. A constituição desse habitar no YouTube é produtora de saberes, linguagens, modos de comportamento, e constituições de si.

  • ANDERSON CONCEICAO DE MORAES ANDRADE
  • PERSPECTIVAS DE PROFESSORES(AS) SOBRE O “NOVO” ENSINO MÉDIO: flexibilização curricular, protagonismo juvenil e infraestrutura na escola em tempo integral no município de Limoeiro do Ajuru/PA

  • Data: 23/06/2023
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  • O presente trabalho analisa aspectos formativos do processo de implementação do “Novo” Ensino Médio e suas implicações para a educação das juventudes de Limoeiro do Ajuru/PA, a partir das perspectivas de professores da Escola Estadual “Professor João Ludovico”, que faz parte da Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, instituída pela Lei n.º 13.415/2017. A pesquisa promoveu revisão bibliográfica e análise documental sobre a atual reforma do ensino médio, na qual foi possível identificar a dualidade educacional e a diferenciação escolar como marcas do ensino secundário no Brasil que tendem a ser aprofundadas pelo “Novo” Ensino Médio. Realizou-se ainda pesquisa exploratória do tipo estudo de campo, utilizando-se como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada com professores que atuam no Ensino Médio em Tempo Integral da Escola “Professor João Ludovico” desde o início da implantação do programa na referida instituição, bem como a observação direta do pesquisador. A análise dos dados utilizou a técnica de análise de conteúdo, por meio da qual depreenderam-se as seguintes categorias: flexibilização curricular, protagonismo juvenil e infraestrutura no Ensino Médio em Tempo Integral. A pesquisa demonstra que o processo reformista não considerou as realidades das juventudes da Amazônia, no caso de Limoeiro do Ajuru/PA, especialmente a dos estudantes ribeirinhos. A partir da análise dos dados coletados, concluiu-se que a flexibilização curricular implementada pela atual reforma prejudica os aspectos formativos das juventudes de Limoeiro do Ajuru/PA ao limitar a carga horária para uma formação geral, destacando que boa parte dos sujeitos da pesquisa rejeita esse formato de flexibilização, bem como a ideia de protagonismo juvenil de base neoliberal, porém, isto não se dá de forma fundamentada em bases teóricas. Contraditoriamente, esses sujeitos demonstram simpatia por algumas concepções que orientam a atual reforma do ensino médio, como a própria ideia de flexibilização curricular e a pedagogia das competências. Evidenciou-se, ainda, que a infraestrutura inadequada compromete a qualidade da educação no Ensino Médio em Tempo Integral na escola estudada.

  • DAMARIS BOTELHO FREITAS
  • OS JOVENS EGRESSOS DOS CURSOS TÉCNICOS DO PRONATEC E SUA
    RELAÇÃO COM O MERCADO DE TRABALHO

  • Data: 23/06/2023
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  • This work, entitled Young graduates of pronatec technical courses and their relationship with the labor market, has as its general objective: to analyze the social quality of professional training young graduates and dropout rates in courses under the National Program for Access to Technical Education and Employment (PRONATEC), offered through CIEBT in 2012. The problem of this research is delimits the following question: what are the perspectives of young people graduating from CIEBT/PRONATEC about your continued coursework and insertion into the job market? You specific objectives adopted were: to inspect the quality of training of young people graduating from PRONATEC courses; discuss the evaluation of Young People in relation to the courses offered by the PRONATEC at CIEBT; Analyze the dropout rate in courses offered by PRONATEC at CIEBT; and investigate whether and under what conditions the subjects, coming from PRONATEC courses, are included in the job market. The research methodology is based on a qualitative approach, based on case study and under the methodological contribution of historical-dialectic materialism (Marx, 2010) (Ramos, 2011), having as its premise the categories of analysis: social quality of education, success, insertion and qualitative approach (Ludke; André 1986); (Minayo, 2001), with semi-structured interview (Triviños, 1987), (Thiollent 1987), associated with content analysis (Bardin, 2011). Among the types of appropriate research, firstly, it is worth highlighting bibliographical research (Severino, 2005), the documentary research (Gatti, 2001); field research (Fonseca, 2002). With the analysis of interviews of the respondents, it was possible to know the conformation of the graduates in relation to the training received, and about the notes on positive aspects of the methodologies adopted by teachers which, in short, are not enough to provide opportunities for human training and/or insertion into the market of work that is not in the aspect of precariousness.

     

  • EDILENE DOS SANTOS CALDAS
  • A EDUCAÇÃO TÉCNICA EM RECURSOS PESQUEIROS NO INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ – CAMPUS CAMETÁ: desafios da alternância pedagógica sob o contexto de produção capitalista

  • Data: 23/06/2023
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  • O Estudo teve como objetivo analisar os desafios da Alternância Pedagógica na Formação Técnica em Recursos Pesqueiros no Instituto Federal do Pará – Campus Cametá. O paradigma da pesquisa fundamentou-se em pressupostos de caráter qualitativo e a abordagem metodológica constitui estudo de caso, tendo como instrumento de coleta de dados a análise documental e entrevista semiestruturada. Para o levantamento dos dados foram ouvidos 07(sete) professores e 03(três) alunos do Curso Técnico em Recursos Pesqueiros, do IFPA – Campus Cametá. A organização e análise dos dados estarão organizados em quatro seções: 1. Alternância Pedagógica: Relação entre formação Técnica e a prática social dos Ribeirinhos. 2. Alternância Pedagógica e a organização pedagógica do curso técnico em Recursos Pesqueiros. 3. Alternância Pedagógica e as Políticas implementadas no âmbito do IFPA. A estrutura desta pesquisa encontra-se organizada em quatro capítulos: O primeiro capítulo apresentamos o levantamento das produções científicas de dissertações e teses a respeito da Alternância Pedagógica em cursos Técnicos. O segundo capítulo procura fazer uma discussão a respeito do protagonismo dos trabalhadores ribeirinhos, partindo da análise sobre os principais fundamentos da Educação no campo. No terceiro capítulo destacamos a organização pedagógica em alternância no Instituto Federal do Pará e como é construído e no quarto capítulo destacamos a Alternância Pedagógica e os desafios enfrentados na formação técnica em Recursos Pesqueiros, a partir do olhar dos sujeitos envolvidos na construção do conhecimento. Os resultados nos levaram a inferir que a Alternância na Formação Técnica vem sendo construída de forma gradual no Campus Cametá, sendo uma forte oposição e luta contra uma educação hegemônica, valorizando os saberes a partir das experiências vivenciadas pelos coletivos dos sujeitos. Reafirmando a defesa da educação como direito e um bem público social, contribuindo com as transformações das condições de vida das comunidades campesinas, que apesar dos desafios apresentados, apontam para uma formação em Alternância Pedagógica com vistas na formação humana e política do educando.

  • JEREMIAS DE OLIVEIRA SANTOS
  • FRONTEIRAS DA RAÇA: Representações da questão racial em Angola no contexto das lutas anticoloniais

  • Orientador : LUIZ AUGUSTO PINHEIRO LEAL
  • Data: 22/06/2023
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  • A partir da contextualização social e histórica, esse trabalho busca analisar e compreender questões norteadoras que envolvem a questão racial em Angola, tendo como objetivo desnudar as relações historicamente estabelecidas que levam a constituição de categorias sociais baseadas em raça de mestiços e assimilados a partir de sua relação com o colonialismo. Traço marcante desse país, a política de assimilação, implementada especialmente durante a ditadura salazarista e a implementação do que ficou conhecido como a “Mística Imperial” portuguesa. Base do colonialismo de inspiração luso-tropicalista. Para isso, são mobilizados autores pertinentes a discussão sobre raça e suas significações do ponto de vista histórico, dentre eles Achille Mbembe (2013), Kabengele Munanga (1986), Lilia Moritz Schwarcz (1993) e Kwame Anthony Appiah (1997), que discutem a questão racial como um produto histórico de relações sociais e políticas e que se transforma historicamente.  As fontes utilizadas para delinear o processo de construção de uma perspectiva de assimilação cultural nas colônias portuguesas, especialmente em Angola, serão os discursos produzidos no âmbito da propaganda colonial, juntamente com a legislação acerca dos indígenas e assimilados de Angola, visando criar um panorama desse discurso de maneira geral, bem como estabelecer o contexto histórico resultante disso que servirá de pano de fundo para a discussão sobre os contornos raciais da luta anticolonial nos anos de 1950 e 1960. A literatura anticolonial angolana é demasiado rica em perspectivas e abordagens para compreender a luta anticolonial em si, devido o não raro envolvimento de seus autores e autoras com os movimentos políticos que foram sendo criados principalmente a partir de 1950 com as lutas independentistas. Dessa maneira, alguns autores são selecionados para discutir a questão dos mestiços e assimilados de Angola, sendo eles Pepetela (2013) e Uanhenga Xitu (2019), que constituem relatos relevantes para a compreensão dessas categorias em Angola. Essas fontes são analisadas visando compreender qual a contribuição e influência do debate racial na luta anticolonial e como moldam-se relações baseadas no seu pertencimento racial.

  • MARIZA SANTOS GUIMARÃES
  • SAÚDE DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO: UM OLHAR PARA EDUCAÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE CAMETÁ

  • Data: 19/06/2023
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  • Esta pesquisa versa sobre a necessidade de um olhar acerca da saúde dos professores da educação básica. Toma como sujeito da pesquisa professores da educação básica do município de Cametá. A pesquisa se delineia destacando pontos e características próprias da profissão docente, destacando possíveis interferências e exigências que podem acarretar um problema de saúde. Tem como objetivo geral: investigar a problemática referente ao adoecimento dos professores no município de Cametá, considerando os aspectos que são próprios desta profissão. E os objetivos específicos: despertar um olhar para a necessidade de se refletir a problemática referente ao adoecimento dos professores; identificar as principais queixas que podem associar o desenvolvimento de seu trabalho a alguma queixa de saúde; avaliar como os professores atribuem o seu bem-estar físico e emocional ao sucesso de seu trabalho. A problemática desta pesquisa consiste em responder se os professores da educação básica da rede municipal de Cametá se queixam de algum problema de saúde associado ao desenvolvimento de seu trabalho? O referencial teórico apresenta as principais pesquisas sobre a temática da saúde dos professores, recorrendo a autores como: (Nóvoa, 2019), (Trivinos, 2007), (Libâneo, 2001), (Saviani, 2011), (Oliveira e Junior, 2020), (Paludo, 2020), (Kosic, 2002), (Codo, 1999), (Bauman, 2001), (Gadotti, 2007), (Sousa Junior, 2010), etc. e destaca os itens elegíveis como preponderantes para as investigações acerca da saúde do professor, os quais são: a identidade docente, as vulnerabilidades impostas pela pandemia, o trabalho docente frente as exigências do capitalismo, as exigências impostas pela sociedade do conhecimento e as pesquisas referente a saúde dos professores e o que elas apontam. Já a discussão e o resultado da pesquisa estão centrados nos itens referentes ao adoecimento docente: uma análise a partir dos professores da educação básica no município de Cametá, que apontam para a discussão de mais dois itens, um referente a intensificação do trabalho docente e outro as condições de trabalho, um fator determinante. E por último, as considerações finais. Destaca que essa pesquisa é apenas um ponto no meio do caminho sobre a saúde dos profissionais da educação básica no município de Cametá. Ainda tem muito o que ser pesquisado e evidenciado a respeito do assunto. Os informantes da pesquisa não sinalizam nem 1% da totalidade dos professores do município, servem apenas como indicador.

  • WAGNER FERREIRA PEREIRA
  • UNIVERSIDADE E TRABALHO: reflexões sobre o processo formativo dos servidores técnico-administrativos em educação dos campi da UFPA.

  • Data: 05/06/2023
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  • Esta pesquisa investiga as relações estabelecidas entre Universidade e trabalho, analisando as suas contribuições no processo formativo dos servidores técnico-administrativos em educação egressos dos cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado), a considerar sua atuação nos campi de Altamira, Bragança e Castanhal da UFPA, nos quais são lotados. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa do tipo estudo de caso. É um estudo exploratório realizado à luz da legislação nacional vigente e de documentos oficiais da referida instituição. Os dados para análise foram obtidos por meio de um questionário aplicado de forma online pela ferramenta Google Forms. O método de análise foi fundamentado no materialismo histórico dialético de Karl Marx, por meio da categoria contradição. Os resultados apontam que os níveis de qualificação stricto sensu dos servidores técnico-administrativos vinculados à UFPA nos últimos cinco anos alcançou um expressivo aumento, passando de 59, em 2018, para 107 em 2022. Altamira, que contava com seis TAE mestres, agora dispõe de 19 mestres e um doutor em seu quadro de servidores. Bragança passou de oito mestres e dois doutores para dez mestres e quatro doutores. Castanhal, de 11 mestres e três doutores, dobrou seu número de doutores, contando agora com seis. A pesquisa concluiu que a Universidade, por meio de seus programas de pós-graduação e de incentivo à qualificação, contribui para a formação profissional dos TAE para além dos aspectos técnico de um cargo e assume, assim, uma função cientifica, social e política que contribui para o desenvolvimento da Amazônia, qualificando seus servidores técnico-administrativos e oportunizando o acesso aos cursos de pós-graduação, o que reflete positivamente em sua atuação profissional na universidade.

  • EDGAR FERREIRA CARDOSO
  • Nosso amor e nossa arte, Rainha pra te louvar”: o Auto da Padroeira como espaço de aprendizagens no Município de Abaetetuba/PA

  • Data: 31/03/2023
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  • A pesquisa em questão tem como objetivo compreender o evento religioso “Auto da Padroeira”, procissão que ocorre anualmente no município de Abaetetuba/Pa, como espaço de aprendizagens. A escolha desta temática tem por fim registrar as vivências dos sujeitos sociais que colaboram e colaboraram para a organização da procissão e enfatizar como o Auto da Padroeira contribui para a valorização do patrimônio cultural do município, além de destacar como a manifestação cultural, artística e religiosa é um espaço político, de poder, resistência, sociabilidade e aprendizagem. O estudo busca entender como os vários momentos da procissão favorecem a troca de experiências dos participantes, tendo como categorias centrais de análise o hibridismo cultural, a festa, a memória e a identidade. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa se fundamenta na análise bibliográfica de autores como Loureiro (2020); Canclini (2013); Tavares (2013); Quijano (2002), entre outros, que discutem conceitos de hibridismo, religiosidade, relações de poder e festa como espaço político e de aprendizagem. Na pesquisa de campo, foram realizadas entrevistas e observações que permitiram compreender como foi criada a procissão, seus objetivos e sua importância no cenário sociocultural e religioso do município, além de documentos memorialísticos de escritores locais, como: Machado (2008); Quaresma (2005); e, Lobato (2015). As considerações apontam que o Auto da Padroeira é uma procissão que nasceu como homenagem e agradecimento dos artistas do município a Nossa Senhora da Conceição, e tem características peculiares que o distinguem de outros eventos e procissões religiosas, graças aos seus aspectos culturais híbridos, pois neles estão imbricados valores, visões de mundo, simbologias e resistências ligados à história de Abaetetuba. 

  • MARCOS PAULO DE OLIVEIRA BARROS
  • EDUCAÇÃO, ESPAÇO E IDENTIDADE CULTURAL DOS ESTUDANTES DA
    ZONA RURAL DE BREVES (PA)

  • Data: 27/01/2023
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  • O deslocamento espacial de estudantes moradores da zona rural para a zona urbana, a partir de suas necessidades de estudo, pode produzir efeitos sobre seu aprendizado e de sua identidade. É importante destacar que ainda não existem investigações científicas suficientes quanto aos efeitos do deslocamento espacial de estudantes, mais precisamente daqueles que residem nas localidades rurais. Por isso, buscamos investigar se o deslocamento espacial de cinco estudantes moradores da zona rural para a zona urbana do município de Breves (PA), a partir da necessidade de continuarem seus estudos no nível médio, produz efeito(s) sobre suas percepções de educação e cultura. Para isso, buscamos caracterizar os espaços de origem e de destino dos estudantes em relação ao contexto escolar e analisar as falas construídos pelos alunos que se deslocam, buscando identificar como eles caracterizam seus vínculos socioespaciais. Com base na teoria fundamentada, desenvolvemos um estudo exploratório com método indutivo, utilizando como principal instrumental um questionário para entrevista semiestruturada, tendo como participantes cinco estudantes de três localidades da zona rural de Breves (Nossa Senhora da Luz, São Rafael e Santo Amaro). A busca pela conclusão do nível médio no centro urbano de Breves revelou que as famílias dos participantes também procuraram deslocar seus filhos para a cidade, matriculando numa unidade educacional com mais recursos, aspecto verificado na maioria dos depoimentos, mas mantendo vínculos com suas comunidades rurais de origem.

2022
Descrição
  • DEBORA ELAYNNE COSTA MORAES
  • IMPLICAÇÕES DO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL NA FORMAÇÃO DE ASSISTENTES SOCIAIS, EM TEMPOS DE DISTANCIAMENTO SOCIAL, NO MARAJÓ DAS FLORESTAS/PA

  • Orientador : MARIA SUELI CORREA DOS PRAZERES
  • Data: 31/12/2022
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  • A pesquisa analisa as implicações do Ensino Remoto Emergencial (ERE) no contexto formativo de Assistentes Sociais pela Universidade Federal do Pará – Campus Universitário do Marajó – Breves (CUMB), em tempo de distanciamento social, na conjuntura da Pandemia do Novo Coronavírus. Adotou-se como referencial teórico – metodológico o Materialismo Histórico e Dialético (MHD), uma vez que permite analisar as contradições históricas existentes no sistema capitalista através da luta de classes entre burguesia e o proletariado que influenciam diretamente nas relações objetivas e subjetivas cotidianas dos sujeitos, permitindo desmistificar as compreensões ideológicas e hegemônicas inerentes ao status quo vigente. Como referenciais teóricos dialoga-se com Marx (1969; 1979; 1985; 2008), Meszáros (2008), e Antunes (2003). As técnicas de coletas utilizadas foram a aplicação de questionário com alunos, entrevistas semiestruturada com docentes e gestores e análise documental. Nesse sentido, analisamos as implicações ocasionadas pelas desigualdades sociais historicamente construídas na perspectiva da Amazônia Legal no que competem ao acesso e a permanência às tecnologias digitais e consequentemente evidenciando a proposta metodológica do Ensino Remoto Emergencial (ERE) como alternativa para a continuidade das atividades acadêmicas em tempos de pandemia do novo Coronavírus de acordo com os seus limites e possibilidades no Arquipélago do Marajó das Florestas. E, constatamos que 90% dos alunos entrevistados não receberam nenhum auxílio da Política de Assistência Estudantil e os que conseguiram ser contemplados, informaram que não foram suficientes para atender as suas necessidades tecnológicas, sendo que, a péssima qualidade da internet tanto por rede Wi-fi quanto pelos pacotes de dados móveis também não responderam as demandas exigidas, bem como, a ausência de estruturas intermediadoras adequadas, tais como: computadores, notebooks, mesa, cadeira, dentre outras, que pudessem propiciar qualidade no ensino aprendizagem dos alunos a partir da adoção do ERE, devido as suas condições socioeconômicas e que essas ausências de aparatos tecnológicos implicaram diretamente no processo formativo dos Assistentes Sociais no Marajó das Florestas. Ademais, os desafios enfrentados pelos professores da Faculdade de Serviço Social em ter que num curto espaço de tempo  para formação/qualificação sobre novas ferramentas tecnológicas, tentando conciliar suas atividades docentes e suas atividades domésticas em virtude da adaptação das suas residências em sala de aulas virtuais, extrapolando na maioria das vezes, suas cargas horárias de trabalho, causando adoecimento. Por fim, evidenciou-se as limitações, fragilidades e possibilidades na formação de Assistentes sociais, contexto pandêmico. 

     

  • DANIELLE LOPES MARTINS
  • CULTURA, IDENTIDADE E TRABALHO DAS MULHERES RIBEIRINHAS AMAZÔNIDAS DO DISTRITO DE CURUÇAMBABA, CAMETÁ (PA)

  • Data: 30/12/2022
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  • A construção da identidade das mulheres precisa ser notada, especialmente em relação ao aspecto do trabalho. Quando se refere às mulheres ribeirinhas, essa necessidade é ainda mais pronunciada. Esta pesquisa analisa os elementos constituintes na construção da identidade das mulheres trabalhadoras ribeirinhas amazônidas moradoras do distrito de Curuçambaba, Cametá (PA), investigando se elas constroem sua identidade a partir dos saberes oriundos do seu trabalho, das suas vivências e da sua cultura. Buscou-se embasamento teórico que fosse além da formação da identidade com aspectos hegemônicos, considerando os autores Hall (2006) e Castells (2018). Em um contexto cultural, considera-se os trabalhos de Bauman (2012) entre outros, também foram considerados os conceitos a respeito da temática trabalho dos autores Antunes (2005; 2009); Zanelli, Andrade e Bastos (2004). Para atingir os objetivos, os caminhos da pesquisa tiveram sua metodologia embasada na teoria fundamentada nos dados (TFD) considerando os estudos de Charmaz (2009) e Prigol e Behrens (2019). Foram realizadas entrevistas com cinco mulheres trabalhadoras ribeirinhas amazônidas, tais entrevistas foram transcritas e analisadas buscando identificar uma construção de identidade associada aos aspectos trabalho e cultura. Foi possível identificar que a construção dessas identidades é gradual, elas apresentam várias identidades que se revelam em diversas circunstâncias nos variados papéis que desempenham. Apresentam elementos constitutivos fundamentais nessa construção identitária, por exemplo, identidade e o corpo; identidade e produção; identidade e adaptabilidade; identidade e política e identidade e saberes. A pesquisa revelou que as atividades domésticas e profissionais executadas por essas mulheres são um fator crucial para a construção da identidade das mulheres trabalhadoras ribeirinhas de Curuçambaba a partir de perspectivas relacionadas ao corpo, à produção, à capacidade de adaptar-se, a um posicionamento político e aos saberes.

  • FRANCIELY FARIAS DA CUNHA
  • A POLÍTICA DO TRANSPORTE ESCOLAR NO MUNICÍPIO DE CAMETÁ/PA

  • Data: 27/12/2022
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  • A presente dissertação de mestrado analisa a política de financiamento do transporte escolar ribeirinho no município de Cametá/PA, tendo como base o valor/aluno como indicador para calcular os recursos destinados à política do transporte escolar. Os pressupostos teóricos para as análises foram fundamentados em autores como Pergher (2014), Cara (2014), Bremaeker (2011), Pinto (2018), Sena (2014), Carreira e Pinto (2007), Monlevade (1997), Menezes (2008), Gouveia e Souza (2015), Caldart (2004), Carmo e Prazeres (2012), Arroyo (1999) entre outros, além das bases legais referentes ao transporte escolar. A pesquisa traz um panorama da educação municipal, além de apresentar dados sobre o transporte escolar, tais como: os recursos financeiros recebidos pelo município, o quantitativo e origem dos veículos prestadores do serviço, bem como o número de alunos que utilizam o transporte escolar. Metodologicamente, trata-se de um estudo de caso, tendo como base de análise a abordagem qualitativa, realizada em três fases: levantamento bibliográfico, pesquisa de campo e análise dos dados. No decorrer da pesquisa foi utilizado como instrumento de coleta de dados, a entrevista semiestruturada, observação e análise documental. Como resultados, podemos destacar que do total de veículos que prestam serviços de transportes escolar para o município de Cametá/PA, 98% funcionam a partir de contratos de frotas terceirizadas, ou seja, a falta de veículos próprios faz com que a prefeitura mantenha essas contratações para atender os serviços nas comunidades ribeirinhas. A pesquisa identificou um corte significativo no quantitativo de transporte escolar com a justificativa de falta de recurso para mantê-lo, barcos inadequados, superlotação de alunos, desconforto, insegurança, além de muitos estudantes não terem acesso ao transporte, ainda que necessitem. Assim sendo, é uma política que necessita de reordenamento e ampliação de recursos, para garantir o acesso ao transporte escolar de todos os alunos que necessitam ingressar à escola, possibilitando a qualidade, o respeito, as garantias de direito e melhorias das embarcações que conduzem às escolas os alunos das comunidades ribeirinhas de Cametá

  • RAIMUNDA MORAES SILVA GONZAGA
  • TRABALHO, SABERES E PRÁTICAS DE PESCA DAS MULHERES RIBEIRINHAS DA ILHA SARACÁ, LIMOEIRO DO AJURU (PA): resistência das pescadoras artesanais

  • Data: 27/12/2022
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  • O presente trabalho aborda saberes político-identitários construídos durante o processo de formação da Associação das Mulheres Trabalhadoras na Aquicultura e Agricultura da Ilha de Saracá (AMAIS), Limoeiro do Ajuru (PA). Esta pesquisa teve por objetivo analisar os saberes político-identitários das mulheres pescadoras e agricultoras no desenvolvimento de suas atividades laborais e organizativas, a partir da AMAIS. Toma-se como norte metodológico o Materialismo Histórico-Dialético, com uma abordagem qualitativa, com uso de entrevista semiestruturada, seguindo a análise de conteúdo para compreender as narrativas das informantes, a partir de suas experiências de trabalho. Como base teórica, os trabalhos de Marx (2013), Marx e Engels (2007), Rodrigues (2012), Martins (2017), Barra (2019), Furtado, (2017), Raffestin (1993), Pereira (2014), Lerner (2019), Davis (2016), Toledo (2008), dentre outros. O problema da investigação foi se constituindo nas vivências de pescadora, nas experiências acadêmicas, nos diálogos com a comunidade e nas lutas sociais. Para tanto, a pesquisa revelou em um primeiro momento que, antes mesmo de a AMAIS existir, as mulheres que a formaram já possuíam saberes relacionados às suas vivências e às suas práticas de trabalho. Contudo, no desempenho das suas funções de trabalhadoras, desenvolvidas a partir da associação, essas mulheres construíram saberes político-identitários que ressignificaram suas lutas em sua comunidade. Esses saberes foram identificados como saberes político-identitários de autonomia, pois dizem respeito ao poder de decisão própria dessa mulheres no seu trabalho sem que houvesse a interferência ou coerção externa de terceiros, o que se demonstrou um princípio de liberdade e de independência. Saber político-identitário de consciência de classe que se apresenta como uma consciência e organização coletiva de grupos minoritários em prol de uma classe. O saber político-identitário de conhecimento de causa que está relacionado ao conhecimento adquirido por meio de experiências e observação vivenciadas no cotidiano e que lhes levaram a ter uma boa base teórica sobre seus direitos de pescadoras. Identificou-se também na pesquisa que a mulheres sempre tiveram importante papel na defesa do meio ambiente, fato constatado ainda em manifestos e reinvindicações em favor da Amazônia, elaborados pelas mulheres pescadoras da AMAIS. Por fim, constatou-se que, mesmo em meio à inatividade da AMAIS, os saberes que foram construídos no decorrer dos seus processos de afirmação ainda permanecem vivos, auxiliando-as nas causas sociais da região.

  • SILVIA DE LIMA BATISTA
  • PARA ALÉM DE UM ENSINO FORMAL: UMA ESCOLA NO/DO QUILOMBO NA COMUNIDADE DE IGARAPÉ PRETO/OEIRAS DO PARÁ

  • Data: 20/12/2022
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  • A presente dissertação de mestrado intitulada: “Para além de um ensino formal: Uma escola no/do quilombo na comunidade de Igarapé Preto/Oeiras do Pará” teve como objetivo dialogar sobre a criação da escola E.M.E.F Zumbi dos Palmares, no quilombo de Igarapé Preto, na cidade de Oeiras do Pará - PA, considerando as lutas, os impactos de uma educação formal nessa comunidade, assinalando, dessa forma, os caminhos percorridos na busca por um currículo que valorize a cultura e a memória do povo africano e afro-brasileiro. Como pesquisadora social e militante da educação. Nos objetivos específicos busquei análisar/interpretar as narrativas de e sobre o sentido da escola formal no quilombo de Igarapé Preto/Oeiras do Pará, para, assim, problematizar como as práticas educativas e saberes diferenciados se entrelaçam com as políticas públicas do Brasil, compreender o sentido da escola e de ser professora/professor negro no/para o quilombo de Igarapé Preto/Oeiras do Pará. Com isso, analisamos a manutenção da tradição afro-brasileira nas relações dos saberes tradicionais no/para o quilombo dentro do espaço escolar e não escolar. Filiada teoricamente à História Social e à Pedagogia Crítica, realizei um levantamento bibliográfico em plataformas digitais acadêmicas e periódicos científicos. Para composição do corpus de análise, efetivamos a prática da História Oral e da Etnografia, que, em tempos de pandemia, nos conduziram a realizar as entrevistas com auxílio de novas tecnologias digitais e ou de gravações com toda a segurança, conforme orientações dos órgãos de saúde. Metodologicamente, utilizei entrevistas através de diálogos momentos em que cada narrador respondeu sobre suas práticas educativas utilizando a oralidade a partir de memórias individuais e coletivas. No referencial teórico utilizado estão autores como: Domingues (2004), Hall (2003), Pinto (2004), Comaroff, J & Comaroff (2010), Freire (1983). O espaço escolar institucionalizado, nosso locús de estudo, a E.M.E.F Zumbi dos Palmares, traz toda uma historicidade pautada de lutas e resistências marcadas pelas memórias e práticas culturais dos povos africanos e afro-brasileiros. Nessa direção, interpretou-se os sentidos(s) da escola formal no quilombo de Igarapé Preto/Oeiras do Pará. A proposta desta pesquisa foi realizar um olhar histórico e político, isso significa que aceitamos o desafio de compreendermos o trabalho com as memórias rememoradas. Como resultados, encontramos uma cultura cotidiana enraizada nos saberes e tradições perpetuadas no território quilombola, adentrando os espaços educacionais regidos pelo Estado havendo outros espaços educacionais tradicionais que se aproximam para além do currículo formal institucionalizado em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana com a
    realidade sociocultural dos sujeitos locais visando fortalecer sentidos de pertencimentos identitários, ressignificando universo cultural quilombola para dentro e fora dos portões da escola no qual os espaços sociais se configuram num território (sócio) educativo produtor de múltiplas pedagogias. Assim, articulação entre cultura local e o processo educacional são desenvolvidos por educadores compromissados com a ancestralidade utilizando-se de práticas pedagógicas como estratégias de resistência legitimação de seus costumes e modos de vida em tempo presente.

  • ANDERSON NEYLON DE FREITAS CALDAS
  • A PARTICIPAÇÃO DOS CONSELHOS ESCOLARES DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE ENSINO MÉDIO DA 2ª URE/CAMETÁ NA GESTÃO DO PROGRAMA DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA – PDDE

  • Data: 08/12/2022
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  • O estudo analisa a participação dos Conselhos Escolares das Escolas Estaduais jurisdicionadas à 2ª Unidade Regional de Educação – 2ª URE do Pará na gestão do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. De forma a atingir tal proposito, problematiza-se a participação dos Conselhos Escolares – CE, caracterizados, agora, como Unidades Executoras próprias – UEX, no acompanhamento financeiro dos recursos desse programa, no contexto da gestão gerencial. Metodologicamente a pesquisa é de base qualitativa, desenvolvida através do estudo de casos múltiplos, considerando-se que cada conselho é um caso singular, adotando-se como técnicas a revisão da literatura e análise documental e o tratamento de dados sobre processos do PDDE, através de consultas públicas no Sistema de Gestão de Prestação de Contas (SiGPC). Dentre os documentos analisados citam-se as Portarias do MEC, Medidas Provisórias – MP, Resoluções CD/FNDE, Relatórios de Matrículas, Prestações de Contas, Relatórios do PDDEInfo, Levantamento Situacional PDDE, Estatutos. Na análise dos dados foram consultados autores, tais como Cardoso (2009), Delgado (2015), Gomes (2015), Luiz & Barcelli (2021), Machado (2017), Sudbrac (2022), Reis (2019), Yanaguita (2013), Peroni (2009), dentre outros. Os resultados dessa investigação apontam que a partir das reformas administrativas do Estado brasileiro, da década de 1990, a gestão das políticas educacionais ganhou contornos empresariais, com aparente teor democrático, influenciando fortemente a gestão da escola pública. No campo das políticas de financiamento da educação básica, o FNDE, cumprindo funções normativas, redistributivas e supletivas, promoveu a abertura para novas formas de gestão e a introdução da autonomia gerencial nas escolas, através de suas ações e programas, redirecionando a função dos conselhos escolares, que passaram a ser caracterizados como Unidades Executoras Próprias – UEx. Os resultados apontam que os Conselhos Escolares das escolas sob a jurisdição da 2ª URE atuam, prioritariamente, na implementação e gestão das ações e programas de manutenção e desenvolvimento do ensino, do FNDE, tendo limitada participação como órgão de democratização na escola. Verificou-se, a partir do estudo, que das 14 escolas que compõem a amostra de dados, atualmente, 12 encontram-se com seus conselhos ativos na Receita Federal do Brasil – RFB e 02 estão em processo de constituição de Cadastros Nacional de Pessoas Jurídicas. Dessas escolas, 06 estão com conselhos atualizados e regularizados; 06 estão regularizando suas Unidades Executoras - UEx; 01 em situação inadimplente e; 01 com cadastro vencido. Portanto, na situação atual, apenas 06 Uex estão com suas situações regularizadas e em efetivo funcionamento. A pesquisa revelou ainda que, dentre as escolas que compõem a amostra de dados da pesquisa, a EEEM Professora Osvaldina Muniz recebeu maior montante de recursos do PDDE (R$ 537.441,32) na série histórica estudada, e a Escola que recebeu menor valor foi a EEEM Magalhães Barata (R$ 23.740,00). Esses montantes, no entanto, não constituem critérios comparativos, na medida em que a periodicidade e programas descentralizados entre uma e outra escola são diferentes, bem como o quantitativo de matrículas. Conclui-se, a partir do estudo, que ainda que os conselhos escolares, caracterizados como unidades executoras sejam importantes para a gestão financeira das escolas estes precisam atuar no fortalecimento da gestão democrática destas instituições.

  • EDILENE SANTOS DE FARIAS MARTINS
  • O SISPAE E A QUALIDADE DO ENSINO: diagnóstico das escolas públicas de Ensino
    Médio no município de Breves-PA a partir da análise de indicadores educacionais (2011 a

    2020)

     

  • Data: 30/11/2022
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  • O presente texto aborda sobre a qualidade educacional auferida pelas avaliações em larga
    escala, especificamente o Sistema Paraense de Avaliação Educacional - SisPAE, a partir de sua
    implantação. Essa política pública foi concretizada pelo Programa de Melhorias da Qualidade
    e Expansão da Cobertura da Educação Básica no Estado do Pará, através de ações elaboradas
    pelo movimento Pacto pela educação do Pará, que utiliza o SisPAE como instrumento de
    regulação e controle da qualidade da educação básica paraense. Dessa forma, a pesquisa
    pretende analisar o diagnóstico de qualidade do ensino médio na rede estadual do município de
    Breves-Marajó, a partir do SisPAE, no período de 2011 a 2020. Assim, buscamos: a) conhecer
    os elementos que estão sendo considerados nas políticas públicas de promoção de qualidade
    educacional no Brasil considerando a reorganização do sistema educacional após anos de 1990;
    b) compreender o processo de implantação do SisPAE no Estado do Pará e as relações com as
    políticas de caráter neoliberal de contexto global e c) identificar, no recorte temporal de dez
    anos (2011-2020), se a implementação do SisPAE, obteve resultados pretendidos para as
    escolas públicas da região de Breves, haja vista a sua relevância destacada nas metas
    estabelecidas nos planos definidos para educação e a forte influência dos organismos
    multilaterais. Adotou-se, como procedimento metodológico, a pesquisa documental em fontes
    diversas sobre indicadores econômicos, sociais e educacionais, relatórios e contratos,
    regulamentos disponíveis em sites, órgãos oficiais do Estado e de Organizações Internacionais.
    Foi utilizado como método, a análise de conteúdo nos dados coletados através da abordagem
    qualitativa. Após as análises, verificou-se a limitação do Sistema de avaliação paraense em
    relação à qualidade educacional no período analisado. Observa-se que essa política, pautada em
    testes padronizados, converge com as orientações de organismos internacionais, ao utilizar
    instrumentos gerencialista na promoção de uma qualidade educacional. Ao legitimar o
    indicador como termômetro de qualidade educacional, sendo esse o uso de desempenho do
    aluno, revelam um caráter reducionista da educação, pois exclui fatores intra e extra-escolares
    importantes. No entanto, mesmo a análise apontando a ineficiência da educação pública no
    município, pelos baixos resultados do SisPAE, forma pela qual o mercado utiliza para
    consolidar o pensamento hegemônico sobre a educação pública, os indicadores de fluxo,
    condições de acesso e fatores socioeconômico, revelam que a desigualdade social da região é a
    variável de maior relevância nos resultados negativos na avaliação em larga escala, e não
    simplesmente a escola, professor e aluno.

  • LETICIA DOS SANTOS FURTADO
  • TERRITÓRIO EDUCATIVO DAS ÁGUAS: Os saberes viabilizados no currículo das
    escolas ribeirinhas no Arquipélago do Marajó, Pará


  • Data: 30/11/2022
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  • Este trabalho analisa o Território Educativo das águas tecendo um estudo acerca dos saberes culturais e do currículo das escolas ribeirinhas no Arquipélago do Marajó/Pará. Busca-se problematizar o currículo e os saberes culturais enquanto elementos de constituição dos sujeitos do município de Ponta de Pedras, Marajó-PA. Para tanto, procurou-se compreender essas relações a partir dos eixos de análise a educação ribeirinha, saberes culturais e currículo. Os estudos sobre currículo e a relação deste com a realidade cultural dos estudantes que vivem no município, com a finalidade de dar visibilidade aos saberes locais que constituem as identidades culturais dos ponta-pedrenses ribeirinhos. Do ponto de vista metodológico, as análises da pesquisa em questão, epistemologicamente, estão sustentadas no referencial do materialismo histórico dialético (MARX, 2008) Neste contexto, as categorias totalidade, contradição e mediação configuram-se aqui como fundamentais para a compreensão de como as relações histórico-social estruturam a materialidade dos saberes culturais que caracterizam os sujeitos ribeirinhos de Ponta de Pedras, além de vislumbrar de que modo o currículo escolar influencia na constituição do sujeito marajoara. Para discutir a concepção de currículo apoiamo-nos nas ideias de Moreira e Candau (2004, 2008), Moreira (2002, 2009, 2012); Sacristán (1995, 2012, 2013), Apple (2006), Santomé (1995, 2013), Arroyo (2011, 2012) e Silva (1995); mediante a
    categoria escolas ribeirinhas, utilizamos das concepções de Dias (2009), Lima (2011), Oliveira (2001, 2003, 2008, 2011, 2015), Carmo (2016), Pires (2016), Hage (2005, 2010, 2012, 2015), Caetano (2013), Costa (2021); por fim, para nortear a categoria saberes culturais, detemo-nos aos estudos de Rodrigues (2012), Basílio (2006) e Marín (2007), entre outros que desenvolvem estudos interligados à área de estudo desta pesquisa. Logo, esta dissertação se deu no território ponta-pedrense e teve um olhar voltado aos conteúdos curriculares estabelecidos como processo de seleção e organização, com intuito de questionar e analisar as propostas curriculares vigentes e verificar se/como os sujeitos das escolas ribeirinhas (professores e estudantes) estão
    abordando tais saberes no currículo, de modo a contribuir para o reconhecimento e fortalecimento das identidades marajoaras. Assim, averiguou-se que ainda persiste uma visão tradicional de currículo, dentro de uma perspectiva cultural conservadora. Ela fixa o conhecimento como fato, como informação. Isso é notável nas construções curriculares disponibilizadas pela Secretaria Municipal de Educação para a escola ribeirinha, com pouca ou nenhuma alteração, discussão e transformação. Por fim, adentramos na fala dos docentes ribeirinhos que vivenciam suas práticas de saberes nesse território educativo, de modo a viabilizar suas singularidades e lutas. Para tanto, foram trabalhadas as análises dos documentos curriculares trabalhados nas escolas ribeirinhas, a fala dos sujeitos da comunidade pesquisada e dos professores que trabalham com esse currículo, de forma a compreendermos acerca de como esse território educativo das águas tem dado inserção e a viabilização dos saberes locais produzidos nos contextos culturais dos estudantes.

  • RARYSON MACIEL ROCHA
  • O “NOVO” ENSINO MÉDIO E OS (IM)POSSÍVEIS IMPACTOS NO ENSINO DE FILOSOFIA NAS ESCOLAS ESTADUAIS DA CIDADE DE BREVES-MARAJÓ- PARÁ: Uma análise da Lei 13.415/2017 e do DCEPA em interface com a perspectiva docente de nível médio.

  • Data: 30/11/2022
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  • O texto aqui apresentado é resultado da pesquisa de Mestrado em Educação e
    Cultura, na linha de Políticas e Sociedade, sob o título “O ‘novo’ ensino médio e os
    (im)possíveis impactos no ensino de Filosofia nas escolas estaduais da cidade
    de Breves-Marajó-Pará: Uma análise da Lei 13.415/2017 e do DCEPA em interface
    com a perspectiva docente de nível médio”. O objetivo dessa pesquisa é compreender
    quais os possíveis impactos que ocorrerão no ensino da Filosofia nas escolas públicas
    estaduais do município de Breves-Marajó-Pará a partir do que prevê a lei da reforma
    do ensino médio e suas derivantes, em especial, o Documento Curricular do Estado
    do Pará – Etapa Ensino Médio. Metodologicamente, trabalhamos com uma pesquisa
    documental e de campo de abordagem qualitativa, tendo como corpus de análise as
    Legislações referente ao ensino médio de âmbito nacional e estadual paraense, assim
    como as narrativas orais dos docentes a partir de entrevista semiestruturada. Para
    melhor interpretação do nosso corpus de análise e alcance de nossos objetivos,
    utilizamos em nosso texto o arcabouço teórico da Análise de Discurso (AD), da linha
    francesa, em diálogo com a Pedagogia Histórico-Crítica. Como resultados da
    pesquisa, identificamos possíveis impactos negativos ao ensino da Filosofia, quais
    sejam: a perspectiva de uma não formação integral dos discentes, em razão de um
    alinhamento estrutural do DCEPA com os documentos que tratam do novo ensino
    médio de âmbito nacional; Formação de sujeito por meio de uma educação mais
    pragmática e utilitarista, terreno não fértil à filosofia; Redução da carga horária da
    disciplina/campo do saber na educação paraense; E, por fim, impacto nos conteúdos
    a serem ministrados e, consequentemente, na subjetividade docente.

  • ATHAYSE RAIANA WANZELER TELES
  • NARRATIVAS DE MULHERES SURDAS E PROCESSOS EDUCATIVOS

  • Data: 30/11/2022
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  • Esta pesquisa aborda o tema “Narrativas de Mulheres Surdas e Processos Educativos”, com o objetivo de tecer narrativas de mulheres surdas paraenses em seus processos educativos em meio às suas existências e resistências em uma sociedade patriarcal e ouvintista, visa também correlacionar o conceito foucaultiano “Escritas de si” às narrativas de vida de 5 (cinco) mulheres surdas paraenses em seus processos educativos da produção de si e com o outro. Nesse sentido, propõe-se acionar mecanismos coletivos de poder e resistência de mulheres surdas, a fim de narrar-se e reinventar-se como seres políticos na sociedade. As questões da pesquisa indagam sobre: como a mulher surda paraense se narra e tem buscado reinventar-se em meio à sociedade patriarcal e ouvintista em que vive? Como se constitui o seu processo educativo familiar e escolar e a busca por cidadania? De que forma compreende a sua condição de mulher surda na sociedade? Que desafios enfrentou ou enfrenta diante de suas expectativas de participação e emancipação na sociedade? O campo teórico dialoga com Beauvoir (1970), Foucault (2011), Klein (2019), Perlin (2003), Rago (2013), Skliar (2003), entre outros, ensaiando cruzamentos entre os estudos da Diferença em educação, especialmente os Estudos Surdos, os Estudos Foucaultianos e os Estudos Feministas, no intuito de conjeturar alianças e a visibilidade da trajetória de vida dessas mulheres surdas, através de suas narrativas, memórias e vivências que se destacam em suas áreas de atuação social e profissional. A abordagem metodológica da pesquisa é qualitativa e se baseia nas narrativas de vida na perspectiva foucaultiana da “escritas de si” e de Rago (2013) como “passagens de vida” ou “autoinvenção de si”. Os procedimentos de análise correlacionam as narrativas de si dessas mulheres surdas paraenses aos contextos das práticas sociais e educativas por elas vivenciadas, em diálogo com os autores, no intuito de trazerem à visibilidade os seus modos de vida, os desafios cotidianos enfrentados em âmbito familiar, educacional e do trabalho, assim como as resistências travadas ao regime patriarcal e ao ouvintista em nossa sociedade. Os resultados da pesquisa apontam caminhos potentes das narrativas de mulheres surdas ao encontro de uma educação inclusiva conectada aos feminismos surdos e aos debates das questões de gênero na sociedade, e contribuem para o reverberar de suas histórias e resistências, abrindo espaço para olhar a surdez como Diferença na educação (e não como deficiência). O compromisso ético e social desta pesquisa está em proporcionar a visibilidade das narrativas de mulheres surdas na educação enquanto existências coletivas, seja como participantes da pesquisa seja como autoras de suas histórias.

  • LANA RAIANA FAIAL VIANA
  • TRANSPORTE ESCOLAR RIBEIRINHO NA AMAZÔNIA:UMA ANÁLISE SOBRE OS IMPACTOS DECORRENTES DO PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO NO MUNICÍPIO DE LIMOEIRO DO AJURU/PA

     

  • Data: 30/11/2022
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  • A presente pesquisa realizou um estudo da política de transporte escolar no município de Limoeiro do Ajuru, Estado do Pará, onde se problematizou os impactos decorrentes do processo de terceirização da política do transporte escolar ribeirinho no município de Limoeiro do Ajuru. De forma geral, buscou-se analisar os impactos sofridos no Transporte Escolar que é ofertado aos alunos ribeirinhos de Limoeiro do Ajuru após a efetivação da terceirização desse serviço pelas gestões municipais. Procurou-se compreender a materialidade desta política, a partir do Materialismo histórico e dialético utilizando as categorias analíticas – totalidade, mediação e contradição. A pesquisa de campo também se fez necessária enquanto percurso metodológico, durante a qual, utilizou-se como instrumentos para a coleta de dados, documentos e entrevista semiestruturada. As discussões teóricas da pesquisa estão assentadas em teóricos como, Pergher (2014), Ribeiro e Jesus (2015), Silva e Pereira (2016), Carmo et al. (2020), Carmo (2016), Martins (2010), Cunha (2019), Santos (2017), Lacombe (2018), Queiroz (1998), Haddad (2008), Melgarejo e Shiroma (2019), Souza (2015), Junior (2018), entre outros. A complexidade na oferta de Transporte Escolar a alunos ribeirinhos situados no contexto amazônico, como é o caso de boa parte da população escolar de Limoeiro do Ajuru, em conjunto com o baixo investimento Federal nessa política, podem contribuir para sua fragilização e/ou inexistência e, consequentemente, impactar negativamente no acesso e na permanência desses alunos na escola. Aliado a isso, concluímos que a estratégia de terceirização do Transporte Escolar ribeirinho adotada em Limoeiro do Ajuru a partir do ano de 2016, tem sido decisiva para a precarização dessa política pública no referido município. Essa precarização tem sido refletida especialmente nas condições estruturais das embarcações utilizadas no Transporte Escolar que, no geral, estão totalmente fora dos padrões exigidos por lei. Ademais, os baixos salários repassados aos barqueiros, os longos trajetos percorridos por eles e o fato desses profissionais terem que arcar com despesas referentes ao combustível, tem-se levado cada vez mais, à utilização de pequenas embarcações sem qualquer equipamento de segurança como coletes salva-vidas, o que acarreta em superlotação e consequentemente em iminente risco para a vida de milhares de crianças e adolescentes atendidos diariamente pelo Transporte Escolar no município. Outro impacto da terceirização identificada durante a presente pesquisa, encontra-se nas relações existentes entre as empresas terceirizadas e os barqueiros. Por não possuírem frota própria, as empresas contratam esses profissionais juntamente com suas respectivas embarcações. Não obstante, além dos baixos salários recebidos, esses sujeitos não são amparados por qualquer direito trabalhista como férias, décimo terceiro salário, repouso remunerado, FGTS, entre outros. Desse modo, por meio da execução da oferta de Transporte Escolar em Limoeiro do Ajuru, evidencia-se que a parceria público-privada materializada pela terceirização, despreza por completo os aspectos qualitativos em função do lucro.

  • PABLO CARDOSO MAIA
  • A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NA EDUCAÇÃO E POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS SOBRE O ADOECIMENTO DOS DOCENTES

  • Data: 30/11/2022
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  • Estamos em uma época de globalização, em que, cada vez mais, os trabalhadores são explorados pelas grandes corporações, as quais, objetivando aumentar seus lucros a partir da nova organização do trabalho e da globalização do mercado, causam consequências políticas, econômicas, sociais e educacionais. Toda essa gama de consequências afetaram os docentes através das reformas educacionais que implementaram conceitos de produtividade, eficácia, excelência e eficiência assentados nas novas teorias administrativas aplicadas ao campo pedagógico, tais exigências são cobradas do professorado em um contexto de escolas sucateadas e com pouco recurso material e pessoal, levando o professor ao sofrimento e adoecimento biopsicossocial mediante tal cenário. Nesse sentido, nosso estudo visa se debruçar sobre esse contexto da precarização do trabalho para poder entender o adoecimento dos docentes. Assentamo-nos, desse modo, na seguinte temática: A precarização do trabalhado na educação e possíveis consequências sobre o adoecimento dos docentes. O objetivo geral da pesquisa é analisar a precarização do trabalho como condição desencadeadora do adoecimento psicossomático dos professores, e este sintoma como linguagem de protesto fruto das ações do nosso incosncinete no dia a dia dos docentes da rede pública de ensino. De modo mais específico, objetivamos: a) verificar as relações entre precarização do trabalho e sofrimenti/ adoecimento biopsicossocial na população docente; b) interpretar como as condições desestruturantes do trabalho desencadeiam os sintomas psicossomáticos nos professores; c) analisar quais os prejuízos individuais e coletivos que os sintomas psicossomáticos causam. Utilizamos a seguinte metodologia – pesquisa bibliográfica; explicativa; qualitativa; amostragem do grupo pesquisado e com análise de conteúdo – sob a referência da abordagem materialismo histórico dialético. Sendo utilizado para coleta de dados do fenômeno pesquisado um roteiro de entrevista que foi entregue aos docentes para que estes expressassem suas opiniões subjetivas acerca do contexto ao qual são submetidos no processo laboral. Os resultados de nossa pesquisa sinalizam que a) há uma relação direta entre precarização do trabalho e adoecimento dos docentes, sendo que, dentre alguns dos sentimentos/sintomas mais presentes nesse público, está a insatisfação crônica, a desesperança na mudança da realidade, o aparecimento de estratégias de defesa para o autoconvencimento e a aceitação das condições de trabalho e a normalidade sofrente; b) que as condições desestruturantes da organização do trabalho na educação pública leva os docentes ao adoecimento como efeito da incongruência entre estrutura precarizada e exigência de eficácia na sua produtividade; c) que os docentes, além do adoecimento psicossomático, lidam com prejuízos sociais, econômicos e afetivos, com a dificuldade de organização da categoria para enfrentar a exploração vivida, sendo real os afastamentos sistemáticos de seus postos de trabalho devido o sofrimento emocional com desdobramentos em doenças psicossomáticas; d) também alcançamos, como resultado, a compreensão de que há todo um processo de moldagem do comportamento de servidão no trabalhadores em geral, assim como nos docentes, através da submissão à ideologia da classe dominante embasada na economia globalizada - alienação pautada em um tradição que leva o trabalhador a ter uma postura de mansidão e conformismo perante as injustiças vividas no trabalho, além de identificar estratégias que a gestão municipal utiliza como estender o tempo de negociação, e assim, enfraquecer as reinvindicações dos docentes colocando a população em posição de insatisfação com a classe docente. Nossa pesquisa atingiu nossos objetivos e confirmou nossas hipóteses de que a precarização do trabalho tem um efeito direto sobre a dinâmica saúde-doença do docente que vive um contexto de educação pública de sucateamento, o qual, em nosso entendimento, reflete a visão da educação como um mercado a ser explorado, cujo efeito mais imediato é a privatização dessa área.

  • LAURA SOPHIA CRUZ DE ANDRADE
  • O FECHAMENTO DE ESCOLAS DO CAMPO: UM ESTUDO A PARTIR DA REALIDADE DO MUNICÍPIO DE CAMETÁ-PA

  • Data: 29/11/2022
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  • Este estudo investigou o fechamento de escolas do campo no município de Cametá-PA, teve como principal objetivo, identificar as causas que têm levado ao fechamento de escolas do campo no município. Nos procedimentos metodológicos, usou-se o Estudo de Caso e a Análise de Conteúdo. Pautou-se na pesquisa qualitativa, como técnica de coletas dos dados usou-se a entrevista semiestruturada. Teve como aporte teórico o Materialismo Histórico Dialético, a qual nos permite compreender a ocorrência de inúmeros fenômenos sociais identificando assim, suas raízes e como esta se relaciona com os demais processos, que ocorrem na sociedade. Os resultados apontam que discutir acerca da Educação do Campo em particular sobre o fechamento de escolas é potencializar as lutas dos povos do campo em defesa da educação. É neste sentido, que este estudo buscou realizar esta discussão dando ênfase a luta dos movimentos sociais e sindicais, que tem se fortalecido cada vez mais, na defesa da permanência da escola do campo com qualidade. O fechamento de escolas no município é um processo cada vez mais crescente, nos últimos dez anos foram fechadas setenta e seis (76) escolas, o que revela um número bastante assustador quando se analisa a composição geográfica do município de Cametá. Identificamos a urgência que se tem em criar políticas específicas para a Educação do Campo, pois, observou-se, que mesmo o município não assumindo oficialmente a nucleação de escolas, este processo tem sido intenso e o único fator, que se tem levado em consideração para a concretização deste processo é a ausência de uma estrutura física adequada. Neste contexto ressalta-se a contrapartida dos movimentos sociais e sindicais, que tem constituído no município como referências na luta para que as demandas de seus povos sejam atendidas principalmente no que se refere ao processo educacional destes.

  • MERIAN DE CRISTO LOBATO
  • A SUBJETIVIDADE DA PESSOA SURDA NA ESCRITA DO PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA: CONSTITUIÇÕES, EDUCAÇÃO E SURDEZ

  • Data: 28/11/2022
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  • A pesquisa intitulada “A Subjetividade da Pessoa Surda na Escrita do Português como Segunda Língua: Constituições, Educação e Surdez” apresenta a análise de textos escritos por jovens Surdos e Surdas participantes do Projeto “Laboratório de Ensino de Língua Portuguesa para Surdos” que aconteceu através do Grupo GEPEES1. O objetivo do projeto foi proporcionar ao Surdo/a o desenvolvimento da linguagem escrita em português, como forma de contribuir e melhorar o desenvolvimentos das aprendizagens, nessa, que para eles é uma segunda língua, em virtude da grande dificuldade apresentada por eles ao escrever. Dificuldade essa, constatada a partir dos diálogos estabelecidos com a comunidade surda a partir de outros projetos, assim como, evidenciadas desde o primeiro registro escrito solicitado no primeiro momento do encontro. As análises dos textos escritos proporcionaram esta investigação que possui como objetivo principal: compreender a subjetividade de pessoas Surdas por meio da produção de sentidos e significados que emergem das produções escritas em língua portuguesa como segunda língua. E, como objetivos específicos: realizar reflexão teórica sobre a educação de Surdos, sobre o processo de inclusão e sobre os debates em torno desse tema; Discutir a questão da subjetividade e assim nortear as análises desta pesquisa a partir do olhar do material escrito, do processo de elaboração desse produto chamado produção escrita. Como metodologia utilizei a perspectiva histórico cultural de Vygotsky (1983) que, aliada aos estudos de autores que se debruçam sobre este tema e aos pressupostos da análise etnográfica subsidiaram esta pesquisa. O projeto que deu origem a esta investigação foi elaborado a partir de abordagens interacionistas e estratégias pedagógicas que partiram da compreensão da pessoa Surda como detentora de especificidades culturais onde foram desenvolvidas atividades mediadas pela língua de sinais. Assim, conclui-se a partir da análise da escrita surda, que ela apresenta vozes das subjetividades constituídas nas relações intersubjetivas nos contextos sócio, cultural e educativo, ora afirmando a subjetividade linguística adquirida ao longo da vida através língua de sinais, ora apresentando na materialidade escrita, a Língua Portuguesa a partir do reconhecimento e da relevância linguística que essa nova língua pode possibilitar para que ele(a) amplie o campo das aprendizagens.

  • SANDRO HENRIQUE RODRIGUES MENEZES
  • DESENHARES CARTOGRÁFICOS: PROCESSOS EDUCATIVOS DE UMA PRÁTICA PSI COM ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO DE CAMETÁ-PA

  • Data: 28/11/2022
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  • A presente dissertação parte de inquietudes que perpassam o cotidiano de um serviço de psicologia público, onde demandas da vida adolescente nos advertem sobre os não-saberes desta adolescência, que se apresenta demarcada nas tramas e no tecer de narrativas e discursos hegemônicos, atravessados por questões de gênero, de violências simbólicas e estruturais, por demandas socioeconômicos, de saúde e/ou educação, que mais oprimem do que possibilitam a estes adolescentes vivenciarem seus potenciais criativos e inventivos. Todavia, tais demandas, surgidas em princípio como ―problemas‖ ou ―distúrbios‖ de aprendizagem e conduta, tornam-se mote para se falar de relações abusivas e/ou preconceituosas e discriminatórias vivenciadas em angústias e ansiedades, em ideações e/ou em tentativas de suicídio. Vivências re-velada no próprio corpo (pele) adolescente, em autolesões provocadas intencionalmente como mecanismo paradoxal de alívio destas angústias. Neste sentido, os desenhares, como prática psi, objetiva abrir perspectivas outras que promovam uma escuta reflexiva da adolescência, acerca das transformações possíveis a partir de um espaço e de uma prática psi, e de processos educativos neles envolvidos, que se dispõem como registro e acolhimento destas narrativas esclarecedoras/transformadoras tanto deste lugar psi, quanto da própria existência desta adolescência, afetada em sua historicidade pelo avanço tecnológico/midiático, frente às mudanças econômicas, pela precarização e dificuldades de acesso aos serviços públicos com qualidade e equidade e pelas expropriações de seus territórios. A pesquisa produz um mapa aberto, uma pesquisa em fluxo contínuo de construção, que encontra aberturas para ser/existir emergindo dos traços de desenhos das(os) usuárias(os) do serviço de psicologia, nas quais a perspectiva cartográfica, conjugada com os desenhares aqui registrados, trazem, em diferentes momentos e circunstâncias, potencialidades reflexivas para as questões da/nas interconexões entre clínica e educação, educação e cultura, e cultura e clínica em face à adolescência. Uma prática que possibilita a (re)criação de vidas plenas e (re)criativas na atual conjuntura, marcada por desigualdades, silenciamentos e, pelas narrativas perversas que incidem sobre a adolescência brasileira. Portanto, a pesquisa registra através de uma cartografia destas adolescências, a partir das produções de desenhos, a (re)constituição dos processos de construções discursivas/narrativas destes, a possibilidade se compreender como estas se apresentam, como se constituem e, como acontecimentos/fatos cotidianos da adolescência cametaense atravessam estes desenhos-narrativas em suas intensidades existenciais. Com os desenhares busca-se possibilitar agenciamentos para a adolescência cametaense, e promover uma clínica da vida, como espaço de ampliação do potencial criativo e inventivo, na qual seja possível uma adolescência realçada em suas intensidades afetivas, como elemento/instrumento de resistência, amplificadora de espaços de liberdade e como potência de resistência e afirmação da vida. Considera-se deste modo que os desenhares contribuem para a ressignificação da relação adolescente-sociedade, podendo re-estabelecer transversalmente pelo desenho conexões perdidas, distorcidas, ignoradas (silenciadas) pelo ―social‖. Pois esta prática tem permitido aos adolescentes experimentarem percursos novos e a construção de novos sentidos existenciais por vias próprias. Não obstante, considera-se que os desenhares se mostram, no trabalho com adolescentes (com a adolescência), uma aposta potente de produção de sentidos existenciais e linhas de fuga, de desterritorializações, nos adolescentes e em nós mesmos.

  • MARIA DO SOCORRO DOS SANTOS LOBATO
  • A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS NO CURRÍCULO DE FORMAÇÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA NA PERCEPÇÃO DE PROFESSORAS E PROFESSORES DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR (IES) DO BRASIL

  • Data: 23/11/2022
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  • Neste trabalho pesquisamos sobre a educação das relações étnico raciais no currículo de formação do Curso de Pedagogia na percepção de professoras e professores de Instituição de Ensino Super ior (IES) do Brasil. Nesse sen tido, essa pesquisa tem o objetivo geral de analisar a implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro Brasileira e Africana DCN-ERER (Parecer CNE/CP Nº 01/2004), a partir de pesquisa realizada com professoras e professores do Curso de Pedagogia de IES do Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa bibliográfica, sendo que, para a compreensão dos estudos sobre Educação das relações étnico raciais, utilizamos os seguintes referenciais teóricos: Gomes (2005; 2007), Guimarães (2004), Munanga (2003; 2010), Oliveira (2010; 2015), Pinto (1987; 1992), Santos (2005; 2006), Schuwarcz (1993), Skidmore (1976), Gonçalves (2021); Muniz e Santos (2021). Além desses, utilizamos também documentos legais e artigos que se fazem presentes na literatura a favor da temática em questão, em especial, a Lei nº 10.639/2003, a Lei nº 11.645/2008, a Lei nº 9394/96 (LDB), as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro Brasileira e Africana. Para a compreensão dos estudos sobre Currículo, utilizamos Silva (2011) Candau e Moreira (2008). Sobre o Curso de Pedagogia, utilizamos, por sua vez, os estudos de Libâneo (Além da pesquisa bibliográfica, para analisar a implementação das DCN-ERER nos currículos de formação dos cursos de pedagogia, utilizamos como técnica de pesquisa um questionário semiaberto ( perguntas fechadas e abertas) elabora do por meio da ferramenta Goog le Forms, o qual foi encaminhado via e mail para as IES do Brasil, obtendo a participação de 53 (cinquenta e três) professoras e professores. Para a elaboração da metodologia dessa pesquisa, recorremos a Severino (2013, 2016) e Mota (2019). Os resultados apontam que a maioria das professoras e professores das IES pesquisadas reconhecem a importância do trabalho com a temática, o qual surge com mais evidência nas práticas educativas de uma minoria, duas décadas após a aprovação da Lei nº 10.639/2003, já modificada pela Lei nº 11.645/2008. Com isso, acreditamos que há relevância na confirmação da hipótese de que os cursos de formação em Pedagogia têm aplicado em seus currículos de ensino a inclusão de conteúdo para a educação das relações étnico raciais. Porém, a inclusão, em sua maioria, é resultado da prática pedagógica de professoras/es que se autodeclaram como negras/os e de algumas professoras/es não negras/os sensíveis a o tema.

  • LUCAS ALVES SILVA
  • PERCEPÇÕES DOS ESTUDANTES NEGROS QUILOMBOLA SOBRE SUAS IDENTIDADES ETNICO-RACIAIS NA ESCOLA DA COMUNIDADE REMANESCENTE DE QUILOMBO SÃO JOSÉ DA POVOAÇÃO

  • Data: 22/11/2022
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  • A pesquisa ocorreu na Comunidade Remanescente de Quilombo São José da Povoação, no Rio Mutuacá, interior do Município de Curralinho, Estado do Pará. Tendo-se como questionamento central as experiências que os estudantes quilombolas apresentam sobre suas identidades étnico-raciais apreendidas na escola da comunidade. Objetivando compreender a percepção dos estudantes quilombolas sobre suas identidades étnico-raciais apreendidas a partir da educação formal. A pesquisa teve como objetivo geral analisar as experiências dos estudantes quilombolas sobre suas identidades étnico-raciais tendo em vista a educação escolar na comunidade. Como objetivos específicos buscou-se perceber as experiências dos estudantes negros quilombola no contexto escolar; compreender como a educação formal influencia no processo de entendimento e combate ao racismo; identificar qual o entendimento dos estudantes quilombolas que passam pela escola em relação à construção de sua identidade étnico-racial; e questionar o papel da escola instalada na comunidade, destacando se esta é para a comunidade ou apenas objeto representativo do poder do Estado. Usou-se a metodologia de pesquisa qualitativa e como instrumento de coleta de dados a entrevista aberta gravada. Sendo sujeitos da pesquisa moradores da comunidade que experienciaram ou ainda vivenciam diferentes níveis de educação formativa na escola da comunidade. A relevância acadêmica se justifica a partir da necessidade da análise e compreensão do processo de formação identitária das comunidades quilombolas a partir do processo formativo com a atuação da educação formal. A justificativa social se contempla ao considerar a visibilidade da comunidade e os caminhos que poderão ser percorridos a partir dos resultados do presente estudo. Os resultados apresentam grande relevância no sentido de compreender o papel formativo da educação como instrumento para a transformação social, para a compreensão do fenômeno do racismo e para a formação da identidade étnico-racial dos alunos que tem a oportunidade de experienciar a educação os processos educacionais a partir da realidade de uma comunidade quilombola em uma sociedade altamente racista e preconceituosa.

  • SILVALDO PRESTES PINTO
  • A POLÍTICA DE ESCOLHA DE DIRETORES NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE CAMETÁ – PA (2017-2022)

  • Data: 14/11/2022
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  • O presente estudo analisa a política de escolha de diretores escolares em duas escolas ribeirinhas
    da rede municipal de ensino do município de Cametá entre os anos de 2017 a 2022. Trata-se de
    estudo de caso em abordagem qualitativa que utilizou como instrumento de coleta de dados
    análise documental, entrevistas semiestruturadas e observação participante. Os sujeitos
    entrevistados foram dois diretores escolares, dois coordenadores pedagógicos e um professor,
    todos do quadro efetivo da rede municipal de ensino de Cametá/PA. Os principais documentos
    analisados foram: a Lei Orgânica do município de Cametá (1996); O Plano de Cargos Carreira
    e Remuneração dos servidores da educação do munícipio de Cametá (PCCR/2012); o Plano
    Municipal de Educação de Cametá (PME/2015); e o Parecer no 3/2021, que dispõe sobre os
    critérios e procedimentos para nomeação/designação de gestores escolares, professores
    responsáveis, vice-diretores, coordenadores pedagógicos e orientações gerais das diretrizes
    educacionais referente ao âmbito da Rede Municipal de Ensino de Cametá. Em relação ao
    referencial teórico, utilizamos os conceitos de gestão escolar e clientelismo. No debate sobre
    gestão escolar, utilizamos os estudos de Libâneo (2001; 2004; 2007), Paro (2007; 2010), Souza
    (2006), e Lück (2006). Para a reflexão sobre conceito de clientelismo, utilizamos os estudos de
    Bahia (2003), Carvalho (1997), Bezerra (1999), Bastos (2017). Os resultados da pesquisa
    demonstram que a legislação municipal apresenta propostas para a realização de eleições para
    diretores escolares, no entanto, ao mesmo tempo, concede respaldo para o governo municipal
    indicar os diretores escolares de sua rede de ensino, desde que esses profissionais preencham
    os requisitos previstos na lei. A indicação política é o modelo de escolha utilizado para
    provimento do cargo de diretor nas duas escolas ribeirinhas pesquisadas. Ademais, os
    vereadores são os atores políticos que indicam os diretores escolares nessas escolas, sendo
    preciso um grande envolvimento do diretor escolar nas campanhas eleitorais dos candidatos
    para que o benefício do cargo lhe seja concedido. Por fim, segundo a percepção dos diretores,
    a forma de acesso ao cargo, a indicação política, influencia a gestão nessas duas escolas,
    limitando a autonomia do diretor.

  • TAMIRES BRITO PANTOJA
  • EDUCAÇÃO SUPERIOR EM TEMPOS DE DISTANCIAMENTO SOCIAL: os desafios do trabalho docente na Universidade Federal do Pará - Campus Universitário do Tocantins

  • Data: 06/10/2022
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  • Esta pesquisa analisou o trabalho docente e as implicações advindas da adoção do ensino remoto na Universidade Federal do Pará - Campus Universitário do Tocantins, bem como identificou as condições do (tele)trabalho docente no ensino superior e as implicações nas práticas pedagógicas no Campus Universitário do Tocantins, além de buscar compreender quais as estratégias foram adotadas pelos docentes para mediar as atividades remotas. As categorias trabalho e trabalho docente vêm sendo debatidas por muitos autores que norteiam o debate acerca da temática, onde buscamos referência em Marx (2017; 2008; 2006), Antunes (2022; 2021; 2020; 2009; 2008)), Frigoto (2010), Vieira Pinto (2005), Braga (2009), Fidalgo (2009), Duarte (2008), Magalhães (2021), Saviani e Galvão (2021), Mancebo (2010; 2020), Maués (2015; 2016; 2021), Bridi (2020); Prazeres (2016), dentre outros. Buscou-se embasamento no materialismo histórico, referenciado pela abordagem qualitativa, adotando como técnica de coleta de dados a análise documental e entrevista com docentes da Universidade Federal do Pará/ Campus Universitário do Tocantins. Os resultados das discussões sobre trabalho docente indicam que a adoção ao ensino remoto possibilitou e condicionou formas de precariedade e intensificação ao trabalho docente e isso reverbera em precarização e intensificação das condições de trabalho dos docentes em consequência da sobrecarga das jornadas de trabalho. Os dados empíricos apontaram que os docentes não tinham formação para atuar no ensino remoto, e, com isso, tiveram inúmeras dificuldades quanto ao acesso e uso das tecnologias. Identificou-se, também, que houve a mudança do local de trabalho que passou a acontecer na residência dos docentes e, com isso, estes passaram a custear todos os gastos com o trabalho, assemelhando-se com o trabalho uberizado. Houve uma intensificação do trabalho docente com atividades que já aconteciam no presencial, mas que, com o ensino remoto, trouxeram outras demandas. Os dados empíricos apontaram que houve com o ERE adoecimentos por parte dos docentes, tanto físico quanto emocional. Evidenciou-se também, que os docentes passaram a usar, ainda mais, as tecnologias a partir dos grupos de WhatsApp e das plataformas digitais, como estratégias necessárias para desenvolver as atividades remotas.

  • KARLYANE MAYRA BRITO WANZELER
  • MULHERES, FEMINISMO E SABERES TRADICIONAIS

  • Data: 05/08/2022
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  • O presente estudo visa refletir sobre a história de luta, de resistência e de saberes tradicionais de mulheres (da Cooperativa Agroindustrial e Extrativista das Mulheres do Município de Cametá (COOPMUC), no Baixo Tocantins, tendo como referência as atividades desenvolvidas por algumas dessas mulheres, objetivando compreender, a partir da memória em consonância com os relatos orais, as formas de transmissão de conhecimentos tradicionais, saberes e práticas, que demonstram ter resistido às constantes tentativas de “apagamento”. Da mesma forma, que se propõe conhecer a compreensão atribuída por essas mulheres à saúde, assim como, os processos educativos por elas desencadeados, buscando identificar os saberes e as práticas quem desenvolvem a respeito do emprego de plantas medicinais voltadas para a autonomia do cuidado da saúde, verificando como se dá o processo de interação entre o saber científico e o saber popular. Metodologicamente, a constituição da pesquisa se baseia em narrativas orais, que refletem um conjunto de várias vozes, buscando verificar de que forma as práticas tradicionais de cura intervém na saúde local e atuam no cuidado com o corpo; como são compreendidos e interpretados dentro da comunidade, bem como, demonstram outras especificidades que refletem relações de gênero e de poder dentro da sociedade. Para tanto, fez-se necessário recorrer a levantamento bibliográficos e estudos de obras referentes às questões envoltas sobre o tema da saúde, tratando-se sobretudo do contexto amazônico, permeado da influência de povos indígenas, negros e seus descendentes, que aí vivem. Daí a necessidade do auxílio de um arcabouço teórico que ajudem dialogar acerca de práticas, vivencias e saberes tradicionais no trato com ervas e plantas medicinais na produção de remédios, no trato da saúde da gente dessa região, que vivem longe dos centros urbanos. No mesmo sentindo, utilizou-se estudos de autores que abordam as temáticas gênero, feminismo, saberes tradicionais, memória, cultura, entre os quais destacam-se: Nobre (2003), Safiotti (2013), Hall (2006), Balman (2012), Barth (2000), Langdon (2010), Chalhoub (2003), Santos (2018), Polak (1992), Pinto (2004), Freire (1987), dentre outros. Desta forma, o presente trabalho trata-se de uma investigação de cunho qualitativo, ancorado na abordagem de história oral, que contou com o uso de entrevistas semiestruturadas, além da observação da vivência do cotidiano de algumas das mulheres entrevistadas. Dados preliminares da pesquisa deixam evidente que as relações interpessoais existentes, que delineiam traços que comportam as estruturas sociais, e que revelam laços de solidariedade, patriarcado, feminismo, questões de gênero e resistências por meio da cultura proporcionada pelas práticas tradicionais de cura.

  • NALVA MARIA PACHECO DE SOUZA
  • PROGRAMA PERMANÊNCIA NO CONTEXTO DO PROGRAMA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL – PNAES: IMPLICAÇÕES PARA O PERCURSO ACADÊMICO DE ALUNOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ- UFPA, DO CAMPUS DO MARAJÓ/BREVES

  • Data: 08/07/2022
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  • Este texto é resultado de pesquisa de mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura – PPGEDUC, da Universidade Federal do Pará- Campus Universitário do Tocantins/Cametá. O objetivo geral foi analisar o Programa Permanência no contexto do Programa Nacional de Assistência Estudantil – PNAES, tendo em vista as implicações no percurso acadêmico de alunos do Campus de Breves em relação ao desempenho, permanência e conclusão do curso de graduação, no período de 2014 a 2021. Metodologicamente, a pesquisa seguiu as orientações da abordagem qualitativa quanto ao uso das técnicas de coleta de dados – revisão da literatura sobre o tema, análises documentais e aplicação de formulários aos sujeitos informantes. O referencial analítico pauta-se em categorias do materialismo histórico e dialético, tais como historicidade, contradição, movimento, totalidade, mediação em vista de tratar de um fenômeno social como objeto que recebe influências socioeconômicas, políticas com ideologias que demarcam interesses particulares numa sociedade capitalista marcada pelas lutas de classes. Os fundamentos se apoiam em autores, tais como Frigotto (2015), Fávero (2004; 2006), Coelho (2008), Leão (2019), Silva Jr., e Imperatori (2017), Bezerra (2014), Sguissardi (1999) e Bourdieu (2007), subsidiando as categorias encontradas em documentos. O estudo revelou que o Programa Permanência é importante e contribui para a democratização da educação superior no Marajó/Breves, mas mostrou, também suas fragilidades para evitar a retenção e evasão. Evidenciou-se que a taxa de sucesso de alunos do Campus de Breves, de forma geral e dos beneficiários do Programa Permanência é, ainda baixa em relação aos que concluem o curso dentro do tempo definido pelos PPCs. Sobre o desempenho acadêmico verificou-se uma relação com os resultados do processo formativo, não sendo uma medida fiel desses resultados ou contingencial em vista de que a inclusão de alunos socialmente vulneráveis na educação superior por si só já é um desempenho alcançado para a população de Marajó/Breves. Todavia, verificou-se que há uma variação no rendimento de alunos entre os semestres de cada ano letivo, mas esse rendimento se mantém em um status bom, de modo que em 2017 evoluiu para excelente nos dois semestres. Relacionando o desempenho acadêmico aos conceitos de capital cultural e científico é possível afirmar que existem avanços a partir do PP sob a gestão da UFPA, concebida como uma universidade plural, inclusiva e democrática. Concluímos que o número de beneficiários do PP e de outras ações de assistência estudantil, na série histórica da pesquisa é muito pequeno frente a demanda dos / as discentes do CUMB que se incluem no perfil, sendo necessário, o aumento dos recursos financeiros do PNAES, para que possa atender o conjunto de alunos que se enquadram no perfil socioeconômico do Programa. É necessário, também, uma recomposição dos valores de bolsa, para que acompanhem, ou no mínimo, se aproxime das taxas de inflação do país.

  • RHANA BEATRIZ MAIA DE FREITAS
  • A CABANAGEM EM CAMETÁ (1835-1840): OUTROS OLHARES E NOVAS ABORDAGENS NOS DISCURSOS E CONTEÚDOS ESCOLARES

  • Data: 30/06/2022
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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar a produção e reprodução de textos e imagens relacionados ao tema da Cabanagem nos livros didáticos e paradidáticos, buscando a forma com que esse conteúdo é trabalhado pelos professore nas escolas de Ensino Fundamental da cidade de Cametá. Assim como, refletir a respeito das discussões bibliográficas e vertentes teóricas existentes sobre a Cabanagem em Cametá e as atualizações historiográficas já realizadas em que sujeitos cabanos se tornam parte dessa história, problematizando a versão hegemônica construídas pelas elites locais. Para concretizar esses objetivos utiliza-se o apoio teórico- metodológico de autores que discutem o movimento cabano, como: Raiol (1970), Salles (1992), Di Paolo (1990) e Ferreira (1999). Assim como, autores cametaenses e memorialistas, como: Barbosa (1998), Tamer (1998), Mocbel (1985) e Cardoso (2014). Buscando a caracterização dos livros didáticos e dos currículos escolares são usados autores como: Bittencourt (1998;2008), Saviani (2016) e Arroyo (2013). A base teórica para analisar o imaginário cametaense sobre a Cabanagem, que contém o mito da Samaumeira, o título de “Cidade Invicta”, a imagem heroica de padre Prudêncio das Mercês Tavares e o Painel/Monumento “Resistência à Cabanagem”, são os estudos de Néstor Canclini (2008) e Eric Hobsbawm (1997). Acrescido de documentos oficiais disponibilizados pelo Arquivo Público do Pará e pelo Arquivo da Diocese de Cametá. Dados da pesquisa demonstram que o imaginário anti- cabano construído em Cametá se faz muito presente, mas inúmeras reflexões já contestaram sua existência. E por meio dos livros didáticos pouco é possível ampliar as discussões sobre esse acontecimento, sendo muito importante o papel do professor nessa mediação. Esse imaginário anti-cabano construído pela elite pós-Cabanagem em Cametá, e mantido pelos memorialistas cametaenses, ainda é muito vivo, estando nos trabalhos sobre o tema e na sala de aula, mas muitas críticas e reflexões já foram realizadas a esses símbolos que apresentam somente um lado da história cabana em Cametá. Essa não é uma realidade somente dos monumentos e praças, mas sim dos livros didáticos, que em sua maioria, se concentram em simplificar processos complexos, que pouco ajudam em uma análise mais ampla dos acontecimentos históricos, ainda mais sendo regional e na Amazônia. Os currículos escolares se mantem como grades, e a sala de aula como espaço de resistência.

  • ADJALMA NASCIMENTO RAMOS
  • UM ESTUDO SOBRE O CURRÍCULO DA ESCOLA COMUNITÁRIA CASA FAMILIAR RURAL DO MUNICÍPIO DE BREVES:
    Uma análise dos impactos produzidos pelos arranjos curriculares formativos na turma
    egressa de 2013.

  • Data: 30/06/2022
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  • A presente pesquisa, intitulada “Um Estudo sobre o Currículo da Escola Comunitária Casa Familiar Rural do Município de Breves: Uma Análise dos Impactos Produzidos pelos Arranjos Curriculares Formativos na Turma Egressa de 2013”, busca oportunizar reflexões sobre os impactos do currículo da escola CFR de Breves na vida dos alunos egressos de 2013. Como problemática de pesquisa trago a seguinte indagação: De que forma os arranjos curriculares formativos da CFR impactaram na vida social dos alunos egressos do Curso Técnico em Floresta, levando em consideração suas atuações em sociedade a partir do ano de 2013? O estudo objetiva refletir acerca do currículo formal, descrevendo suas implicações para a formação cidadã, considerando os sentidos da Produção e da Reprodução da escola em sociedade. Para alcançar o objetivo geral proposto, tem-se ainda três objetivos específicos, a quais apresentamos: 1) Compreender a partir do PPP, de que forma o currículo dialogou com os modos de vidas dos ribeirinhos no contexto da Educação do Campo; 2) Analisar os impactos gerados pelo currículo escolar na vida dos egressos em sociedade, a partir das suas concepções; 3) Refletir sobre as vozes dos principais atores no processo de formação dos jovens egressos. O referencial teórico utilizado enquanto base na produção dos capítulos giram no entorno das contribuições de autores como: Moreira, Silva (1999); Petitat (1994); Brandão (1988); Gil (2008); Hage (2006); Arroyo (1999); Lopes, Macedo (2010). Quanto a metodologia, optou-se por uma abordagem qualitativa com ênfase na Pesquisa Participante, por entendermos que essa estratégia de investigação possibilita mais a compreensão e o aprofundamento das especificidades e das necessidades básicas das populações camponesas, das populações tradicionais e dos agricultores. No caso da pesquisa em tela o fenômeno a ser investigado, em específico, é os impactos produzidos mediante a implementação dos arranjos curriculares formativos da Escola CFR na vida dos alunos egressos de 2013. Incluindo ainda nesse processo metodológico a pesquisa de campo, o questionário semiaberto e a entrevista semiestruturada, esses instrumentos foram fundamentais na coleta de dados. O material produzido na interação de campo, foi posto em apreciação através da análise documental. As reflexões teóricas presente no texto, permitem indicar que o currículo de uma instituição educacional pode ser materializado de forma crítica, reflexiva e autônoma, tornando a escola com sentido produtivista. Entretanto, essa mesma instituição pode implementar um currículo automatizado, técnico e acrítico, tornando a escola com sentido reprodutivista, gerando assim a manutenção da sociedade capitalista. Dentro dessa compreensão a escola tona-se dualista na sociedade, pois pode praticar um currículo na linha produtivista ou na linha reprodutivista, ou nas duas linhas de forma concomitante, ou mais ainda tencionando de forma negativa somente para a vertente reprodutivista, essa premissa torna-se um agravo no campo educacional. No caso especifico da escola em tela, os dados da pesquisa evidenciaram que os arranjos curriculares formativos impactaram na vida social dos egressos de 2013 de forma mais positiva do que negativa.

  • ADEMILSON FILOCREAO VEIGA
  • TRANSESCRITAS DA DIFERENÇA: Movimentos para Transcriar a Educação com Clarice Lispector e Virginia Woolf

  • Data: 28/06/2022
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  • Transescritas de Virgínia Woolf e Clarice Lispector impulsionam pensamentos para transcriar a educação, por meio dos devires-escritura suscitados nas obras Mrs. Dalloway (2017) e Orlando (2014), de Woolf, e A paixão segundo GH (2009) e A hora de estrela (1998), de Lispector. A articulação pela qual a arquitetura desse estudo se move consiste em vibrar, a partir das transescritas Lispectorianas e Woolfianas, deviresescritura com movimentos do pensar e do criar, e a partir deles, compor e mobilizar tanto a literatura quanto a educação, em pensamentos sem imagem que nos instigam a um transcriar a educação por meio dos signos do aprender que advém de tais deslocamentos. Literatura, filosofia da diferença e educação entrelaçam-se nas linguagens em transe das autoras, potências criadoras que se esbarram e se afastam, a compor provocações múltiplas sobre outros modos de ver, viver e intervir no âmbito educacional. As linhas de fuga Lispectorianas e Woolfianas andarilham com intercessores como Deleuze e Guattari, Corazza, Bachelard, Barthes, Proust, Rolnik, Passos, Butler, Foucault, Gallo, Tadeu, Zordan. Em cada rachadura exposta, uma fresta se abre para o pensamento, deslocando-o até os cantos obscuros, os corpos abjetos, os tempos extemporâneos, o avesso e o indômito da educação, deixam seus rastros como fantasmas, como sombras, como novas tintas a serem transcriadas e borradas, como Orlandes e Macabéas, GHs e Clarissas, como umidades e capins que insistem em nascer nos espaços mais incômodos, entre outros. A violência do encontro com estes devires-escritura desencadeia o pensar desautomatizado, o pensar sem imagem e, então, mobiliza novos signos do aprender. Clarice e Virgínia, ao serem aqui transescritas, emitem devires-escritura múltiplos, e tais devires também provocam transcriações na educação, pois racham-se em signos do aprender, sentidos, pensamentos, criações a se movimentarem pelo educar. Tanto os devires-escritura, da transescrita, e os signos do aprender, da transcriação, estão emulsionados a um pensamento sem imagem que não intenta ser homogêneo. Este pensamento sem imagem é, pelo contrário, um esforço intensivo de agitação, de diferença. As artes transescritas de Woolf e Lispector desaguam para um transcriar a educação com a diferença.

  • DAIHANA MARIA DOS SANTOS COSTA
  • A POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE CAMETÁ - PA EM MOVIMENTO (2016-2020)

  • Data: 28/06/2022
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  • Objetiva-se apontar os desafios e avanços em relação à implementação de uma política de remuneração dos profissionais do magistério da Rede Municipal de Educação de Cametá, buscando identificar se a mesma enseja a valorização docente. Trata-se de um estudo de caso em abordagem qualitativa, tendo como procedimentos de coleta de dados análise documental, entrevistas e observação participante. Os principais documentos analisados foram o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Profissionais do Magistério do Município de Cametá (PCCR 212/2012) e suas alterações, a folha de pagamento do Poder Executivo de Cametá de dezembro de 2016 disposta em microdados, as folhas de pagamento disponíveis no portal da transparência da Prefeitura de Cametá (2017-2020) e os dados disponíveis no SIOPE/FNDE referentes à remuneração dos profissionais da educação. Na revisão do tema e fundamentação teórica, tomamos como principais referências autores como Monlevade (2000), Morduchowicz (2003), Pinto e Adrião (2006), Arelaro (2007), Camargo; Jacomini (2011), Zatti (2019) entre outros. Os resultados mostraram que a maior parte daquilo que é disposto pelo PCCR 212/2012 é seguido na prática, como a efetivação das progressões (algumas automáticas, como o quinquênio, e outras através de requerimento, como a aquisição de uma nova titulação ou habilitação) e o vencimento base, que compõe a maior parcela da remuneração e é sempre reajustado anualmente de acordo com o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN). A questão mais notável em termos de um aparente não cumprimento do PCCR 212/2012 é em relação à carga horária de trabalho. Notadamente porque em alguns casos ela não é cumprida, exemplo disso são as 240h que deveriam, mas não são pagas efetivamente. Portanto, conclui-se que é uma bem intencionada política de remuneração, porém, desde que todas as prerrogativas sejam efetivamente cumpridas. Como no município pesquisado a questão da carga horária ainda é um ponto sensível, os professores e demais profissionais do magistério ficam suscetíveis a uma desvalorização.

  • DANIEL SENA LOPES
  • SABERES TRADICIONAIS A PARTIR DO JOGO DE BÚZIOS NO CANDOMBLÉ

  • Data: 24/06/2022
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  • Esta pesquisa está inserida no âmbito do estudo sobre afro-religiosidade com praticantes e
    participantes do Candomblé em Abaetetuba/Pará. Tem como propósito analisar de que modo
    acontece a troca de saberes tradicionais a partir do jogo de búzios no Candomblé.
    Metodologicamente, trata-se de uma autoetnografia, um método que pode ser usado na
    investigação e na escrita, já que tem como proposta descrever e analisar sistematicamente a
    experiência pessoal, a fim de compreender a experiência cultural (ELLIS, 2004), sendo
    realizados levantamentos bibliográficos das temáticas educação, cultura, resistência, oralidade,
    memória, identidade e saberes tradicionais nas religiões afro-brasileiras, com suporte teórico
    em: Little (2001); Cunha (2007); Brandão (2002); Freire (1987); Libâneo (2004); Lody (2007);
    Braga (1988); Beniste (2008) e outros. Os dados foram coletados por meio de entrevistas online
    por intermédio da plataforma Google Meet com os integrantes da pesquisa. O trabalho de
    campo buscou amparo nas vivências da comunidade afro-religiosa Igbá Asé Ibin Layé,
    popularmente conhecida como Centro de Manifestações Mediúnicas Oshalufã – CEMMO, no
    qual o pesquisador participante observante é pai de santo, termo que sugere a preponderância
    da participação sobre a observação. Foram entrevistados 10 (dez) sujeitos, sendo que 4 (quatro)
    declararam ser praticantes da religião Afro-brasileira e 6 (seis) participantes. Dos 10 (dez)
    interlocutores, foram selecionadas 4 (quatro), sendo 2 (dois) praticantes e 2 (dois) participantes
    para o aprofundamento da pesquisa, tendo em vista a maior aproximação com o objeto da
    investigação. Efetivou-se a tabulação de consultas processadas no período de 2010 a 2019,
    analisou-se gênero, motivo da consulta e posicionamento religioso, para identificarmos nessa
    troca de saberes como se desenvolvem o processo pedagógico a partir do ritual do jogo de
    búzios. Como resultado desta pesquisa constatou-se que: o objeto de estudo não foi o terreiro,
    mas o que ocorre no terreiro; os terreiros não estão congelados no passado; o processo
    pedagógico dentro do terreiro é dinâmico e transformador; as pedagogias nos terreiros de
    Candomblé configuram-se em atos de resistir.

  • RENATA FERREIRA SIQUEIRA
  • NARRATIVAS SINALIZADAS DE SI: A TRAJETÓRIA MILITANTE DE UMA MULHER NEGRA NO MOVIMENTO SURDO DO MUNÍCIPIO DE IGARAPÉ MIRI, NO PARÁ

  • Data: 05/05/2022
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  • O presente estudo, intitulado Narrativas Sinalizadas de Si: a trajetória militante de uma
    mulher negra no movimento surdo do município de Igarapé-Miri, no Pará, tem como
    objetivo compreender a história de vida de uma mulher negra surda, de modo a entender, por
    meio de suas narrativas e dos processos formativos e saberes construídos na militância, como
    esta mulher constitui sua identidade e ressignificou-se a partir dos entrelaces entre as questões
    étnicas, questões de gênero e da surdez. E como objetivos específicos se propõem entender
    como a mulher negra surda se vê no contexto de sua trajetória e a relação desse processo na
    construção afirmativa de sua identidade étnico-racial; analisar as imagens e sentidos de ser
    mulher negra surda construídos no processo de militância e problematizar os processos
    educativos formadores e os saberes construídos na trajetória de militância da mulher negra
    surda enquanto possibilidade de empoderamento político construído a partir de atos subversivos
    de gênero, raça e surdez. A pesquisa que originou este estudo tomou como aspecto mobilizador
    a seguinte problemática: como se deu a trajetória de vida da mulher negra surda, militante da
    comunidade surda, em prol da superação das desigualdades racial, de gênero e de diferença no
    município de Igarapé-Miri/PA? Metodologicamente buscou-se auxílio teórico em estudos de
    autores que abordam temáticas relacionadas a gênero, raça, surdez, militância, memória,
    narrativas, os quais destacam-se: Scott (1995), Louro (1997), Guimarães (1999, 2004), Hall
    (2003), Schwarcz (1933), Skidmore (1976), Skliar (1998, 2010), Goldenberg (1997), Fanon
    (2008), Brah (2006), Pêcheux (2010), entre outros. A participante da pesquisa foi selecionada
    a partir de alguns critérios, tais como: se autodeclarar como negra nas suas relações
    socioculturais e por apresentar traços em sua trajetória de vida pessoal, social e profissional que
    caracterizam um perfil de militância com atuação nas questões de gênero, raça e surdez no
    município de Igarapé-Miri-PA. A investigação está ancorada em uma abordagem qualitativa do
    tipo História Oral, com o uso, nos seus procedimentos, de entrevistas semiestruturadas on-line,
    somando-se a isso, esse trabalho utilizou-se da observação participante virtual, esta, por sua
    vez, deu-se por meio da participação em algumas interações realizadas virtualmente no dia a
    dia da entrevistada, e também contou com o auxílio de uma oficina de desenhos que tinha como
    foco a elaboração de desenhos sobre o ser mulher negra surda na militância. Os resultados da
    pesquisa revelam que a participação da entrevistada no movimento surdo e no espaço
    acadêmico possibilitou a mesma se reeducar, modificar seu olhar sobre questões como sexismo,
    racismo, machismo e surdez, sua postura de mulher negra e surda por meio de um processo
    positivo de aceitação de sua cor, cabelo crespo/cacheado, língua de sinais, em detrimento dos
    determinantes sociais.

  • NUBIA LAFAETE DOS SANTOS CORREA
  • A MÃO DO TRABALHO É A MÃO QUE BALANÇA A REDE: cotidiano, gênero, cultura, trabalho e memória de mulheres na Amacol

  • Data: 30/04/2022
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  • O estudo visa compreender a participação das mulheres no processo de trabalho na empresa madeireira Amazônia Compensados e Laminados (AMACOL) nas décadas de 1970 a 1990, no município de Portel, no Marajó/PA, analisando as relações sociais que permeavam no cotidiano da empresa, bem como, seus processos de sociabilidade e vida fora dela, buscando analisar as formas de trabalho desenvolvidas por essas mulheres, tentando compreender de que forma se davam as relações socioafetivas no interior e fora da AMACOL entre os trabalhadores e as trabalhadoras, verificando se as mulheres faziam as mesmas atividades que os homens e se a carga horária de trabalho e salários eram similares a partir das funções desenvolvidas, buscando entender de que forma, o trabalho na empresa contribuiu para a independência econômica e autonomia na vida das mulheres que trabalhavam nesta empresa, e de que forma elas lidavam com a dupla e até tripla jornada de trabalho, as atuações das mulheres nessa empreitada e a participação feminina na coordenação sindical. Metodologicamente, utiliza-se como aporte teórico estudos de autores, como HELLER (2000); ALBERTI (2008); MARTINS, SCHAAN, SILVA (2010); SILVA (2011); FERNANDES (2011); FERNANDES (2013); BRITO (2001); RENHA (2017); MELO (2015); NORA (1993), PACHECO (2006 e 2012); PINTO (2004, 2010, 2012); SOIHET (1997); PINHEIRO (2018); FOUCAULT (2013); LOURO (2004); LAGES (2004); SOIHET(2006); DIEESE (2013); PINSKY (2013); PEREIRA (2005); RODRIGUES (2015), HOBSBAWM (1996; 1977), MARX (2012), MARX e ENGELS (1999), THOMPSON (1987), VOVELLE (1987), ENGELS (1975), BRANCO (2006), BATALHA (1992), FONTES (1982), FAUSTO (1977), GOETTERT (2014), POGIBIN (2009; 2010), SANTANA (2018), MOURA (2010), os quais deram base teórica e metodológica, auxiliando na construção das análises que constituem presente dissertação. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que analisa, por meio de relatos orais e documentos escritos, como as mulheres desenvolviam seus trabalhos na referida empresa e de que forma se dava as relações de trabalho, sociabilidade e conflitos dentro da AMACOL. A partir dos dados coletados no decorrer da pesquisa foi possível analisar as transformações produzidas com a instalação dessa empresa no Marajó nos aspectos políticos, sociais, culturais, econômicos e ambientais, destacando também o cotidiano de sociabilidades na organização do trabalho no interior dela. Assim como, ao trazer relatos de experiências, memórias e vivências das trabalhadoras no interior e fora dessa empresa, analisa o cotidiano dessas mulheres, suas atuações e relações no contexto social portelense, após uma nova realidade de conquista de autonomia e independência financeira. Da mesma forma, reflete a respeito da construção e organização do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e do Mobiliário do Município de Portel (SITRIMACOP), na década de 1980, inspirado pelos movimentos operariados que ocorriam naquele período em todo o país e, vinculados com a Federação dos Trabalhadores na Industria da Construção e do Mobiliário nos Estados do Pará e do Amapá (FETRACOMPA), com sede em Belém do Pará, a qual contribuiu para a organização do SITRIMACOP e alertou sobre os direitos salariais e condições de trabalho que estavam sendo negados aos trabalhadores (as) da empresa AMACOL, que foram reivindicados por meio da deflagração de duas greves, sendo uma ocorrida no ano de 1986 e outra em 1987, destacando as atuações das mulheres nessa empreitada e a respectiva delas na coordenação sindical.

  • VALERIA DE OLIVEIRA PENA BORGES

  • NARRATIVAS DE MENINAS MÃES EM BREVES-MARAJÓ: SAÚDE, EDUCAÇÃO E TRABALHO NA PERSPECTIVA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

  • Data: 30/04/2022
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  • O presente trabalho é tecido por uma coletânea de histórias de vida narradas por meninas e mulheres que experimentaram, ainda na adolescência, a maternidade, mais especificamente entre os anos de 2010 a 2020. Pretendeu-se com a pesquisa aqui apresentada, compreender através das experiências compartilhadas por essas meninas, com idades entre 14 e 19 anos, como é encarada por elas a condição de mães, analisando os principais desafios, reinvindicações e demandas que se manifestaram em suas narrativas do cotidiano, tanto no âmbito privado como na esfera pública, no sentido de verificar os modos pelos quais seus direitos podem ter sido tolhidos, seja através de desafios materiais, como a falta de políticas públicas e o abandono do estado e/ou por meio de percalços de ordem social, histórica e cultural. Metodologicamente realizou-se levantamento bibliográfico e análise de caráter qualitativo. Dentre o aporte teórico podemos destacar alguns dos seus autores, como: PORTELLI (1997), DEL PRIORI (2011), CHAUÍ (2012), UNFPA(2013), PACHECO (2010), MORIN(2006 e 2007), FIGUEIRÓ (2004), OMS (1993), SEN (2000), VELHO (1981) e outros. Tal bibliografia dialoga com as narrativas orais recolhidas ao longo da pesquisa com o auxílio metodológico da história oral, através do qual foi possível ouvir sete narradoras/colaboradoras, que nos revelam aquilo que os números não são capazes de contar, isto é, histórias de vida, de resistência, de denúncia e de esperança feminina. Embora tenhamos optado por entrevistas abertas e, de certa forma, livres, algumas perguntas foram pré-formuladas com o objetivo não de limitar os depoimentos das narradoras, mas com a finalidade de organização do trabalho dentro da perspectiva do desenvolvimento humano, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, que institui três dimensões básicas para o alcance da liberdade das pessoas de serem aquilo que desejam ser, sendo essas dimensões: saúde, educação e renda, que apesar de não englobarem ou esgotarem todos os aspectos do desenvolvimento, são medidas sintéticas pensadas e construídas a partir dos estudos de Mahbub ul Haq e Amartya Sen. Constatou-se que, apesar de individuais, os relatos das meninas mães são reveladores do ponto de vista da coletividade, da história e da cultura a qual pertencem, posto que no cruzamento entre uma experiência e outra, há singularidades e sobretudo semelhanças que evidenciam a urgente necessidade que a sociedade tem de evoluir, tanto no olhar como no tratamento que oferece à sua juventude feminina.

  • ROSANA MALATO DE SOUZA
  • O TRABALHO EDUCATIVO DO(A)S PEDAGOGO(A)S NA ASSISTÊNCIA SOCIAL EM MELGAÇO/PA

  • Data: 28/04/2022
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  • A presente pesquisa, intitulada “O Trabalho Educativo dos Pedagogos na Assistência Social” investigou de que forma está estruturado o trabalho destes profissionais na educação social, especificamente, nos serviços socioassistenciais, analisando a ação pedagógica destes no trabalho educativo como instrumento essencial que contribua na formação da consciência crítica de indivíduos e de famílias que se encontram em situação de agravamento social com responsabilidade de colaborar no processo de controle de emancipação humana. A discussão sobre pedagogia e pedagogia social enquanto área de conhecimento, abrangendo conceitos, origens, fundamentos e formação do curso de pedagogia, torna-se válida para a compreensão dos subsídios teóricos e práticos do trabalho do pedagogo na educação social em seus diversos contextos históricos, além do debate sobre a sociedade brasileira nos seus aspectos socioculturais e socioeconômicos na forma como se organiza sobre a sociedade brasileira de modo a manter o controle social através da intervenção do Estado por meio da educação social e do trabalho educativo do pedagogo na minimização dos problemas sociais provocados pelo setor econômico e cultural. O trabalho dos pedagogos na Assistência Social não vem promovendo educação social, mas apenas serviços assistencialistas, garantindo a provisão das necessidades básica, desvinculada de política de defesa e promoção social estabelecido pela Lei Nº 8742 – LOAS, assim, o assistencialismo prevalece nos serviços socioassistenciais e interrompe a educação social, além disso, o pedagogo não realiza um trabalho educativo por conta da falta de estrutura dos recursos orçamentários, por conta do mal gerenciamento, cortes e desvios impróprios para outras ações nas esferas federal, estadual e municipal, bloqueando e limitando ação ligada ao trabalho educacional. Com a pandemia, o novo coronavírus limitou e bloqueou algumas ações e serviços como entre eles, atividades nas comunidades e no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV, onde há prioridade em desenvolver a pedagogia social, sem contar que a prática pedagógica dos pedagogos constituem um mecanismo desvinculado de um trabalho educativo, por adotarem uma prática doméstica relacionada ao compromisso e à responsabilidade profissional, bem como, à restrição na formação do profissional tanto pela Política de Assistência Social do programa capacita (SUAS), quanto pelo próprio pedagogo, que se limita em buscar sua formação. As experiências profissionais da pesquisadora constituíram-se em algumas ações educativa, limitando à promoção da educação social pela falta de compreensão da mesma em relação ao trabalho educativo. A educação social desenvolvida na política de Assistência Social é um instrumento significativamente essencial para a formação do pensamento crítico, no controle da emancipação humana, incentivando à luta por direitos, mantendo um controle social inerrante aos indivíduos em situação de agravo social. Portanto, quando não há educação social desenvolvida nos serviços socioassistenciais, como se observou no município de Melgaço, PA, os serviços ficam subjugadas às ações assistencialistas. A escolha do tema surgiu a partir da ideia de associar esta pesquisa à profissão de pedagoga desta na Assistência Social na cidade de Melgaço, PA, com intuito de compreender a função do pedagogo na educação social, precisamente, nos serviços socioassistenciais. A pesquisa tem como problema o seguinte questionamento: “O trabalho do pedagogo na Assistência Social tem promovido educação social, constituindo- -se como ação educativa na minimização da prevenção e superação das vulnerabilidades e riscos sociais?” Buscando respondê-lo, tem-se como base teórica, os estudos de Machado (2010), Soriano (2006), Silva (2017), Bessa (2019), Zanella (2013), Santos (1999), Freire (1987), Mendes (2021), Campos (2018), Carvalho (2017), Oliveira (2017), Santana (2012) e outros. Com relação à metodologia, tem-se uma abordagem qualitativa, na modalidade de estudo de caso, com pesquisas bibliográficas e de campo com fins de investigação à forma crítica e ao fenômeno estudado. Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram as entrevistas realizadas com sujeitos e relato diante das experiências profissionais na área da pesquisa, os quais foram essenciais para trazerem informações e conhecimentos nas discussões e construção deste trabalho e dos resultados obtidos.

  • EVERTON CRISTIER TAVARES BARRETO
  • O PROTAGONISMO MARAJOARA: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DAS HISTÓRIAS E CULTURAS INDÍGENAS NO MARAJÓ DAS FLORESTAS

  • Data: 08/04/2022
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  • Esta dissertação discute à luz da Lei11.645/2008 a implementação da temática indígena marajoara no currículo da Educação Básica em Breves, no Marajó, entendendo o currículo como campo político e cultural atravessado por relações de poder, podendo transmitir visões eidentidades interessadas particulares e sociais, mas suscetível a mudanças e transformações resultantes do dinamismo social. A investigação busca entender como diferentes povos originários marajoara, rotulados na história como “Nheengaíbas”, são representados em diferentes espaços e tempos, afirmando o seu protagonismo na história. Em um primeiro momento, nas memórias de jesuítas, viajantes, naturalistas e historiadores (1639 – 1659) e, posteriormente, no âmbito do currículo, livros didáticos e na experiência de professores na atualidade. O texto dialoga com as ciências humanas e sociais, apoiando-se nos referenciais de Le Goff (1990); Halbwachs (1990); Ricoeur (2007), Quijano (2005), Moscovici (2007) e autores que debatem o protagonismo indígena no Brasil, fazendo uso das categorias Memória, Esquecimento, Decolonialidade, Protagonismo Indígena e Representações Sociais, assim como, Currículo, Livro Didático e Docência nos referenciais de Moreira e Tadeu (2009), Silva e Souza (2016), Santos e Meneses (2009), Bhabha (1998,) Apple (2013), Bittencourt (2019; 2013) entre outros. Como metodologia, foram utilizadas as pesquisas: documental, bibliográfica e a aplicação de entrevistas, com o uso da abordagem qualitativa. Finalmente, foi proposto como forma de intervenção, caminhos e sugestões para uma proposição curricular mais alinhada à legislação vigente e as epistemologias de resistência. É estimado que as reflexões e produtos alcançados possam provocar a visibilidade, a inclusão e a valorização de uma temática indígena marajoara nos currículos, nos livros didáticos e nas práticas de professores em Breves e no Marajó, assim como, fomentar futuras produções alinhadas ao tema.

  • CLAUDENILDO DA SILVA LADISLAU
  • A EXPERIÊNCIA DO ENSINO MÉDIO INTERATIVO NO PARÁ: O caso da
    implantação e funcionamento do Projeto SEI em uma comunidade ribeirinha do município de

    Portel.

  • Data: 08/04/2022
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  • Esta produção se propôs a estudar o Sistema Educacional Interativo (SEI), criado em 2018 pelo
    governo paraense, cujos principais objetivos são as supostas expansão do Ensino Médio para
    localidades rurais de difícil acesso e a melhoria na qualidade desse ensino. A EMEIF Adelson
    Azevedo, localizada na Vila Gomes, município de Portel/PA, foi o lócus escolhido para este
    estudo. Como problemática de pesquisa, tem-se a seguinte indagação: quais as implicações
    decorrentes da implantação e funcionamento do Ensino Médio por meio do Projeto SEI em uma
    comunidade ribeirinha do município de Portel, no período de 2018 a 2021? O estudo objetivou
    analisar os processos de implantação e funcionamento do Ensino Médio por meio do Projeto
    SEI numa realidade marajoara, no período de 2018/2021. Quanto aos objetivos específicos,
    temos: identificar problemáticas do Ensino Médio no Brasil e dos baixos índices educacionais
    desse nível de ensino no Pará, demonstrando alguns aspectos que têm contribuído para essa
    realidade; apresentar as principais características do Projeto SEI enquanto estratégia resultante
    do Pacto Pela Educação do Pará com base no que está disposto em seus documentos norteadores
    e discutir sobre o processo de implantação e funcionamento do Projeto SEI na EMEIF Adelson
    Azevedo a partir das vozes dos sujeitos da pesquisa. A pesquisa assentou-se nos pressupostos
    da abordagem qualitativa, do materialismo histórico e dialético enquanto método de pesquisa e
    da pesquisa de campo, onde fez-se uso da entrevista não-diretiva como instrumento de coleta
    de dados. A organização do trabalho se deu em torno de quatro categorias: processo de
    implantação do Projeto SEI na Vila Gomes; estrutura tecnológica de funcionamento do Projeto
    SEI; estruturas pedagógica e docente de funcionamento do Projeto SEI e a interatividade entre
    professores ministrantes do Projeto SEI e alunos. Todo o material teórico e empírico, foi posto
    em apreciação a partir da metodologia de análise de conteúdo. Haddad et al (2008), Netto
    (2011), Ferreira (2018) e Araújo (2019) foram algumas das referências utilizadas. Foi possível
    identificar um conjunto de implicações decorrentes da implantação e funcionamento do Projeto
    SEI na realidade pesquisada, cujas principais são: ausência de diálogo com os moradores da
    Vila Gomes antes da implantação do Projeto SEI; a implantação do SEI na Vila Gomes não
    representou a expansão do Ensino Médio, mas a substituição do SOME; o currículo e o
    calendário do SEI são voltados para o contexto urbanocêntrico e não contemplam a realidade
    das populações do campo; não há material pedagógico impresso de apoio para os alunos que
    não conseguem acompanhar a velocidade com que as aulas são exibidas na TV; por excluir a
    maioria dos alunos dos momentos de interatividade em tempo real com os professores
    ministrantes, o SEI não pode ser classificado como ensino presencial mediado por tecnologia,mas sim como um tipo de ensino que tenta se apropriar inadvertidamente das possibilidades daEaD. Desse modo, concluímos que o Projeto SEI apresenta-se como um tipo de Ensino Médio,cujo real objetivo é o de promover a precarização desse ensino e, por conseguinte, fomentar asdesigualdades sociais no estado do Pará.

  • VERA LUCIA FARIAS DE MELO
  • JUVENTUDES E EDUCAÇÃO NO ENSINO MÉDIO: UM ESTUDO DO PROJETO MUNDIAR NO MUNICÍPIO DE BREVES/PA (2014 A 2019)

  • Data: 18/03/2022
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  • No presente estudo pesquisamos o Projeto de aceleração da aprendizagem Mundiar, Ensino
    Médio, no município de Breves/PA, tendo como objetivo geral analisar as implicações do
    projeto Mundiar nos processos de ensino e aprendizagem a partir do desenvolvimento da
    metodologia telessala, considerando a realidade da juventude marajoara. E como objetivos
    específicos identificar o projeto Mundiar no contexto das relações público privado a partir de
    orientações de organismos internacionais; caracterizar a metodologia Telessala do Projeto
    diante da realidade de alunos do município de Breves e compreender o projeto Mundiar e suas
    implicações no processo de ensino e aprendizagem da juventude marajoara brevense. De
    abordagem qualitativa, a pesquisa é exploratória, de cunho bibliográfico, tendo como base a
    análise de conteúdo. O instrumento para coleta de dados foi a entrevista semiestruturada. Os
    sujeitos da pesquisa foram três unidocentes, três egressos e a coordenadora local do projeto.
    Os resultados apontam para 1) reprodução de problemas tradicionais do ensino médio e
    instituição de novas problemáticas; 2) alinhamento total do projeto às orientações dos
    organismos internacionais no âmbito da relação público-privada; 3) Não valorização da
    formação de cidadãos autônomos e duplicação da imagem da escola pública como incapaz e
    insuficiente para a formação de sujeitos críticos e profissionais qualificados; 4) práticas
    pedagógicas/tecnológicas isoladas que recaem a responsabilidade total ao profissional
    unidocente do Mundiar; 5) abordagem pré-tecnicista e recursos humanos, estruturais e
    tecnológicos insuficientes no âmbito da metodologia telessala; 6) Precarização do trabalho e
    desvalorização didático-pedagógica, financeira e da autonomia docente.

  • PAULO RAFAEL DA SILVA FERREIRA
  • POR RIOS E FLORESTAS, A UFPA E O DESENVOLVIMENTO HUMANO NO MARAJÓ: UMA ANÁLISE SOBRE O PAPEL DA UNIVERSIDADE NOS MUNICÍPIOS DE BREVES E MELGAÇO

  • Data: 17/03/2022
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  • A pesquisa intitulada “Por rios e florestas, a UFPA e o Desenvolvimento Humano no Marajó: Uma análise sobre o papel da universidade nos municípios de Breves e Melgaço” tem como objetivo Analisar as possíveis contribuições do Campus de Breves na formação humana em prol do desenvolvimento socioeconômico e educacional dos municípios de Breves e Melgaço, considerando a pobreza e desigualdade social neles presentes. A abordagem utilizada no estudo é qualitativa, com pesquisa bibliográfica e documental. Para realização da pesquisa foram utilizados documentos institucionais da UFPA, como: PDIs, UFPA em Números, Relatórios de Gestão do CUMB. Também foi aplicado questionário aos egressos do CUMB, pelo google forms. Os resultados da pesquisa apontam que: 1) O processo de interiorização da Universidade pública na Amazônia é um dos maiores marcos do serviço público no contexto educacional e socioeconômico da região; 2) A realidade dos alunos inseridos no ensino superior público marajoara é de elevada vulnerabilidade social e a existência da UFPA como instituição pública na região é fundamental a essa população ; 3) a UFPA contribui para um modelo diferenciado de desenvolvimento nos municípios onde está inserida, sendo os sujeitos formados por esta instituição, importantes atores nos processos sociais; 4) o ensino, pesquisa e extensão no CUMB são importantes aliados da sociedade, seja para o seu desenvolvimento, seja, para enfrentamento das desigualdades sociais; 5) O CUMB desenvolve importante política de inclusão social, transformando histórias de vida e impulsionando a um melhor contexto educacional e socioeconômico na região, contudo, é cada vez mais objeto de cobranças da sociedade por expansão e maior aproximação junto à sociedade civil.

2021
Descrição
  • PATRICIA CRISTINA DE ARAÚJO RODRIGUES
  • DA COMUNIDADE SURDA À COMUNIDADE ESCOLAR: saberes sociais que constroem saberes experienciais na Amazônia Tocantina Paraense

  • Data: 31/12/2021
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  • A presente exposição se tece dentro na perspectiva dos saberes sociais presentes na comunidade surda da Escola Estadual de Ensino Médio Professora Osvaldina Muniz. Objetivada a analisar como os saberes sociais da comunidade surda mobilizaram a comunidade escolar na luta por direitos, conduzindo a buscar respostas para a questão central:Como a materialidade dos saberes sociais da comunidade surda no município de Cametá, Pará possibilitou construir ou não, saberes experienciais na luta por direitos na EEEM Professora Osvaldina Muniz? Para tanto, metodologicamente a pesquisa versa pelos caminhos da abordagem qualitativa crítica, essencialmente materialista histórica dialética, procurando ir além da pseudoconcreticidade (KOSIK, 2002). Os procedimentos para coleta de informação foram conversas informais, rodas de conversas, observações livres, que geraram anotações de campo, conforme Triviños (1987) e ainda levantamento de documentos, literaturas e entrevistas semiestruturadas com oito sujeitos entre surdos e ouvintes. Para o tratamento dos dados, pautou-se na análise de conteúdo de acordo com Bardin (1977) e Franco (2005). Para o aprofundamento teórico da questão da pesquisa, autores, como Marx (2004, 2008), Marx e Engels (2009), Gramsci (1977, 1984, 1999), Nogueira (1990), Rodrigues (2012), Tardif (2014), Kosik (2002), Strobel (2008), Perlin e Miranda (2003). A investigação levou à conclusão de que a formação histórica de comunidades é educativa, pois produz valores de uso para manter e reproduzir a vida, mesmo quando se dá sob a negatividade das relações de classe existentes no capitalismo, que também não são naturais, mas obra dos seres humanos. E, ao mesmo tempo que constroem saberes coletivos, também, por vezes, os interesses pessoais se sobressaem, levando a crer que comunidades, embora remeta a um ato de coletividade, vive em constante conflito e formação, precisando, com isso, da ação dos agentes externos que nem sempre contribuem para o fortalecimento da unidade. Quanto às experiências, chegou-se ao entendimento de que são processos vividos, sentidos e modificados, portanto, não são dados a homens e mulheres, mas construídos historicamente, principalmente em relações coletivas. Logo, as experiências vividas, com base em Thompson (1987), que integraram as experiências da comunidade escolar EEEM Profa. Osvaldina Muniz e da sua comunidade surda são o próprio cotidiano permeado de conflitos; as sentidas são o resultado do que esses conflitos produzem, e as modificadas são tudo o que se aprende ou se forma a partir da construção das anteriores, mas em um processo histórico-dialético, isto é, o próprio movimento das relações humanas. Com isso, por meio das vivências cotidianas, as
    experiências ressoam e são por ela validados o que levou à compreensão de que, na prática, as relações tecidas entre alunos surdos-alunos ouvintes, alunos surdos-intérpretes e alunos surdos-professores ouvintes, como experiências concretas na EEEM Professora Osvaldina Muniz, são o espaço onde se materializam os saberes experienciais.
  • ELIELTON BRANDAO SERRAO
  • PEDAGOGIA ALFABETIZADORA SIGNIFICATIVA: Intercambiamentos teóricos e empíricos

  • Data: 31/12/2021
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  •  

    O presente estudo intitulado: “Pedagogia Alfabetizadora Significativa: Intercambiamentos teóricos e empíricos”, busca compreender as práticas de alfabetização utilizadas nos anos iniciais do ensino fundamental. A partir disso, objetiva-se evidenciar caminhos que levem a uma pedagogia alfabetizadora significativa através do intercambio de estudos teóricos e análises de pesquisas empíricas. Subsidiado pela teoria Vygotskiana e colaboradores e pelo método de alfabetização freiriano para explorar a significação, a interação social, os signos, a relevância do conhecimento empírico constituído socialmente etc. Corroborando com a produção desta pesquisa foram utilizados os seguintes autores: Bagno (2001), Braggio (1992), Brandão (1981), Bakhtin (2006), Freire (1967; 1996, 1979), Neves (1997), Pino, (2005), Saussure (2012), Vygotsky (1991; 2001) dentre outros. Dito isto, o tema desta pesquisa é decorrente de reflexões iniciadas ainda no período da graduação, subsidiado por análises teóricas e atividades práticas. Para atender as orientações metodológicas da pesquisa recorreu se à metodologia de análise bibliográfica de material empírico, para isso foram selecionadas 2 (duas) monografias e 1 (uma) dissertação, totalizando três pesquisas. Tomou-se Vygotsky e Freire como autores centrais na pesquisa, a fim de discutir o processo de alfabetização, pois na perspectiva vygotskiana “nós nos tornamos nós mesmos através dos outros”, e tangenciando o processo de ensino-aprendizagem é inerente o contato com o outro, nesse sentido Ele destaca ainda, que o mediador entre o indivíduo e o outro é a significação. Além disso, poucas vezes, em toda a história da educação, um método de alfabetização se mostrou tão eficaz como o freiriano, por isso a necessidade e relevância de articular estes dois teóricos em prol de uma alfabetização humanizadora, libertária, significativa, dialógica, cultural, onde cada indivíduo seja percebido como agente histórico.

     

     

  • GESSYCA KAROLINE CARDOSO WANZELER
  • A (in)disciplina escolar na relação professor-aluno nos anos iniciais do Ensino Fundamental

  • Data: 30/12/2021
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  • A disciplina escolar é uma temática relevante na área da educação, pois as mudanças ocorridas na sociedade exigem mudanças no campo educacional para formar cidadãos que  possam trabalhar no coletivo para alcançar um objetivo comum. Nesse sentido, o presente trabalho investiga as implicações das concepções de (in)disciplina para a relação professor aluno no processo de ensino e aprendizagem nos anos iniciais em escolas públicas municipais de Cametá (PA). A pesquisa tem uma abordagem qualitativa e, em sua primeira parte, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, em seguida foi feita a pesquisa empírica, tendo como instrumentos, a análise documental e o questionário com questões abertas e fechadas. O aporte teórico focou nos trabalhos de Vasconcellos (1997; 2014; 2009), Rego (1996), Aquino (1996), Parrat-Dayan (2008), Estrela (2002), Freire (2017a; 2017b) e outros. A análise documental foi realizada a partir das leis da educação brasileira e outros documentos que consideramos pertinentes à pesquisa, sendo eles: a LDBEN(1996), as DCNs para a Educação Básica, os PCNs (Livro 1), a BNCC, o ECA e o Regimento Unificado das escolas de Cametá (2013). O questionário de pesquisa foi aplicado, via internet, aos professores das escolas municipais do ensino fundamental anos iniciais de Cametá. Como técnica para o tratamento dos dados utilizamos a análise de conteúdo de Bardin (1977) e as três fases de investigação, sendo elas: a pré-análise, a exploração do material, o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação. A partir da análise dos dados, concluímos que as leis da educação brasileira e outros documentos oficiais trazem a concepção de disciplina escolar ainda reduzida no que compreende à complexidade dos diferentes aspectos que a envolve, pois não estabelecem eixos que possam nortear a construção da disciplina na sala de aula. Buscamos sistematizar como os professores veem a questão da disciplina escolar e como caracterizam os alunos a partir dela, assim como a própria relação professor-aluno. Percebemos, então, que a maioria dos professores reproduzem valores recebidos ao longo de suas vivências em diferentes contextos socioculturais e educacionais. Logo, a concepção de disciplina escolar da maioria dos nossos participantes está arraigada a uma concepção tradicional de educação e, consequentemente, de disciplina nos moldes tradicionais. Dessa forma, manifestamos a necessidade de maior valorização da atividade docente, sobretudo em questões de formação continuada, considerando, sem dúvida, a reflexão sobre (in)disciplina, relacionada aos complexos processos de construção coletiva social, escolar e familiar, com foco no desenvolvimento da autodisciplina e da disciplina consciente e interativa nas crianças.

     

  • MÁRCIA DE JESUS OLIVEIRA VALENTE
  • EDUCAÇÃO, SAÚDE E SABERES DAS MATAS: PRÁTICAS DE CURA NO CUPIJÓ, CAMETÁ-PA

  • Data: 30/12/2021
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  • A presente dissertação, intitulada, Educação, Saúde e Saberes das Matas: Práticas de Cura no Cupijó, Cametá-PA, busca realizar um estudo acadêmico, científico com mulheres e homens das matas, dos rios e igarapés do Cupijó, tendo como objetivo compreender e interpretar as práticas de cura e as formas de tratamento de saúde vividas no cotidiano da Vila Baia, uma das comunidades do Cupijó, da cidade de Cametá-Pará. Nesse sentido, destacamos o uso das plantas medicinais no Brasil que concerne a uma ação cultural desde tempos remotos que vem sendo praticada até a contemporaneidade, especialmente no período da pandemia de COVID-19, por diferentes gerações, sendo esse costume uma tradição, principalmente no que tange a sintomas primários de cuidados com a saúde, tornando-se um recurso recorrente e sinalizador das comunidades, à medida que se tem esse saber sendo compartilhado entre os(as) moradores(as) desse vilarejo. Metodologicamente, o trabalho foi desenvolvido por meio de diálogos entre História, Memória e a teoria da Análise do Discurso, tendo como corpus de análise, narrativas orais, portaria do Ministério da Saúde e fotografias. Com base na narração feita pelos sujeitos envolvidos na pesquisa que praticam e/ou vivenciam as artes de cura, sempre com olhar político e histórico na leitura e interpretação dessas fontes, buscamos entender esse movimento sob uma perspectiva histórica, discursiva e cultural. No campo teórico, buscamos realizar discussões acerca das formas de interpretação que recaem sobre o trabalho do pesquisador/educador, que lida com saberes tradicionais, tendo como ponto de apoio a interdisciplinaridade, refletindo sobre a necessidade de se considerar os acontecimentos, as narrativas orais, como prática de linguagem, que articulam elementos políticos, simbólicos e ideológicos, que se materializam nos discursos em tempos diversos. Dialogamos com autores que trabalham as categorias cultura, memória e discurso, tais como: HALL (2008), PORTELLI (1997), PÊCHEUX (2019) e ORLANDI (2015), a fim de que possamos ter condições de compreender os sentidos e significados que permeiam as práticas de cura presentes no cotidiano dos moradores do e no Cupijó. Os resultados possibilitaram entender os efeitos de sentido dessas práticas na vida dos (as) moradores (as) da região e como estas estão sempre associadas aos saberes ancestrais vinculados ao lugar de pertencimento: a natureza.

  • VERGILIANA CORREA GAIA
  • EDUCAÇÃO DO CAMPO: Um estudo da política de nucleação e fechamento das escolas do campo no município de Cametá/ PA.

  • Data: 29/12/2021
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  • Esta pesquisa reflete sobre a Educação do Campo, com enfoque sobre a política de nucleação
    e fechamento das escolas no campo. O objetivo central desse estudo é analisar as relações do
    fechamento de escolas no campo com a política de nucleação do município de Cametá/PA,
    bem como as contradições advindas desse processo. O território da pesquisa é as comunidades
    de Ponta Grande, Caliçado, Pissareira, Uxi Beira-rio, Anauerá, Sulapo e Sulapinho todas
    localizadas as margens da BR 422. O aporte teórico desse trabalho está ancorado no
    materialismo histórico-dialético, por compreender que por meio das categorias totalidade,
    contradição e mediação auxiliam no entendimento do fenômeno estudado. Referenda os
    trabalhos de Kosik (1976); Cury (1989); Benitez (2014); Vendramini (2009). Os
    procedimentos adotados pela pesquisa foram: a pesquisa documental, a revisão bibliográfica,
    assim como a realização da pesquisa de campo, de forma limitada, por conta da pandemia de
    Covid-19. Os instrumentos de coleta de dados foram a entrevista semi-estruturada, na qual se
    levou em conta as narrativas dos sujeitos envolvidos nessa pesquisa. O referencial teórico
    para discutir a educação do campo e política de nucleação/ fechamento, tem destaque os
    estudos de Hage (2005; 2014); Kremer (2007); Campos (2014); Marrafon (2016); Carmo
    (2016); Correia (2018); Santos (2019); Silva (2019); Rocha (2020). A pesquisa revelou que o
    movimento de fechamento de escolas no campo, em sua grande maioria multisseriadas tem
    sido constante e crescente. A nucleação em Cametá se realiza de duas maneiras:
    primeiramente, as escolas de pequeno porte são anexadas a uma escola matriz para a
    expedição de documentos escolares, devido a regulamentação das escolas de maior porte,
    amparada na Resolução no 485/09, do Conselho Estadual de Educação. Segundamente, seria a
    reunião/ nucleação das escolas de pequeno porte em uma escola com uma maior infraestrutura
    (sala de aula, copa/cozinha, entre outras dependências), ocasionando inicialmente a
    paralisação e posteriormente o fechamento dessas escolas. Logo, identificou-se que a
    nucleação realizada no município de Cametá tem intensificado o fechamento das pequenas
    escolas no campo, dificultando o acesso dos sujeitos as oportunidades de escolarização
    próximo as suas residências. Outro ponto, que há de se destacar é a questão do transporte
    escolar que está vinculado a política de nucleação e contribui para o fechamento das escolas.
    Para as comunidades rurais, o fechamento das escolas tem representado a perda de sua
    referência e enfraquecimento político. Apesar dos avanços conquistados nas últimas décadas
    pela Educação do Campo no Brasil, o fechamento das escolas do campo tende a aumentar,esse movimento tem comprometido o direito a educação dessas populações, a sociedadebrasileira precisa ter conhecimento dessa problemática para que a educação escolar públicacomo direito de todos e dever do Estado sejam garantidos.


    .

  • ISRAEL SEWANOU HOUNSOU
  • INTEGRAÇÃO E NÃO INTEGRAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS DE TRABALHO NOS PROCESSOS FORMATIVOS DE BENINENSES NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA)

  • Data: 28/12/2021
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  • Este trabalho tem como escopo investigar se há integração ou não entre as experiências resultantes do trabalho vivenciado por beninenses e os processos formativos vivenciados na Universidade Federal do Pará (UFPA). Como problema de pesquisa, que se configura também como objetivo geral, buscamos analisar como se realiza a integração ou a não integração dos beninenses, estudantes estrangeiros, nos seus processos formativos na UFPA, entendidos para além da sala de aula, envolvendo também suas ações com outros territórios de formação, como a Associação de Estudantes Estrangeiros (AEE), considerando suas experiências de trabalho, a partir das dimensões culturais, sociais, políticas, econômicas, linguísticas. Em termos de objetivos específicos, buscamos: 1) compreender as políticas de cooperação internacional, a internacionalização e os processos formativos de estudantes estrangeiros; 2) entender processos formativos, experiências de trabalho, integração e aspectos culturais; 3) identificar experiências de trabalho dos beninenses, nas dimensões culturais, sociais, políticas, econômicas, linguísticas e profissionais, e a possível integração a processos formativos no interior da UFPA. Como questões norteadoras, decorrentes desses objetivos, indagamo-nos: (i) Como se constituem as políticas de cooperação internacional, os processos de internacionalização e a formação de estudantes estrangeiros, no interior dessas políticas? (ii) Qual a correlação entre processos formativos e experiências de trabalho, numa perspectiva de integração, considerando aspectos socioculturais? (iii) Como experiências de trabalho de estudantes beninenses, nas dimensões culturais, sociais, políticas, econômicas linguísticas e profissionais se constituíram integradas ou não a processos formativos no interior da UFPA, em termos de graduação? Metodologicamente, trata-se de pesquisa qualitativa, com dados obtidos a partir de entrevistas junto a 03 estudantes beninenses, pertencentes à graduação da UFPA, sendo egressos e também com um ainda presente na graduação. Também fizemos uso de fotografias e experiências de trabalho, decorrentes do exercício deste pesquisador como expresidente da AEE da UFPA. Como resultado da investigação, entendemos que a integração é um processo contínuo, que vem sendo feito pela instituição universitária, pela AEE e pelos próprios estudantes. É um processo árduo, pois ainda há na sociedade males como o racismo e os preconceitos, pelos fatos de ter outra cor de pele, de falar outras línguas ou de ser oriundo de outro país. Entendemos que há uma integração dos estudantes estrangeiros, no nosso caso dos beninenses, mas ainda tem muito por fazer, pois, nesse processo, os estudantes ainda encontram várias dificuldades que, às vezes, impossibilitam a sua continuação no Programa, como o acesso à língua portuguesa, as questões de ordem econômica e afetiva, o racismo estrutural a que estão submetidos

  • IRANILDES MEIRELES DOS SANTOS
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    A PRÁTICA REFLEXIVA E DOCÊNCIA: A LEITURA LITERÁRIA NA DISCIPLINA LÍNGUA PORTUGUESA

  • Data: 28/12/2021
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  • A pesquisa intitulada A prática reflexiva e docência: a leitura literária na disciplina Língua Portuguesa tem por objetivo analisar a interação entre o ensino das estruturas linguísticas e a leitura literária centrada no gênero poesia. Procura-se responder às seguintes questões: a) como a prática da leitura literária instiga os alunos ao deleite do prazer estético e contribui para o aprendizado da língua de forma prazerosa e significativa?; b) como desenvolver uma prática na disciplina de Língua Portuguesa centrada nas estruturas linguísticas também na perspectiva de uma ação pedagógica que valorize a leitura literária e sua fruição? Utilizaram se como embasamento teórico os trabalhos de Braggio (1992), que faz ponderações a respeito da aprendizagem, ou a aquisição da linguagem escrita, que é vista como um processo repetitivo, mecânico, em que a técnica de ler e de escrever prevalece sobre a compreensão e o significado; Kleiman (2016), que reflete sobre o que pode estar contribuindo para o desinteresse dos discentes, no que concerne à escrita e à leitura, relacionando-se ao fato de que esta assume o papel apenas de ser trabalhada como método para avaliação, isto é, o ato de ler torna-se o único objetivo de avaliar e verificar se o aluno lê bem, se apresenta alguma dificuldade em determinado enunciado, restringindo-se o conhecimento dos discentes apenas ao ensino da gramática; Soares (2006), que discorre sobre a inadequada escolarização da literatura nas escolas, ressaltando que adequado seria o método que conduzisse às práticas de leitura que ocorrem no contexto social, e salientando que a escola, ao oferecer apenas os fragmentos dos textos, desvirtua o objetivo dos mesmos em sala de aula; e Todorov (2010), que ressalta o grande valor da literatura para os seres humanos. Segundo este autor, ela pode nos ajudar quando estamos deprimidos, não que ela seja, antes de tudo, uma técnica de cuidados para com a alma, porém, por meio dela podem aflorar os mais diversos sentimentos. Este estudo está pautado na abordagem qualitativa do tipo pesquisa-ação; como instrumento utilizou-se o registro em diário de campo, a observação/participante. De acordo com Ludke e André (1986), o comportamento do observador como participante consiste em revelar a identidade do pesquisador e os seus objetivos de estudo ao grupo pesquisado desde o início; nessa posição, o pesquisador pode ter acesso a uma gama variada de informações. A escolha por essa metodologia se deu por melhor refletir sobre os anseios desta pesquisa, pois, de acordo com os autores acima citados, os dados podem apresentar a descrição dos sujeitos, areconstrução de diálogos, a descrição de locais e as reflexões metodológicas. Desta maneira, os resultados ora evidenciados apontam para uma prática enriquecedora, instigante, além de que se pode concluir que o trabalho em sala de aula com os textos literários (poéticos) instigou os alunos para o deleite do prazer estético e contribuiu para o aprendizado da língua de maneira prazerosa e significativa. Constatou-se também que, por meio dos poemas, foi possível desenvolver uma prática que valorizasse o trabalho com as estruturas linguísticas, mas também a leitura literária e sua fruição. Nesse sentido, as atividades realizadas neste espaço do desabrochar poético desenvolveram estratégias de ensino, do despertar da subjetividade, da criticidade e da reflexão nos discentes.
  • ARELI FERREIRA VASCONCELOS
  • NUCLEAÇÃO E FECHAMENTO DE ESCOLAS DO CAMPO:
    itinerários pelo direito à educação no Município de Baião/PA

  • Data: 27/12/2021
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  • Este trabalho analisa a Política de Nucleação das Escolas do Campo no contexto das mudanças ocorridas nas comunidades em que estas foram fechadas. Analisa ainda a garantia do direito ao acesso e à permanência das crianças e jovens às escolas núcleo no território Colônia Agrícola Magalhães Barata, município de Baião/PA. As análises estão em torno das políticas e das concepções educacionais e a luta dos movimentos sociais pelo direito à educação junto às populações do campo. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa por considerar as questões existenciais dos sujeitos com as relações de trabalho, a cultura, os modos de vida e saberes cotidianos. A pesquisa configura-se como um estudo de caso, tendo como procedimento de investigação a revisão de literatura e a pesquisa de campo. A coleta dos dados para formação da base empírica consistiu em pesquisa com base em análise documental e entrevistas semiestruturadas com ex-gestores, professores, pais, alunos e lideranças comunitárias. O aparato teórico da Educação do Campo está fundamentado em Caldart (2005, 2012), Molina (2015), Hage (2012) e Arroyo (2005). Em adição, fundamentou-se em Silva (2018), Mainardes (2016), Carmo (2016), Nascimento (2012) e Postório (2015), dentre outros, para as discussões acerca da nucleação. O resultado apresenta um quadro de contradições acerca do acesso e da permeância das crianças e jovens à escola núcleo do município, fomentado por transporte escolar e vias de acesso precárias, implicando diretamente na vida dos sujeitos, no sentido de mudanças de hábitos, gerando inseguranças e medos, assim como explicita um acentuado fechamento de Escolas do Campo nos últimos anos. Conclui-se, portanto, que este estudo revela o caráter contraditório do transporte escolar, este mesmo que deveria viabilizar o acesso e a permanência, tem sido, juntamente com as vicinais e caminhos o principal entrave para que o acesso e a permanência ocorram, assim como evidencia as arestas de uma política pública que se apresenta como solução mais viável, mas que na sua materialização tem negado o direito de os sujeitos terem escola no lugar onde vivem e o direito da integralização do acesso e permanência dos alunos das comunidades que fazem parte deste processo com qualidade social.

  • MARCOS LUIS PEREIRA FONSECA
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    O PROJOVEM URBANO NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS: O PERCURSO FORMATIVO PARA A INCLUSÃO E A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL NA EXPERIÊNCIA EM CAMETÁ (PA)

     

     

  • Data: 20/12/2021
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  • A dissertação de mestrado tem como título O ProJovem Urbano no contexto das políticas educacionais: O percurso formativo para a inclusão e a qualificação profissional na experiência em Cametá (PA). O objetivo da pesquisa foi analisar o ProJovem Urbano Cametá na perspectiva de inclusão, educação, qualificação profissional e ação comunitária no percurso formativo a partir da proposta pedagógica nas edições de 2012, 2013 e 2014. Entre os principais autores que fundamentam a presente pesquisa, destacam-se Freire (1996), Kuenzer (2009), Marx (2008), Oliveira (2008), Fávero (1997), Arretche (2001), Cassini (2011), Rodrigues (2012), Silva (2012), Abrúcio (2005), Frigotto (2003), Araújo e Lima (2014), além de documentos, leis e decretos, dentre outros. Metodologicamente, a pesquisa utiliza-se de uma abordagem qualitativa, pesquisa de campo, tendo como instrumentos de coleta dos dados, entrevista semiestruturada e procedimentos de análise de conteúdo com foco no materialismo histórico-dialético, procedendo-se às descrições e articulações do objeto-problema pesquisado, para chegar a uma conclusão relativa dos conhecimentos. A pesquisa permitiu identificar que o ProJovem Urbano é um programa importante para a classe trabalhadora por permitir aos jovens o acesso à escolarização, apresentando-se sob novo olhar enquanto possibilidade de ampliar o universo cultural aliado à formação, compreendendo estratégias que tendem a atender às necessidades principais do educando, inclusive com apoio financeiro. Ademais, o ProJovem Urbano se apresenta com nova concepção da educação de jovens e adulRtos porque consta formalmente de elementos importantes do processo formativo, tais como inclusão social, educação, trabalho, cidadania e qualificação profissional, pois o ProJovem Urbano revela perfil formativo e contempla outras dimensões dos conhecimentos que estão nas manifestações artísticas e culturais das práticas de vida dos jovens.

  • ALANDER MEIRELES REIMAO
  • O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS E AS IMPLICAÇÕES NOS PROCESSOS PEDAGÓGICOS NA ESCOLA SANTUÁRIO DE FÁTIMA NO CONTEXTO DO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL NO MUNICÍPIO DE CAMETÁ/PA

  • Data: 17/12/2021
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  • O estudo versa sobre o uso das tecnologias digitais e suas implicações nos processos pedagógicos na Escola Santuário de Fátima (nome fictício) no município de Cametá/PA, considerando a adoção do Ensino Remoto Emergencial. Metodologicamente, a pesquisa referenciou-se pela abordagem qualitativa e se desenvolve a partir do estudo de caso. Como instrumentos, utilizou-se de entrevistas com os professores e a gestora, questionários com os alunos, além de observação participante em ambiente virtual/eletrônico. O trabalho referencia-se por autores que assumem uma perspectiva crítica das tecnologias na sociedade capitalista, entre eles, Vieira Pinto (2005), Castells (1999) e Selwyn (2011), Bannell et al. (2016). Referenciamos as análises sobre as tecnologias no campo educacional em Prazeres (2016), Tajra (2019), Batista (2019) e Silva (2020). Já no contexto do ensino remoto emergencial, utilizamos as reflexões de Cardoso; Ferreira (2020), Saviani; Galvão (2021), dentre outros. No que se refere aos resultados do estudo, fica em evidência que as plataformas e aplicativos mais utilizados foram o WhatsApp, o Google Meet e a plataforma adotada pela instituição que é o QMágico. Identificou-se no percurso metodológico, que a escola estudada já fazia uso da plataforma supracitada, antes mesmo de iniciar a pandemia de COVID-19 e, a partir dos dados coletados averiguou-se que, em sua maioria, os docentes vivenciaram processos de intensificação no trabalho, dificuldades com relação à conexão e manuseio das tecnologias digitais. Em mesmo sentido, os alunos apontaram questões tecnológicas, problemas com conexão e a qualidade de acesso, questões de saúde, local e horário de estudo como sendo os fatores que dificultaram o uso das plataformas digitais no ensino remoto. Com relação aos equipamentos, o celular, o notebook e o computador foram as ferramentas mais utilizados para acessar as aulas remotas. Destaca-se que é pela mediação que o processo de ensino e aprendizagem, com uso de tecnologias, pode contribuir com os processos pedagógicos. Contudo, ao analisar as práticas realizadas pelos professores e alunos, verificouse que a sua inserção foi feita de forma instrumentalizada, no que se refere a mediação professor-tecnologias-aluno. Apontou-se, também, as dificuldades apresentadas pelos sujeitos da pesquisa, no que se refere as atividades remotas no contexto pandêmico. Por fim, evidenciou-se que o uso das tecnologias digitais, durante a pandemia, foi fundamental para que as atividades pedagógicas continuassem, ainda que, de forma remota e com muitas limitações.

  • LUIZA ANTÔNIA CARDOSO DE MELO
  • O DIREITO À EDUCAÇÃO PÚBLICA E GRATUITA COM QUALIDADE SOCIAL NA AMAZÔNIA TOCANTINA PARAENSE: (DE) FORMAÇÃO E/OU (IN) VISIBILIDADE DOS SUJEITOS DO SOME EM UMA ESCOLA DO CAMPO NO MUNICÍPIO DE OEIRAS DO PARÁ (PA)

  • Data: 10/12/2021
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  • Temos como objeto de pesquisa a Qualidade Social do Ensino Médio do Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), subsidiado por uma escola ribeirinha, localizada na Vila Monte das Oliveiras – Rio Itaucu, pertencente ao município de Oeiras do Pará (PA). O objetivo geral é: Analisar as condições de oferta do Ensino Médio na modalidade SOME em uma escola do campo no município de Oeiras do Pará (PA). Os objetivos específicos são: a) Identificar possíveis aspectos relacionados à qualidade social do/no Ensino Médio Modular do/no SOME Itaucu; b) Investigar a infraestrutura escolar do SOME, considerando as condições de oferta do Ensino Médio Modular do/no SOME Itaucu/ Oeiras do Pará (PA) a partir do contexto ribeirinho da EMEF Raimundo Caldas; c) Descrever o SOME e os processos formativos dos sujeitos ribeirinhos do/no SOME Itaucu sob a perspectiva dos seus sujeitos com base no direito à educação de qualidade social referendado nas principais legislações vigentes. A tessitura desta pesquisa está pautada em um estudo de caso de base qualitativa e exploratória. Para isso, utilizamos os seguintes procedimentos: análise documental, literatura específica e entrevista semiestruturada, aplicada aos docentes, discentes do SOME Itaucu, gestores da escola-sede/ escola-polo e representante da comunidade (Vila Monte das Oliveiras). Logo, este trabalho assume uma concepção de Educação do Campo ribeirinha como Direito Constitucional dos sujeitos do Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME/ Itaucu). A pesquisa concluiu que o SOME se sustenta em uma proposta curricular de educação urbana transplantada para o campo, contudo, o SOME Itaucu pertence a um grupo particular de escolas das águas, cuja concepção de Educação do Campo Ribeirinha que defendemos, não o limita a caracterizálo genericamente na abrangência da Educação do/no Campo, devido às especificidades socioeconômicas da realidade ribeirinha daqueles sujeitos e a relação destes com a natureza que os circunda, o que nos levou a concluirmos que esse achado particulariza o SOME Itaucu dentro do conjunto diversificado de comunidades/localidades que compõem a Educação do Campo em todos os recantos do país. Verificamos, ainda, que a educação com qualidade social no SOME Itaucu foi percebida parcialmente, pois apesar da implantação do SOME na localidade ser vista como ponto positivo na comunidade analisada, por propiciar expectativas futuras com a certificação adquirida, os indicadores de desempenho apontam que há uma acentuada invisibilidade dos sujeitos quando esses são submetidos a provas e resultados externos. Sobre a infraestrutura, constatamos que dada a precariedade infraestrutural encontrada no SOME Itaucu, se faz necessária a construção de uma escola própria do estado com infraestrutura adequada para atender as demandas do Ensino Médio Modular, especialmente das escolas das águas, como o lócus deste trabalho. Sobre os processos formativos, ratificamos que o SOME Itaucu atende às exigências da secretaria de educação do estado, desenvolvendo o currículo homogêneo aplicado para ambas modalidades: Regular e Modular. Dessa maneira, verificamos que o currículo escolar, adotado pelo SOME Itaucu, demonstra-se indiferente aos aspectos socioculturais e saberes ribeirinhos das comunidades/localidades atendidas, contrapondo-se à lógica/realidade rural-ribeirinha daqueles sujeitos, o que expõe a formação humana e acadêmica fragilizada destes.

  • MARIA MADALENA DA SILVA DA SILVA
  • IOLANDA DE OLIVEIRA: CONTRIBUIÇÕES E CONCEPÇÕES PARA A EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA

  • Data: 03/12/2021
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  • O intuito deste trabalho é investigar e registrar as ações e aspectos da trajetória de vida da
    intelectual Iolanda de Oliveira, suas distintas contribuições para a sociedade brasileira, que
    cooperaram de forma sensível para a construção de uma educação antirracista no interior do
    espaço acadêmico da universidade Federal Fluminense - UFF em Niterói/RJ e sua ressonância
    para outras regiões do país. O objetivo desta pesquisa é demonstrar as trilhas de contribuições
    na educação antirracista de âmbito local e nacional construída por Iolanda de Oliveira. A
    metodologia utilizada foi a história de vida, pela singularidade que envolve Iolanda de Oliveira.
    Estivemos ancoradas dialogando teoricamente com obras de autoras/es que contribuem com
    este estudo, entre elas/es: COLLINS (2019); DAVIS (2016, 2017); RIBEIRO (2017, 2018);
    FANON (1983); FREITAS (2017); GOMES (2017, 2019), HOOKS (2019); KILOMBA
    (2019); MUNANGA (2002, 2008, 2019); OLIVEIRA (2001, 2010, 2012, 2015). Incorporada à
    análise meticulosa dos documentos pessoais autênticos de Iolanda, obras escritas e organizadas
    por ela, foram elencadas assim como uma pesquisa dos Cadernos do Programa de Educação
    sobre o Negro na Sociedade Brasileira (PENESB), além do concurso Negro e Educação com
    pesquisa sobre negro e educação; sua permanente atuação na educação que data a década de 60;
    a política de ação afirmativa promovida pelo Penesb e sua atuação para implantar no curso de
    Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (FEUFF) a
    disciplina na área das relações étnico-raciais, tudo isso integra Iolanda de Oliveira na educação
    antirracista e na Educação para as Relações Étnico-raciais (ERER). O contato com os dados,
    obras escritas e organizadas, mostra que Iolanda de Oliveira, através de lutas para a educação
    antirracista e ERER , tem vastas contribuições para uma sociedade brasileira menos racista,
    pela atuação nas produções intelectuais, pela criação do Penesb, pelas formações continuadas
    de professores em diversos níveis de educação e pela luta dentro da universidade por uma
    educação antirracista.

  • ROSINEI DA SILVA LIMA
  • FORMAÇÃO DE PROFESSORES: SENTIDOS E CAMINHOS NA ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS DA COMUNIDADE PONTILHÃO, ABAETETUBA-PARÁ

  • Data: 30/11/2021
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  • O presente trabalho teve como tema Formação de Professores: sentidos e caminhos, tendo como lócus a Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Nossa Senhora das Graças, na localidade do Pontilhão, no município de Abaetetuba/Pará. Neste sentido, a pesquisa buscou responder ao questionamento de “como a experiência de formação de professores contribui para a qualificação do fazer docente com vistas à melhoria do processo de ensino e aprendizagem de alunos e alunas do campo na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Nossa Senhora das Graças”. Entende-se que a formação docente consiste em dois momentos distintos, mas interligados: a formação inicial, ofertada pelas instituições de nível superior; e, a formação continuada (ou contínua) que acontece depois da conclusão do curso de formação inicial. O trabalho de pesquisa teve por base abordagem qualitativa devido as possibilidades de estudo dos fenômenos que envolvem os seres humanos e suas relações estabelecidas em diversos ambientes, seguiu a via do estudo de caso, como metodologia de pesquisa, cuja possibilidade levam a análise sobre as experiências de formação de professores, objeto de nossa investigação. Quanto aos procedimentos de coleta de dados foi utilizado o levantamento bibliográfico, a observação, a pesquisa documental e a entrevista semiestruturada. Para a análise dos dados definimos como categorias de análise: formação de professores, profissão docente e docência na escola do campo. Dessa forma, as análises das entrevistas acerca das experiências de formação de professores possibilitam a reflexão crítica da prática docente em que foi verificado a falta de uma política de formação continuada por parte da gestão pública municipal para os docentes da escola e que o tempo destinado a formação na escola eram organizados de forma individualizada entre os professores o que dificultava o diálogo sobre as demandas sociais e propostas pedagógicas. A necessidade de atualização da proposta pedagógica da escola com a inserção da reflexão sobre as leis que atendam as questões do campo, por se tratar de um estabelecimento de ensino do campo, a inserção das propostas do Plano de Ação anual e das atividades socioeducativas e o estudo dos resultados alcançados pela escola no decorrer das últimas avaliações externa. Ademais, os professores reconhecem suas experiências como construção da profissão e de transformação da realidade social e educativa

  • NATIANE PORTILHO GOMES
  • O PROGRAMA DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA NO MUNICÍPIO DE CAMETÁ (PA): transferências de recursos e prestação de contas dos conselhos escolares no período de 2009 a 2019 

  • Data: 31/08/2021
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  • Este estudo tem por objetivo analisar as transferências de recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e prestações de contas dos Conselhos Escolares no Município de Cametá no período de 2009 a 2019. Para isso, buscou-se sistematizar e analisar: 1) os recursos recebidos através do PDDE pelos conselhos escolares; 2) outros recursos recebidos através do FNDE no município de Cametá e, 3) as inadimplências dos recursos recebidos pelos conselhos escolares no período de 2009 a 2019. A realização da pesquisa bibliográfica e documental se deu através de levantamentos nos sistemas públicos de informações, como o sistema de liberações do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Sistema de Gestão de Prestação de Contas (SIGPC), Relação de Unidades Executoras Atendidas pelo PDDE (PDDEREx), Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO), documentos orientadores do FNDE, relatórios da Secretaria Municipal de Educação de Cametá, leis, decretos, portarias, manuais operacionais do FNDE, etc. Ademais, utilizamos autores importantes que tratam sobre essa temática e afins como Mafassioli (2017), Peroni (1999), Camini (2009), Cardoso (2009), Batista (2008), Marinheiro (2016), Yananguita (2013), entre muitos outros, que foram indispensáveis para a análise que foi proposta. Este estudo demonstrou que os conselhos escolares no Município de Cametá receberam recursos do PDDE e suas ações agregadas no período de 2009 a 2019, em valores corrigidos a preço de dezembro de 2019 pelo INPC de R$ 49.650.766,65, sendo que, 58,20% foi repassado para o PDDE Integral e 24,78% para o PDDE Básico/Manutenção. As maiores inadimplências ocorreram nos anos de 2015 e 2019 no PDDE Básico e nos anos de 2014 e 2015 no PDDE Integral. Essas inadimplências levaram os conselhos a ficarem automaticamente impedidos de receberem os repasses do FNDE. Diante das inadimplências, entre 2014 e 2015 ocorreu uma diminuição considerável nos repasses. Em 2014, os valores com correção monetária, recebidos no PDDE Básico totalizaram R$ 1.696.018,81, sendo esse o ano em que mais conselhos receberam, 103 (cento e três). Já em 2015, esse valor diminuiu para R$ 645.310,24, com apenas 39 (trinta e nove) conselhos recebendo recursos. Essa diminuição de 62% no volume de recursos do PDDE básico entre 2014 e 2015 é observada de forma semelhante nas outras ações agregadas do PDDE a partir de 2014, sendo a inadimplência dos conselhos o principal motivo para explicar esse movimento decrescente.  

  • WARLLEN BARROS DE SOUZA
  • DEVIRES-TRAVESTIS NA EDUCAÇÃO: Montação cartográfica da arte queer como ato criador e político.


  • Data: 31/08/2021
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  • Que pode uma multidão queer em devires-travestis na educação? A ideia-força deste estudo se movimenta por uma estrela bailarina, nascida do caos, a percorrer múltiplos territórios, tecendo nestes percursos móveis afetações com coletividades queer, onde se aprende a viver, a lutar, a amar e a agenciar as potências do corpo político e da arte queer na montação de uma educação travestilizada das diferenças. E onde cabe perguntar: que novos arranjos a arte queer é capaz de produzir na educação? Impulsionado pela potência do encontro com a filosofia da diferença, o movimento crítico deste trabalho é o de provocar rachaduras na imagem do patriarcado em seu poder reinante, dominador, e o movimento clínico, é o de produzir aberturas, tecer redes de conexões entre corpos e sexualidades que afirmem uma educação das multiplicidades. O traçado que seguimos nesta pesquisa é a Cartografia dos rizomas, na companhia de Deleuze & Guattari (2010); instigados por um filosofar da diferença com Nietzsche (2014); e os estudos queer de Butler (2003) e Preciado (2011), além das pesquisadoras transexuais e travestis na/da educação como Luma Andrade (2012); Thiffany Odara (2020); Sofia Favero (2020); Megg Oliveira (2020);  que “fazem de seu corpo um local discursivo, em toda sua plenitude retrata um texto explícito com signos femininos” (ODARA,2020), essas mulheres, transfeministas, também nos acompanham nas encruzilhadas destes caminhos, apresentando-nos diversas experiências e enfrentamentos nos espaços educativos para burlar os dispositivos de controle e experimentar o corpo/pensamento em um acontecimento que reverencia a ancestralidade e afirma positivamente a diferença queer na educação. Por isso, as forças feiticeiras que espreitamos em suas linhas de fuga denominamos devires-travestis e experimentamos uma pesquisa cartográfica investida da potência do conceito de devires-travestis para travestilizar a educação, para expandir as forças inventivas e subversivas do corpo queer nos circuitos acadêmicos, artísticos e políticos, sejam eles eventos juninos, carnavalescos ou afrorreligiosos, apostando na montação do corpo e da arte queer como ato criador e político na educação. Nestas linhas que se seguem estão expostas as marcas de resistências do corpo queer em uma “antimemória” (Deleuze, 2012) das lutas inscritas na linguagem do tempo rizomático, antilinear, que insurge no presente como modo inventivo e subversivo de experimentar a vida, travestilizando a educação no universo queer.Que pode uma multidão queer em devires-travestis na educação? A ideia-força deste estudo se movimenta por uma estrela bailarina, nascida do caos, a percorrer múltiplos territórios, tecendo nestes percursos móveis afetações com coletividades queer, onde se aprende a viver, a lutar, a amar e a agenciar as potências do corpo político e da arte queer na montação de uma educação travestilizada das diferenças. E onde cabe perguntar: que novos arranjos a arte queer é capaz de produzir na educação? Impulsionado pela potência do encontro com a filosofia da diferença, o movimento crítico deste trabalho é o de provocar rachaduras na imagem do patriarcado em seu poder reinante, dominador, e o movimento clínico, é o de produzir aberturas, tecer redes de conexões entre corpos e sexualidades que afirmem uma educação das multiplicidades. O traçado que seguimos nesta pesquisa é a Cartografia dos rizomas, na companhia de Deleuze & Guattari (2010); instigados por um filosofar da diferença com Nietzsche (2014); e os estudos queer de Butler (2003) e Preciado (2011), além das pesquisadoras transexuais e travestis na/da educação como Luma Andrade (2012); Thiffany Odara (2020); Sofia Favero (2020); Megg Oliveira (2020);  que “fazem de seu corpo um local discursivo, em toda sua plenitude retrata um texto explícito com signos femininos” (ODARA,2020), essas mulheres, transfeministas, também nos acompanham nas encruzilhadas destes caminhos, apresentando-nos diversas experiências e enfrentamentos nos espaços educativos para burlar os dispositivos de controle e experimentar o corpo/pensamento em um acontecimento que reverencia a ancestralidade e afirma positivamente a diferença queer na educação. Por isso, as forças feiticeiras que espreitamos em suas linhas de fuga denominamos devires-travestis e experimentamos uma pesquisa cartográfica investida da potência do conceito de devires-travestis para travestilizar a educação, para expandir as forças inventivas e subversivas do corpo queer nos circuitos acadêmicos, artísticos e políticos, sejam eles eventos juninos, carnavalescos ou afrorreligiosos, apostando na montação do corpo e da arte queer como ato criador e político na educação. Nestas linhas que se seguem estão expostas as marcas de resistências do corpo queer em uma “antimemória” (Deleuze, 2012) das lutas inscritas na linguagem do tempo rizomático, antilinear, que insurge no presente como modo inventivo e subversivo de experimentar a vida, travestilizando a educação no universo queer.

  • RUI GUILHERME MANGAS DE SOUZA
  • HERMENÊUTICA E FORMAÇÃO (BILDUNG): UM OLHAR CRÍTICO SOBRE O CONCEITO DE FORMAÇÃO CONTEMPORÂNEA BASEADO NO MODELO CIENTIFICISTA-ILUMINISTA, SOB A PERSPECTIVA DA HERMENÊUTICA FILOSÓFICA DE HANS- GEORG-GADAMER

  • Data: 31/08/2021
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  • Este trabalho traz à luz uma reflexão sobre o conceito de formação (Bildung) humana
    desenvolvido na Alemanha há cerca de duzentos anos, bem como sobre os conceitos
    de objetividade e de cientificidade modernos. Paralelamente, refaz a crítica
    desenvolvida por Hans-Georg-Gadamer à subjetividade inerente ao Iluminismo como
    corrente filosófica; ao mesmo tempo que reflete a educação sob a perspectiva do
    diálogo como possibilidade de desenvolvimento de uma consciência que submete
    suas próprias convicções ao crivo de diferentes horizontes compreensivos. Pretende
    demonstrar que a prática educacional contemporânea, orientada pela ideia de
    objetividade científica, reduz as possibilidades de formação, uma vez que possui uma
    orientação que desconsidera a historicidade e os contextos sociais do educando, além
    de vincular o êxito formativo deste a sua adequação a especializações voltadas para
    o provimento de capital humano para o mercado capitalista. Traz, outrossim, a
    perspectiva de formação da hermenêutica filosófica, de uma autoformação voltada
    para o desenvolvimento da consciência ética no sujeito, adquirida a partir da abertura
    para o diálogo com outras perspectivas de mundo, que possibilitam uma constante
    reflexão e auto reavaliação por parte do educando, afastando-o de concepções
    dogmáticas e doutrinárias. Uma educação voltada para o pluralismo, para a liberdade
    e para a cidadania. De um critério formativo mais humano, que considera o saber não
    desconectado do senso ético e de responsabilidade social. Trata-se de uma pesquisa
    teórica que procura trazer uma contribuição ao debate pedagógico-filosófico
    contemporâneo.

  • CHRISTIANE COSTA LIRA
  • AGENCIAMENTOS POLÍTICOS E LITERÁRIOS NAS TRAMAS EDUCATIVAS DE VOZES-MULHERESDO COLETIVO SUMANAS

  • Data: 30/08/2021
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  • Agenciar Clarice LispectoreConceição EvaristoeColetivo Sumanase... nos fios-rizomas dos Feminismos da Literatura na Educação, constituiu o desafioprincipal desta pesquisa. As teias cartográficas, ao modo Deleuziano-Guattariano, entrelaçadas aos estudos feministas, abriram mundos nas trama seducativas, movimentaram encontros, promoveram agenciamentos políticos e literários nas reuniões em assembleias, para discutir a liberdade do corpo-político feminino e o direito de aparecer, apoiada nas ações educativas do Coletivo de Mulheres Sumanas, que se constitui de um coletivo de jovens mulheres universitáriasdo Campus Universitário do Tocantins-Cametá. O objetivo da pesquisa consistiu em cartografar as escrevivências políticas e literárias de tramas educativas das Vozes-Mulheres do Coletivo de Mulheres Sumanas, como abertura aos processos libertários e a problematização da condição da mulher na sociedade. Para tanto, cruzam-se neste trabalho travessias de um rio-mar entre feminismos e ativismos do Coletivo de Mulheres Sumanas porquatromapas-ensaios de textos performáticos que inscrevem as cenas e recortes da arte literária de Clarice Lispector e ConceiçãoEvaristo. Nesses movimentos políticos e literários, questionamos as desigualdades de gênero na sociedade e potencializamos as multiplicidades, interligando arte e vida, para erguer nossasVozes-Mulheres (como em Evaristo) a produzir potências e insurreições feministas. A pesquisa cartográfica apoia-se na Filosofia da Diferença de Deleuze e Guattari (1995), Passos, Kastrup, Tedesco e Escóssia (2015; 2016). O aporte teórico percorre por Arendt (2002; 2007; 2019), Bauman (2000), Butler (2003; 2004;2019), Davis (2015;2017), Deleuze (1997; 2003), Deleuze e Guattari (1996; 2020),hooks (2017; 2019), Gonzalez (2020) Levy (2011), Nunes (2007), Saffioti (2004) e textos literários de Lispector e Evaristo, articulados ao campo da educação. A pesquisapercorreuas tessituras fecundas entre literaturaepolíticaeLispectoreEvaristoeColetivo Sumanas, entrelaçando as Vozes-Mulheres em potencial insurreição libertária nos processos educativos e nas lutas e resistências coletivas em defesa da vida e da liberdade de existir. Ressalta a urgência de inserir a pauta da Educação sexual naEscolaBásica, visto que, nas entrevistas, rodas de conversa e ao dialogar com as seis participantes, pelo menos cinco afirmaram ter sofrido alguma forma de violência e duas afirmaram sofrer violência sexual desde a infância, dentro da família. Nesteprocesso de libertação, os estudos de gênero, a literatura, o diálogo, a participação,aescrita com a poesia, os ativismos políticos têm contribuído para promover agenciamentos coletivos. No entanto, é de forma gradual que acontece o processo de transformação, sendo preciso costurar fio a fio para tramar uma outra educação, especialmente em tempos de ameaça à democracia, onde nossasVozes-Mulheres enfrentam as incidências das violências e silenciamentos, para erguer politicamente as lutas e resistências coletivas.


  • IVANA MOURA VIANA
  • CORPO, ARTE-PERFORMANCE E EXPRESSÃO DE GÊNERO E SEXUALIDADE NA ESCOLA BÁSICA

  • Data: 27/08/2021
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  • A dissertação intitulada “Corpo, arte-performance e expressão de gênero e sexualidade na
    escola básica” tem como objetivo cartografar as expressões de gênero e sexualidade na
    perspectiva da arte-performance experimentada pelo grupo GEACOM - Grupo Experimental
    Arte-Cultural Osvaldina Muniz. Descreve as experiências com a arte manifestadas no encontro
    com a dança contemporânea, a música e a arte cinematográfica, reverberadas no/pelo corpo
    combativo das(os) participantes, em forma de luta e resistência contra a lógica heteronormativa,
    enraizada no cotidiano escolar. A linguagem híbrida da arte-performance é o elemento
    potencializador para cartografar o espaço escolar e as experimentações do GEACOM como
    lugar de contestação, protesto, transgressão e resistência. Percorre a arte-performance inscrita
    nas fronteiras do corpo com visibilidade às diversidades sexuais e de gênero, mostrando como
    as insurgências dos corpos e os atos performativos questionam a naturalização do gênero e a
    lógica binária instalada na escola. A construção teórico-conceitual do estudo dialoga com Butler
    (2013); Cabral (2020); Cohen (2002); Costa (2010); Caetano (2014; 2015); Deleuze e Guattari
    (1997); Foucault (2013); Gadelha (2010); Louro (2013; 2014; 2020); Pereira (2013); Miranda
    e Faial (2020); Zumthor (2016), na perspectiva dos estudos de gênero e da arte-performance na
    escola básica. Na companhia da arte, abre caminhos para novas experimentações com os corpos
    performáticos subversivos e transgressores, ao mesmo tempo em que busca aglutinar forças e
    formas outras, para pensar uma educação com as Diferenças. Na intercessão com o pensamento
    de Deleuze e Guattari (1995), Passos, Kastrup e Tedesco (2014;2015) a pesquisa, em suas
    nuances metodológicas, busca compor um plano cartográfico das experiências e
    performatividades de gênero e sexualidade do corpo-político-performático dos participantes do
    grupo, em meio aos encontros coletivos, seus acompanhamentos, ensaios, montagens e
    intervenções, tendo como foco principal a emergência de se (re)parar e (re)pensar as questões
    relacionadas às diversidades sexuais e de identidade de gênero e seus efeitos performativos. O
    acompanhamento cartográfico da pesquisa e os registros escritos das intervenções
    performáticas foram realizados por meio de observações dos ensaios, fotografias das
    performances, relatos de experiências, conversações coletivas sobre os efeitos das intervenções
    performáticas realizadas pelo grupo. Os resultados da pesquisa enfatizam que a arte
    performativa de gênero abre um novo campo de discussão para questões de gênero e
    sexualidade nos territórios educacionais, pensando a expressão do corpo protesto interligado
    às lutas e resistências estéticas e políticas e aos processos de criação de espaços de liberdade e
    singularidade na educação.

  • ROSILENE FERREIRA DE ALMEIDA
  • A PRÁTICA PEDAGÓGICA NOS PROCESSOS FORMATIVOS DOS ALUNOS DO SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO MODULAR DE ENSINO (SOME) NA LOCALIDADE DE PARURU DE BAIXO NO MUNICÍPIO DE CAMETÁ/PA

  • Data: 27/08/2021
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  • O presente trabalho tem como objeto de estudo as práticas pedagógicas dos professores
    que atuam no Ensino Médio Modular na localidade de Paruru de Baixo, comunidade
    ribeirinha situada no município de Cametá, estado do Pará. O estudo está ancorado em
    uma abordagem qualitativa do tipo estudo de caso, com os seguintes procedimentos
    metodológicos: pesquisa bibliográfica, análise documental e entrevista semiestruturada
    com oito sujeitos envolvidos com os processos educacionais no sistema modular de
    ensino, sendo estes quatro professores atuantes no SOME, dois alunos egressos, um
    representante da comunidade e uma coordenadora pedagógica responsável pelo SOME
    no município de Cametá. Tem como objetivo geral: analisar as contribuições das
    práticas pedagógicas dos docentes do SOME nos processos formativos dos estudantes
    atendidos na escola de Paruru de Baixo. Para isso, analisamos as práticas pedagógicas
    por meio da análise de conteúdo, a partir das seguintes categorias analíticas:
    planejamento de ensino, objetivos de ensino, conteúdos de ensino, métodos de ensino e
    relação escola-comunidade. A partir das análises, identificamos que as práticas
    pedagógicas dos professores do SOME, em particular na localidade de Paruru de Baixo,
    não vêm contribuído de forma efetiva para os processos formativos dos alunos, uma vez
    que priorizado a preparação para o ENEM, objetivando prioritariamente o acesso à
    universidade em detrimento de uma formação mais ampla e integrada à suas realidades.
    Podemos dizer que, ideologicamente, o ensino médio vem sendo marcado pela busca da
    eficiência, de modo que o ENEM passa a ser uma forma de avaliar se essa finalidade
    está sendo alcançada, além de institucionalizar as condições limitadas de acesso ao
    ensino superior. Pragmaticamente, as falas dos entrevistados nos revelaram ainda que
    tais práticas têm contribuído de forma positiva no que tange à preparação dos alunos
    para fazer o ENEM. Por conseguinte, emergiram elementos que apontam que apesar dos
    desafios, o SOME vem se apresentando como uma importante política pública, pois é
    visto como única alternativa de os alunos terem acesso ao ensino médio em seu lugar de
    origem, próximo a seu trabalho, sua família e seus amigos, isso porque, contribui de
    uma forma mais elaborada e sistemática na realidade de suas comunidades e de suas
    vidas.

  • ELEN MAYARA BEZERRA DE CARVALHO
  • MULHERES NEGRAS NA UFPA-CAMPUS DE ALTAMIRA: LUGARES, TRAJETÓRIAS E PERCALÇOS DE UMA PRESENÇA

  • Data: 27/08/2021
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  • A pesquisa aqui desenvolvida objetiva conhecer o perfil racial e de gênero das estudantes dos cursos de graduação da Universidade Federal do Pará-Campus de Altamira, considerando os anos de 2017 a 2020. Diante da identificação desse perfil, focamos na presença e trajetória de mulheres negras nos cursos de graduação desta Universidade. Para realização da pesquisa utilizamos dados quantitativos e qualitativos, sendo o primeiro coletado junto a Divisão Pedagógica da UFPA-Campus de Altamira. Essa pesquisa consiste em um método especifico a partir de entrevistas semiestruturadas. Foram selecionadas três mulheres negras que tiveram acesso à universidade através das cotas, duas representantes do curso de Pedagogia e uma do curso de Medicina com a finalidade de evidenciar em que medida seu pertencimento racial e de gênero influenciou e (influencia) no seu ingresso e permanência no ensino superior. De modo geral, os dados indicam um quadro de invisibilidade da população negra na universidade. Além disso, a partir das trajetórias apresentadas, podemos concluir a falta de acolhimento pelo sistema educacional diante do racismo e sexismo, conclui-se que as mulheres negras dispõem de estratégias para ingressar e permanecer no espaço universitário.

  • LENISE MENDES RODRIGUES
  • A FORMAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS, PELO PARFOR, NO CURSO DE HISTÓRIA: currículo e trajetória de professoras egressas de Cametá (PA)

  • Data: 27/08/2021
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  • Este trabalho tem como objetivo analisar a formação de professoras, através do curso de
    História da Universidade Federal do Pará, contempladas pelo Plano Nacional de Formação de
    Professores da Educação Básica (PARFOR), tendo como foco de observação os estudos sobre
    as relações étnico-raciais aplicadas à análise do currículo do curso e às práticas sociais e
    escolares de docentes egressas do Campus Universitário de Cametá (PA), pois o curso de
    História do PARFOR ofertou no desenho curricular uma disciplina de História da África. Por
    conta disso, a intenção deste trabalho foi procurar saber, através de levantamento de dados, se
    o curso atende às questões étnico-raciais de acordo com as exigências da Lei no 11.645/2008,
    que instituiu a obrigatoriedade da inclusão da temática de História e Cultura Afro-Brasileira e
    Indígena na educação básica e no ensino superior. O ano de implementação do PARFOR em
    Cametá coincidiu com a criação da Faculdade de História no Campus Universitário daquele
    município; contudo, o desenho curricular de base para o curso de História não seguiu as
    diretrizes da recém-criada faculdade, mas as de Belém, e por este motivo o curso ofertou
    apenas essa disciplina na parte final do curso. A metodologia utilizada na pesquisa é de cunho
    qualitativo, com análise documental do projeto pedagógico do curso, do qual foi analisado o
    desenho curricular, e a história oral, com a entrevista das professoras egressas do curso.
    Indaga-se se essa única disciplina despertou a prática das relações étnico-raciais no entorno de
    suas comunidades escolares. No entanto, o resultado da pesquisa nos mostrou que o curso de
    História ainda não atende à legislação, e por esse motivo as discussões não são abrangentes no
    currículo. Ainda assim, essa única disciplina fez a diferença na formação das professoras e
    despertou o interesse da produção de trabalhos de conclusão de curso em torno da temática,
    como também modificou a prática pedagógica, levando a outro conhecimento sobre a história
    do continente africano e do negro no Brasil, em busca de um ensino democrático, no
    reconhecimento das diferenças e no combate ao racismo.

  • ADEMAR PINHEIRO FARIAS JUNIOR
  • SABERES DO TRABALHO DA/NA CONSTRUÇÃO NAVAL ARTESANAL

  • Data: 26/08/2021
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  • A presente pesquisa investiga as experiências e os saberes no/do trabalho da/na construção
    naval artesanal na cidade de Limoeiro do Ajuru, Estado do Pará, a partir de um estudo das
    dimensões formativas derivadas e manifestadas nas/das práxis desses saberes, constituído
    enquanto ação afirmativa de resistência à lógica destrutiva do capital, materializada na
    implantação da Usina Hidrelétrica (UHE) em Tucuruí-PA, bem como na expansão da pesca
    artesanal e na cultura do açaí. Baseando-se da hipótese que as experiências sociais e o
    desenvolvimento de saberes/conhecimentos no/do trabalho configuram-se enquanto processo
    constante de produção, [re]elaboração, adaptação e soma de saberes sociais instituídos nas
    experiências vivenciadas na produção da existência humana e nas experiências das atividades
    de trabalho. Ressalta-se que este estudo, faz uso da perspectiva teórica do materialismo
    histórico-dialético, a qual abrange a alienação, interpretação do contraditório e a dialética da
    negação como categorias de análise nas [múltiplas] relações histórica e sociais que
    fundamentam a existência dos sujeitos que integram os ofícios de carpinteiro, calafate e
    pintor, ofícios esses que configuram a construção naval artesanal (CORRÊA, 2017). Neste
    estudo, se afirma a existência de saberes/conhecimentos e práticas politécnicas, que
    possibilitam a produção diversificada de tipos de embarcação, uma vez que fundamenta as
    necessidades históricas, sociais e econômicas da microrregião do Baixo Tocantins. Nessa
    perspectiva os saberes/conhecimentos e experiências diversas se afirmam como condição seni
    qua non, para se confrontar um processo de diminuição do trabalho, bem como para
    fundamentar uma consciência de classe em si (POULANTZAS, 1969). Portanto, conclui-se
    que os saberes/conhecimentos decorrentes das experiências e/no/do processo de produção e
    formação, destacam o trabalho como principio educativo e/ou os princípios educativos do
    fazer/saber trabalho, assim os saberes/conhecimentos construídos nas experiências e/no/do
    desenvolvimento e necessidades do/de trabalho, que na perspectiva das categorias trabalho e
    educação se evidência à formação integral dos sujeitos.

  • NEYLCE FURTADO FREITAS
  • O PERFIL DOS GESTORES MUNICIPAIS DA EDUCAÇÃO EM CAMETÁ (2001-2020)

  • Data: 05/07/2021
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  • Objetivou-se analisar o perfil dos gestores municipais da educação de alto e médio escalão em Cametá (Pará), tendo em vista as possíveis similaridades ou diferenças entre o perfil dos gestores, e as perspectivas de gestão, do Partido dos Trabalhadores (2001-2004 e 2013-2016) e o perfil dos gestores do grupo liderado por José Waldoli Filgueira Valente (2005-2008, 2009-2012 e 2017-2020). A metodologia fundamentou-se na abordagem qualitativa. Utilizouse a técnica de questionário fechado, aplicado em uma amostra não aleatória de 53 gestores de ambos os grupos, dentro de um universo de 76 gestores de alto e médio escalão. Além disso, realizou-se a análise documental e entrevista semiestruturada, que foi aplicada com dois gestores, sendo um de cada grupo. O referencial teórico parte da reflexão sobre os principais paradigmas de gestão, a saber, o burocrático, o gerencial e o democrático. O conceito de clientelismo também foi levado em consideração nas reflexões teóricas que pautaram essa pesquisa. Dentre os resultados do estudo, verificou-se a existência de dois grupos que se alternaram na gestão da educação municipal. O primeiro gira em torno da estrutura do PT, com 43% dos gestores respondentes filiados ao partido; já o segundo grupo gira em torno de uma liderança, de que os membros não são vinculados a partido. A quantidade de gestores que atuou em cada grupo é diferente, pois o primeiro grupo, durante seu período de atuação, em apenas duas gestões municipais, contou com um total de 47 gestores, enquanto o segundo grupo, que esteve na prefeitura durante três mandatos, apresentou um número inferior, de 29 gestores. Ambos os grupos são constituídos em sua maioria por mulheres e recrutam a maioria dos gestores de médio escalão dentro do funcionalismo público do setor educacional, com destaque para os funcionários da própria Secretaria Municipal de Educação, pois 56% dos respondentes são concursados e lotados nessa secretaria. Em relação à formação, 68% dos gestores respondentes do questionário têm graduação em Pedagogia, e 72% têm especialização (pós-graduação lato sensu). O primeiro grupo é, em seu conjunto, mais escolarizado, com 49% de gestores com título de mestrado, frente a 17% no segundo grupo. Acrescenta-se a isso que a Universidade Federal do Pará contribuiu com a formação de 85% do total desses dois grupos de mestres. Acrescenta-se ainda que o Programa de PósGraduação em Educação e Cultura (Universidade Federal do Pará, Campus Cametá) foi responsável por formar 45% do total de gestores mestres da educação municipal. Na entrevista com os sujeitos, detectou-se que na primeira gestão do PT (2001 a 2004), segundo a percepção dos gestores entrevistados, a filosofia do partido foi inserida na educação com uma proposta de gestão democrática e centrada em projetos de iniciativa local; todavia, na segunda gestão do PT (2013-2016), seus projetos alinharam-se com a execução dos programas estabelecidos pelo Governo Federal. Além disso, identificou-se que, na visão dos gestores entrevistados, o grupo liderado por José Waldoli F. Valente, durante o mandato de 2017 a 2020, pautava-se num perfil alinhado com os princípios da gestão democrática, em um momento inicial do governo; contudo, nos períodos finais do governo, assume uma perspectiva mais vertical, com tomadas de decisão mais centralizadas. Ademais, o critério para a composição das equipes gestoras de ambos os grupos era baseado em requisitos como a competência técnica, a formação e a afinidade político-partidária. Destaque-se, por fim, a indicação dos gestores de ambos os grupos como mecan

  • VERALUCIA DE ARAUJO QUARESMA
  • MEMÓRIAS E SABERES DAS BENZEDEIRAS E/OU PARTEIRAS QUILOMBOLAS DA COMUNIDADE DO ITACURUÇÁ - ABAETETUBA/PARÁ.

  • Data: 29/06/2021
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  • A presente dissertação tem como objeto de estudo os Saberes Tradicionais das Benzedeiras e/ou Parteiras quilombolas de Itacuruçá – Abaetetuba/Pará, aborda o processo de benzer e/ou parturiar. Com o intuito de compreender o processo de construção da aprendizagem dos saberes tradicionais. Para empreender o trabalho, utilizamo-nos de uma abordagem qualitativa, com uma metodologia baseada na história oral com recursos etnográficos. Como aporte teórico, fundamenta-se em autores, como: Charlot (2000); Portelli (1997); Pinto (2002); Geertz (1989); Le Goff (1990); Quintana (1985), autores que discutem sobre a compreensão da temática e dentre outras referências que serão utilizadas. Aplicamos como instrumento da pesquisa entrevistas, a partir de um roteiro de questões. E ao problematizarmos sobre como essas mulheres construíram ou se apropriaram desses saberes da prática de benzer e/ou parturiar em domicílio e como se dá esse processo? Identificamos que essas práticas são vistas como uma vocação, um dom recebido de Deus, para ajudar e cuidar de outras mulheres. Os estudos nos apontam que as práticas de benzer e/ou parturiar são aprendizados construídos dentro do âmbito familiar e são considerados pelos sujeitos da pesquisa como uma forma de resistir e existir, que também há uma forte ligação desses sujeitos com um transcendente. E nesse viés da construção e aprendizado desses saberes, logo identificamos que existe uma desvalorização desses conhecimentos tradicionais das práticas de benzer e/ou parturiar na contemporaneidade, por parte das novas gerações com isso uma diminuição do número de benzedeiras e/ou parteiras, que esses saberes estão ameaçados na comunidade. Fatos que os sujeitos da pesquisa atribuem ao avanço da medicina, da tecnologia e o acesso à informação e ao conhecimento cientifico

  • LUCICLÉIA VILHENA SENA
  • PRÁTICA DOCENTE: NARRATIVAS DE PROFESSORES/AS DA COMUNIDADE REMANESCENTE QUILOMBO PIRATUBA (ABAETETUBA/PARÁ)

  • Data: 28/06/2021
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  • A presente pesquisa tem como objetivo analisar como as trajetórias de vida e a formação de professores da Escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Comunidade de Piratuba, contribuempara as práticas docentes em sala de aula e para a construção da identidade profissional. Metodologicamente, elegemos a história oral, partindo de uma abordagem qualitativa. Teoricamente, a pesquisa está embasada nos seguintes aportes teóricos: Nunes (2001), Tardif (2002), Pollak, (1989), Lino (1996), Goldenberg (1997), Marconi e Lakatos (2011). Para Reis (2008), as histórias de vida, como as dos/as professores/as quilombolas, geralmente narram acerca do desenvolvimento de uma ação desencadeada por uma situação de conflito real ou imaginária. Realizamos a pesquisa de campo a partir das observações e as entrevistas para coleta de informações e posteriores análises. Assim, constatamos no que concernem essas reflexões, destacamos que os relatos das professoras quilombolas e o desejo de aprofundamento teórico nos motivam ainda mais a refletir questões pertinentes ao tema proposto neste estudo; compreendendo o quanto é importante a formação continuada como um processo contínuo, que precisa ser realizado e que faz parte da vida profissional do professor, a partir da qual ele qualifica o seu trabalho docente e, consequentemente, melhora a qualidade do processo de ensino e aprendizagem dos alunos.

  • SIDNEY BARBOSA CARVALHO
  • O SOME NA COMUNIDADE DE BELOS PRAZERES EM CAMETÁ/PA

  • Data: 25/06/2021
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  • A presente dissertação analisa o Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME – na comunidade de Belos Prazeres, município de Cametá- PA, como uma política educacional para o campo. Com o intuito de compreender a articulação e organização que a comunidade buscou para que o SOME fosse efetivado, na medida em que se identifica sua importância na presente localidade, as possibilidades de formação e continuidade de estudos até o Ensino Médio dos sujeitos de Belos Prazeres. Para empreender o trabalho utilizamos de uma abordagem qualitativa e como metodologia destacamos o estudo de caso, com características de uma etnografia. Como aporte teórico base para a pesquisa, temos: Minayo (2009), Trivinios (1987), Yin (2001) e Zen (2018), autores que discutem sobre a compreensão do estudo de caso trazendo as características da etnografia. Como principal instrumento de coleta de dados utilizou-se a entrevista semiestruturada, cujos dados foram tratados à luz da análise temática de conteúdo. Os resultados oriundos desse trabalho de campo foram confrontados com aportes nas discussões dos eixos teóricos centrais da pesquisa, que são: Sistema de Organização Modular de Ensino e Educação do Campo. Desta forma, de acordo com os caminhos de pesquisa, inicialmente, identificamos a relação dos dispositivos jurídicos, elencando como referência a legislação que define a operacionalização, que é a resolução nº 161/82 e é regulamentado como uma Política Pública Educacional do Estado do Pará definido pela lei nº 7.806 de 29 de abril de 2014. Desse modo, os esforços desdobrados da investigação apontam a importância do SOME para a Comunidade de Belos Prazeres, principalmente, por trazer condições reais de continuidade de estudos para os sujeitos do campo. Por outro lado, em que mostra esta importância, há também uma série de dificuldades estruturais para oferecer melhores condições em relação à formação da juventude campesina quanto ao Ensino Médio do campo, pois para muitos o SOME é a única alternativa viável de acesso a esta modalidade de ensino. Além de ser um facilitador para que os sujeitos permaneçam na comunidade, sem precisar se deslocar para outra localidade, como acontecia quando não havia o SOME neste local. Logo, a pesquisa aponta que a comunidade coloca-se como importante instrumento de organização para que ele chegasse e se efetivasse. Assim, os sujeitos de pesquisa atribuem, dentre outros fatores, ao avanço da comunidade, a escolarização e formação completa na educação básica.  

  • LEDIANE DA SILVA BORGES
  • HISTÓRIAS, MEMÓRIAS, EDUCAÇÃO E (R)EXISTÊNCIAS: entre saberes e fazeres do/no Quilombo de Bailique Centro, Município Oeiras do Pará

  • Data: 17/03/2021
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  • O estudo intitulado, Histórias, Memórias, Educação e (R)existências: entre saberes e fazeres do/no quilombo de Bailique Centro, Município de Oeiras do Pará, tem como objetivo analisar os saberes tradicionais como forma de (r)existência de mulheres e homens quilombolas, os conhecimentos referentes a prática do plantar, colher, criar e preservar, relacionados a natureza e as formas de relação dos moradores quilombola com tais saberes, que constituem os processos socioculturais e históricos desta comunidade. Metodologicamente buscou-se auxílio teórico em obras de autores que abordam temática relacionadas a oralidade, memória, (r)existências e saberes tradicionais e culturais, entre os quais destacam-se: LEFF (2006), MUÑOZ (2007), SANTOS (2005), PINTO (2004, 2010), DOMINGUES (2017), PORTELLI (2016), HALL (2003), PORTO-GONÇALVES (2015), entre outros, que foram de suma importância para os encaminhamentos deste estudo. Acrescidas a pesquisa de campo, mediante observação em lócus, conversas informais, sempre em busca de vestígios, vivências e experiências, de mulheres e homens e a relação que estabelecem com a natureza. Dessa forma, optou-se por realizar uma pesquisa qualitativa com utilização de métodos da história oral, que por visar estabelecer procedimentos do trabalho investigativo, possibilitando interpretar e dialogar com a história, auxiliaram no entendimento dos saberes culturais e ambientais. Assim como, as lutas do grupo social em estudo pelo domínio do território, por existência, melhores condições de vida, reconhecimento e valorização de sua identidade cultural. Dados da pesquisa apontam que a natureza é sua raiz, seu fortalecimento, seu sentido de viver, assim o ambiente natural está associado ao pertencimento pessoal e comunitário, sobretudo, pautada em uma noção de consciência ecológica associada à necessidade de existência humana para muitas famílias do povoado. Observamos ainda, que no cotidiano do povoado o ambiente local é diversificado em conhecimentos de saberes tradicionais, notados pelos modos de ser e de viver dos moradores, das relações que têm com o meio ambiente, nas práticas diárias, principalmente, no que se refere ao uso e preservação dos recursos naturais, que são conhecimentos ecológicos, próprios da cultura da localidade.

  • THAIANNY CRISTINE DIAS GAIA
  • O GESTUAL E O LINGUÍSTICO: ANÁLISES INTERCULTURAIS ACERCA DA COMUNICAÇÃO FAMILIAR E ESCOLAR DE UM INDÍGENA SURDO NA ALDEIA ASSURINI DO TROCARÁ, MUNICÍPIO DE TUCURUÍ, NO PARÁ

  • Data: 15/02/2021
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  • A presente pesquisa intitulada “O gestual e o linguístico: análises interculturais acerca da comunicação familiar e escolar de um indígena surdo na aldeia assurini do trocará, município de Tucuruí, no Pará reflete acerca dos processos comunicativos (gestuais e sinalizados) utilizados por Wirawiwa Assurini, no contexto da Comunidade do Trocará. Para tanto tem-se enquanto objetivo geral: analisar os processos comunicativos estabelecidos entre o indígena surdo assurini e os ouvintes - indígenas e não indígenas na perspectiva de perceber como ocorre diferenciação na utilização dos códigos e sinais indígenas com os sujeitos familiares e escolares, atentando para as formas pelas quais ambas demarcam a constituição e ressignificação identitária indígena surda na Aldeia Assurini do Trocará. Enquanto que os objetivos específicos enveredam por: a) compreender através dos processos educativos e do cotidiano como ocorre a comunicação entre o indígena surdo e os ouvintes Assurini na Aldeia Trocará; b) entender a dinâmica de adequação dos sinais em LIBRAS a partir das interrelações com as demais línguas orais utilizadas por este povo; c) identificar como ocorre a reafirmação cultural dos indígenas Assurini para a constituição da identidade surda através das especificidades linguísticas e culturais desse sujeito. A pesquisa busca embasamento teórico em: Skliar (1998), Santana (2007), Oliveira (2015), Lima (2017), dentre outros que nos permitem entender a importância dos processos comunicativos enquanto constituintes do ser indígena surdo. Por sua vez, os dados empíricos foram construídos por meio de uma pesquisa qualitativa com características de um estudo de caso mediante a observação in lócus, entrevistas e conversas informais com moradores da Aldeia Assurini do Trocará, acrescidas a utilização de fontes imagéticas, técnica da elaboração de desenho. A partir das análises de campo contextualiza-se que o indígena surdo assurini, no que tange aos seus processos comunicativos possui um sistema linguístico multifacetado onde para o estabelecimento de comunicação, socialização e interrelações com o outro cria, contextualiza e padroniza sinais específicos ao cotidiano assurini ao mesmo tempo em que também utiliza sinais de LIBRAS. Nesse sentido, os resultados ora evidenciados apontam para a existência de acordos linguísticos que variam conforme os sujeitos e os ambientes com os quais se relaciona, assim, no âmbito familiar e no contexto social da Aldeia percebe-se a forte influência do contato surdo-ouvinte na criação e na utilização dos sinais que mediam os processos de comunicação e configuram-se enquanto fator indispensável em sua constituição identitária. Além disso, os sinais caseiros, mímicas e gestos utilizados nas conversações possuem forte influência na língua e cultura Assurini fato que permite-lhe aceitação e espaço e protagonismo dentro nas manifestações culturais de seu povo, ao passo que no contexto escolar, o que se percebe é que tanto a Língua de Sinais quando o conjunto de códigos comunicacionais de que se utiliza ainda são incipientes para que este vivencie significativamente os processos educativos necessários à sua inclusão social de fato

  • LIDIANE DE JESUS GONÇALVES SILVA
  • TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO: experiências pedagógicas com uso do celular por adolescentes do Município de Cametá/PA

     




  • Data: 29/01/2021
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  • A pesquisa analisou as experiências pedagógicas decorrentes do uso das tecnologias digitais móveis por adolescentes nas escolas públicas ensino de médio no Município de Cametá/PA. Entre os objetivos específicos, buscou-se identificar os riscos e limites do uso das tecnologias digitais móveis por adolescentes na escola pública, bem como, investigar o uso do celular no espaço escolar, a partir do ponto de vista dos adolescentes, para então, analisar quais as mediações feitas pela escola para o uso pedagógico das tecnologias digitais móveis. As análises dos dados foram referenciadas por uma perspectiva crítica da realidade, possibilitando a explicitação das contradições e questões cruciais que perpassam a inserção das tecnologias digitais móveis na educação. Utilizou-se como instrumentos de coleta de dados entrevista semiestruturada com professores e coordenadores pedagógicos e aplicação de questionários com adolescentes. Para analisar as tecnologias no contexto da sociedade capitalista, buscou-se apoio nas reflexões de Marx (2008, 2013, 2017); Mészáros (2011) e Vieira Pinto (2005). Autores como Selwyn (2011); Prioste (2013); Costa (2013); Nagumo (2014); Cordeiro (2014); Prazeres (2016); Kobs (2017) e Batista (2019) auxiliaram na problematização da inserção das tecnologias no campo educacional, bem como, a refletir sobre os tensionamentos, riscos e implicações do uso de dispositivos móveis por adolescentes. As análises evidenciaram que as experiências pedagógicas do uso dos dispositivos móveis fazem parte do cotidiano escolar, sendo proporcionadas pelo uso pessoal dos sujeitos. Identificou-se que o desenvolvimento de práticas pedagógicas mediadas pelas tecnologias enfrenta inúmeros desafios como a ausência de infraestrutura tecnológica adequada até a formação continuada docente. Constatamos que as ferramentas digitais existentes nas salas de aula, são usadas, sempre que possível, como recurso pedagógico, sendo de responsabilidade dos docentes e dos alunos, haja vista que os equipamentos tecnológicos da escola não atendem à demanda e necessidades do processo educativo, fragilizando aspectos muito importantes como a formação docente. A fragilidade de recursos tecnológicos, limita uma dinâmica de atuação pedagógica mais efetiva, o que impossibilita aos docentes, estratégias de uso da tecnologia de forma mais criativa e motivadora em suas aulas. Identificamos também que implicações podem ocorrer no processo educativo quando essas ferramentas são utilizadas de modo inadequado. São tensionamentos na relação professor-aluno que eclodem nas salas de aula, conflitos que se estabelecem pelo uso sem fins pedagógicos do celular, desvirtuando o foco das atividades para momentos de entretenimento e diversão. Na percepção dos adolescentes, o celular pode ser um recurso importante para o aprendizado escolar, uma ferramenta que pode ser utilizada pedagogicamente, mas que enfrenta proibições devido seu uso para fins de entretenimento. Para a escola, é um desafio o acompanhamento e monitoramento desse uso, pois a demanda de adolescentes portando este dispositivo é crescente, contudo, busca-se alternativas de mediações como palestras e reuniões com pais e responsáveis porque acredita-se que a parceria com a família também contribui no fortalecimento do processo educacional e ajuda na amenização ou resolução de situações que impliquem na rotina e aprendizado dos adolescentes.

  • AUDILENE DO SOCORRO CARDOSO MONTEIRO
  • POLÍTICA DE VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO NOS PCCRs DA REDE MUNICIPAL DE CAMETÁ/PA: movimento na carreira e incentivo à formação docente

  • Data: 29/01/2021
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  • Este texto é resultado da pesquisa de Mestrado em Educação sob o título - “Política de Valorização do Magistério nos PCCRs da rede municipal de Cametá/PA: Critérios de movimento na carreira e incentivo à formação docente”. O objetivo é analisar a política de valorização do magistério a partir dos Planos de Cargos, Carreira e Remuneração do Magistério (PCCRs) Cametá, identificando a política de movimento na carreira e o(s) incentivo(s) de formação docente da rede municipal. A metodologia utilizada enfatizou a revisão da literatura, a análise de documentos e a aplicação de entrevista semiestruturada. Na revisão do tema, tomaram-se, como principais fundamentos, as obras de Abrucio (2010); Baldino (2002), Costa, (1988), Martins (2010), Barbalho e Mendes (2017); Saviani (2009); Ferreira (2011); Gutierres et. al. (2018), dentre outros. Em meio aos documentos analisados, além das leis nacionais que dispõem da política de fundos para a educação e da que dispõe sobre o piso do magistério, tomamos as leis municipais no tocante ao objeto de estudo, tais como: o Estatuto do Magistério, Lei nº 1.245/92 de 22 de dezembro de 1992, a Lei nº 212/2012, que cria o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do Magistério – PCCR já modificada em alguns aspectos de interesse da categoria pela Lei nº 256/2013 e pela Lei nº 291/2016. As entrevistas foram aplicadas a dez professores efetivos da rede municipal, zona urbana, a um representante do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Estado do Pará – SINTEPP-Subsede/Cametá e a dois (2) gestores municipais ocupantes do cargo de Secretário Municipal de Educação – um deles que estava no exercício das funções no momento das entrevistas e o outro na condição de exsecretário. Considerando que o objeto de estudo se situa no campo da política de valorização do magistério público, inserindo-se num campo de embates entre governo e classe trabalhadora, optou-se pelo referencial metodológico-analítico do materialismo históricodialético, tomando os princípios de totalidade, mediação e contradição para subsidiar a análise e tratamento dos dados numa tentativa de aproximar os resultados obtidos da realidade investigada. Os resultados da pesquisa revelaram que a política de valorização do magistério tem sido uma bandeira de luta do SINTEPP/Cametá, tendo essa entidade protagonizado a proposta do primeiro PCCR amplamente discutido de 2004 a 2006, tendo sido aprovado pela Lei nº 066/2006, cujo texto não retratou, na íntegra, o que a categoria havia debatido, mas serviu de referência para a evolução da carreira municipal, trazendo mudanças sobre a jornada e sobre as progressões horizontais e verticais e o piso, em particular. Observou-se, também, que a formação inicial de professores municipal vem recebendo apoio por parte da gestão municipal ainda que de forma limitada, enquanto a formação continuada ocorre por meio dos programas e projetos externos, pois não existe na iniciativa da rede municipal nenhum projeto de formação consolidado, ainda que tenha sido criado o Cento de Formação de Professores – CEFOP - de iniciativa da gestão municipal. As políticas expressas nas leis nº 11.494/2007 - FUNDEB, n° 11.738/2008 - PSPN e Lei nº 13.005/ 2014, que aprovara o PNE - vigência de 2014 a 2024, ofereceram subsídios fundamentais às redes de ensino para gestão da educação, tendo os Planos de Cargos Carreira e Remuneração de Profissionais da Educação – PCCRs como norteadores dos interesses dos docentes. No caso de Cametá, a existência da Lei nº 212/ 2012- PCCR significa importante avanço para a política de valorização do magistério, havendo, entretanto, a necessidade de outras alterações para dirimir aspectos ainda não contemplados como dimensão dessa política. Segundo o SINTEPP, as limitações orçamentárias devido à baixa arrecadação fiscal do município inviabilizam o cumprimento do que se estabelece na lei do piso quanto à hora para planejamento como parte inclusa na remuneração que consta no PCCR. A avaliação de desempenho que está prevista como uma progressão horizontal também não ocorre, segundo os entrevistados, ora por falta de recursos financeiros, ora por falta de um quadro técnico suficiente para atender esse critério de progressão, limitando-se ao movimento somente por tempo de serviço por interstício de 5 em 5 anos. 

  • CAROLINE DO SOCORRO FREITAS MACIEL
  • ARTE PERFORMATIVA DE GÊNERO: CORPO-MANIFESTO E HETEROTOPIAS INVENTIVAS NA EDUCAÇÃO

  • Data: 27/01/2021
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  • A dissertação aborda, de maneira articulada, os conceitos de arte performativa de gênero, corpo e heterotopias como potencialidades para pensar o campo educacional enquanto espaço de transgressão e resistência, problematizando as questões de gênero e os regimes de governo e regulação direcionados sobre o corpo. Busca-se pensar a linguagem da arte performativa enquanto um ativismo queer de um corpo que expressa lutas e enfrentamentos minoritários em espaços heterotópicos na educação, produzindo disparos políticos e efeitos performáticos capazes de criar territórios de liberdade nos espaços historicamente instituídos e sacralizados. Em sua perspectiva teórico-conceitual o trabalho dialoga com Carlson (2011), Colling (2015), Butler (2017), Deleuze-Guattari (2017), Foucault (2013), Louro (2003), Cohen (2013), Pereira (2013), Passetti (2008), Lemebel (1986), intercessores que ajudaram a construir o estudo e a problematização da arte performativa do gênero na perspectiva da diferença na educação. Em seu aspecto metodológico o estudo percorre e transversaliza a arte performativa de gênero desenvolvida pelo escritor e performer chileno Pedro Lemebel conjugada com as experiências escolares dos participantes e a performance Metamorfose do Corpo realizada pelo grupo LGBTQIA+ no espaço universitário. O acompanhamento do processo da pesquisa e os registros escritos das intervenções performáticas foram realizados por meio de observações aos ensaios, fotografias das performances, relatos de experiências escolares, conversações referentes aos efeitos das intervenções performáticas realizadas pelo grupo. Os resultados da pesquisa enfatizam que a arte performativa de gênero produz um caminhar junto com o grupo participante deste trabalho, trazendo as suas reverberações, sonoridades, provocações a uma educação pensada ao encontro com as diferenças. Desafios de criar outros espaços heterotópicos da diferença na educação que afirmem os bons encontros, o acolhimento ao outro, a potência da arte, do corpo em sua liberdade de existir, e também, as rebeldias e as transgressões lançadas à educação.

  • TATIANA DUARTE DE SOUZA
  • FINITUDE E ENVELHECIMENTO: Uma pedagogia para a vida.

  • Data: 27/01/2021
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  • O presente texto dissertativo se tece entre o campo da filosofia e educação, problematizando questões tidas como habituais, que emergem a partir da crescente necessidade de pensar a finitude e o envelhecimento como perspectivas complementares que se inter-relacionam e nos possibilitam traçar formas outras de pensar e problematizar a educação, e nos instigam perguntar, como a educação pensa o ser humano? Somente o prepara para ser adulto? O que a pedagogia pode aprender com o fato de que somos finitos? E desse modo em um duplo movimento, de que modo a pedagogia pode nos possibilitar uma educação que aceita as perdas da vida? Como pensá-la agora para além de uma lógica produtivista e mercadológica? Pretendemos analisar os modos como a finitude e a morte tem sido discutidos ao longo dos anos, problematizando o envelhecimento enquanto inspiração de novos modos de pensar e materializar a pedagogia, e no modo como encaramos uma vida com perdas (sobretudo se nos formamos a todo o momento para lidar somente com os ganhos), com isso nos questionamos, que experiência é essa que acontece no envelhecimento, que nos permite pensar contra uma educação dos afazeres e das certezas. Dentro do aspecto teórico-metodológico, utilizaremos a pesquisa bibliográfica, que nos permite um aprofundamento e amadurecimento com relação ao que tem sido escrito e questionado a respeito da temática. Como inspiração teórica utilizaremos autores como Yalom (2008), Elias (2001), Seibt (2009.2012), Krishnamurti (1992), Luper (2010) entre outros, que nos permitem problematizar o conceito de finitude e morte, articulado com a perspectiva de envelhecimento de Combaz (1990), Cícero (2011), Sêneca (2009), Schopenhauer (2016), Steglich (1992) entre outros, bem como a própria pedagogia por meio de Cambi (1999), Larrosa (2010), e, por fim, traçamos uma articulação com a gerontogogia apresentada por Both (1999) em seu texto Gerontogogia: Educação e Longevidade que foi imprescindível para que conseguíssemos traçar as primeiras aproximações acerca da temática envelhecimento, assim como finitude e morte, e problematizar a própria pedagogia. Por meio da temática, colocamos em questão uma educação dos afazeres, e pensá-la por meio do envelhecimento e da finitude possibilita uma ruptura com a lógica da produtividade de formação do homem para pensá-lo em sua inteireza, como alguém que respeita seus limites de forma natural, e pode inserir em suas práticas cotidianas de forma interseccional, uma ótica de um ser humano que respeita e entende a passagem do tempo, uma educação que aborde as questões naturais da vida, que permita aos profissionais da educação falar sobre o corpo para além de um olhar biologizante, mas para um corpo que sente, sofre, se alegra, e essa possibilidade anuncia que muitos campos já consolidados podem ser repensados. 

  • ALICE DO SOCORRO LOUZADA MORAES
  • TRABALHO DOCENTE E PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO DE SABERES DE AVALIAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO: O PRESCRITO E O RENORMATIZADO

  • Data: 22/01/2021
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  • O presente trabalho, intitulado Trabalho Docente e Processos de Integração de Saberes de Avaliação em Língua Portuguesa no Ensino Médio: o Prescrito e o Renormatizado, construiuse a partir da temática de produção de saberes em avaliação da aprendizagem no ensino de Língua Portuguesa na educação básica no contexto da Escola Estadual de Ensino Médio Professora Osvaldina Muniz, zona urbana de Cametá (PA), com a finalidade de analisar como os saberes prescritos em avaliação no contexto da atividade de trabalho docente na educação básica têm-se relacionado com saberes experienciais no ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa. Por isso, a problemática desta pesquisa consistiu em questionar como os saberes presentes em avaliação de Língua Portuguesa são renormatizados por professoras no interior do trabalho docente no ensino-aprendizagem no contexto do ensino médio, considerando possibilidades de integração de experiências voltadas para a emancipação enquanto processo de inovação transformadora ou manutenção da ordem relacionada à inovação na perspectiva tradicional. Para sustentar esta pesquisa, o levantamento bibliográfico baseou-se em autores e pesquisadores como Hadji (1994), Esteban (1999), Loch (2000), Hoffmann (1993, 2014), Vasconcelos (2008), que refletem e problematizam a avaliação; Schwartz (2000, 2003, 2011, 2016), Charlot (2005), Tardif (2002, 2009) e Trinquet (2010), que nos ajudaram a refletir sobre saberes à luz da Ergologia; Saviani (1995), que embasa a discussão sobre inovação em educação, entre outros autores que fundamentam o debate apresentado. Do ponto de vista metodológico, pautamo-nos no Materialismo Histórico Dialético para fazer uma análise dialética relacionada também com a abordagem ergológica, que nos permitiu compreender a atividade humana, mais precisamente a atividade humana do trabalho docente numa perspectiva qualitativa de refletir sobre a relação entre saber prescrito e renormatizado. Esta pesquisa revelou, por meio de entrevista semiestruturada, a análise dos nossos principais achados, que apontaram a existência de um caráter subversivo em avaliar, pelas parceiras da pesquisa na EEEM Professora Osvaldina Muniz, possibilitando a visibilidade de múltiplas fontes de saberes e competências, resultado de uma permanente consciência também subversiva nessas trabalhadoras, que oscila entre cumprir as metas de avaliação exigidas pelas normas dos documentos oficiais inseridos pela organização do trabalho e/ou intervir na aprendizagem por meio de “tecnicazinhas” (engenhosidades inovadoras) que vão contra a lógica que prescreve as normas que antecedem seus trabalhos e favorece a manutenção da ordem, apontando para a possibilidade de uma perspectiva de inovação dialética. No entanto, conclui-se também que as renormatizações ainda não se concretizam como práxis, pois existem dificuldades no enfrentamento quanto à quebra dos paradigmas de ensino tradicional, mas indicam, em sua materialidade na avaliação da aprendizagem de Língua Portuguesa na instituição, que essa consciência subversiva das professoras aponta para a possibilidade de transformação. Isto acontece justamente porque existe o debate de normas encaixado dialeticamente nas dimensões históricas e humanas dessas profissionais. As análises também apontam que as renormatizações não ocorrem no vazio, mas sim a partir de prescrições decorrentes da formação inicial e continuada recebidas pelas parceiras da pesquisa, quer aceitando-as ou questionando-as, dado o contexto de trabalho

2020
Descrição
  • PEDRO VALMIR GUIMARAES SOUZA
  • GRANDES PROJETOS NA AMAZÔNIA: MIGRAÇÃO E FORMAÇÃO SOCIAL DE TRABALHADORES NORDESTINOS

  • Data: 29/12/2020
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  • A pesquisa objetiva analisar como ocorreu a formação social dos trabalhadores que emigraram do Nordeste para constituírem-se em força de trabalho na construção da UHE Tucuruí, e se estabeleceram em uma nova e diferente realidade sociocultural no interior da Amazônia. Adotamos a seguinte questão de pesquisa: como ocorre a formação social dos trabalhadores que emigraram do Nordeste para constituírem a força de trabalho da construção da UHE Tucuruí, e se estabeleceram em uma nova e diferente realidade sociocultural no interior da Amazônia? Fizemos uso de revisão de literatura e entrevistas semiestruturadas juntos a 5 (cinco) sujeitos migrantes nordestinos que residem atualmente em Tucuruí. As análises foram realizadas a partir do viés da análise de conteúdo à luz do materialismo histórico dialético (KOSIK, 1976). Concluímos que a migração é um fenômeno comum ao capitalismo e, mais que isso, uma necessidade do sistema, pois é produto do acúmulo de força de trabalho excedente, tão indispensável ao processo de acumulação de capital. A despeito do enorme contingente populacional que imigrou para a Região e dos negativos impactos socioambientais aos quais foram sujeitadas as populações nativas da Amazônia, sua integração ao projeto de desenvolvimento do Brasil não foi um empreendimento no qual as preocupações com o bem-estar da população estivessem em primeiro lugar. O fato é que os trabalhadores migrantes nordestinos, por diferentes motivações, estabeleceram moradia fixa em Tucuruí, quer por não terem condições de retornar à terra natal, porque conseguiram um emprego formal ou informal ou porque constituíram família em Tucuruí, e esse município como lugar de pertencimento desses sujeitos. Nesse processo de fortalecimento de vínculos com a terra que adotaram como sua – Tucuruí – os trabalhadores migrantes e suas respectivas famílias dão substancia a um processo de adaptação à nova terra mantendo, contudo, traços culturais característicos da sua terra natal, um processo que Hall (2015) chamou de tradução cultural. O trabalhador migrante nordestino não exerce apenas um papel passivo - por meio da assimilação cultural – na cultura amazônica de Tucuruí, dado que inserção cultural deu forma a um processo de troca de símbolos, valores, ideias, modos de vida e comportamentos referentes às duas culturas em contato, sendo mantidos vivos pelos migrantes vários costumes de sua terra natal. O processo de inserção e adaptação cultural dos migrantes nordestinos em Tucuruí também foi facilitado poque aí vivia uma população cujas condições materiais de vida se assemelhavam com aquele povo que estava chegando para trabalhar nas obras da Hidrelétrica.

  • FERNANDA NILVEA POMPEU VARELA
  • “UMA FESTA DE PRETOS”: ECOS DE RESISTÊNCIAS E PODER NO CULTO A SÃO BENEDITO EM CARAPAJÓ/CAMETÁ-PARÁ

  • Data: 21/12/2020
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    O presente trabalho analisa os discursos produzidos no entorno da Festividade de São Benedito, na Vila de Carapajó, Cametá/PA, interpretando as práticas culturais que vem continuamente sendo (re) significadas. Assim, nas vivências e experiências cotidianas dos sujeitos sociais busca-se compreender como a festa, sobretudo para o preto, transformou-se num espaço discursivo, de sociabilidade, lazer, autoafirmação identitária e resistência. Metodologicamente realiza-se um levantamento bibliográfico de cunho qualitativo, no qual dialoga-se teoricamente com obras de autores, que contribuíram na construção do presente estudo, entre os quais destaca-se: Bakhtin (1993); Brandão (2002); Chauí (1993); Domingues (2007); Neto (2007); Pinto (2007); Portelli ( 1997 e 2007), Del Priori (1994); Quinjano (2005); Santos (2007); Brandão ( 2002 e 2007); Foucault (1989); Hall (2008); Orlandi (1995,1993,1999); Ribeiro Jr (1982). Acrescida de pesquisa de campo, mediante observação e realização de entrevistas com diferentes segmentos que estão no festejo a São Benedito, considerando suas relações sociais, de trabalho, com a história, cultura e tradição dentro festa. A partir disso, firma-se o entendimento que a cultura não pode ser vista como algo inerte ou homogêneo, esta será sempre atravessada por inúmeros conflitos, por diálogos, embates e enlaces na disputa pelo poder. Ao mesmo tempo, a tradição, ou seja, o que esteve presente na festa outrora, passou por ressignificações e culminou na maneira como vemos e compreendemos o culto a São Benedito na atualidade. Trago então, a festa não como uma forma linear de cultura, mas como uma prática que se dá no movimento. Por ser densa, representa disputas, encena conflitos que se fazem ou se valem de diversas estratégias que percorrem sua historicidade dessa forma ressignificando-se até que chegasse ao seu formato atual.  

  • MARLIZE DOS SANTOS SANCHES
  • A IMPORTÂNCIA DO ENSINO CENTRADO NO ALUNO: O PAPEL DO PROFESSOR FACILITADOR PARA UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA.

  • Data: 18/12/2020
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  • O presente trabalho foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica que tem como autor principal Carl Ransom Rogers, criador de uma abordagem psicológica centrada na pessoa. O foco da pesquisa foi investigar as contribuições dessas ideias na educação, focando no ensino centrado no aluno por meio de atitudes facilitadoras do professor, visando uma aprendizagem significativa, destacando alguns conceitos utilizados por Rogers na psicoterapia, que têm implicações na educação. Diante disso, pretende-se evidenciar a importante contribuição do referido autor para a educação por meio de suas experiências em psicoterapia e também em sala de aula. A educação proposta pelo autor é um questionamento à educação tradicional, baseada no autoritarismo, que prioriza apenas o repasse de conteúdos para os alunos reproduzirem em provas e exames, é uma tentativa de entender melhor e oferecer saídas para a educação centradas no conteúdo intelectual. Rogers nos apresenta uma educação que seja centrada no aluno, na qual o professor confia na capacidade do educando. Nesse sentido, a aprendizagem é construída por ambos e o aluno torna-se parte integrante desse processo, deixando de ser apenas receptor de conhecimentos. No ambiente escolar, a relação entre professor e aluno é repleta de atitudes autênticas, empáticas, de confiança e de liberdade. A aprendizagem que resulta desse processo é uma aprendizagem significativa, humana, capaz de proporcionar um desenvolvimento do sujeito como um todo, e não apenas o cognitivo. Temos como autor principal do embasamento teórico Carl Rogers (1977, 1986, 1972, 1978), contribuições de Rosenberg (1977), Kinget (1977), Amatuzzi (1988, 2010) e comentadores da obra de Rogers como Tambara e Freire (1999), Nogueira e Leal (2015), Belém (2000), Zimring (2010), entre outras produções bibliográficas. Dessa forma, buscamos, com este trabalho, contribuir para que haja uma educação mais humana; que a escola seja capaz de olhar o aluno como pessoa; que no espaço escolar prevaleça a troca de conhecimentos e que o aluno tenha liberdade para expressar seus sentimentos, suas ideias e suas opiniões. Por fim, que a aprendizagem significativa se torne cada vez mais presente na vida do aluno, para que possamos sair do discurso e fazer da aprendizagem significativa algo que faça parte do nosso cotidiano.

  • VERUSA ALMEIDA DA SILVA
  • EDUCAÇÃO INTERCULTURAL: DESAFIOS E POSSIBILIDADES NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA INDÍGENA

  • Data: 14/12/2020
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  • Esta pesquisa busca investigar os principais desafios e perspectivas ao ensinar História e Cultura indígena na perspectiva intercultural crítica, visando analisar e refletir as possiblidades para que as práticas pedagógicas interculturais superem a narrativa hegemônica, racista e eurocêntrica sobre os povos indígenas. As análises foram realizadas à luz do aporte teórico da educação intercultural, com ênfase nos enfoques teórico-metodológico dialético a partir das contribuições de alguns autores, como: Catarine Walsh (2009); Aníbal Quijano (2005); Reinaldo Fleury (2003); Grando (2003); Geertz (1989); Larraia (2001); Luciano Baniwa (2008); e, Daniel Munduruku (2017). Embora a presente investigação contemple o âmbito da educação, recorremos a aspectos epistemológicos da história e dos estudos decoloniais, com a finalidade de relacionar diferentes vertentes, corroborando alguns subsídios teóricos que afloram a temática investigada. O sistema de coleta de dados foi realizado com 06 (seis) professores da rede municipal de educação básica de Altamira-Pa e com alunos de duas turmas do 4º ano do ensino fundamental menor de uma instituição educacional do município. Os resultados desse estudo indicam que são imensos os desafios para implementação de práticas pedagógicas interculturais críticas, entretanto, mesmo diante dos limites e dificuldades encontrados, a pesquisa demonstra que após a implementação de práticas pedagógicas interculturais, a saber: aulas colaborativas com os sujeitos culturais; exposição oral do contexto histórico, recontando a história indígena mediante uma concepção decolonial; e, videoaulas com a participação do próprio indígena interagindo, contando a história de seu povo, explanando acerca das teias de significados culturais indígenas. Verificamos que os educandos apresentaram ressonâncias de uma ressignificação na concepção relacionada ao “ser indígena”, e o processo intersubjetivo da prática pedagógica intercultural provocou reflexões que foram capazes de transpor as narrativas estereotipadas e o sentimento de medo do indígena por diálogos que favorecem o respeito à diversidade étnico-cultural e à alteridade do Outro.

  • JOSE ALCIR WANZELER PRESTES
  • CULTURA, IDENTIDADE E MEMÓRIA: O LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA NO CONTEXTO ESCOLAR RIBEIRINHO DE CAMETÁ - PARÁ

  • Data: 11/12/2020
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  • A dissertação de mestrado “Cultura, identidade e memória: o livro didático de língua portuguesa no contexto escolar ribeirinho, Cametá - Pará", apresenta uma análise do livro didático (LD) de Língua Portuguesa (LP) intitulado “Tecendo Linguagens”, utilizado no 9 º ano do ensino fundamental da escola ribeirinha localizada na ilha Pacuí, cidade de Cametá – Pará, tendo como principal objetivo compreender como este material didático abarca as realidades amazônicas e trabalha a cultura paraense, o cotidiano vivido pelo sujeito aluno. Buscou-se, de maneira específica, interpretar a construção da memória sobre as realidades das populações amazônicas que é trabalhada no material didático, bem como sobre as demais populações tradicionais e/ou denominadas minorias políticas, a saber, mulheres, pretos e indígenas. Cultura, memória e identidade foram as categorias fundamentais para compreensão da construção e dos usos da memória no LD de LP, e como esse instrumento de ensino se significa para o professor da escola ribeirinha em suas práticas cotidianas no espaço escolar. Nesta perspectiva, para realizar este estudo, trabalhamos com um referencial teórico da História Social e da Pedagogia Crítica, para dialogar com as categorias de análise e possibilitar a compreensão do ir e vir da memória e sua relação com um material institucionalizado de ensino. Metodologicamente realizamos uma pesquisa qualitativa, na qual trabalhamos com a prática da história oral, que se baseia na arte da escuta do outro; assim, não lidamos com fontes e sim com sujeitos sociais, dispostos a aprender, como pesquisador, aquilo que o próximo tem a ensinar; com a pratica da etnografia, que é um realizar da pesquisa de campo (pesquisa-ação) e não no campo, sempre atento a todos os detalhes. O corpus de análise foi composto por três narrativas orais, documentos escritos da Secretaria de Educação do Município de Cametá-Pará, mas principalmente, por meio das imagens e textos presentes na obra didática, da qual buscamos fazer uma análise que abarcasse desde os elementos pré-textuais como capa, autores, apresentação da obra,sumário até as quatro unidadestextuais. Teoricamente, autores como por exemplo Portelli (1997), Bittencour (2004, 2009), Hall, (2004, 1997, 1996), Freire (2012, 1987), Thompson (2001, 2002), Sarlo (1997) Fenelon (2004), Domingues (2011) entre outros, auxiliaram a que avaliar que o LD de LP, dentro do sistema educacional cametaense, nãopode simplesmente silenciar ou negar as culturas do sujeito aluno, aplicando em seu contexto uma “cultura nacional”.

  • VANDREIA DE OLIVEIRA RODRIGUES
  • TRABALHO INFANTO-JUVENIL E ESCOLARIZAÇÃO NO CAMPO: as contradições políticas, sociais e culturais para a formação humana 

  • Data: 04/12/2020
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  • Este trabalho analisa o desempenho escolar a partir do trabalho dos estudantes da EMEF de Cametá-Tapera, localizada em território do campo do município de Cametá-PA. Buscou-se analisar a relação entre trabalho e educação e o aproveitamento escolar das crianças e adolescentes da referida escola. Para isso, procurou-se compreender essas relações a partir dos eixos de análise como o direito à educação das populações do campo, o trabalho como açãotransformação-exploração-degradação humana nas infâncias. Do ponto de vista metodológico, as análises da pesquisa em questão, epistemologicamente, estão sustentadas no referencial do materialismo histórico dialético (MARX, 2008). À luz desse, as categorias totalidade, contradição, mediação e práxis figuram aqui como fundamentais para a compreensão de como as relações histórico-social estruturam a materialidade da vida dos sujeitos da Vila de CametáTapera e materializam processo de escolarização das crianças e adolescentes. Dessa forma, para discutir a concepção de escola do campo, apoiamo-nos em Caldart, (2004), Molina e Fernandes (2004), Arroyo (2012), Hage (2011); sobre as categorias trabalho educação destacam-se os autores: Frigotto (2012), Ciavatta (2012), Machado (2005) e Ribeiro (2012), entre outros que apresentam o trabalho como centralidade do desenvolvimento humano. Para discutir infâncias, destacam-se os autores: Kramer (2000), Aires (2018), entre outros. No que se refere aos resultados, a pesquisa revela que o trabalho no campo se constitui como centralidade da existência humana quando possui uma base coletiva de organização que também educa, mas, na contraposição, também há o trabalho precarizado, que se constrói no seio do capital que constitui na perda dos direitos sociais, no qual está a educação, que é afetada ou negada a partir dessas desigualdades. No bojo dessa realidade, elencamos os fatores que implicam no desempenho escolar dos estudantes da EMEF de Cametá-Tapera: a) no município de Cametá, a escola está no campo, porém, a perspectiva adotada para seu fundamento educacional não parte da ideia de educação do campo, logo, não se materializa enquanto política e se limita a uma oferta urbanocêntrica; b) A ausência de políticas pautadas nas heterogeneidades características de “educação rural”, que têm condicionado o acesso e a permanência dos estudantes nas escolas, e o baixo desempenho dos sujeitos pesquisados, c) a exploração do trabalho infanto-juvenil é consequência da desigualdade social; d) na contradição da sociedade capitalista, o trabalho popular perde o caráter de subsistência, para o trabalho explorador, que tem implicações na frequência escolar, na repetência, na distorção idade-série e na evasão.

  • FABIO COELHO PINTO
  • PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E OS SENTIDOS DE NEGRITUDE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA DA E. M. E. F. ACHILLES RANIERI NA COMUNIDADE DE MATIAS NO MUNICÍPIO DE CAMETÁ-PA

  • Data: 30/10/2020
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  • Esta pesquisa analisou as práticas pedagógicas e os sentidos de negritudes na E. M. E. F. Achilles Ranieri, situada na comunidade quilombola do Matias, município de Cametá-PA. A partir da compreensão dos aportes teóricos e metodológicos da Educação para as Relações Étnico-raciais Brasileiras e da Educação Escolar Quilombola que primam por bases epistemológicas, pedagógicas, e didáticas de ensino pautadas nas populações negras, desenvolvi as seguintes perguntas de pesquisa: Que sentidos de negritude são produzidos nas práticas pedagógicas dos professores da E. M. E. F. Achilles Ranieri? Quais conteúdos curriculares são ensinados nas práticas pedagógicas? Quais mecanismos e estratégias se buscam para dar conta das necessidades dos alunos e alunas negros e quilombolas de Matias, para que se desenvolva uma educação com equidade social? Estabeleci como objetivos da pesquisa: Investigar as práticas pedagógicas e os sentidos produzidos por elas na E. M. E. F. Achilles Ranieri levando em consideração as Diretrizes Nacionais para a Educação Escolar Quilombola; Analisar os conteúdos curriculares que pautam as práticas pedagógicas para negritude na escola quilombola da comunidade de Matias; Analisar as relações e as estratégias de práticas pedagógicas que promovam a equidade racial, cultural e social no contexto escolar quilombola. A partir da pesquisa qualitativa, combinei o estudo bibliográfico com o estudo de campo (observação-participante e entrevistas fechadas (DRP) e semiestruturadas). Constatei que há práticas pedagógicas de professores que ressoam os sentidos de negritude pautados na ancestralidade, mas também, há aqueles que ainda se mostram muito presos aos conteúdos integrantes de suas disciplinas, por questões relacionadas à formação, currículo e ausência de PPP

  • KLEBY MIRANDA COSTA
  • A FORMAÇÃO CRÍTICO-REFLEXIVA DE PROFESSORES DE INGLÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA EM UMA PERSPECTIVA INTERCULTURAL NA AMAZÔNIA

  • Data: 29/10/2020
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  • A formação de professores de línguas carece de maior cuidado, especialmente em relação ao aspecto da interculturalidade. Nos cursos ministrados em cidades do interior, essa necessidade é ainda mais pronunciada. Não há estudos sobre como esses cursos estão sendo estruturados em relação a este aspecto em campi no interior do estado. Este trabalho analisa se o professor formado em um Curso de Licenciatura em Língua Inglesa possui saberes crítico-reflexivos que possibilitem sua constituição como mediador de culturas. Busca-se analisar a formação crítica e reflexiva de professores de inglês em uma perspectiva intercultural. Para desenvolver este estudo, foram levados em conta os trabalhos de Amaral (2017), os estudos de Figueiredo (2011), Batista (2010), Jordão (2006) e Kramsch (1998). Buscou-se ainda um embasamento teórico que fosse além de uma formação crítica e reflexiva para transgredir as fronteiras do hegemônico, considerando os trabalhos de Walsh (2007). Em um contexto cultural, buscou-se ainda recursos nas concepções de Geertz (2008), Faria (2014) e Lameiras (2006) e, no campo da formação de professores, nos trabalhos de Freire (2011), Borges (2015) e Velásquez (2017). Finalmente, foram considerados, ainda, os conceitos de identidade de Hall (2006). Para atingir os objetivos foram realizadas entrevistas semiestruturadas com oito egressos das primeiras turmas de Língua Inglesa da UFPA/Campus de Cametá, no município de Cametá (PA). O Projeto Político Pedagógico do Curso (2007) foi analisado, lançandose mão de uma pesquisa documental. As entrevistas foram analisadas buscando identificar uma formação atrelada aos aspectos interculturais de professores. Os resultados apontaram que o currículo do curso, em seus objetivos, propõe a formação de sujeitos interculturalmente competentes. No entanto, ao analisarmos as disciplinas específicas, constatamos que as mesmas não dialogam, de maneira explícita, com o campo intercultural. Já, na análise das entrevistas, concluímos que os egressos que participaram da pesquisa, se constituem como mediadores de culturas. Isto se deu por meio de atividades dinâmicas vivenciadas em algumas disciplinas durante a graduação nas quais os discentes puderam mediar a formação desses professores para atuarem na Amazônia. Tal construção ocorreu por meio de um processo contínuo, no qual os estudantes puderam desconstruir antigos estereótipos e expressar sua voz e identidade no idioma que estavam aprendendo.

  • ADRIANA VIANA VALENTE CARDOSO
  • FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO E O PACTO FEDERATIVO: A função supletiva da União no município de Cametá/PA (2001-2016)

  • Data: 02/10/2020
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  • Este estudo analisa as relações entre o pacto federativo brasileiro e o financiamento da educação, com recorte para o papel supletivo da União no financiamento da educação no município de Cametá (PA), no período de 2001 a 2016, ou seja, durante a vigência da política de fundos (FUNDEF e FUNDEB). A abordagem metodológica fundamentou-se na pesquisa qualitativa-quantitativa, sendo o tipo de pesquisa um estudo de caso. Realizou-se revisão bibliográfica sobre o conceito de federalismo e sobre o federalismo brasileiro, ancorada nos estudos de Abrucio (2010), Arretche (2012), Zimmermam (1999), Cabral Neto (2014), Cruz (2009), Martins (2014), Lebrão (2010), entre outros, bem como a análise do financiamento da educação com base no estudo da legislação e de Pinto (2014), Gouveia e Sousa (2015), Davies (2006), Gemaque (2004), Carmo (2016), Souza e Faria (2004), Rossinholi (2010), Velloso (1987) e Gutierres (2010). Foi, também, realizada observação participante através de visitas a órgãos públicos (SEMED, PMC e SINTEPP). Por fim, foi empreendida pesquisa documental em diversas bases de dados, no que tange ao período do FUNDEF (2001 a 2006), utilizou-se o FINBRA, SISBB e o FNDE; para o período do FUNDEB (2007 a 2016) utilizou-se apenas uma base documental, o Relatório Resumido de Execução Orçamentaria – RREO (SIOPE/FNDE). Os resultados da pesquisa apontam para a importância da complementação da União na transição do FUNDEF para o FUNDEB, pois no primeiro período ela representava entre 5,85% e 12,39% do total das receitas da função educação de Cametá, passando a representar, com o advento do FUNDEB, entre 30,98% e 39,31%. O aumento no volume de recursos da União, através da complementação ao FUNDEB, fez o gasto/aluno/ano aumentar consideravelmente a partir de 2007. Contudo, ainda que tenha havido um crescimento bastante acentuado no gasto/aluno/ano, com base no total de receitas para a função educação, entre os anos de 2007 a 2016, tal crescimento se mostrou insuficiente em relação ao CAQi, ou seja, os índices apontam que para se alcançar os mínimos padrões de qualidade é preciso maiores investimento. Do ponto de vista financeiro há, portanto, um pacto federativo que apresenta limites para a oferta de condições de qualidade na educação

  • BRUNO DA SILVA VIANA
  • EXPERIMENTAÇÕES POÉTICAS COM LEMINSKI: Ecos de uma arte-poesia marginal na educação

  • Data: 14/09/2020
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  • Esta pesquisa impulsionada pelas vibrações da poesia marginal de Paulo Leminski experimenta a movimentação de um corpo performático rumo a caminhos indeterminados na educação. A poesia marginal brasileira da década de setenta é uma dessas reverberações que ecoam em nosso meio nos registros de uma escrita inventiva, interventiva e de contravenção, alterando a lógica da relação com a palavra no mundo. Sua criação poética urge ecoar com mais vigor nos espaços educativos, Leminski, poeta marginal desta geração, junto com um bando de tantos outros poetas marginais saem dos seus becos clandestinos sem perder a embriaguez da margem e impulsionam um modo poético de escrever, pensar e viver. Seduzidos pela poesia marginal de Leminski nos propomos pensar-experimentar o corpo e a palavra poética como potências performáticas de criação e rebeldia marginal na educação, com isso, nos questionamos: Que instantes de sensações e aprendizagens as experimentações poéticas marginais de Leminski provocam na educação? Que ressonâncias artísticas e educativas a poesia marginal produz no pesquisador e estudantes? Que potências educativas são mobilizadas numa experimentação poética marginal com os alunos/as? Que processos de criação e aprendizagem são disparados numa experimentação poética marginal na educação? Neste universo de interrogações nos arriscamos a experimentar a poesia marginal de Leminski como elemento de transgressão de uma língua normativa e uma pedagogia normalizadora de corpos. Como procedimento teórico-metodológico o trabalho segue as pistas de um itinerário cartográfico, com imersão nas obras do poeta Paulo Leminski (1985, 1990, 2013), em diálogo com o conceito de performance em Cohen (2002), Zumthor (2007), articulados às perspectivas de multiplicidade e experimentação presentes na filosofia de Deleuze (2017) e Deleuze e Guattari (1995-1996). A experimentação poética do corpo e palavra nos espaços educativos conduziu a pesquisa à imersão na intensidade da arte-poética marginal, onde disparos de pensamentos foram produzidos no acontecer do encontro da educação com a palavra poética marginal. A conexão construída entre arte, poesia e educação, se mostrou como um caminho instigante a percorrer nas pesquisas em educação, suas ressonâncias foram vivenciadas e sentidas nas práticas educativas como um campo de experimentação aberto à criação da arte-poética na educação. 

  • PAULO RENATO CAMARGO LACERDA
  • O PROGRAMA ENSINO MÉDIO INOVADOR NO CONTEXTO ESCOLAR: ENTRE AS NORMATIVAS DO PROJETO JOVEM DE FUTURO E A FORMAÇÃO INTEGRAL DA JUVENTUDE

  • Data: 10/09/2020
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  •  A temática que norteou o trabalho foi a inter-relação entre a gestão escolar e a formação da juventude no contexto do Programa Ensino Médio Inovador/Projeto Jovem de Futuro (PROEMI/JF), a partir de sua implementação na Escola Estadual de Ensino Médio Júlia Passarinho, município de Cametá, estado do Pará, no período correspondente de 2012 a 2014. Definimos como problema a seguinte questão: Como se constituiu o processo de gestão do PROEMI no contexto de uma escola de ensino médio em Cametá, considerando as contradições e os tensionamentos entre as normativas do Projeto Jovem de Futuro (PJF) e as possibilidades de formação integral da juventude? Buscou-se analisar como, no contexto escolar, a partir da formação da juventude, constitui-se o processo de gestão do PROEMI, nas contradições e tensionamentos entre a orientação do PJF e as possibilidades da formação integral. A investigação se deu à luz do método materialista histórico-dialético; como técnica foram utilizadas a pesquisa bibliográfica e a de campo. Como instrumento de coleta de dados utilizamos a entrevista semiestruturada. O tratamento dos dados seguiu as orientações da análise de conteúdo. Tínhamos como hipótese: a interferência do setor privado no público, através de sua concepção de gestão, apresentada no contexto da escola pelo setor hegemônico da sociedade, gera um cerceamento da autonomia da escola, e visa a favorecer a fragmentação da formação da juventude para atender ao pragmatismo do mercado; por outro lado, lá no interior da escola se encontra, também, o movimento de fuga dessa ordem, ou seja, o contra hegemônico, que representa possibilidades de uma transformação ético-social, na perspectiva de uma formação humana integral. A pesquisa apontou que as subjetividades do PROEMI/JF apresentam tendências gerenciais na inter-relação entre a gestão escolar e a formação da juventude, desfavorecendo as possibilidades do processo formativo integral quando se utiliza da metodologia de gestão para resultados, focando na avaliação do IDEB. Por outro lado, existe um movimento de contestações à lógica do capital por parte de agentes progressistas, no interior da escola, que tensionam e reclamam uma formação por inteiro pautada em uma escola de boa estrutura física, valorização docente e participação popular.

  • BENEDITO LELIO CALDAS COSTA
  • MARI ERRÊ ARRÁ: MANIFESTAÇÕES RELIGIOSAS AFRO-BRASILEIRAS E A SIMBOLOGIA POÉTICA DE AFIRMAÇÃO DO SER NEGRO

  • Data: 09/09/2020
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  • Todo texto deveria ser uma espécie de conversa (poética ou não) entre o escritor e o sujeito que se dispor a lê-lo. Este texto é conversa-poética tecida – pós-pesquisa de campo de cunho etnográfico – de rituais, cantos, batuques e corpos que dançam ao ritmo afro-brasileiro do Marierrê, manifestação cultural-religiosa do povo negro habitante da Vila de Carapajó, município de Cametá, região do Baixo-Tocantins- PA, corpos que, no exercício mórfico de sua religiosidade e cultura, produzem uma simbologia ímpar, rica em subjetividade, ternura, comunhão, beleza e teor de afirmação étnica e comunitária, como polo oposto de uma sociedade preconceituosa, estigmatizadora, racista que busca homogeneizar, no Brasil, tudo o que é cultural, religioso e étnico pelo prisma eurocêntrico branco e cristão. O intuito maior é mostrar como O Marierrê e sua linguagem simbólica, ritualística e poética se tornou entrelugar mórfico de afirmação de homens e mulheres negras, em Carapajó, Cametá-Pa. Por isso, o problema em torno do qual este texto caminha é responder ao seguinte questionamento: como sujeitos negros, superaram estigmas, preconceitos e passaram a esculpir para si um existir afirmativo, a partir do ritual Marierrê? Os objetivos que nortearam nossa pesquisa, nos ajudaram a ter uma visão mais bem definida de nosso objeto, tais seja: descrever os símbolos gerados pelo Marierrê que, confrontados com os símbolos cristãos, agem no sentido da afirmação e de um novo jeito do ser negro quilombola; descortinar o que há de simbólico, poético e político no rito cultural afro-religioso Marierrê, bem como esse rito se manifesta no sentido da afirmação social do povo quilombola; fundamentar nossa compreensão sobre as teorias por trás do racismo no mundo e no Brasil, para afinar nossa conversa poética no intuito da desconstrução do discurso científico, hegemônico e etnocêntrico sobre as raças/etnias humanas, que deu origem ao racismo, principalmente contra o povo negro, e ao mito da superioridade do povo branco; depois, entender como o Marierrê reflete o empoderamento de comunidades negras em um ritual que reflete a beleza, a inteligência, a coragem e a importância de homens e mulheres afro-brasileiras para a história de resistência social, cultural e religiosa deste país. Para tal fim, o caminho percorrido foi o da etnografia, no bojo da qual fomos vislumbrar, ouvir, sentir – no rito, no canto, na dança, no tocar dos instrumentos – o acontecer das poéticas quilombolas, da simbologia do Marierrê e como elas produzem afirmação de novos homens e mulheres negras. No campo de pesquisa, em nome da mais fina etnografia e da construção do mais plausível rizoma, nos deixamos (re) contaminar por cantos, ritmos, danças e ritos que rementem ao que há de mais sagrado na vida: a libertação das correntes do não ser e a afirmação do ser humano. As análises realizadas são do tipo histórico e dialético, as quais buscam enxergar a raiz e a importância dessa manifestação afro-culturalreligiosa para a afirmação do novo ser negro na comunidade quilombola de Carapajó, no âmbito da memória, da ancestralidade, da resistência, da afirmação da história e da cultura afro-brasileira, antes sufocadas pela ação do estado. Para esta conversa contribuíram importantes teóricos das relações étnico-raciais como Todorov (1993), Skidmore (1976), Neuza Santos (1983), Frantz Fanon (2008) e Paul Gilroy (2001); celebres autores da Literatura Negra e do campo poético como Sergio Alberto Alves (2008), Edison Carneiro (1964), Castro Alves e Ana Maria Gonçalves (2006); e como aporte teórico-metodológico, nos ancoramos em Camarrof (2010) e Angrosino (2009); autores que nos guiaram pelos caminhos da etnografia. Constatou-se que o Marierrê, na comunidade quilombola observada, produz uma poética que subverte ideologias racistas, ritos religiosos e concepções sobre o ser negro que pode reverberar dali e ressoar na sociedade atual, em uma estratégia de resistência e afirmação na qual a inteligência é o símbolo central.

  • CARLOS ADALBERTO DOS SANTOS CABRAL
  • DEVIR-DANÇANTE: O CORPO QUE DANÇA COMO POTÊNCIA INVENTIVA NA EDUCAÇÃO

  • Data: 04/09/2020
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  • A presente escritura versa sobre o conceito devir-dançante, instigado pela potência do corpo que dança enquanto perspectiva inventiva na educação. O estudo visa imantar acepções entrelaçadas do corpo, da filosofia, da arte (dança) e da educação, com o intuito de sacudir as estruturas morais e de gênero e seus investimentos disciplinares sobre o corpo e a dança. O objetivo da pesquisa refere-se em analisar o conceito filosófico de devir em sua ação de moverse, criar e educar para assim fazer confluir as potências da dança enquanto arte em seus desdobramentos filosóficos e inventivos na educação. Quanto ao problema de pesquisa, indagase: o que pode um corpo que dança como potência inventiva na educação? Como fazer confluir filosofia-arte-educação na perspectiva do corpo e da dança? Que devires, além do devirdançante, e potências do corpo e da dança poderão emergir do encontro entre arte e educação? Pretende-se, ainda, potencializar ideias-força sobre o conceito de “devir-mulher” para eclodir “microfeminilidades” de um corpo que dança e subverter padrões de gênero-sexualidade, em devir molecular. A cartografia da dança, como devir e criação, será um experimento estético e acadêmico para apresentar os fluxos da arte da dança produzidos no espaço escolar e outros locais, com seus devires que entrelaçam corpos, contatos, coreografias, improvisações. Nesses trajetos, tem-se a companhia de intercessores como Deleuze e Guattari (1995; 1997), Verderi (2009), Neira (2014), Laban (1990), Ossona (1988), Rangel (2019), Costa (2016), Gil (2001), Nietzsche (2000), Louro (2008), Butler (2003), Miller (2012) além de interlocutores da dança em espaços escolares e espaços artísticos, os quais integram o catálogo do texto. Pelo gesto performativo da dança e movimentações cartográficas da pesquisa, tecemos rizomas de pensamentos e experimentações com a arte e a educação. Por fim, desejamos experimentar as fruições emanadas do corpo que dança como potência de uma arte de criar e educar, ambas vivenciadas para além das fronteiras do masculino/feminino e da dimensão disciplinar do corpo e da dança, pois, dançar, é criar potências no corpo para devir outras vidas.

  • MARCIA DO SOCORRO PANTOJA BATISTA
  • EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE CULTURAL: UM ESTUDO A PARTIR DA PRÁTICA DOCENTE NA E.M.E.I.F JOVINA MACHADO DOS SANTOS, CAMETÁ-PARÁ.

  • Data: 04/09/2020
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  • O presente estudo, intitulado: Educação e Diversidade Cultural: um estudo a partir da prática docente na Escola Municipal de Educação Infantil e Fundamental Jovina Machado dos Santos, Cametá-Pará, faz parte do Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura (PPGEDUC) da UFPA-Cametá, relacionado a Linha de Pesquisa: Educação, Cultura e Linguagem, tem como objetivo refletir sobre as possibilidades e desafios do processo educativo a partir da relação com da diversidade cultural; assim como investigar como se apresentam os aspectos da diversidade cultural no contexto escolar no que concerne a prática docente; e por último entender e explicitar os rumos que a prática docente apresenta quando se considera a diversidade cultural presente na sala de aula. Metodologicamente este trabalho valeu-se da análise bibliográfica, assim como de uma pesquisa de campo através de registros por meio de observação e entrevistas. Caracteriza-se como uma abordagem qualitativa, que por sua vez permitiu uma convivência mais próxima entre a pesquisadora e sujeitos da pesquisa (diretor, coordenador pedagógico, professora e alunos). Tem como apoio teórico os estudos de LARAIA (2006) com reflexões sobre o conceito de Cultura; COELHO & COELHO (2008) e PAPIS & MARTINS (2014) discutindo sobre diversidade cultural e educação; CANDAU (1988), FELDMANN (2009) e FREIRE (1996) contribuindo com a reflexão sobre prática docente, além de outros estudos notadamente importantes para o desenvolvimento deste trabalho, cuja temática se entrelaça no cotidiano escolar e configura a realidade educativa dos principais sujeitos de uma sala de aula. Os resultados da pesquisa apontam que a professora reconhece a importância de discussões sobre a relação da educação e diversidade cultural no que concerne o respeito e valorização da segunda temática no planejamento de sua prática; constata também que a professora mesmo com tantos desafios busca realizar uma prática docente que envolva, valorize e desperte o respeito entre os alunos baseado na diversidade que eles representam. Além do mais há um grande trabalho voltado para minimizar atitudes que expressam preconceito e discriminação seja de religião, de etnia e de outros aspectos que tornam os sujeitos diferentes, de forma que cada ser carrega consigo vivencias e hábitos de vida diversos, resultado do construto da sua identidade. 

  • MARIA DURCILENE FREITAS CORREA
  • AUTORRETRATOS DO FEMININO NAS ARTES DE EDUCAR EM FRIDA KAHLO.

  • Data: 31/08/2020
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  • Esta pesquisa se tece nas relações entre arte, gênero e educação, buscando cartografar as múltiplas possiblidades de produção de autorretratos do feminino nas artes de Frida Kahlo. Percorre-se os padrões de gênero socialmente estabelecidos, especialmente em torno do “ser” mulher, experimenta-se as potências subversivas do “devir-mulher” nas artes de viver e educar em Frida Kahlo. Intercruzam-se momentos da vida da artista às suas obras de arte de cunho feministas, nas movimentações de uma arte singular a gotejar de seus autorretratos. Como provocações ao estudo, perguntamos: como expressar as potências do feminino na educação, ao encontro com as artes de Frida Kahlo? Em que medida os autorretratos de Frida produziram modos de resistência do feminino em face ao convencional da arte de seu tempo? Que provocações os autorretratos do feminino lançam aos valores e à educação do tempo presente? Que educação se pode experimentar pela potência do feminino? Os caminhos cartográficos, baseados em Foucault (1998), Deleuze e Guattari (1997), sinalizam uma relação entre as obras de arte de Frida Kahlo e as múltiplas produções de sentidos do feminino. No campo das artes e biografias de Frida, caminhamos com Machado (2009), Herrera (2011), Haghenbech (2011), Morais (2012) e nos estudos de gênero e filosofia da diferença percorremos com Butler (1990), Jamis (1987), Louro (2004), Foucault (2004), Deleuze (1979), Deleuze e Guattari (1996), Lapoujade (2015), Sorj (2005), Beauvoir (1987), Silvio Gallo (2003), para adentrar ao universo artístico, político e da sexualidade em Frida Kahlo, como pistas pulsantes para uma educação experimentada pelas potências do feminino, do devirmulher. Captar, perceber as pulsações dos autorretratos do feminino nas artes de Frida, da sua existência atormentada pela dor e seu ativismo político, constitui um desafio à criação de vetores de (re) existências na educação, por onde a vida da artista flua e de tantas mulheres em processos de luta e libertação. Nesses itinerários, as produções cartográficas realizadas na escola básica e no ato Ele Não contribuíram para o debate sobre as questões de gênero na educação e da diversidade da arte que atravessa as suas obras, de modo que possamos vivenciar um educar artístico e plural.

  • OSVALDO DOS SANTOS MACHADO
  • TRABALHO INFANTIL: contradições entre o tempo de estudar e da infância e o tempo de trabalhar – quando o trabalho não permite a formação por inteiro

  • Data: 24/08/2020
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  • A pesquisa intitulada “TRABALHO INFANTIL: contradições entre o tempo de estudar e da infância e o tempo de trabalhar – quando o trabalho não permite a formação por inteiro” apresenta reflexões a respeito da entrada de crianças no trabalho infantil e as possíveis limitações do processo escolar, considerando a constituição da aprendizagem e desempenho escolar. Os objetivos da pesquisa dividem-se em: Objetivo Geral – analisar o trabalho infantil no interior das contradições entre capital e trabalho, e seus impactos nos tempos de escolarização das crianças de escola pública paraense no município de Cametá, considerando os tempos de estudo, de trabalho e os tempos da infância e Objetivos Específicos – identificar as formas de trabalho infantil desenvolvidas pelos alunos; compreender as implicações das formas de trabalho infantil desenvolvidas pelos alunos para os processos de escolarização no que se refere à aprendizagem escolar, considerando os tempos da infância e os tempos do trabalho; entender a correlação do trabalho infantil com o desempenho escolar dos alunos, em termos de frequências, aprovação, reprovação, repetência, desistência e transferência escolar, considerando os tempos da infância e os tempos do trabalho. O referencial teórico constituiuse das concepções de trabalho e das metamorfoses do mundo do trabalho defendidas por Braverman (1977), Engels (1977) e Marx (1980a, 1980b); do trabalho como princípio educativo destacado por Gramsci (1988), Saviani (2007), Pistrak (2011) e Makarenko (1981); de trabalho infantil enfatizado por Fernandes e Mendonça (1999), Araujo (2003), Liberati e Dias (2006), Faleiros e Faleiros (2008), Souza (2014) Arroyo (2015) e pela OIT (2001, 2016); de infância frisado por Ariès (1986) e Kramer (2006); e da concepção de aprendizagem em Vygotsky (1987). Este estudo insere-se na abordagem qualitativa. As técnicas de coleta de dados utilizadas foram à observação, a análise documental e a entrevista semiestruturada. Os sujeitos da pesquisa constituem-se de cinco alunos da turma do 5º ano “C” da escola selecionada que estão em situação ou não de trabalho infantil, três professoras das turmas de 5º ano “A”, “B” e “C”, e três pais ou responsáveis de alunos. O trabalho está estruturado em cinco seções, dando concretude aos objetivos previamente estabelecidos na pesquisa, incluindo a análise do problema. Por meio das discussões teóricas com as análises da pesquisa empírica, chegou-se a algumas conclusões: O trabalho infantil priva as crianças da alimentação no contexto familiar devido a suas condições sociais de existência, e a falta de merenda escolar impacta dupla e negativamente os alunos na aprendizagem e no desempenho escolar. O trabalho infantil é entendido pelos sujeitos da pesquisa como tempo de produção da vida, como ajuda familiar e como moldador do caráter, na medida em que estas são formas de sobrevivência, de garantia da vida, algo normal e corriqueiro, que previne o ócio, o crime e serve de preparação para a vida adulta; entretanto, são valores dominantes não percebidos pelas famílias, que acabam reproduzindo o trabalho infantil como forma de prevenção dos males sociais e superação da pobreza. Assim, são atividades degradantes, penosas, que excluem as crianças socialmente, pois reduzem o tempo escolar, precarizam a infância como tempo de formação, limitam a aprendizagem escolar e causam atraso no desempenho escolar, verificados nos indicadores como frequência, aprovação, reprovação, repetência e desistência escolar. Contraditoriamente, há crianças que, apesar das precárias condições sociais de existência, vão fazendo as mediações por causa da família também, e conseguem estar na escola, estudar e trabalhar, adquirir conhecimentos e vivenciar parte da infância, entretanto, são tempos de estudos e da infância que são reduzidos, e o êxito no processo de aprendizagem e no desempenho escolar durante o ano letivo, são dificultados, em que as crianças são reprovadas ou abandonam a escola, devido o tempo dedicado ao trabalho infantil.

  • IGOR SILVA DE BARROS
  • CORPO, EDUCAÇÃO E CULTURA: as práticas corporais e curriculares da Escola
    Wararaawa Assurini da Aldeia Trocará.

     

  • Data: 20/08/2020
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  • O presente estudo, intitulado Corpo, Educação e Cultura: As Práticas Corporais e
    Curriculares da Escola Wararaawa Assurini da Aldeia Trocará, tem como lócus a aldeia
    Assurini do Trocará localizada à 14 km da cidade de Tucuruí, no Pará, objetiva compreender
    as relações (in) existentes entre as práticas corporais indígenas e o currículo da escola,
    descrevendo e interpretando essas práticas na perspectiva de verificar se os professores as
    corporificam na sua prática em sala de aula. Neste sentido, a pesquisa nasce do seguinte
    questionamento: A escola Municipal de Ensino Wararaawa Assurini considera as práticas
    corporais indígenas em seu currículo? O estudo aborda os problemas da educação escolar
    indígena e o seu cotidiano, visto que, muitas vezes os traços culturais desta população não são
    levados em consideração, deixando as diferenças passarem despercebidas, fazendo com que o
    currículo não contemple os anseios da educação escolar indígena. É preciso um currículo
    específico, diferenciado e bilíngue, um currículo intercultural, pois a interculturalidade é
    necessária nas escolas indígenas, principalmente, porque ainda estão enraizados projetos
    escolares que priorizam currículos descontextualizados e fragmentados da cultura indígena,
    ameaçando a autonomia dos povos indígenas. A educação escolar indígena precisa desconstruir
    a compreensão rígida, hierarquizante, disciplinar, normalizadora da diversidade cultural e
    adentrar em um campo flexível, fluido, polissêmico, ao mesmo tempo trágico e promissor da
    diferença, que se constitui nos variados campos e processos de diversos sujeitos e identidades
    socioculturais. As práticas corporais indígenas no cotidiano e na arte indígena, como os jogos
    e brincadeiras, o grafismo corporal, pulsam neste sentido. Metodologicamente, realizou-se um
    levantamento bibliográfico a respeito de obras de autores que trabalham temáticas referentes:
    populações indígenas, cultura, currículo intercultural e práticas corporais, entre os quais
    destaca-se: Geertz (1989), Thompson (1998), Laraia (2002), Almeida, Grando, Mintz (2010),
    Hall (2006), Queiroz (1984), Murta (2007), Ferreira (2015), Cohn (2001), Kuhn, Tenório, Silva
    (2014), Daólio (2003), Fleuri (2014), Marin (2009), Mauss (2003), Silva (2012), Tenório
    (2014), Weissmann (2016) entre outros que se dispõem discutir e compartilhar informações e
    experiências referentes a questão indígena, que constatam à ausência de um currículo
    intercultural que contemple a realidade e elementos culturais indígenas evidenciando histórias
    e culturas de tais povos. Da mesma forma, também se realizou a pesquisa de campo na aldeia
    Assurini do Trocará, onde se utilizou a técnica de Observação Participante, realizada através do
    diário de campo, o dia-a-dia das aulas na escola Wararaawa Assurini, as formas como os
    conteúdos eram ensinados pelos professores indígenas e não indígenas, observando se oselementos culturais eram levados em consideração e se as práticas corporais indígenas eram
    incorporadas ao currículo intercultural. Trata-se de uma pesquisa com Abordagem Qualitativa
    que objetiva compreender o lado subjetivo do objeto de estudo analisado a partir de experiências
    vividas individualmente, mediante a técnica de entrevista semiestruturada, por supor
    conversações continuadas entre entrevistados e pesquisador “que deve ser dirigida por este de
    acordo com seus objetivos” (DUARTE, 2002). Foram analisados documentos importantes que
    versam sobre a Legislação da Educação Escolar Indígena, desde a Constituição Federal (1988)
    à LDB (1996). Os dados nos deram a leitura de que não bastam apenas adaptações curriculares
    ou que professores indígenas estejam ministrando aulas nas escolas indígenas para que
    tenhamos um currículo intercultural, mas precisamos fazer valer os direitos indígenas que ainda
    permanecem só em papéis. Ainda apontam que o currículo da escola não considera as práticas
    corporais indígenas, sendo inseridas superficialmente em suas aulas.

  • FABRICIA JANE ALFAIA RODRIGUES
  • AS IMPLICAÇÕES DO PROGRAMA ENSINO MÉDIO INOVADOR/JOVEM DE FUTURO NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES DA ESCOLA MÉDIA DO MUNICÍPIO DE CAMETÁ/PARÁ

  • Data: 07/08/2020
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  • Esta dissertação intitulada “AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES E AS IMPLICAÇÕES DO PROGRAMA ENSINO MÉDIO INOVADOR/JOVEM DE FUTURO NA ESCOLA MÉDIA DO MUNICÍPIO DE CAMETÁ/PARÁ”, analisou as implicações que se estabeleceram nas práticas pedagógicas dos professores, a partir da implementação do Programa Ensino Médio Inovador/Jovem de Futuro na Escola Estadual de Ensino Médio Abraão Simão Jatene/Cametá-Pará, no período de 2012-2014. Os referenciais metodológicos basearam-se na abordagem qualitativa do tipo estudo de caso. Os instrumentos de coleta de dados foram: entrevistas semiestruturadas e pesquisa documental (leis, normas, relatórios, cadernos, etc.). A análise dos dados, consubstanciada no materialismo histórico dialético, partiu das categorias: essência e aparência, contradição, totalidade e mediação. O referencial teórico pautou-se nos seguintes autores: Freire (1969; 1977; 1983; 1996; 2000; 2003; 2014), Saviani (1985; 2003; 2004; 2005; 2007; 2008; 2010; 2011), Giddens (2001a; 2001b; 2007), Bresser Pereira (1997; 2001; 2006; 2017), Peroni (2006; 2008; 2009), Ilma Veiga (1989), entre outros. A pesquisa revelou que a prática pedagógica, no plano filosófico, pode fundamentar-se na práxis criadora ou na práxis imitativa tendo como base a Práxis e o (Neo)pragmatismo, respectivamente. Os projetos que disputam forças no âmbito do Ensino Médio evidenciaram a prática pedagógica fundamentada na práxis imitativa como é o caso da Pedagogia das competências; e mostraram também a prática pedagógica baseada na práxis criadora, conforme a proposta educacional do Ensino Médio Integrado. Esses projetos, a partir de parcerias público-privadas, como o ProEMI/JF, impuseram à prática pedagógica: modelos metodológicos, exigências de resultados, perfil de formação dos discentes, etc. A pesquisa apontou que a implementação do ProEMI/JF na escola teve implicação: subjetiva, políticapedagógica, organizacional de gestão e do financiamento. A implicação subjetiva apresenta-se em três indicadores: flexibilização pedagógica, não adesão informal e o não entendimento do ProEMI/JF. Caracterizamos a implicação política-pedagógica nos indicadores como: heteronomia pedagógica da unidade escolar; unificação da concepção pedagógica; responsabilidade individual; reforço à subordinação dos conteúdos curriculares às exigências (competências e habilidades) do ENEM e alinhamento ao objetivo da formação dos jovens, a partir da ideia de Protagonismo Juvenil. Na implicação organizacional de gestão, destacamos: a regulação da prática pedagógica pelo modelo de gestão gerencial e para resultados. Já, a implicação do financiamento evidenciou os materiais didáticos e a boa infraestrutura como elementos centrais para a prática pedagógica melhorada e qualidade de ensino, na visão dos professores e demais sujeitos da escola. Dialeticamente, as práticas pedagógicas dos professores produziram e reproduziram a prática imitativa na subjetividade e na objetividade da parceria. Havia na prática pedagógica dos professores uma preocupação relacionada ao campo técnico-didático utilitário que não avançava para um campo técnico-didático e críticoreflexivo. Entendemos que se as críticas e atitudes de “resistências” fossem amadurecidas e fortalecidas pelo conhecimento ético-político e crítico do Programa estaríamos no movimento de ascensão da crítica da aparência para a crítica da essência. Nesse movimento, acreditamos que um projeto de formação dos professores fundamentada na perspectiva da práxis criadora possibilitaria mediações contra-hegemônicas no espaço escolar

  • ANTONIO ALENCAR FILHO
  • “CAPOEIRA É TUDO O QUE A BOCA COME?”: a formação de uma cultura negra no Pará, a estrutura curricular da Educação Física e a lei 9696/98

  • Data: 07/08/2020
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  • Este trabalho problematiza se a formação das e dos capoeiras e dos professores e professoras da Educação Física no Pará foram levadas em consideração pelo Conselho Federal de Educação Física e Conselhos Regionais de Educação Física (CONFEF/CREF‟s) durante o seu processo de implementação e de sua intervenção na capoeiragem paraense, a partir da Lei 9696/98. Esta lei, possibilitou, dentre outras coisas, limitar a prática da Capoeira a uma atividade física esportiva sujeita a intervenção exclusiva do Profissional de Educação Física, gerando tensões com os praticantes de Capoeira. Visando compreender a relação tensa entre as duas instituições de saber, foi analisado o modo como a Capoeira tem sido apresentada nos currículos da Educação Física do Instituto Federal do Pará (IFPA) – Campus Tucuruí, da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade do Estado do Pará (UEPA), três campos de referência para o ensino público da Educação Física no Pará. A pesquisa também analisou os diálogos e conflitos entre os e as praticantes de Capoeira do Pará e o Conselho, com enfoque nas construções de resistências dos capoeiras frente às tentativas de apropriação da Capoeira emanadas pelo CONFEF. Visando compreender os limites da apropriação da Capoeira pelo sistema, foi realizado trabalho de campo junto a um grupo de Capoeira Angola denominado Malungo Centro de Capoeira Angola, para analisar se suas práticas culturais estão além ou não da concepção de Capoeira do sistema CONFEF/CREF´s e do alcance dos currículos da Educação Física no Pará, especificamente do IFPA – Campus Tucuruí, da UFPA e da UEPA. As principais fontes foram entrevistas concedidas por representantes do CREF18, Mestres de Capoeira do Pará, as resoluções internas dos Conselhos, os comunicados e a página eletrônica do sistema CONFEF/CREF´s. O método do procedimento técnico dessa investigação em que favoreceu a orientação e análise objetiva do estudo dos fatos foi baseada na metodologia da história oral (THOMPSON, 1992), em diálogo com a antropologia, por meio de procedimento e análise de pesquisa bibliográfica, documental, estudo de caso, pesquisa participante, e atividade de campo, como etnografia (BRANDÃO, 1999). Em relação à historiografia da capoeiragem paraense lançou-se mão dos estudos de Leal (2008) e Salles (2015), no caso da Educação Física brasileira, de Castellani Filho (1994) e Neira e Nunes (2009). Referente ao sistema CONFEF/CREF´s, especificamente, a pesquisa sucedeu-se via documentos, artigos científicos, fontes digitais da página oficial do CONFEF, dissertações, teses, leis, entre outras. Durante o estudo de caso foram verificados evidências e fatos concretos de intervenções do sistema CONFEF/CREF´s na Capoeira e as resistências dos e das capoeiras de vários lugares do Brasil, Nozaki (2004). No Pará, as estratégias dos capoeiras, como forma de resistência, foram múltiplas. Variava da adesão parcial à sabotagem sutil ao sistema. Uma relação tensa, mas reveladora da ausência de afinidades entre as duas instituições. Visando compreender os sentidos próprios da Capoeira em relação à concepção de Capoeira do sistema CONFEF/CREF´s e de como ela está na estrutura curricular da Educação Física do IFPA – Campus Tucuruí, da UFPA e da UEPA, após realizar trabalho de campo junto ao Malungo Centro de Capoeira Angola, considerado como tradicional em relação à prática da Capoeira, foi possível perceber sentidos, significações e práticas que não cabiam na definição de Capoeira dada pelo sistema CONFEF/CREF´s e que a Capoeira não está sendo tratada com dignidade nos currículos analisados da Educação Física. Longe de ser apenas “uma atividade física esportiva”, a Capoeira vivenciada no Malungo Centro de Capoeira Angola se revelou como um instrumento de educação cultural cuja densidade não cabe nas definições de formação exclusiva do Profissional de Educação Física. Os resultados revelaram um distanciamento imenso entre a Capoeira e as instituições ligadas a Educação Física, especificamente no campo educacional e de ensino, os currículos da Educação Física do IFPA – Campus Tucuruí, da UFPA e da UEPA, e no que concerne a fiscalização, regulamentação e intervenção, o sistema CONFEF/CREF´s. A prática da Capoeira não se limita aos aspectos esportivos. Trata-se de uma prática cultural negra com imensa potencialidade para a educação e a formação de identidade. A Capoeira tem estrutura, densidade e relevância prática/teórica tanto, quanto qualquer área clássica do conhecimento acadêmico/científico.

  • MARIDALVA DOS PRAZERES ARAÚJO
  • PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA – PNAIC: as implicações da formação continuada nas práticas avaliativas na educação básica no município de Cametá/PA 

  • Data: 31/07/2020
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  • A presente pesquisa, que se inscreve nos debates sobre formação continuada de professores, teve como objetivo geral analisar a relação entre a formação continuada por meio do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) e as orientações escolares sobre as avaliações em larga escala, que compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Metodologicamente, partindo de uma abordagem qualitativa, esta pesquisa utiliza como técnicas de coleta de dados entrevista semiestruturada e análise documental. Estabeleceuse um diálogo possível de análises dos dados, apoiadas pelo referencial teórico-metodológico do Materialismo Histórico Dialético, na medida em que os princípios de análise se orientam pela totalidade, contradição e mediação, enquanto mecanismos utilizados para pensar o fenômeno investigado. Como sujeitos-informantes da pesquisa, foram selecionados professores que atuam no ciclo de alfabetização do ensino fundamental de uma escola pública da rede municipal de Cametá (PA) e que tenham participado da formação continuada do PNAIC, e também os professores orientadores de estudos e coordenador do PNAIC/SEMED, de 2013 a 2016. O aporte teórico conta com a contribuição dos autores: Afonso (2007; 2009), Brzezinski (2008, 2014), Cabral Neto (2012), Contreras (2002), Dickel (2012), Esteban (2012), Freitas (2003, 2007), Gatti (2008), Imbernón (2010), Krawczyk (2008), Maués e Camargo (2012), Micarello (2015), Nóvoa (2013a; 2013b), Saviani (2007), Shiroma e Evangelista (2015), e outros que estudam, pesquisam e problematizam sobre as políticas de formação continuada de professores e a avaliação educacional. Os resultados da pesquisa apontaram que a formação docente continuada e a avaliação educacional em larga escala estão estritamente relacionadas, coadunadas para promover a qualidade da educação pela elevação dos resultados educacionais, pois, com a criação do IDEB, as estratégias avaliativas tendem a moldar o trabalho dos professores nos diversos aspectos, inclusive pelo desempenho do aluno. Nessa lógica, a formação docente continuada por meio do PNAIC centrou-se na prática de ensino, justificandose como elemento de aprimoramento do ensino-aprendizagem na alfabetização e letramento de crianças dos três primeiros anos do ensino fundamental, mas, ainda que tenha havido esforços nesse sentido, o PNAIC serviu também para orientar as práticas pedagógicas e avaliativas dos professores alfabetizadores, pautado no “saber fazer” e voltadas mais para o cumprimento de metas educacionais do que para o aprimoramento do processo de ensino/aprendizagem nessa etapa de escolarização. Assim, a qualidade de ensino pretendida pelo programa, que tem servido de ampla justificativa oficial, vincula-se à lógica reformista neoliberal e pode ser mensurada pelos parâmetros estabelecidos internacionalmente e pelas avaliações em larga escala, que consideram a alfabetização como elemento. Enfim, a qualidade referendada pelo IDEB com forte relação com a política de formação continuada no PNAIC é consequência dos princípios regulador e avaliador, características do Estado gerencialista neoliberal 

  • EDSON PANTOJA NUNES
  • “QUE CRESÇAM COMO GENTE”: As comunidades cristãs e a formação de lideranças em Cametá (décadas de 1970-1990)

  • Data: 31/07/2020
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  • A presente dissertação analisa o processo de formação de lideranças desenvolvido pela Prelazia de Cametá a partir dos anos de 1970, cujo desdobramento proporcionou um engajamento social nos diversos movimentos sociais, que compreenderam a luta por melhores condições de vida. Os resultados dessa nova pastoral serão as chamadas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), conhecidas na Prelazia de Cametá como Comunidades Cristãs (CCs), que com isso desempenharam um papel muito importante na história da Igreja no Brasil e, em destaque, na Prelazia de Cametá. Destaca-se ainda a importância das Conferências de Medellín e Puebla no continente latino-americano e a criação de uma nova teologia, denominada Teologia da Libertação, que influenciou as CEBs no seu agir na sociedade. Essa teologia será a diretriz de pastoral para as CCs. Dessa maneira, haverá dentro da Igreja um novo modo de trabalho pastoral, não somente o espiritual, mas que problematizará sobre o que gera a pobreza dentro de um sistema capitalista excludente. Para entender esse processo no ambiente de atuação da Igreja em Cametá, analisamos os documentos produzidos pelo acervo da Prelazia de Cametá, assim como, através de entrevistas, procuramos ouvir os agentes sociais e religiosos envolvidos a respeito da atuação das CCs e sua relação com a Teologia da Libertação, em um movimento que promoveu a formação de lideranças em Cametá, assim como o trabalho dos padres holandeses da Congregação de São Vicente, os lazaristas, que compreenderam que era a hora de a Igreja assumir um compromisso para com os excluídos, e ainda as ações de formação de seus fiéis, proporcionando um posicionamento crítico perante uma realidade de exploração. Portanto, as CCs na Prelazia de Cametá foram a sementeira de uma formação, tanto para o desenvolvimento de lideranças, quanto para a constituição dos movimentos sociais.

  • ELIZÂNGELA VIANA LOUSADA
  • APROXIMAÇÕES A UMA EDUCAÇÃO INTEGRAL DO SER HUMANO A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA HUMANISTA

  • Data: 29/07/2020
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  • A atuação da escola sempre foi alvo de críticas e, sem dúvidas, o consenso está bem distante de ocorrer. Pensar sobre a educação que as crianças recebem na escola, a partir da leitura das obras de autores humanistas como Rogers, Weil, Crema e Leloup, revela que as práticas educativas tem se orientado atualmente, por uma antropologia muito limitada do ser humano. Uma visão que lhe reduz a, no máximo, uma inteligência; a um objeto moldável conforme as normas e os hábitos provenientes da cultura instituída. Estes pensadores possibilitam indagações como: Quais os impasses vivenciados pela educação contemporânea? De onde provém as dificuldades da educação? Como as crianças estão sendo educadas? Que tipo de subjetividade é formada pela escola? Afinal, a escola educa ou doutrina? Existem outros caminhos? É possível uma educação que considere o ser humano de forma mais abrangente? Como seria um ser humano plenamente desenvolvido? O problema desta pesquisa consiste em responder que outros caminhos os professores podem percorrer para possibilitar outras formas de existência humana, que possam favorecer o aparecimento de oportunidades que desafiem o ser humano a avançar além da camada superficial que utiliza como referencial de inteligência e sabedoria, que se estabeleceram por meio de discursos instituídos e considerados socialmente aceitáveis que fundamentam o pensamento atual e, por essa razão, induzem a repetições de teorias? Trata-se de uma abordagem de cunho qualitativo, em que o procedimento metodológico se deu por meio da pesquisa bibliográfica, fundamentada nas teorias de Rogers, Weil, Crema e Leloup. O percurso investigativo contou com embasamento em outros autores que complementam o pensamento dos principais autores da pesquisa, dentre eles, Alves (2001), Berger e Lukmann (2004), Foucault (2005, 2012), Fromm (1977), Husserl (1989, 1992), Illich (1985), Krishnamurti (1994), Morin (2003), Nietzsche (2003) e Sousa Santos (2008). As reflexões a partir dos autores estudados revelam que o paradigma que fundamenta as práticas educativas da escola ultimamente, dificilmente podem conduzir o ser humano a se desenvolver por inteiro, incluindo, todas as suas dimensões. Realizamos uma crítica aos métodos tradicionais de educar e ao modo de existir do ser humano contemporâneo. Apontamos outras antropologias, através das quais a instituição escolar é desafiada a implementar uma prática pedagógica, em certo sentido revolucionária, ao romper com paradigma da separatividade que fundamenta o sistema escolar tradicional, a fim de resgatar uma visão menos fragmentada do ser humano. Uma ação pedagógica integrativa entre o que é positivo do fazer educativo atual e a visão mais abrangente sobre o desenvolvimento do ser humano. Uma proposta que tem como cerne a libertação do estudante das amarras de um sistema que suprime sua originalidade. Consideramos, portanto, que existem outras possibilidades da escola desenvolver uma atuação pedagógica, favorecendo caminhos para o pleno desenvolvimento do estudante. Acreditamos que podemos nos aproximar dessa realidade, através da prática escolar que valorize no estudante sua singularidade, suas potencialidades e sua capacidade de ser guiado por suas indicações internas, que lhe encaminhe a outras formas de experimentar o mundo, usufruindo de sua liberdade e autonomia para ultrapassar os limites do instituído

  • LUANA RODRIGUES CARNEIRO
  • MULHERES PESCADORAS: SEXUALIDADE E TRABALHO NA COLÔNIA Z-16 DE CAMETÁ - PA

  • Data: 24/07/2020
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  • Nesta pesquisa, discutiremos “Como a divisão sexual do trabalho serve para sustentar os discursos e para fortalecer instrumentos de controle e poder sobre as práticas do trabalho produtivo das mulheres pescadoras que atuam como coordenadoras dos setores de localidade de pesca, na qual os homens pescadores detêm controle e poder institucional na entidade, a partir da percepção das mulheres pescadoras”. Apontamos como objetivo geral: Investigar “como a divisão sexual do trabalho serve para sustentar os discursos e instrumentos de controle e poder sobre as práticas das mulheres pescadoras que atuam como coordenadoras de localidade de pesca, na qual os homens pescadores detêm controle e poder institucional na entidade?” E definimos como objetivos específicos: identificar a percepção das mulheres pescadoras sobre a divisão sexual do trabalho no interior da organização política da Colônia Z-16; Buscamos assim, na voz desses sujeitos pescadoras, discutir suas perspectivas de gênero e sexualidade, trabalho, emancipação feminina na Colônia Z-16; e, apontar como tem se construído os discursos e instrumentos de controle e de poder sobre as práticas de trabalho das mulheres pescadoras na Colônia Z-16. E como metodologia, optamos pela História Oral. Identificamos que os relatos terminam por indicar os desafios que se colocam frente à atuação das coordenadoras de base que buscam maior espaço de exercício em cargos de poder e prestígio que, essencialmente, é dirigido aos homens que se mantem nos principais cargos desde o surgimento da entidade. Dentre as reivindicações está a diminuição da desigualdade entre trabalho de homem e de mulher, não apenas na pesca, mas também na atuação da direção da Z16.

  • OLAIZA QUARESMA DOS SANTOS
  • CULTURA, IDENTIDADE E GÊNERO NO BAIRRO DA ÁFRICA: HISTÓRIA, MEMÓRIAS E SABERES DE DESCENDENTE DE NEGROS MIGRADOS DO RIO ANAPUZINHO.

  • Data: 22/07/2020
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  • O presente estudo procura compreender o contexto de formação e transformação do bairro da África no município de Igarapé/PA, analisando a sua importância econômica, política e cultural para o município, tentando trazer à tona o protagonismo de mulheres negras, crianças, jovens e adultos, suas trajetórias de vida, suas reinvenções cotidianas, saberes e práticas culturais. Para tanto, se propõe abordar o surgimento do bairro da África, percebendo este bairro como uma pequena comunidade formada na parte central da sede do referido município, composta por descendentes de negros, que migraram da zona rural, principalmente da região do Rio Anapuzinho, para a zona urbana em busca de melhores condições de vida, constituindo um bairro negro na cidade de Igarapé-Miri. Para cumprirmos os objetivos da pesquisa, foram utilizados como aportes teórico-metodológico leituras de obras de autores como: PORTELLI (1997), THOMPSON (1998), PINTO (2012), NONATO (2002), ABRAMOVAY e CAMARANO (1999), (CAMPELO, JESUS, DEUS, 2014) ÂNTICO (1997), CERTEAU (2002), ANTONACCI (2013), além de outros. Da mesma forma, realizei pesquisa de campo, mediante a observação participante, com a grande contribuição da História Oral, através de entrevistas semiestruturadas, relatos orais e histórias de vida, acrescida a fontes escritas, imagéticas (fotografias, mapas, gravuras), na perspectiva de estudar o contexto de formação do referido bairro, e percebendo de que forma seus habitantes foram importantes na formação histórica, cultural e econômica da cidade de Igarapé-Miri. Levando em consideração as transformações que este bairro e estes indivíduos vêm passando ao longo de sua trajetória histórica. Dados da pesquisa apontam para elementos importantes do bairro da África, apresentando histórias de vida, vivencias cotidianas, formas de trabalhos, saberes tradicionais, religiosidade e práticas culturais, evidenciando um bairro que existe para além do espaço geográfico, construído nas memórias de homens e mulheres.

  • IEDA DE FATIMA PINTO BARRADAS
  • PROGRAMA ESCOLA ATIVA: um estudo sobre a prática docente nas turmas multisseriadas no município de Mocajuba/PA

  • Data: 22/07/2020
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  • Com o objetivo de investigar, a partir da formação continuada, se os professores das escolas do campo EMEIF Santa Luzia do Silóe e EMEIF Professora Raimunda Maria Leão, desenvolvem atividades docentes, no cotidiano da sala de aula, que valorizam a cultura e os modos de vida dos alunos do campo. Pretende, igualmente, responder à seguinte pergunta de pesquisa: “Qual a contribuição da Formação Continuada oferecida pelo Programa Escola Ativa para a prática docente nas escolas multisseriadas no município de Mocajuba/PA? ”; e, de que forma essa formação possibilitou a ressignificação das práticas docentes, da atuação desses professores na sala de aula junto a seus educandos, numa perspectiva de valorização da cultura, modos de vida e saberes dos alunos e da própria comunidade camponesa? Para a efetivação desta investigação, buscamos nos fundamentar, teoricamente, nos estudos e pesquisas dos estudiosos que tratam acerca de educação do campo, prática docente e formação docente, como: Freire (2018), Tardif (2002), Lima (2003), Hage (2006), Caldart (2008) e Santos (2014). Utilizamos o aporte metodológico de Yin (2005), André (2008), Lüdke e André (1986), Minayo (2001) e Triviños (1987). Por meio do Estudo de Caso e alguns elementos da etnografia, procuramos aprofundar a compreensão da prática docente diferenciada de duas professoras, possibilitando o contato direto do pesquisador com o cotidiano escolar. Também efetuamos a pesquisa de campo nas escolas situadas na área rural do município de Mocajuba, Santa Luzia do Siloé e Professora Raimunda Maria Leão, assim como a realização da observação e a entrevista semiestruturada e técnicas de coleta de dados. Analisamos dois documentos oficiais do MEC, o projeto base do Programa Escola Ativa e a Resolução nº 1 do CNE/CEB/2002 para o aprofundamento sobre a prática docente. Os resultados da pesquisa apontaram que apesar do PEA ter passado por reestruturação e mudanças nos aspectos institucional e pedagógico, no cotidiano escolar não expôs contribuições significativas para a prática docente, uma vez que professores e alunos não tiveram acesso aos materiais do Programa, reformulados com base na Política Nacional de Educação do Campo. Além disso, a formação continuada dos professores foi frágil e apresentou descontinuidade por falta de recursos financeiros e estruturais da Secretaria Municipal de Educação. Percebemos certa resistência ao livro didático por parte das professoras, devido ser descontextualizado das reais necessidades das turmas multisseriadas, levando-as a adequar os conteúdos curriculares do PEA à cultura e modos de vida dos alunos do campo.

  • FABIOLA DE FATIMA IGREJA
  • FABULAÇÕES CLARICEANAS: Devir mulher entre sentidos de uma Educação Múltipla

  • Data: 01/07/2020
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  • Fabulação e devir-mulher movimentam a conexão entre arte, gênero e Educação maquinada neste texto-rizoma tecido por platôs. Estes são o corpo cartográfico fabulado em múltiplas reentrâncias à arte-literatura de Clarice Lispector, pela qual se tensiona imagens de representações sociais do “ser mulher” impetradas pelo patriarcado e reforçadas por tradições conservadoras na Educação, e se perscruta uma educação múltipla por entre o agenciar político e poético da arte-literatura como potência de criação. Arte menor. Linhas de fuga ao sistema dominante na Educação. Esta pesquisa cartográfica acontece pelo atravessamento filosófico do pensamento da Diferença, sobretudo, Deleuze e Guattari, em confluência aos estudos de gênero como os de Rago, Beauvoir, Butler, tramando abordagens filosófico-literária nos interstícios da arte clariceana, fabulando devires e sentidos múltiplos à Educação. Nos platôs, reterritorializam-se processos de existir como linhas de fuga ao patriarcado por meio do devir mulher, devir-animal, devir-gruta e do grotesco, reterritórios que burlam a representação e nascem como potência da Diferença na educação. E ainda, pelo reverberar com Stigger, gritos e convulsões de corpos políticos, em suas derivas e delírios, questiona-se opressões patriarcais no corpo feminino. Artes da liberdade agenciadas na Educação enquanto possibilidades de fabular com Clarice outros modos de devir mulher.

  • QUELVIA SOUZA TAVARES
  • TENSIONAMENTOS DISCURSIVOS NA CONSTRUÇÃO DA ESCOLA INDÍGENA MẼ AKRE KÔJAKATI DA COMUNIDADE INDÍGENA KỲIKATÊJÊ

  • Data: 23/06/2020
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  • Este trabalho investiga se a história-cultura do povo Kỳikatêjê e a instituição da educação escolar indígena produzem tensionamentos discursivos em torno da criação da escola Mẽ Akre Kôjakati, da comunidade indígena Kỳikatêjê, que vive na aldeia Kôjakati, localizada no km 16 da BR-222 – sentido Marabá-Bom Jesus do Tocantins – na Reserva Indígena Mãe Maria, no município de Bom Jesus do Tocantins, estado do Pará. Sua finalidade é a demonstração de como a escola indígena vem sendo idealizada e efetivada discursivamente e, também como a história desse povo influenciou e influencia essa idealização. Para tanto, discutimos a história do povo Kỳikatêjê, seus deslocamentos e realocamentos, bem como as tentativas de “amansamentos” sofridas contra eles. Paralelo a esses processos de “amansamentos” e às tentativas de inserção desse povo na sociedade não indígena, traçamos um histórico da Educação Escolar Indígena, tentando mostrar como ela tem sido usada historicamente pelo Estado como um instrumento unificador, homogenizador de povos, etnias, e de suas respectivas culturas, línguas e cosmovisões, de um modo geral. Outrossim, procuramos demonstrar que a Legislação sobre Educação representa o reconhecimento cultural de cada época, reconhecimento esse que se alcança por meio de muitas lutas das sociedades minoritárias. Por fim, discutimos como a história de luta e resistência dos povos minoritários, seja pelo direito de preservar sua identidade e cultura, seja pelo direito à educação, afeta discursivamente os sujeitos, de modo a transparecer em sua fala os tensionamentos marcados, historicamente, entre a legislação e a legitimação da educação escolar indígena. Assim, analisamos o corpus dessa pesquisa a partir das contribuições da Análise do Discurso que permitem compreender os sentidos dos dizeres e, com isso, relacionar língua, história e sujeito. Nessas perspectivas, a presente dissertação fundamenta-se teoricamente em autores que discutem a história e cultura do povo Kyikatêjê, no percurso histórico da Educação Escolar Indígena e nas contribuições da teoria da Análise do Discurso da corrente francesa

2019
Descrição
  • ELEUZA DE SOUZA
  • A PARTICIPAÇÃO DAS TRABALHADORAS AGRICULTORAS NO STTR/CAMETÁ: Trajetória histórica, lutas e constituição da mulher em SER SOCIAL

  • Data: 02/09/2019
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  • Este texto é resultado de pesquisa de Mestrado Acadêmico do Programa de Pós-graduação em Educação e Cultura-–PPGEDUC/UFPA, cujo objeto de estudo foi o processo de organização e participação do ser social mulher agricultora trabalhadora no interior das ações do sindicato. O objetivo da pesquisa foi analisar a participação da mulher trabalhadora agricultora, a fim de caracterizá-la enquanto ser social a partir de suas conquistas na organização do movimento sindical. Metodologicamente, a produção se orientou pela abordagem qualitativa, utilizando-se de técnicas de levantamento de dados, tais como a revisão da literatura e a análise documental. A perspectiva analítica do material coletado foi subsidiada por um referencial teóricometodológico capaz de problematizar o objeto de estudo e o contexto político e social no qual se insere, por meio do uso de algumas das categorias do materialismo histórico e dialético, a saber: mediação, totalidade e contradição. Os aportes teóricos que nortearam o estudo baseiamse, dentre outros, em Gohn (2011); Demo (1988); Grzybowski (1987); Marx e Engels (2005; 1975); Frigotto (2008); Silva (2008,); Aquime (2018); Cisne (2018) e outros. Os resultados da pesquisa estão explicitados pela revisão da literatura da qual depreende-se que o projeto histórico das sociedades capitalistas que tornou a classe elitista hegemônica, antagonicamente, produziu inúmeras lutas e resistências, contribuindo decisivamente para organização de diferentes movimentos sócio-políticos, incluindo partidos políticos, sindicatos, associações diversas, potencialmente capazes de construírem os enfrentamentos para as opressões de uma classe sobre a outra, de grupos sobre outros e de igualdade de gênero. Nesse contexto, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais tem um papel importante como espaço coletivo na garantia dos direitos legais dos trabalhadores rurais, pois o poder público estatal é o principal financiador e regulador das políticas, incluindo, os povos do campo. Os documentos analisados revelaram que o STTR/Cametá está vinculado à CONTAG e reflete as posições que nacionalmente são tomadas na proposição de maior participação das trabalhadoras no direcionamento e tomadas de decisão no sindicalismo, incluindo igualdade de condições nas diretorias executivas desde a discussão que assegurou o sistema de cotas em 30% dos cargos destinados às mulheres sindicalizadas até a configuração atual da paridade entre homens e mulheres nos referidos cargos, o que significa progressiva valorização da figura feminina nos diferentes espaços administrativos. Evidenciou-se pela pesquisa, ainda, que dentre as conquistas das trabalhadoras rurais nessa entidade citam-se: auxílio doença, auxílio maternidade e pensão por morte, bem como projetos de renda sob a assistência técnica de órgãos como FETAGRI e SAGRI. Enfim, o estudo revelou que as trabalhadoras rurais associadas ao STTR/Cametá têm, ainda, uma limitada participação nessa entidade, ao mesmo tempo em que essa limitada participação feminina lhes constitui condição de Ser Social, potencialmente capaz da emancipação e constituição cidadã para um projeto de sociedade justa e igualitária

  • NANCY DA CRUZ RIBEIRO
  • A GESTÃO DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A PERSPECTIVA DA ESCOLA EM TEMPO INTEGRAL EM UNIDADES ESCOLARES MUNICIPAIS DE CAMETÁ/PA 

     

  • Data: 02/09/2019
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  •  Este texto é resultado de Pesquisa de Mestrado em Educação e teve por objetivo analisar as implicações do Programa Mais Educação a partir da perspectiva da Escola em Tempo Integral, tendo em vista a viabilidade do financiamento das ações realizadas em duas escolas municipais de Cametá/PA – Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Teresinha e Escola Municipal de Ensino Fundamental Raimunda da Silva Barros. Como questão/problema, destacou-se: Quais as implicações da gestão do Programa Mais Educação na perspectiva da Escola em Tempos Integral em escolas municipais de Cametá/PA? Metodologicamente a pesquisa realizou-se por meio da abordagem qualitativa, com revisão da literatura sobre a política educacional, enfocando a gestão. Dentre as técnicas de coleta de dados, utilizou-se análise de documentos e entrevistas semiestruturadas realizadas com os gestores escolares e coordenadores do Programa Mais Educação das escolas investigadas. Os fundamentos do texto estão apoiados em autores da área, tais como Höfling (2001); Boneti (2011); Frigotto (2002); Martins (2010); Cavaliere (2009); Cabral Neto e Souza (2008); Peroni (2003). Os resultados apontaram que o Programa é uma ação do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, reflexo das políticas de descentralização financeira que embora seja justificada pelo princípio de Educação Integral na perspectiva de Escola em Tempo Integral apresenta-se de forma problemática para a realidade educacional no contexto amazônico. Os pressupostos do Programa Mais Educação e seus condicionantes no que se refere a Educação Integral e a Escola em Tempo Integral tem inconsistência com financiamento das ações sob o processo da descentralização conforme os dados das duas escolas da rede municipal. Dentre outros fatores que limitaram as ações do Programa está a falta de informação sobre as questões burocráticas, estrutura física adequadas das escolas e insuficiência dos recursos financeiros para atender as reais necessidades. A pesquisa revelou que os pressupostos do Programa são decorrentes de orientações verticalizadas caracterizadas pela gestão gerencialista na qual o controle é mantido no poder central, através da adoção de ações decididas previamente, não oferecendo os espaços para construção de autonomia como princípio da gestão democrática. Nesse sentido, a descentralização assume uma lógica de controle das ações públicas, ao mesmo tempo em que exime a União de suas obrigações com a oferta da educação como direito de todo cidadão, prevalecendo o discurso desta como elemento de redução das desigualdades sociais. É, possível, no entanto, caracterizar o Programa Mais Educação como uma ação indutora da educação integral na perspectiva da escola em tempo integral tanto nas atividades da Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Teresinha como da Escola Municipal de Ensino Fundamental Raimunda da Silva Barros, no entanto, apenas sobre a lógica das diretrizes do PDE na medida em que o financiamento descentralizado não foi suficiente para formar integralmente os educandos. Observou-se pela pesquisa que foi garantido, em parte, o desenvolvimento de um conjunto de atividades importantes para os alunos que atenderam os requisitos previamente definidos para o atendimento, sem contudo, promover uma formação integral como sugere a educação integral. Defendemos sim, a educação integral sob a rubrica de Escola em Tempo Integral por meio do Pacto Federativo onde a obrigação dos entes federados com a educação seja efetivada pelo Regime de Colaboração e de que tais princípios sejam de universalização

  • KEILLA PATRICIA MENDES DE SOUZA
  • EMANCIPAÇÃO INTELECTUAL E A DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA

  • Data: 30/08/2019
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  • O presente estudo de Mestrado intitulado “Emancipação intelectual e a defesa da escola pública”, tece importantes reflexões e questionamentos teóricos acerca da educação e da escola pública, tendo por foco o conceito de “emancipação intelectual” presente no pensamento educacional de Jacques Rancière na obra O Mestre Ignorante de Jacques Rancière (2010), em articulação com o conceito de “língua da escola” desenvolvido por Masschelein e Siomons (2017). Esses conceitos são necessários para pensar a escola pública por outro patamar e pensar rumos para a emancipação intelectual e a inventividade do aprendiz escolar. A Metodologia da pesquisa configura-se como estudo teórico, de cunho bibliográfico, baseado na abordagem da temática com aprofundamento nos autores estudados: Rancière (2010), Larrosa (2017), Masschelein e Simons (2017), Walter Kohan (2013), Esteban (2001), Skliar (2014), Signorini (1998) entre outros que dialogam com a temática em questão. O texto transita nesse meio educacional onde a escola pública é frequentemente questionada e condenada por ser um “maquinário normalizador”, em que a emancipação intelectual e a inventividade pouco ressoam devido ao histórico mecanicismo do conhecimento e à centralidade da figura do mestre como condutor do ensino, no entanto, faz-se necessário retirar a escola desse patamar apenas normalizador e recolocá-la em seu potencial emancipador e inventivo. O estudo conclui que a liberdade do aprender potencializa a autonomia intelectual de educadores e educandos, sendo capaz de transbordar saberes e criatividades e de deslocar métodos convencionais do ensino. Podemos buscar novos rumos para a educação escolar, potencializar e valorizar a escola pública, questionar nossas práticas e métodos, vivenciar uma educação como caminho para a emancipação coletiva, fortalecida na amizade e na inventividade do aprender

  • DILMA CARDOSO PEREIRA
  • PROCESSOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL: um estudo com os egressos do Curso Técnico em Alimentação Escolar/PROEJA – Centro Integrado de Educação do Baixo Tocantins-Cametá-PA

  • Data: 29/08/2019
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  • Investiga, a partir do cotidiano de trabalho de egressos do Curso Técnico de Alimentação Escolar/PROEJA, sediado no município de Cametá (Pará, Amazônia, Brasil), a relação entre o prescrito nos processos de formação profissional e a renormatização em seus ambientes laborais, em termos de saberes do trabalho acionados na dinâmica das necessidades desses ambientes. É pesquisa qualitativa, apoiada no materialismo histórico-dialético e na abordagem ergológica de trabalho. Como procedimentos de coleta de dados, utilizamos entrevistas semiestruturadas e análise documental; o tratamento dos dados seguiu as orientações da análise de conteúdo. Do ponto de vista teórico, tomamos discussões sobre formação profissional e saberes do/no trabalho, considerando importante a abordagem ergológica, envolvendo o processo de formação profissional e qualificação que considera os saberes do trabalho e saberes profissionais frente aos saberes prescritos e saberes renormatizados. Nossos referenciais tomaram Alves (2009), Schwartz e Durrive (2007), Guérin (2004), Machado (2006), abarcando questões de formação, educação profissional e ergologia; Gramsci (1991), Kuenzer (2002) e Kosik (1976) auxiliaram-nos nos debates sobre o trabalho e o materialismo histórico-dialético. Partimos do pressuposto de que, no trabalho, os sujeitos egressos renormatizam os saberes e os conhecimentos oriundos da formação escolar, dadas as necessidades de criatividade do mundo do trabalho, diante das metamorfoses desse mundo. No entanto, percebemos desarticulação entre o prescrito e o renormatizado, demonstrando distanciamento entre o trabalho como forma em que é requerido e na forma como realmente é executado. Podemos afirmar que a atividade de trabalho dos Egressos Técnicos em Alimentação Escolar possui uma formação caracterizada pelo distanciamento das noções das normas antecedentes mais abrangentes que a do trabalho prescrito, evocando situações emergentes para além das normas e prescrições, havendo saberes construídos no trabalho profissional como negação também de possibilidades de uma unidade teórico-prática como práxis em atividade.

     

  • JOENIA NUNES DOS PRAZERES
  • SÍTIOS AGRÍCOLAS DAS COLÔNIAS SÃO VICENTE E PONTA GROSSA: uma experiência agrícola desenvolvida nas décadas de 1970 e 1980 na comunidade de Carapajó, município de Cametá/Pará

  • Data: 28/08/2019
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  • Este trabalho analisa os processos de implantação, de formação e de organização dos trabalhadores rurais do projeto Sítios Agrícolas das Colônias de São Vicente e Ponta Grossa, da comunidade de Carapajó, município de Cametá (Pará, Amazônia, Brasil). Tal projeto se constituiu em uma das atividades sociais desenvolvidas pela Prelazia de Cametá, entre as décadas de 1970 e 1980, tendo como principal idealizador o padre Johannes Gerardus Boonekamp. A problemática desta pesquisa está vinculada à compreensão de como se efetivou a participação dos trabalhadores rurais na implantação dos Sítios Agrícolas, o engajamento sociopolítico desses sujeitos e a relação trabalho e educação no contexto rural. Para responder a essa problemática, propomos os seguintes objetivos específicos: investigar em que contexto, social e eclesial, surgiu o projeto Sítios Agrícolas, assim como suas finalidades e objetivos; verificar como se deu a sua implantação, as práticas formativas e a organização dos trabalhadores; e identificar as rupturas e permanências do projeto Sítios Agrícolas. Considerando essa experiência agrícola como parte de um processo que contribuiu para a formação e organização dos trabalhadores rurais na região de Cametá, esta investigação adotou como metodologia a História Oral e, como método, a pesquisa qualitativa. Também como parte do procedimento metodológico, realizamos pesquisas nos arquivos da Diocese de Cametá, visitas de campo para estabelecer contato com as pessoas da comunidade de Carapajó e para realizar entrevistas de História Oral. Essas entrevistas foram norteadas por um roteiro de perguntas e realizadas tanto com os sujeitos que fizeram parte desse projeto, quanto com outras pessoas que testemunharam ou vivenciaram essa experiência agrícola, totalizando dezoito pessoas contactadas. O projeto envolvendo as Colônias São Vicente e Ponta Grossa pode ser considerado uma experiência agrícola pioneira na região do baixo Tocantins, tanto pelo acesso à terra quanto pelo método de financiamento. Esta pesquisa nos permitiu, portanto, verificar em que contexto esse projeto foi desenvolvido, e como se deu o processo formativo desenvolvido pela Prelazia de Cametá; mas também identificar rupturas e permanências dessa experiência agrícola, compreender o percurso histórico dos trabalhadores rurais da comunidade de Carapajó e, sobretudo, dar visibilidade a esses sujeitos sociais do campo, que lutaram pela superação das relações sociais de exclusão.

  • RAIMUNDO NONATO BACHA LOPES
  • A CONCEPÇÃO DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO CONTEXTO DA DITADURA CIVIL-MILITAR: a implantação do SENAI, no município de Cametá-Pará (1975-1985)

  • Data: 16/08/2019
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  • A presente dissertação tem como objetivo analisar a implementação do SENAI no município de Cametá, buscando compreender as razões de sua implantação, as concepções pedagógicas, os interesses políticos, econômicos e sociais envolvidos e suas relações com o mercado de trabalho. A metodologia desta investigação tem por base os pressupostos da pesquisa qualitativa do tipo descritivo-analítica, com as seguintes etapas: pesquisa bibliográfica, levantamento e análise documental, pesquisa de campo e entrevista. Pretende-se, também, por meio da História Oral, compreender a implantação do SENAI/Cametá e suas implicações, por meio da memória dos nossos entrevistados, que servirá de base para a compreensão dos acontecimentos. Outrossim, essa abordagem permitirá a problematização do objeto de pesquisa a partir de uma análise crítica sobre a forma como a concepção da política de educação profissional estava relacionada à implantação do SENAI/Cametá, a partir de um olhar orientado pelo aporte teórico da pesquisa. Trabalha-se com o conceito de Política Educacional, que serve de base para a compreensão dos fenômenos a serem investigados. Esses conceitos terão como aporte teórico discussões de autores que consideramos importantes para a compreensão do objeto: Araújo (2007), Batista (2013, 2015), Cunha (2005a, 2005b, 2005c), Frigotto (1989, 2010a, 2010b), Germano (1994, 2011), Manfredi (2002, 2016), Mészáros (2008), Müller (2009a, 2009b), Petit (1996, 2003), Prins (1992), Schultz (1973a, 1973b) e Thompson (1992). A Pesquisa evidenciou interesses políticos relacionados à implantação do Centro Integrado de Educação Profissional de Cametá (CIEP), por intermédio do ex-deputado federal Gerson dos Santos Peres, que foi o principal responsável pela instalação, na cidade de Cametá, da instituição de ensino SENAI/Cametá, cuja inauguração oficial ocorreu no dia 28 de outubro de 1982, contando com a presença do então Presidente da República João Baptista de Oliveira Figueiredo. É interessante reconhecer que, antes da fundação do SENAI/Cametá, foi instalado provisoriamente, em 1975, o Centro Móvel do SENAI DR-PA (CEMOVEL), uma escola que tinha formato de circo e foi montada na Praça da Justiça, em frente à Escola Estadual Governador Alacid Nunes (GEAN), com os seguintes cursos: Curso de Eletricidade Básica, Mecânica Geral, Carpintaria, Mecânica de Automóvel, Construção Civil e o Curso de Operador de Trator Agrícola. Com a implantação do SENAI/Cametá, que esteve atrelada à preocupação com o mercado produtivo, talvez se acreditasse que o município de Cametá viesse a se tornar um polo industrial, contudo tal instituição, hodiernamente, forma para o setor terciário e de serviços, e não está integrada a uma grande malha industrial, pois a região não possui estrutura para a indústria

  • FRANCISCO ALVES DA SILVA NETO
  • HEIDEGGER: ENTRE A TÉCNICA E A SERENIDADE

  • Data: 28/06/2019
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  • Heidegger (1889-1976), filósofo alemão, por muito tempo debruçou-se em pensar no perigo que poderia atingir a humanidade. Mesmo porque, dentro de sua analítica-existencial o perigo maior estava no esquecimento do ser. Presenciou tanto a Primeira como a Segunda Guerra Mundiais que assolaram a Europa do século XX. Heidegger alertou quanto à previsibilidade de um tempo em que a técnica poderia dominar o Planeta. Mais tarde enfatizou tal pensamento a partir da relação que fez entre a era atômica e como ser se apresentaria na atualidade no universo da técnica. Em A Questão da técnica (1953) o filósofo alemão pronuncia o questionamento da técnica na possibilidade de preparar uma relação livre com ela. A técnica implica em um constante e visível destino que a tudo afeta, controla e planifica. Essa determinação levou Heidegger a escolher o termo Gestell como a um confronto imbricado entre homem e natureza, como destino de algo bem próximo no sentido de exploração humana, instalação de algo que produz e consome. Em sua constante preocupação com o futuro da humanidade percebeu o estado em que o ser humano se encontrava e o que poderia acontecer caso não despertasse para um desencobrir. Sua existência está em jogo caso ele não saiba reverter à situação que o controla e submete a um “serviço” dominante e calculador da técnica na contemporaneidade. Como o ser humano vem se constituindo na era da técnica? Essa pergunta é premente, pois as redes de informações cria a ideia de um verdadeiro mundo, permeado por uma verdade pura e inquestionável e que determina a maneira de agir e pensar do homem contemporâneo. De posse dessa questão, como podemos entender os acontecimentos que tem transformado as concepções do ser humano? Ao mesmo tempo é possível meditar, a fim de compreender o que está ocorrendo no mundo. Heidegger foi filósofo e “poeta do ser”, professor e reitor da Universidade de Freiburg. Discutiu em seus encontros e conferências temas que contribuíram para educação e formação humana. Em Heidegger podemos encontrar uma forma crítica de vermos a educação como padronização imposta e planificada e a armação-técnica como instrução, assim como uma uniformização do ensino e de uma pedagogia que intervém não como prática libertadora. Assim, a pesquisa traz como elemento norteador do problema a hermenêutica-fenomenológica e textos de Heidegger. Além de Inwood (2004), Schneider (2005), Loparic (1996), Vatimo (1996), Rüdiger (2014), Hermann (2002), Kahlmeyer-Mertens (2008) e Hodge (2015).

  • DANIELA SANTOS FURTADO
  • ENSINO E APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM (LEITURA E ESCRITA): ANÁLISES DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM CLASSES DE 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

  • Data: 28/06/2019
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  • Dissertação sobre as práticas pedagógicas de ensino e aprendizagem da linguagem (leitura e escrita) no 4º ano de uma escola pública municipal da zona urbana de Cametá/PA. Traz como problema o seguinte questionamento: como as práticas pedagógicas voltadas para o ensino da linguagem (leitura e escrita) vêm sendo desenvolvidas no 4º ano do ensino fundamental? Busca investigar como se constituem as práticas pedagógicas de ensino da linguagem, tomando como base a abordagem histórico-cultural de Vigostki e Bakhtin, por meio da qual se defende que a linguagem é uma atividade simbólica e constitutiva do sujeito e seu ensino não deve ser apenas a apropriação de uma técnica de ler e escrever, mas de uma prática social (a escrita) que permite a criança transformar sua memória, atenção, modos de buscar informação; esquecer informações que, por meio do registro, pode ser recuperada; participar; compartilhar; e, sobretudo criar relações com os outros. É um estudo de cunho qualitativo na modalidade estudo de caso com pesquisa bibliográfica, documental e de campo. Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram: observação e entrevistas. Foram sujeitos da pesquisa: 03 professores regentes de 4ºano e 03 professores do Projeto de Leitura e Escrita. A partir de narrativas das situações em sala e das falas dos sujeitos, os dados foram analisados de forma dialética, norteados pela abordagem histórico-cultural. As observações em sala apontaram que, em todas as turmas, as práticas se esgotam na prática, ou seja, há uma grande preocupação em ensinar o conteúdo, a gramática, o texto pelo texto, deixando-se de lado a problematização, o diálogo com o outro, a beleza do texto literário. As práticas ainda estão impregnadas da velha pedagogia reprodutivista, tecnicista, silenciadora e assim desumanizadora. O ensino no projeto também se efetivava de maneira, principalmente copista, reprodutivista. As entrevistas revelaram contradições entre o que é pensado no PPP e o que de fato se faz em sala. E comprovaram que é a concepção de linguagem enquanto uma técnica que norteia as práticas. É preciso romper com esse tipo de educação hegemônica presente na escola; é olhando para as práticas pedagógicas do outro e refletindo que se promove uma prática contra-hegemônica, na qual a educação não sirva de instrumento para manter e naturalizar as desigualdades, que os alunos sejam vistos como sujeitos históricos dentro de um mundo real e que a linguagem como uma atividade simbólica e constitutiva do sujeito seja o norte das práticas pedagógicas de ensino da linguagem.

  • DORIELSON DO CARMO RODRIGUES GAIA
  • O ENSINO MÉDIO INTEGRADO NO PARÁ COMO POLÍTICA PÚBLICA: implantação e implementação no Centro Integrado de Educação do Baixo Tocantins/Cametá

  • Data: 27/06/2019
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  • A presente pesquisa aborda a maneira como se materializou, na escola, o Ensino Médio Integrado (EMI), via Secretaria de Estado de Educação do Pará (SEDUC-PA), no município de Cametá (PA), e tem como objetivo geral analisar como essa Secretaria, a partir de 2008, com a criação da Rede Escolas de Tecnológicas do Pará, implementou essa forma de oferta do Ensino Médio à juventude paraense. O lócus desta pesquisa é o Centro Integrado de Educação do Baixo Tocantins em Cametá, escola que integra a referida rede. Discute e teoriza sobre o processo de implantação e implementação de uma Política Púbica para o Ensino Médio, que se propôs revolucionária, mas que, efetivamente, não o foi, evidenciando seus limites e contradições. Isso nos impôs resgatar o modo como o Estado brasileiro tem concebido as Políticas Públicas educacionais, o que é feito nos dois primeiros capítulos deste trabalho. O primeiro, intitulado “Estado, Políticas Públicas e Educação no Brasil: avanços e rupturas na difícil consolidação de uma identidade”, está pautado em Carnoy (1986), Marx (1973), Mészáros (2008), Ciavatta (2005), Frigotto (2003; 2005; 2010), Ramos (2005), Haddad (2008), Machado (2007), Araujo (2010), Araujo e Rodrigues (2011), Azevedo (2001), Gramsci (1968; 1999; 2000), Boneti (2011), Wood (2001), Paro (2008), Saviani (2008; 2011; 2014); já o segundo capítulo, intitulado “Ensino Médio Integrado no Brasil: historicizando e identificando princípios, bases e contradições”, amparado nas discussões de Freitag (1986), Gramsci (2001), Carcanholo (2011), Saviani (1987; 2006), Kuenzer (1997; 2002; 2007), Frigotto, Ciavatta e Ramos (2003; 2005a; 2005b; 2009), Ciavatta (2012; 2015), Ramos (2005; 2011; 2014), Saviani (2014), Moura (2007), Brasil (2007; 2008; 2009; 2010; 2011; 2012; 2014; 2015; 2017; 2018), Pará (2008; 2009), Haddad (2008), Harvey (2005), identificamos como se consolidam as relações entre noções de Estado, Políticas Públicas e Educação no Brasil e de que modo têm-se configurado os movimentos que sustentam a Política Educacional para o EMI no Brasil. Trata-se de uma pesquisa realizada sob o aporte metodológico do materialismo histórico-dialético (MARX, 2010; MARX; ENGELS, 2007; KOSIK, 1976; RAMOS, 2011; CIAVATTA, 2012), de abordagem qualitativa (ARAUJO, 2012; CHIZZOTTI, 2009; MINAYO, 2001), com entrevista semiestruturada (TRIVIÑOS, 1987), associada à análise de conteúdo (BARDIN, 2011; FRANCO, 2012). Esse percurso foi considerado necessário para compreendermos as contradições reveladas pelas vozes dos Agentes de Gestão (AGs) que participaram ativamente dos processos de implantação e implementação do EMI, na SEDUC-PA e no CIEBT. São as vozes dos AG’s, no terceiro capítulo, que confirmam a hipótese por nós levantada: a de que o estado do Pará foi exitoso no processo de implantação do EMI como política pública, por meio da instituição da Rede EETEPAs, pautada em uma estrutura teórica e embasamento legal que sustentam sua existência. No entanto, ele não vem garantindo as condições materiais, físicoestruturais e pedagógicas para que essa política se implemente na prática do cotidiano das escolas da rede, sobretudo no que diz respeito à integração entre a Educação Profissional e o Ensino Médio. Por outro lado, ainda que não se note, de forma satisfatória pelos sujeitos entrevistados, o processo de integração acontecer, a instituição da Rede EETEPAs não deixa de ser um avanço no processo de gestão da Educação Profissional no Estado. Essas revelações aparecem no terceiro capítulo, intitulado: “A implantação da Rede de Escolas de Educação Tecnológica do Pará e a implementação do EMI no CIEBT: a concretização de uma Política Pública em Educação no Pará”. Aqui começamos diferenciando os significados dos termos implantação e implementação, fenômeno da língua portuguesa chamado de paronímias: palavras parecidas na pronúncia e na escrita, mas diferentes no significado. A confrontação entre o prescrito (implantação) e o materializado (implementação), trazido pelas vozes dos AG’s, revela grandes contradições, entre elas: a) os gestores da educação, quando propõem a construção de projetos contra-hegemônicos de educação, precisam estar seguros das mudanças que propõem, sob o risco de não conseguirem a concretização de suas propostas; b) o Estado capitalista, ente classista, deliberadamente, não investe na educação pública na perspectiva politécnica, que seja capaz de formar os trabalhadores sob múltiplas dimensões: intelectual, corporal e técnica, sobretudo quando os governos neoliberais se instalam, como na atualidade, onde os recursos para políticas públicas são escassos e onde há uma clara orientação de submissão da formação humana aos preceitos de mercado; c) a Instabilidade de um quadro de servidores efetivos na base técnica é um dos fatores mais limitantes, e que dificultam o trabalho pedagógico com êxito nas EETEPAs, esse fator e suas implicações são trazidas nesta pesquisa; e d) a Interferência Política nas escolas da rede: o problema anterior (não realização de concurso público para professores da base técnica) dá origem a outro fator, que interfere diretamente na qualidade de ensino das EETEPAs: a indicação de contratações por apadrinhamento político. Os grupos políticos locais interferem diretamente neste sentido. As lideranças políticas veem as Escolas Tecnológicas como um espaço onde existe a possibilidade de contratação temporária, esta é uma razão pela grande disputa pela indicação das direções destas instituições, isso vem acontecendo desde o ano da criação das EETEPAs, em 2008, passando por diferentes governos. Ao final, reafirmamos, contudo, que a constituição da rede EETEPAs foi um marco no processo de gestão da Educação Profissional no Pará, e tem reconhecimento da sociedade e envolvimento de um conjunto de servidores em seu cotidiano. Ainda há muito a caminhar, aquilatando as experiências, melhorando-as, preenchendo suas lacunas e projetando um futuro de dignidade para a juventude paraense, pela educação, na perspectiva da formação integral.

  • LEIDIANI PENA PINHEIRO
  • O PAPEL SOCIOCULTURAL DA MULHER KA’APOR DENTRO DA COMUNIDADE XIE PIHŨ RENDA/TERRA INDÍGENA ALTO TURIAÇU

  • Data: 27/06/2019
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  • A presente dissertação realiza uma investigação sobre o papel sociocultural e socioeconômico que a mulher ka’apor vem desenvolvendo dentro e fora da comunidade Xie Pihũ Renda, localizada na Terra Indígena Alto Turiaçu, Maranhão, partindo das observações em campo, do arcabouço teórico construído, da análise das fotografias feitas durante a pesquisa e, principalmente, das análises dos discursos dos narradores. A pesquisa parte do objetivo central de investigar o papel da mulher na sociedade, a forma como ela foi e continua sendo tratada historicamente, bem como a importância de inseri-la como sujeito sociocultural, partindo do pressuposto de que as mulheres ka’apor possuem um papel de grande importância para o desenvolvimento e manutenção do povo ka’apor, e, atualmente, vem desenvolvendo outras funções sociais e econômicas. Nesse sentido, uma hipótese que pode ser levantada para explicar essas modificações seria a da interferência de novos saberes introduzidos pela escola na comunidade, os quais, ao serem apreendidos pelas mulheres, contribuiriam, talvez, para que se desenvolva uma nova função social. Para atingir esse objetivo, analisa-se, primeiro, a função social da mulher Ka’apor nos dias atuais, procurando identificar similaridades nos discursos dos indígenas. As narrativas orais, colhidas por meio de entrevistas, foram gravadas e transcritas, para, em seguida, serem analisadas, inicialmente, com base em quatro vertentes: a análise do discurso crítica de Magalhães (2017); os conceitos sobre Cultura e Educação, de Brandão (2009); uma teoria sobre história oral, de Thompson (1992) e Ferreira e Amado (2006); e os conceitos de etnografia, de Geertz (1978). A pesquisa nos levou a compreender que as mulheres Ka’apor continuam desenvolvendo os múltiplos papéis que sempre foram desenvolvidos, dentro das comunidades, sendo mães, esposas, filhas, mas agora também são professoras, agentes de saúde, capitoas, pajés. Assim, as mulheres Ka’apor que moram na comunidade Xie Pihũ Renda aprenderam a desenvolver novos papéis sociais, culturais e econômicos.

  • EDER JACSON DIAS PEREIRA
  • SABERES DO TRABALHO E FORMAÇÃO DA IDENTIDADE DAS MULHERES NEGRAS DO SÃO BENEDITO DO VIZEU / MOCAJUBA – PARÁ

  • Data: 27/06/2019
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  • O presente trabalho trata da constituição da identidade de mulher negra na comunidade remanescente do quilombo de São Benedito do Vizeu. Este objetiva saber, como essas remanescentes desse quilombo no município Mocajuba-Para formam sua identidade nas atividades laborais associadas aos saberes do trabalho numa materialidade histórica da vida junto a classe trabalhadora. A pesquisa toma como base o método materialismo histórico- dialético diante das contradições e mediações a partir do princípio da totalidade. Destaca-se ainda uma abordagem de base qualitativa com a entrevista semiestruturada, associada a análise de conteúdo para entender que as vozes e memórias dessas mulheres narram constituição de identidade na relação com o mundo do trabalho. Nesse viés metodológico partimos de autores como Marx (2010), Marx e Engels (2007), Thompson (1981), Schwartz (2003), Tiriba (2009), Rodrigues (2012), Pinto (2012), Davis (1987), Beauvoir (1985), Saviani (1997), Mead (1999), Aquime (2018), Santos (2003), Antunes (2010), Hirata (2015), Saffioti (1987), Bogo (2009), Dubar (2009) dentre outros que buscam os caminhos dessas discussões. Nisso a pesquisa concluiu que as mulheres negras dessa comunidade revelam uma identidade que se dá no antagonismo entre capital e trabalho e a medida que o trabalho dessas mulheres dado a intensificação das necessidades de sobrevivência materializam-se nas diversas atividade em que essas a vida toda participam cria-se um produto do trabalho dela é alienado. Nisso, as narrativas não apresentam somente o trabalho com essa relação antológica do ser humano, onde observamos uma singularidade da identidade dessas mulheres, pois elas dominam a totalidade do processo produtivo, mas, contraditoriamente, esse processo se mostra estranho ao resultado da produção. Diante das análises entendemos também uma identidade polivalente dessas mulheres negras, resultante do modo de produção capitalista, que não lhes garante as condições básicas de existência. Elas dominam um conjunto de ofícios para atender às necessidades e ao mercado, mesmo porque estão vinculadas a um processo de exploração que se liga a uma tripla jornada entre o saber profissional, o saber laboral e o saber do lar. Ou seja, essa mulher acumula saberes e se identifica por meio deles entre eles ainda encontramos uma identidade de resistência que se representa no tempo do trabalho e nos mutirões contrapondo a lógica do capital.

  • ELLEN RODRIGUES DA SILVA MIRANDA
  • DOS MUTIRÕES AOS PIMENTAIS: a (re)construção das Identidades na contradição Trabalho-Capital, em comunidade quilombola no nordeste paraense

  • Data: 10/06/2019
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  • Esta pesquisa analisa, a partir de materialidades produtivas realizadas por homens e mulheres da Comunidade Quilombola de Tambaí-Açu, no município de Mocajuba, Pará, a (re)construção de identidades, na contradição Capital-Trabalho. Busca responder à indagação de como esses sujeitos constroem processos de resistência, ou não, às determinações do modo de produção capitalista, considerando as reproduções ampliadas da vida e as reproduções ampliadas do capital, que lhes possibilita estabelecer, conforme Marx (2013), mediações que (re)constroem suas identidades como classe. Para tanto, adotamos a abordagem qualitativa, pautada no materialismo histórico-dialético, pois entendemos, conforme Araújo (2007), que os fenômenos sociais correspondem a dimensões tanto quantitativas quanto qualitativas, constituindo-se também culturais, de acordo com Thompson (2001), não seguindo os fenômenos econômicos à distância, pois são partes da mesma rede de relações consideradas como totalidade social, unidade do diverso (MARX, 2008). Metodologicamente, com base em Triviños (1987) procedemos ao levantamento documental, às observações e anotações de campo, além da realização de entrevistas semiestruturadas, tratadas, em termos de significância, conforme Bardin (1977), pela análise do conteúdo. Assim enquanto referencial teórico nos pautamos em Marx (1978; 1996; 2008; 2013), Marx e Engels (2007; 2009), Thompson (1981; 1987; 1998; 2001), Mészaros (2002; 2011), Dubar (2005; 2006), Acosta (2016), Antunes (2009), Bogo (2010), Tiriba (2001; 2008; 2012; 2018), Pinto (2001; 2004; 2007), Gomes (1996; 2003; 2006), Funes (2012), Rodrigues (2012), dentre outros. A investigação nos levou à conclusão de que as identidades da Comunidade Quilombola Tambaí-Açu se (re)constroem na mediação dos saberes sociais do Trabalho-Capital, contradição configurada entre o trabalho nos mutirões e trabalho nos pimentais. Para se chegar a tal conclusão, constatamos, a partir de entrevista junto a quatro mulheres e cinco homens da Comunidade Quilombola Tambaí-Açu, que os saberes do trabalho, caracterizados de identidade quilombola, se entrecruzam na prática de trabalho socializado do mutirão, como culturas do trabalho que se (re)constroem no contexto das relações sociais de produção, na perspectiva de luta de classes. Identificamos, ainda, que a partir das materialidades objetivas e subjetivas dos sujeitos, as transformações nas reproduções ampliadas da vida, em face da contradição em relação às reproduções ampliadas do capital, ocorreram por meio do monocultivo intensivo da pimenta-do-reino, observado no entorno da comunidade. Dessa forma, compreendemos que a relação dialética entre aderência e resistências à tentativa de homogeneização da comunidade, para suprir objetivos do mercado, (re)criou experiências que possibilitaram, por conseguinte, um (re)criar identidades, na contradição capital-trabalho. Assim, desde um passado de formação político-cultural, social e econômico, até o presente, os quilombos têm sido alvo de diversas tentativas de aniquilamento, tanto material quanto simbólico. (Re)construindo-se no constante fazer-se quilombola, a partir das reproduções ampliadas da vida, ao unir forças para diminuir o dispêndio do trabalho que produz subsistência e valores que destoam das reproduções ampliadas do capital, caracterizada pela produção em larga escala e divisão do trabalho, que nega experiências, presentes em: comunidades tradicionais, produções comunitárias, associações, agroecológicas, economia e cultura popular. E, nesse constante vir a ser, (re)constroem outras reais possibilidades de viver bem, como culturas do trabalho que se manifestam em experiências, a exemplo do mutirão quilombola. Resistência econômico-cultural à produção capitalista e base da constante formação da classe econômico-cultural, que vive do trabalho.

  • ALICE MOREIRA DE SOUZA SOBRINHO
  • NARRATIVAS MUPIENSES: UM ESTUDO SOBRE AS ESTRATÉGIAS DE ACESSO A EDUCAÇÃO NA VILA DA COMUNIDADE NEGRA DO TORRÃO-MUPI EM CAMETÁ/PA

  • Data: 21/05/2019
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  • Esta pesquisa tem como objetivo investigar as estratégias que os moradores de comunidade negra do Torrão-Mupi construíram para ter acesso à educação. Dessa forma, analisamos as trajetórias de vida e escolarização de diferentes narradores, destacando suas experiências pessoais, coletivas, profissionais, dando ênfase às barreiras materiais e não materiais, assim como os processos de superação na busca por educação. A abordagem metodológica que foi seguida teve seus embasamentos nos conceitos da História Oral, para tanto, ouvimos os narradores e adotamos essa abordagem qualitativa, pois a mesma tende a proporcionar uma visão mais ampla tanto das pessoas que participam desse processo, quanto do espaço onde as mesmas estão inseridas. As entrevistas foram norteadas a partir de um questionário semiestruturado. A partir das análises das entrevistas abertas e fechadas, a pesquisa conclui que a questão material dos estudantes da comunidade do Torrão-Mupi parece ser a principal barreira, pois a barreira material de fato se cumpre nas diferentes histórias de vida. Mas a luta, os árduos tempos de espera que contam com a ajuda de mãos que apareciam pelo caminho da formação de nível superior é, também, para superar essa condição social e econômica em que se encontram. O modo como se encontram as relações raciais na comunidade se pauta no seu próprio processo de estruturação, na ausência de políticas públicas do Estado, nas relações cotidianas que enfrenta o preconceito e a discriminação racial, principalmente quando se sai da comunidade e adentra outros espaços historicamente de branco. A pesquisa fundamenta-se nos aportes teóricos de autores como Salles (2004); Schwarcz (2012); Minayo (2001); Thompson (1992); Ferreira e Amado (2006) e Chimamanda ((2009). Dessa forma, a questão racial e econômica se encontra nas histórias de vida dos moradores da comunidade negra Torrão-Mupi. Mas as estratégias que se observou nas redes de apoio constituídas pelas famílias, comunidade e a própria universidade pelas Ações Afirmativa tem acalentado e realizado sonhos.

  • JANICE RODRIGUES DA SILVA
  • ENTRE DISCURSOS E REPRESENTAÇÕES: o livro didático e nacionalismo na Angola independente (1975-1980).

  • Data: 21/05/2019
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  • Esta pesquisa tem como objetivo analisar os discursos e as representações sobre identidade (nacional) e cultura angolana em livros didáticos utilizados na Angola independente. O recorte temático, que se situa nos cinco primeiros anos após a independência do estado angolano (1975- 1980), pode nos levar a possibilidade de conhecer um pouco da história de Angola e das ideias que se desenvolveram a partir dos movimentos pan-africanistas, bem como os ideais nacionalistas os quais também impulsionaram os movimentos de libertação na África no século XX. O livro didático, nesse sentido, se torna um elo de fundamental importância na instrução e constituição de uma “nova” representatividade do angolano face ao nacionalismo emergente por constituir um dos materiais de controle da educação nacionalista. Utilizando como metodologia de pesquisa a análise crítica de fontes históricas disponibilizadas em acervos digitais como os Boletins Coloniais e Livros Didáticos, presentes no site Memórias da África e do Oriente, bem como as bibliografias de autores que debatem criticamente sobre o objeto “livro” e sobre os estudos culturais, pós-coloniais e africanos, em especial a História de Angola, poderemos projetar o panorama histórico-social angolano em vésperas de pré e pós independência, mostrando a história, a política, a economia e os fatores culturais e sociais que culminaram no embate entre a cultura europeia e a cultura angolana na formação de uma identidade nacional angolana. Nessa conjuntura, o livro didático pode ter sido tanto uma peça fundamental na propagação do racismo e estereótipos quanto na valorização da cultura angolana, em um sentido geral. Sendo um dos instrumentos propulsores de um futuro que se pretendia em Angola, o livro didático através de seus conteúdos pôde revelar os embates internos, mostrando não só como as lutas anticoloniais se desenvolveram ideologicamente a ponto desses discursos presentes nos livros se instrumentalizarem em meios de resistências e contribuírem para o desenvolvimento de uma identidade nacional, mas também a contrariedade étnica presente no país até os dias atuais. Os livros didáticos tiveram muitas facetas durante o processo de colonização e independência de Angola. Com eles houve a política de assimilação, a valorização da literatura e cultura portuguesa, a valorização da cultura e literatura angolana e a formação de um “homem novo”, desenraizado das velhas estruturas de dominação. O livro didático como formador de opiniões coloniais e pós-coloniais deixa para nós a compreensão do seu poder discursivo e a perpetuação das ideologias do momento, justamente por levar a várias épocas e gerações as noções dos europeus, dos africanos e de outros povos e nações. Por isso devemos compreender que por ser uma arma poderosa e fundamental na educação, as seleções de conteúdos exercem influências de quem tem os atributos do poder e por ser um material de cunho transversal deva, antes de tudo, propagar a tolerância e respeito ao outro.

  • ILDA GONCALVES BATISTA
  • TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO: implicações do uso de dispositivos móveis nas escolas de Ensino Médio no município de Cametá (PA) 

  • Data: 10/05/2019
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  • A pesquisa analisou as implicações do uso de dispositivos móveis nas escolas públicas de ensino médio no município de Cametá/PA e as possíveis mediações decorrentes desse uso. Objetivou-se identificar de que forma professores e alunos realizavam o uso do celular no contexto das escolas públicas e seus desdobramentos no processo educativo, bem como, a percepção que tinham sobre a inserção dessa tecnologia móvel na escola, para depois, analisar as mudanças ocorridas nas relações/espaços-tempos no cotidiano das escolas estaduais. Para a análise das tecnologias digitais móveis no contexto da sociedade capitalista e as contradições advindas desse processo é adotado o referencial teórico marxista tomando por base Marx, Vieira Pinto, Mészáros e outros autores que discutem na mesma perspectiva. As análises dos dados são referenciadas pelo materialismo histórico-dialético por permitir conhecer e compreender em sua totalidade concreta os movimentos complexos e contraditórios que regem o objeto em estudo. As particularidades da inserção das tecnologias digitais móveis no contexto das escolas públicas de ensino médio no Município de Cametá/PA são apresentadas e analisadas por meio de instrumentos de coleta de dados utilizando-se de entrevista semiestruturada com professores e a aplicação de questionários com alunos. As análises evidenciam que o acesso às tecnologias digitais móveis nas escolas estaduais vem sendo proporcionado muito mais pelo esforço dos alunos que tem a posse dos aparelhos do que propriamente pela esfera pública, uma vez que são os alunos e professores, por inúmeras vezes, por não terem acesso a tecnologias digitais de qualidade na escola, “obrigados” a utilizarem suas próprias tecnologias e a comprarem serviço de internet para uso em atividades escolares. Quanto ao uso do aparelho celular na escola infere-se que converge num duplo sentido (pessoal e pedagógico) e retroagem em desdobramentos favoráveis e, ao mesmo tempo, desfavoráveis ao ensino, a aprendizagem, a construção do conhecimento, a prática docente e as relações tecidas no ambiente escolar, confirmando a ambivalência dos recursos tecnológicos na educação. Do ponto de vista da inserção da tecnologia móvel pessoal no ambiente educativo, evidencia-se que, há uma relação tensionada e mal resolvida quando se trata da presença do celular na escola, pois não há consenso nas opiniões, sobre a apropriação ou proibição da tecnologia, pelos sujeitos. No âmbito das relações/espaço-tempo desenvolvidas por meio das tecnologias digitais móveis na escola constatou-se que, de um lado, há a construção de uma “nova” dinâmica escolar que influência na forma de comunicação e no relacionamento professor-aluno, aluno-professor e demais categorias profissionais que compõe o núcleo escolar, mas, de outro, (in)visibilizam, pelas positividades enfatizadas, outras relações tecidas nos espaço-tempo virtual/real relacionada, especialmente, ao trabalho docente. Em meio a essa relação tensionada, observa-se que, mesmo que esse uso seja delineado a partir da lógica econômica, os sujeitos vêm buscando tecer mediações no sentido de planejar e orientar as ações desenvolvidas com o auxílio da tecnologia junto aos sujeitos.

  • GEANICE RAIMUNDA BAIA CRUZ
  • A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO ENSINO SUPERIOR: a experiência do Polo UAB/Cametá/PA

  • Data: 10/05/2019
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  • O presente trabalho investiga o processo de implantação e implementação do Polo de Apoio Presencial da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em Cametá, região do Baixo Tocantins (PA), como uma experiência no ensino superior na modalidade em Educação a Distância, buscando identificar as condições de oferta do ensino, os desafios ou dificuldades sentidos/vivenciados pelos egressos do Curso de Matemática do Polo UAB/Cametá, no período compreendido entre 2009 e 2016. O referencial teórico baseia‐se em diferentes autores numa perspectiva marxista como: Marx (1982, 2011), Marx e Engels (2007; 2011), Frigotto (1991; 1993; 1995; 2017) e Kosik (2002). Para tratar da Educação a Distância, esse estudo se apoia em Belloni (1999; 2012; 2015), Mill e Pimentel (2013), Guarezzi (2009) e Preti (2011). A metodologia utilizada traz como método o materialismo histórico dialético na perspectiva do real. A pesquisa segue uma abordagem qualitativa e possui como instrumentos a análise documental e a entrevista semiestruturada. Os sujeitos da pesquisa são coordenadores, tutores e alunos egressos do Curso de Matemática/turma 2009. Os dados são analisados com base na análise de conteúdo. Os resultados apontam que a Educação a Distância, sob o discurso da democratização e da universalização do ensino, se expandiu de modo expressivo no ensino superior em nosso País, no entanto, embora a EaD tenha trazido contribuições para a educação brasileira, certamente trouxe consigo também inúmeros desafios e problemáticas que devem ser analisados em relação ao acesso, permanência e sucesso do sujeito da EaD. Formar-se pela EaD, segundo os egressos do Curso de Matemática, turma/2009, foi a oportunidade encontrada para se ter acesso a uma universidade pública e gratuita, mas há de se considerar a correlação de diferentes forças no processo pelo qual se definem e se implementam as políticas públicas, voltadas para a formação do jovem da classe trabalhadora. No que tange ao Polo UAB/Cametá, pelos dados colhidos entre os sujeitos dessa pesquisa, ficou evidenciado que ainda há muito por fazer por ele, entretanto, esse Polo se constituiu como um elo fundamental para a proposição do ensino em EaD no município de Cametá, visto, de modo geral, como uma experiência exitosa em nossa região amazônica.

  • MARIA ISABEL BATISTA RODRIGUES
  • A PRÉ-ESCOLA NO CONTEXTO DA DITADURA MILITAR, MUNICÍPIO DE CAMETÁ – PARÁ: MEMÓRIAS DO TRABALHO DOCENTE E PRÁTICA PEDAGÓGICA

  • Data: 02/05/2019
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  • O presente estudo, intitulado “A PRÉ-ESCOLA NO CONTEXTO DA DITADURA MILITAR, MUNICÍPIO DE CAMETÁ – PARÁ: MEMÓRIAS DO TRABALHO DOCENTE E PRÁTICA PEDAGÓGICA”, realizado no Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura – PPGEDUC, na linha de pesquisa Educação, Cultura e Linguagem, trata, a partir de relatos orais de seis professoras que vivenciaram a pré-escola no contexto da ditadura militar em Cametá, no Pará, das práticas didáticopedagógicas presentes no cotidiano da experiência do pré-escolar no período de 1970 a 1985. Neste contexto, apontamos como problema de pesquisa: Em que medida as ações didático-pedagógicas na educação pré-escolar se contrapunham a uma formação voltada para a manutenção da ordem e em que medida a mantinham, tomando o pressuposto de uma formação integral e emancipadora do ser social infantil? Visando a responder a tal inquietação, objetivamos, de modo geral, analisar como docentes cametaenses realizavam suas práticas pedagógicas junto às crianças da pré-escola, no sentido de compreender analiticamente se estas mantinham ou se contrapunham à ordem, em um contexto marcado por um autoritarismo expressivo dos militares quanto à manutenção da ideologia da segurança nacional, além de se estar em um período da história brasileira pautado na perspectiva desenvolvimentista, para a qual o investimento no capital humano era uma tônica. De modo específico, consideramos importante: (i) compreender a implantação desta etapa de educação voltada para o público infantil cametaense, visto que, até então, esta educação destinada às crianças menores de sete anos não representava prioridade no contexto nacional durante o período militar, que perdurou até o ano de 1985; (ii) descrever os espaços de acolhimento nesse período no município de Cametá e as condições que apresentavam para garantir o acontecer do processo ensino-aprendizagem, buscando averiguar se as escolas atendiam, no mesmo espaço, a crianças advindas de condições sociais distintas; (iii) analisar a relação entre professor e aluno, no interior de práticas pedagógicas, no sentido de compreender se essa relação se concretizava mediante um formalismo institucional ou extrapolava para uma dimensão mais voltada para o campo da afetividade, em um contexto de ditadura. Para tanto, buscou-se apoio teóricometodológico em autores como Bosi (1987), Bergson (1990), Contreras (2002), Tardif (2002), Lessard (2005), Sarmento (1997), Rocha (1989), Germano (2005), Silva (1990), dentre outros. Em acréscimo ao estudo das obras de tais autores, realizou-se a pesquisa de campo, mediante diálogos informais e entrevistas com professoras, considerando seus espaços de trabalho no contexto da ditadura, em termos de práticas pedagógicas com a pré-escola, além da análise de documentos, tais como a Lei nº 5.692/1971. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, uma vez que considera o contexto sociopolítico-econômico e cultural vivido pelos docentes da educação pré-escolar, pressupondo a descrição dos dados desse contexto, interligando-os com aspectos mais amplos da história nacional e internacional, dentro da lógica societária. A pesquisa apresenta como resultados que: o Estado militar dispunha o espaço físico, mesmo sendo este não pensado e apropriado para que as crianças da pré-escola estabelecessem relação com o conhecimento formal, viabilizando a remuneração dos professores, porém não canalizando verba para as demais necessidades que a educação da criança pequena exigia naquele contexto, repassando assim tal compromisso e dever para a comunidade, o que caracteriza uma condição privatista de educação. Também constatamos que as práticas pedagógicas reproduziam a concepção de educação que tinha como princípio o disciplinamento do corpo; a “necessidade” do ensinar a ler e escrever, sobrepondo-se ao tempo do brincar; infere-se que a educação das crianças da pré-escola em Cametá, durante o período estudado, distanciava-se de uma perspectiva de educação emancipadora, uma vez que o fervor do patriotismo se fazia de inspiração e direção nas práticas educativas desempenhadas na sala de aula. Constatou-se ainda que o trabalho com o lúdico assumia um distanciamento em relação a uma formação crítica, embora se constituísse, contraditoriamente, numa oposição ao disciplinamento do corpo imposto pelo momento. Outrossim, também observamos a perspectiva de uma hierarquização sobre o trabalho docente, impondo um silenciamento político nas ações docentes, além de uma elitização da presença de crianças na pré-escola no contexto cametaense, dada a falta de investimentos na formação das crianças.

  • MEURYGREECE CALDAS FARIAS
  • PRÁTICAS, SABERES E RESISTÊNCIAS DE MULHERES NO CONTEXTO HISTÓRICO E CULTURAL NO PERÍODO DA EXTRAÇÃO DA BORRACHA NA ILHA DE ITANDUBA, MUNICÍPIO DE CAMETÁ/PA.  

  • Data: 30/04/2019
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  • A presente pesquisa, intitulada Prática, Saberes e Resistência de mulheres no contexto histórico e cultural no período da extração da borracha na ilha de Itanduba, município de Cametá/PA investigou a participação de mulheres ribeirinhas durante a extração da borracha nessa localidade, tento como base de análise a história das mulheres que cortavam seringa, através da oralidade e memórias, falas que retratam como aconteciam suas vivencias na diversidades do mato, durante a práticas no corte, coleta e comercialização da seringa. Entre relatos, olhares e silêncio apreender respeito da presença dessa mulher nas práticas socioculturais e na dinâmica de coletar e comercializar a seringa. No relatar de cada percalço vivido e vivenciado, saberes também foram internalizados pelo tempo como forma de identidade das mulheres seringueiras. Nesse sentido, buscou-se ouvir vozes que se propuseram traduzir experiências como símbolo também de resistência. Metodologicamente buscou-se auxílio teórico em estudos de autores que abordam temáticas relacionadas a gênero, oralidade, memória, saberes culturais, economia da borracha na Amazônia, entre os quais destacam-se: THOMPSON (1992), POLLAK (1986) LUDKE E ANDRÉ (1986), WOLFF (2001), SIMONIAM (2010), PINTO (2004, 2010), LAGE (2015), BONDIÁ (2002) entre outros. Acrescida a pesquisa de campo, mediante a realização de entrevistas e conversas informais, sempre em busca de vestígios, vivências e experiências das mulheres cortadeiras de seringas. Dessa forma, optou-se por realizar uma investigação qualitativa a qual possibilitou em lócus de estudo, fazer análises, cujas informações estejam o mais próximo possível das histórias de vida das mulheres seringueiras, tendo como base sua participação nas diversas etapas da produção do Sarnambi. Nesse sentido, foi possível contar com a colaboração através dos relatos de 08 mulheres, moradoras dessa localidade, com idade que varia entre 60, 70, 80 e 89 anos, cujas narrativas trazem a vida dessas mulheres a partir de um olhar individualizado, durante o trabalho nos seringais. Pode-se analisar no decorrer da pesquisa, ouvindo as lembranças de cada mulher, que o trabalho delas realizado no mato, cortando seringa, foi de grande importância para sua formação enquanto mulher trabalhadora e também como administradoras de suas famílias, sempre cumprindo com suas obrigações dentro de casa, fosse ela casada, solteira ou amante da própria sorte, buscava sempre meios para o sustento de sua prole. Ainda, articulando o cotidiano de labuta com a prática de resistir, encontrou-se no rememorar de cada mulher, o valo feminino através da sua posição de poder, dentro de um sistema cultural, social e religioso com viés marcados por pensamentos e atitudes machistas, vestígios de uma vida registrada na memória, no corpo e na alma de cada mulher seringueira da ilha de Itanduba.

  • SIRLANE DE JESUS DAMASCENO RAMOS
  • CRIANÇA E SUBJETIVIDADE: Um estudo na perspectiva de L. S. VIGOTSKI

  • Data: 30/04/2019
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  • O estudo tem como foco analisar a prática educativa, procurando evidências de como o conhecimento escolarizado provoca mudanças qualitativas na subjetividade da criança em sala de aula, haja vista que a escola tem, na sociedade contemporânea, o papel de contribuir para a formação social, afetiva e intelectual de seus alunos, à medida que oportuniza acesso sistemático aos conhecimentos científicos. Os escritos de L. S. Vigotski subsidiaram teoricamente esta investigação e, no envolvimento com a literatura, procuramos aprofundar as análises, mostrando no decorrer da discussão a presença de uma ideia de subjetividade e constituição do sujeito. E, como natureza da pesquisa, privilegiamos a abordagem qualitativa do tipo etnográfica, elegendo como técnica de coleta, análise e interpretação dos dados, a observação, a entrevista não dirigida, o registro em diário de campo e a narrativa de episódios. Dessa forma, priorizamos as dinâmicas interativas das relações entre alunos e professora produzidas em sala de aula, dirigindo nossa atenção para os movimentos que se realizam naquele contexto, a prática de ensino, a linguagem, as expressões, as emoções e os comportamentos, entre outros, buscando, com esses subsídios, apreender indícios de processos de subjetivação a partir da mediação do conhecimento, como também os sentidos produzidos pelas crianças nessa relação. Os resultados evidenciam a necessidade de a escola assegurar à criança uma relação afetiva e satisfatória com os conceitos científicos, por meio de processos de ensino organizados, sistemáticos, pois é isso que significa a aprendizagem da criança. É o que a leva a vivenciar, a reconhecer e a se apropriar do conhecimento e produzir sentidos sobre eles, a regular suas emoções e comportamentos, e a desenvolver sua subjetividade.

  • ROSINELIS BAIA CORREA
  • APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA: A Relação Professor-Aluno em Carl Rogers e Paulo Freire

  • Data: 30/04/2019
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  • Este estudo consiste em uma pesquisa teórica que busca interpretar as concepções de Carl Rogers e Paulo Freire apresentando-se dentro dessas propostas o sentido de uma Aprendizagem Significativa, tomando como fundamental nesse processo a relação professor-aluno. Nesse sentido, são desenvolvidas comparações e reflexões sobre a Abordagem Centrada na Pessoa e a Pedagogia do Oprimido, que configuram as matrizes conceituais elaboradas pelos citados autores, respectivamente. Além de pontos que aproximam e distanciam as duas teorias enfatiza-se o quanto são complementares no campo educacional. Pois, a escola tem um grande desafio no mundo contemporâneo onde as relações humanas encontram-se afetadas, predominando as relações de poder, que oprimem e desrespeitam os direitos à cidadania, na qual a falta de aceitação e de confiança estão ganhando mais espaço que os valores e atitudes que proporcionam o crescimento da pessoa e o desenvolvimento da consciência crítica. A referida pesquisa é do tipo qualitativa, procedendo-se por meio de pesquisa bibliográfica, fundamentada nas teorias de Carl Rogers e Paulo Freire, nos conceitos formulados por eles para uma prática pedagógica que norteie a Aprendizagem Significativa. O percurso investigativo contou com embasamento em outros autores que estudam e analisam a biografia e o pensamento Rogeriano e Freireano, dentre eles, Justo (2002, 1978), Fonseca (2006), Moreira (2010), Leitão (1986), Campos (2017, 2005), Tassinari (1995), Freire A. (2017) e Gadotti (2010, 2001). Nesse exercício de reflexão a partir dos autores estudados chegamos a cinco categorias: Humanismo, Liberdade, Experiência, Inter-relações em Grupos, Relação professor-aluno e Aprendizagem, apontadas no último capítulo, por apresentarem aproximações e distanciamentos e concluímos que é possível a complementaridade entre as duas teorias, propondo-se por meio dessas categorias, um novo olhar para a relação professor-aluno, como forma de buscar a Aprendizagem Significativa. Consideramos que as teorias abordadas neste trabalho ainda são atuais, pois ao longo do tempo não foram esquecidas e são interpretadas e praticadas pelos seus estudiosos de acordo com as necessidades históricas, sociais, culturais e políticas, porém precisam chegar às escolas de maneira mais enfáticas e eficazes, para além dos discursos.

  • SARA CORREA DIAS
  • FORMAÇÃO DE PESCADORES ARTESANAIS NA AMAZÔNIA: um estudo na Colônia Z-16 de Cametá, Pará

  • Data: 30/04/2019
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  • Esta pesquisa objetiva responder como o processo formativo de pescadores artesanais da Colônia Z-16 de Cametá, por meio do Projeto ―Pescando Letras‖, contribuiu para a qualificação profissional e os processos de organização dos trabalhadores da pesca que participaram do referido projeto? Trata-se de uma pesquisa qualitativa baseada no materialismo histórico-dialético. Para o levantamento dos dados, utilizou-se entrevista semiestruturada e aberta, observação in loco e análise documental, tratando os dados produzidos por meio da análise de conteúdo. O aporte teórico da pesquisa é consubstanciado por Marx (2004; 2008; 2013), Gramsci (1978; 1991), Grzybowski (1986; 1987), Frigotto (1999; 2010), Thompson (1987) e Kosik (1976), dentre outros. A pesquisa permitiu concluir que, no contexto histórico, a educação é um elemento inerente ao homem e com ele tem uma relação umbilical, sendo construída nas relações de produção da existência, mediada pelas relações de trabalho. Neste aspecto educacional, a formação dos pescadores artesanais ligados à Z-16 de Cametá se dá nos processos educativos que desencadeiam no percurso de vivência coletiva, nas formas de sociabilidade, nos encontros, nas reuniões, nas palestras e nos projetos educativos, que educam na medida em que fazem parte das suas experiências concretas de vida. A pesquisa revela que a formação desses trabalhadores por meio do Projeto ―Pescando Letras‖ contribuiu para a sua qualificação profissional e para seus processos de organização, ensejando-lhes: ampliação da visão de mundo, principalmente no que tange ao trabalho e ao poder de participação individual e coletiva; potencialização e socialização de saberes, subsídios de qualificação para o trabalho; interação com a realidade, possibilitando-lhes análises e reflexões críticas; apropriação do saber tanto para atuação na Z-16 quanto para as pequenas lutas travadas em níveis locais (como a criação de Associações, por exemplo). No entanto, o ―Pescando Letras‖ não cumpriu plenamente o seu objetivo, que era o de erradicar o analfabetismo entre os pescadores da Z-16, pois, conforme evidenciam os dados, alguns dos pescadores não obtiveram sucesso no curto período de seis meses em que o Projeto foi executado. Mas, do ponto de vista da formação, a experiência foi válida por abrir outras possibilidades aos pescadores, como no âmbito da qualificação profissional e dos processos de organização que foram por eles adquiridos e fortalecidos

  • EDILENE DO SOCORRO CORREA
  • DESENHOS DE UM CURRÍCULO MOVENTE: Experimentações com arte e produção de sentidos na escola básica

  • Data: 26/04/2019
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  • Esta escritura de dissertação aborda questões relacionadas à arte-currículo no Ensino Fundamental, dando ênfase ao desenvolvimento de experimentação e produção de sentidos em atividades artísticas por meio de composições imagem/desenho, como práticas de ensino nas aulas de artes. Um movimento que permite aos alunos experimentar a arte pela dimensão éticoestético-criadora. Enfatiza a arte ligada à existência aos modos de Friedrich Nietzsche especialmente em sua obra “O nascimento da tragédia”. Nessa perspectiva, tem como objetivo problematizar o currículo do ensino fundamental pela lente da arte no sentido de pensar outra imagem para o currículo. Pensar desenhos de um currículo movente que transitam pela arte para além de uma função instrumental e/ou pedagógica e percorrer direções outras, que possibilitem a abertura para o despertar de potências criativas por meio de experimentações artísticas em espaços de aprendizagens. Para tanto, dialoga com o pensamento filosófico de Nietzsche (2002, 2007, 2008, 2014), Deleuze e Guattari (1992) para trabalhar com os conceitos de transfiguração e experimentação, além de autores das teorias pós-críticas de currículo como: Meyer e Paraíso (2012), Silva (2014), Oliveira (2012), Costa (2013), Corazza (2010), para tratar da relação artecurrículo na perspectiva da diferença. Para acompanhar os processos, movimentos e acontecimentos, optou-se por fazer uso da cartografia enquanto método de pesquisa baseado nos estudos de Virgínia Kastrup (2015), por entender que nesse percurso de investigação não se busca revelar algo, mas, acompanhar cada passo e movimento. Desse modo, a pesquisa movimentou-se para além do ambiente escolar, possibilitando aos alunos, encontros inusitados, afetações e múltiplas sensações por outros espaços em que a arte se manifesta. Com isso, evidencia-se o aspecto movente e processual do currículo e seus desdobramentos nas aprendizagens dos alunos dando passagem à produção de desenhos-imagens e seus fluxos de criação, afetação e sentidos no ensino da arte na escola básica.

  • JOSE RIVALDO ARNAUD LISBOA
  • ATUAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA NA PRELAZIA DE CAMETÁ: O CONTEXTO DA EDUCAÇÃO POPULAR NO PERÍODO DE 1980 A 1999

  • Data: 26/04/2019
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  • O presente estudo intitulado “Atuação da Igreja Católica na Prelazia de Cametá: o contexto da Educação Popular no período de 1980 a 1999” integra a linha de pesquisa Educação, Cultura e Linguagem - PPGEDUC/UFPA e buscou, de maneira geral, compreender como se efetivou a educação de cunho popular pela Prelazia de Cametá às suas bases. Especificamente, procurou analisar a realização desse processo de formação e informação pela Prelazia e, nesse contexto, verificar se a mesma, ao formar e informar suas lideranças, direcionou para a luta política. Buscou também observar quais resultados da educação viabilizada pela Prelazia tornaramse visíveis. Aliado a esses objetivos, o estudo teve por fim entender e evidenciar a atuação da Igreja Católica na Prelazia de Cametá não apenas como uma instituição voltada para a missão do anúncio do Evangelho, mas preocupada em contribuir na formação educacional e na construção cidadã do povo desta porção de terra da Amazônia paraense. O estudo baseou-se na pesquisa e análise documental de relatórios de atividades educacionais e de viagens, atas de encontros, planos de trabalho etc., arquivados nos documentos da Diocese de Cametá, assim como em entrevistas com os sujeitos e pesquisa bibliográfica em literatura afim. Para a efetivação deste trabalho, o aporte teórico-metodológico esteve pautado nas considerações de Paulo Freire sobre um modelo de educação que visa uma pedagogia crítico-educativa em suas obras “Pedagogia do Oprimido” (1970), “Educação e Mudança” (1979), “Política e Educação” (1993), “Pedagogia da Autonomia” (1997), bem como reflexões de Moacir Gadotti em “Estado e Educação Popular na América Latina” (1992), “Educar para um outro mundo possível” (2007). Aditou-se a esse quadro teórico-metodológico outros estudos produzidos na área da educação popular a nível de Brasil e América Latina, bem como estudos relacionados à Amazônia e sua conexão com o período ditatorial brasileiro, contextos que se entrelaçam com o período vivenciado pela Prelazia de Cametá no decurso de tempo analisado. No contexto metodológico também consideramos a História Oral tendo por base uma pesquisa qualitativa com sujeitos que vivenciaram este processo e, assim, fizeram parte dessa prática educacional prelatícia, com o fim de acrescermos e cruzarmos os dados obtidos com a pesquisa documental e bibliográfica. Nesse processo, dentre os grandes achados da pesquisa resumimos importantes fatores evidenciados: a Educação Popular como denúncia da ausência do Estado; a Educação Popular como militância; a Educação Popular com foco na formação e trabalho associados a fatores econômicos; a Educação Popular na perspectiva de atividade ético-política transformadora; a Educação Popular como integração. Então, ratificamos que a Prelazia viabilizou educação de cunho popular aos moldes freireanos às suas bases, promoveu um processo de alfabetização de adultos às mesmas, bem como oportunizou uma formação cidadã com viés político.

  • CARLA ALICE FAIAL
  • ARTE-PERFORMANCE E EDUCAÇÃO PALHAÇOS, MONSTROS, CORPOS EM TELA: EXPERIMENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS NA ESCOLA BÁSICA

  • Data: 26/04/2019
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  • Partindo do reconhecimento e da importância da arte em ambientes escolares para além de sua função instrumental e/ou pedagógica, esta pesquisa de dissertação que versa sobre o tema “Arte-performance e educação - Palhaços, Monstros, Corpos em Tela: experimentações cartográficas na escola básica”, objetiva dialogar, a partir de bases teóricas e práticas a Arte, mais especificamente, a Arte-performance, dentro de uma vertente experimental da prática de ensino, que possibilite formas outras de criação, liberdade, experimentação que lança o educando ao inusitado. O aporte teórico-metodológico apoia-se nos conceitos de performance como uma arte de fronteira, híbrida e multicultural, anárquica, de ruptura, de quebra e aglutinação e, ao mesmo tempo, capaz de produzir infinitas percepções e, para tal compreensão nos aproximamos das perspectivas de Richard Schechner (2012), Paul Zumthor (2014) e Ranato Cóhen (2002). Também levantaremos discussões acerca dos conceitos de desterritorialização e devir, por um movimento de forças intrínsecas que garantem que o corpo é muito mais do que somente um conjunto de órgãos, mas uma série de platôs que se transbordam, entrecruzam-se, um corpo feito de ligações, rizomas, disjunções entre superfícies de naturezas iguais e diferentes, um corpo de devires e não mais um lugar fixo de identidades, concepções estas trazidas sob o enfoque de Deleuze e Guattari (1996), pois observamos que, no decorrer das experimentações realizadas na escola básica as relações corpo e espaço se metamorfoseiam num vaivém de cruzamentos, entrecruzamentos e deslocamentos, afetados por múltiplas sensações. Nesse percurso, fizemos uso do método cartográfico de pesquisa que visa a atentar ao processo enquanto prática, enquanto ação, marcada por encontros e desencontros, sem se preocupar com resultados previamente estabelecidos como indicam os estudos de Virgínia Kastrup (2015). A relevância desta pesquisa está em percebermos a importância de desterritorializar práticas educativas e criar espaços de experimentação artística para além do já instituído, possibilitando novas formas de vivências, que desafiem e oportunizem a professores e alunos experimentar o novo, aquilo que mobilize novas formas de criação e aprendizagens em Artes na escola básica.

  • DERCIO COELHO PINTO
  • NOS ENTORNOS DA CIDADE DE CAMETÁ (DÉCADAS DE 1980- 2000): um estudo da ocupação da terra e formas de trabalho e moradia

  • Data: 25/04/2019
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  • A dissertação Nos entornos da cidade de Cametá zona urbana (décadas de 1980-2000) apresenta um estudo da ocupação de terras, formas de trabalho e moradia. Tem como objetivo investigar o processo de ocupação de terras, as formas de trabalhos e moradias, vinculadas as relações sociais e históricas, desenvolvidas nos entornos da cidade de Cametá, nas décadas de 1980-2000. Como problema da pesquisa, apresento: como ocorreu o processo de ocupação de terras, as formas de trabalho e moradia nos entornos da cidade de Cametá, localizado na microrregião do Baixo Tocantins do Estado do Pará nas décadas de 1980-2000? O principal objeto é analisar o processo de ocupação de terras nos entornos da cidade de Cametá, nas décadas de 1980 a 2000. O método de estudo materialismo histórico dialético situado nas categorias de totalidade, mediação e contradição, pois, a totalidade pressupõe o contexto do objeto definido pelas contradições materiais, permite assim, uma análise do conjunto de referenciais teóricos, resultados de outras pesquisas e análise empírica da realidade do mundo concreto. As concepções teóricas trazem importantes contribuições nas reflexões e problemáticas no que diz respeito a ocupação de terra dentro do espaço urbano e seu entorno, além de apontar perspectivas de transformações a partir das mudanças das relações sociohistóricas, político e cultural da sociedade. Assim, pressupõe-se em termos de hipóteses que o processo de ocupação de terras na cidade de Cametá no período de estudo, tenha se dado, através de estratégias de doação e documentadas que tratam como heranças; as relações de trocas de favores políticos entre famílias e além da aquisição que ocorreu entre comerciantes para a especulação de compras e vendas de terras, o que revelou a exclusão social e a negação do direito a cidade, o trabalho e a moradia de grande parte da população da cidade e seus entornos, constituídos por bairros periféricos.

  • DINALVA DO SOCORRO SANTOS DA COSTA
  • FORMAÇÃO, DOCÊNCIA E SABERES CULTURAIS NA ESCOLA QUILOMBOLA 4 DE MARÇO

  • Data: 17/04/2019
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  • No contexto atual há de se discutir a aplicabilidade das leis que determinam a modificação do currículo escolar para inserção dos estudos sobre indígenas, afro-brasileiros e quilombolas na educação formal. Nessa perspectiva é que surge a proposta de discutir a temática em torno da questão da formação de professores que atuam em escolas quilombolas em uma das regiões mais bem povoada de remanescentes de quilombo, especificamente no Rio Genipaúba, no município de Abaetetuba, Estado do Pará. Desta forma, compreender o processo de formação continuada das professoras e professores que atuam naquela localidade, analisando em que medida essa formação contribui para as mudanças das práticas docentes – principalmente no que se refere às discussões sobre questões étnico-raciais –, constitui o objetivo geral da dissertação, ao passo que os objetivos específicos são: Analisar o processo de formação continuada dos professores; Discutir de que forma os professores e professoras incorporam, em suas práticas docentes, as orientações das Leis nº 10.639/03 e 11.645/08 e assumem, na prática educativa em sala de aula, a valorização dos saberes culturais dos alunos quilombolas; Analisar de que forma os cursos de formação continuada de professores quilombolas problematizam e discutem as relações étnico-raciais a partir da legislação específica que trata do tema. O presente trabalho é um estudo de caso da realidade investigada. Como referencial teórico elementar, adotou-se Freire (1996), Nóvoa (1992), Tardif (2002) e Godoy (1995). Apresentar outros referenciais Entende-se, mediante este trabalho, que valorizar o saber e a cultura dos povos tradicionais – materializando a desmitificação da inexistência de quilombos na Amazônia, haja vista a presença da própria narrativa dos povos da comunidade lócus da pesquisa – indica a existência de quilombos e sua inserção no contexto social, o que ajuda a concluir que na escola objeto da pesquisa há formação continuada dos professores, os quais buscam uma qualificação mais direcionada para a compreensão atualizada e contemporânea da educação formal, em especial no concernente aos aspectos cultural, regional e social dos quilombolas

  • ANTONILDA DA SILVA SANTOS
  • O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO DA MULHER QUILOMBOLA: PARTICIPAÇÂO POLÍTICA NA ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBOS DAS ILHAS DE ABAETETUBA – ARQUIA

  • Data: 17/04/2019
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  • O presente trabalho, intitulado O processo de emancipação da mulher quilombola: participação política na Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos das Ilhas de Abaetetuba – ARQUIA, investiga se ocorre o processo de emancipação das mulheres quilombolas da comunidade. E para isso, analisamos as categorias identidade, gênero, emancipação e etnia, pois ao trabalhar essas categorias no decorrer da pesquisa, proporcionaram uma dimensão fundamental para o contexto da mulher quilombola. As premissas epistemológicas aqui adotadas têm como referência os estudos culturais e pós estruturalistas. Elegem-se teóricos/as como: Gonzaléz (1984); Gomes (2003); Munanga (1996); Bhabha (1991); Louro (2000); Scott (2005) entre outros. Caracteriza- se por uma pesquisa qualitativa, pois buscamos dados da realidade dos sujeitos investigados, os quais não podem ser quantificados. Utilizamos a história oral como metodologia, a qual tem importância no sentido de trabalhar com os sujeitos, para assim evidenciar suas histórias de vida, em que os mesmos trazem em seu cotidiano significações, e a história oral explicita singularidades e evidencia o caráter processual da vida. E, isso ocorre em um jogo de articulação de espaços, tempos e nas diferentes dimensões dos indivíduos, em busca de um conhecimento. Aplicamos como instrumento da pesquisa entrevistas abertas, que foram analisadas na íntegra, pois, ao se trabalhar com as “narrativas da vida”, conseguimos ter uma maior aproximação com os sujeitos de pesquisa. Sustentada por meio do referencial teórico e da pesquisa de campo, esta abordagem permitiu a problematização do objeto da investigação a partir de uma análise crítica sobre o processo de emancipação da mulher quilombola, mediante sua participação política na Associação de Comunidades Remanescentes de Quilombos das Ilhas de Abaetetuba – ARQUIA – na comunidade Arapapuzinho. Especificamente buscamos entender a partir da pesquisa empírica se ocorre o processo de emancipação da mulher quilombola e sob quais aspectos ocorre a participação política da mulher quilombola da comunidade Arapapuzinho. E nessa perspectiva identificamos fenômenos socialmente significativos as mulheres quilombolas do Arapapuzinho que lhes possibilitam estarem em processo de emancipação.

  • LAERCIO FARIAS DA COSTA
  • SABERES TRADICIONAIS, MEMÓRIA E CULTURA: UMA ANÁLISE DAS PRÁTICAS CULTURAIS DA COMUNIDADE REMANESCENTE DE QUILOMBO DO ITACURUÇÁ (ABAETETUBA/PARÁ)

  • Data: 16/04/2019
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  • A presente dissertação tem como objeto de estudo os saberes tradicionais da comunidade remanescente de quilombo do Itacuruçá (Abaetetuba/Pará) com o intuito de compreender as formas de valorização e proteção desses saberes a partir da análise da efetivação do ordenamento jurídico brasileiro que dá base para a proteção dos povos tradicionais, na medida em que se identifica sua relação com as práticas culturais e formas de transmissão desses saberes de geração em geração por meio da memória coletiva e das histórias orais dos guardiões da memória da comunidade. Para empreender o trabalho utilizamos de uma abordagem qualitativa e como metodologia destacamos a historia oral. Como aporte teórico base para a pesquisa, temos: Bosi (2003), Thompson (2014), Martins (1999), Pollak (1989), Carneiro (2007) e Geertz (2014) autores que discutem sobre a compreensão do estudo da história oral, memória, saberes tradicionais e meio ambiente. E ao problematizarmos sobre quais as práticas marcam as estratégias para o fortalecimento da cultura da comunidade e seu papel na dinâmica de valorização dos saberes tradicionais, território, identidade e da memória coletiva, contribui efetivamente para a organização politica, educacional e cultural do quilombo do Itacuruçá numa ótica jurídica. Nesta perspectiva, utilizamos: Diegues (2000), Salles (2005), Michelotti (2008), Hall (2003), DaMatta (2000) e Bourdieu (1989). Desta forma, de acordo com os caminhos de pesquisa, inicialmente, identificamos a relação dos dispositivos jurídicos, elencando como referência a Constituição Federal do Brasil de 1988, com olhares atentos aos posteriores dispositivos que se relacionam com a proteção dos saberes tradicionais. Assim, procuramos legitimar a proteção de tais saberes, bem como compreender a constituição do direito em nossa sociedade e o diálogo com as formas de organização educacional, politica e cultural do lócus de pesquisa na perspectiva da valorização dos saberes tradicionais. Logo, a pesquisa aponta que a comunidade coloca-se como detentora de uma gama de conhecimentos tradicionais, expressões culturais próprias num repertório considerável de mitos, ritos e conhecimentos herdados de ancestrais ligados às atividades produtivas que, para além dos procedimentos técnicos e agronômicos envolvidos, garantem a produção, o consumo e uma maneira específica de se relacionar com a natureza e com o mundo; assumindo, paralelamente, a necessidade de rever as formas de implementação dos dispositivos jurídicos junto às comunidades tradicionais, pois quando posto em analise identificamos um caráter, em certa medida, classificatório e conceitual por não compreenderem a complexidade e o significado das comunidades tradicionais em sua totalidade, logo, assumem fragilidades em efetivar estratégias que possibilitem a proteção desses saberes. Assim, os sujeitos de pesquisa atribuem, dentre outros fatores, ao avanço da lógica capitalista e a influência midiática de universalização de uma cultura hegemônica, a visível descontinuidade de traços culturais próprios da comunidade, enquanto isso, interpretamos tais falas e analisamos junto às vivencias de campo sinalizando as contradições e resistências incorporadas pelas práticas culturais no cotidiano do local.

2018
Descrição
  • JOATAN SOARES DE SOUSA
  • SABERES TRADICIONAIS DOS REMANESCENTES DE QUILOMBOLAS DA COMUNIDADE UMARIZAL (BAIÃO/PA)

  • Data: 14/09/2018
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  • A presente investigação nasceu do interesse sobre os quilombolas da comunidade Umarizal (Baião/PA), despertado a partir do contato com esse povo, que ocorreu por meio de uma pesquisa de especialização em Cultura Afro-brasileira, realizada em 2010. A dimensão da realidade desse quilombo apontou elementos instigantes que levou a entender o quão era importante tratar de assuntos pertinentes aos saberes locais desses remanescentes de quilombolas do Umarizal. Neste sentido, a pesquisa partiu de questionamentos sobre os Saberes Tradicionais que caracterizam a Comunidade Quilombola do Umarizal, e como esses saberes estão sendo transmitidos de geração em geração, Assim, definiu-se como objetivo geral analisar os saberes tradicionais que caracterizam a Comunidade Quilombola do Umarizal, tendo em vista a transmissão desses saberes por meio de experiências cotidianas, considerando os aspectos culturais importantes que são preservados de geração em geração. As discussões foram embasadas nos seguintes autores GEERTZ (1989;1997), PINTO (2002; 2004; 2011), DIEGUES (2000), SANTOS (2012), DA SILVA E NASCIMENTO (2000), SILVA e SILVA (2006), MONTEIRO e GARCIA (2012), entre outros. A metodologia de pesquisa foi realizada por meio de análise documental, pesquisa em campo, observação em lócus e, como recurso para coleta de dados, foi feito o uso da história oral. As categorias de informantes foram selecionadas segundo critérios de participação nos movimentos organizados pela comunidade. Apontou-se: jovens; ponto de vista das relações conjugais; liderança da representatividade da associação quilombola; famílias que participam ativamente da conjuntura atual dos movimentos realizados no quilombo; e, indivíduo que habita na comunidade, mas que não se considera quilombola. Essas categorias foram fontes orais no desenrolar deste trabalho, e foram chamados pelos nomes próprios, de acordo com a declaração de Livre esclarecido. Por meio desse recurso, ou seja, a história oral, foi possível coletar informações a respeito da importância dos saberes tradicionais para a comunidade. O lócus de pesquisa é a comunidade do Umarizal, distrito da cidade de Baião-Pará. Os saberes tradicionais da comunidade Quilombola do Umarizal, objeto desta pesquisa, são encontrados na medicina natural, como nas plantas e raízes usadas para remédios caseiros; nos trabalhos de partos, realizados em casa; nas danças e músicas com instrumentos da cultura afrobrasileira; nas festas religiosas; no preparo da terra para a agricultura de subsistência; e, no extrativismo vegetal.

  • MIRIA DEISE CALDAS ALBUQUERQUE
  • UMA LEITURA HISTÓRICO-CULTURAL SOBRE AS PRÁTICAS FORMATIVAS E OS PROCESSOS DE APROPRIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS VIVENCIADOS POR CRIANÇAS EM UMA ESCOLA PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE CAMETÁ/PA

  • Data: 13/09/2018
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  • Este estudo investigou o cotidiano escolar e as dinâmicas interativas vividas em sala de aula por seus protagonistas- professor e alunos, nos processos que envolvem a apropriação dos conhecimentos. Direcionamos o olhar para aos processos formativos vivenciados pelas crianças em sala de aula, concebendo-as como sujeitos histórico-culturais que humanizam-se em meios aos processos interativos que vivenciam no meio sociocultural. Estando fundamentado na teoria histórico-cultural do desenvolvimento humano, o estudo teve como principal lócus de pesquisa a sala de aula de uma turma do 4º ano do ensino fundamental de uma escola pública vinculada à rede municipal de ensino do município de Cametá, estado do Pará. A pesquisa foi orientada a partir da seguinte questão: De que forma a escola enquanto espaço de educação e formação vem desenvolvendo suas práticas formativas em face aos processos de apropriação dos conhecimentos pelos dos alunos? Para tanto, constatou-se que o processo educativo desconsidera os contexto de constituição histórico-cultural dos alunos, não concebendo-os em suas singularidades e enquanto sujeitos de possibilidades. A concepção de ensino realizada na tentativa de fazer com que os alunos aprendam ler e escrever evidência uma desassociação entre o que se quer, o prescrito, e as práticas, aquilo que é realizado. As práticas pedagógicas, são orientadas a partir de uma concepção de sujeito idealizado incapacitado de pensar, refletir, interpretar e atribuir sentido sobre a realidade. As práticas empreendida no cotidiano da sala de aula, formam um sujeito desprovido de uma cultura escolar humanizadora, uma vez que não consegue apropriar-se dos objetos da cultura humana, a exemplo, a linguagem escrita. Formam um sujeito desprovido de uma formação integral em vista que as leituras e as práticas de escrita que a escola lhes oportuniza, é voltada tão somente para a forma, através de atividades de copias e decodificação da escrita, portanto desvinculadas dos contextos da realidade no sentido de promover processos de interpretação, reflexão e compreensão da realidade, elementos que negam aos alunos o direito do acesso aos bens culturais enquanto condição elementar para a apropriação das qualidades humanas.

  • BENEDITA MARILDA FERREIRA CALDAS
  • A VIDA COMO TRAVESSIA: METAMORFOSES DE ALFREDO NAS NARRATIVAS DALCIDIANAS.

  • Data: 11/09/2018
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  • A pesquisa intitulada “A vida como travessia: metamorfoses de Alfredo nas narrativas dalcidianas” visa analisar o personagem Alfredo nas narrativas Chove nos Campos de Cachoeira (1991) e Três Casas e Um Rio (1994) do escritor paraense Dalcídio Jurandir. Em diálogo com essas obras, esta dissertação pretende extrair das narrativas percursos, cenários, encontros, experiências e construir, por meio de um trabalho interpretativo, pontos de conexão entre a vida de Alfredo e a filosofia de Friedrich Nietzsche, especialmente a transmutação do espírito na passagem “Das Três Metamorfoses do Espírito”, presente na obra Assim falou Zaratustra (2011). Nesse sentido, a pesquisa se deteve em aspectos que denotam Alfredo enquanto um espírito em suportação em meio a problemas sociais devido à pobreza de Cachoeira, ao desejo de viagem e estudo não realizado, à morte dos irmãos, ao paludismo e, principalmente, ao conflito étnico racial que lhe envolvia. Nessa análise interpretativa, foi possível também identificar Alfredo enquanto um espírito de repulsa frente às imposições e regras, assim como o espírito desbravador diante do pulsante desejo de viver e conhecer mundos não só por meio de relatos de viajantes, mas também em aventuras vividas nas proximidades de Cachoeira. Se, por vezes, a vida de Alfredo estava pesada demais, seu deleite vinha nas brincadeiras com o carocinho de tucumã, nas quais o menino realizava a vida que desejava com inocência e criação de uma vida inventada. Essa análise evidencia a trajetória desse personagem permeado de conflitos existenciais, que o afetam em seu modo de suportar o peso da existência e de superar seus problemas, enfrentando os obstáculos, desbravando mundos e reinventado a vida como arte criativa na pequena vila de Cachoeira. No bojo dessa discussão, nasce o desafio de transitar entre filosofia e literatura, com o propósito de pensar a vida como travessia a partir das metamorfoses de Alfredo nas narrativas dalcidianas.

  • DIVINO ROGERIO CARDOSO SILVA
  • CURRÍCULO E DIÁLOGO CULTURAL NA CONSTRUÇÃO DA EDUCAÇÃO QUILOMBOLA NA ESCOLA SÃO TOMÉ NO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA/PA

  • Data: 20/08/2018
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  • A presente pesquisa, intitulada Currículo e Diálogo Cultural na construção da Educação Quilombola na escola São Tomé no município de Abaetetuba/PA, buscou indagar de que maneira a escola quilombola trabalha o currículo e em que medida ocorre diálogo cultural nos processos de formação dos alunos. Como problemática da investigação trago a seguinte questão: como o currículo e o diálogo cultural na construção da educação quilombola vem sendo trabalhado na escola São Tomé? O objetivo da pesquisa foi analisar o currículo e o diálogo cultural na construção da educação quilombola na escola São Tomé, considerando a cultura, a identidade e os reflexos na formação da construção do ensino-aprendizagem dos educandos. As concepções teóricas de Giroux (1986), Laraia (2006), Moreira (1990), Apple (1994), Gesser (2002), Adiron (2007), Pinto (2007), Mattos (2009), Klein (2010), Gomes (2011), entre outros, e instrumentos legais, trouxeram contribuições em termos conceituais teóricas e práticas, acerca do currículo e diálogo cultural na construção da educação quilombola, demonstrando as contradições do pensamento e das práticas pedagógicas na referida escola, bem como as críticas, reflexões e proposições para se pensar a escola quilombola a partir das realidades históricas e culturais locais inseridas no currículo e diálogo. Quanto a metodologia, optou-se por uma abordagem qualitativa com ênfase na etnografia, na qual situa-se a realidade social do contexto pesquisado da escola quilombola São Tomé, incluindo observações, entrevista semiestruturada e relatos de pessoas da comunidade. Após coletadas de dados, as informações foram submetidas à apreciação de análise, interpretação, descrição articuladas com os fundamentos teóricos para a obtenção de resultados. Por fim, a pesquisa demonstrou que os problemas educacionais da escola quilombola São Tomé são decorrentes de situações da não adequação do currículo e diálogo a realidade escolar; falta de compromisso político da Secretaria de Educação de Abaetetuba, em não respeitar a legislação específica que garante um tratamento diferenciado na escola quilombola; de desvalorização da cultura e identidade; desinteresse dos alunos em parte na aprendizagem escolar e um modelo padrão curricular para todas as escolas da zona urbana e rural, o que, de certo modo, retrocede o aprendizado de alguns alunos da escola quilombola de São Tomé.

  • KELLE DO ROSARIO BRAGA SILVA
  • A FORMAÇÃO CONTINUADA DOCENTE NO CONTEXTO DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO DE CAMETÁ/PA: As implicações do Plano de Ações Articuladas (PAR) no período de 2007 a 2014

  • Data: 29/06/2018
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  • Este texto é resultado da pesquisa de mestrado que teve por objetivo analisar a política de formação continuada docente da rede municipal de ensino de Cametá-PA, tendo em vista as implicações do Plano de Ações Articuladas (PAR) e considerando as tendências em termos formativos para acentuar a capacitação e/ou a qualificação e profissionalização de professores. Como questões de estudo, destacam-se: Quais as implicações do PAR na política de formação docente continuada para professores da rede municipal de Cametá quanto à garantia da qualidade do ensino decorrente dos processos formativos? Os processos formativos são subsidiados por elementos norteadores de mera capacitação e/ou de elementos que garantem a profissionalização docente por meio de qualificação? A oferta dos cursos de formação continuada docente é garantida por meio do Regime de Colaboração entre os entes federados ou de Parcerias? Trata-se de um estudo de natureza qualitativa cujo levantamento de dados tem por base as técnicas de análise documental e entrevista semiestruturada. O recorte temporal escolhido para o estudo compreende o primeiro e o segundo PAR, de 2007 a 2011 e 2011 a 2014 respectivamente. O locus da pesquisa foi a Secretaria Municipal de Educação de Cametá (SEMED/Cametá) e os sujeitos foram: 01 (um) técnico responsável pelo PAR no referido município no período correspondente às versões em análise, 2 (dois) professores da rede municipal de ensino, sendo 01 (um) deles representante no Sindicato de Trabalhadores da Educação Pública do Pará (SINTEPP) Subsede Cametá e um professor dos anos iniciais do ensino fundamental, além de 3 (três) informantes da Pesquisa Nacional do OBEDUC-PAR que incluiu técnicos e gestores da SEMED/Cametá. Optamos por análise de conteúdo, considerando o possível desvelamento dos sentidos latentes aos discursos veiculados na política analisada, ainda que os significados destas sejam importantes. A contradição, a mediação, a totalidade e a historicidade são princípios fundantes e indispensáveis na análise dos dados, pois são categorias do materialismo histórico e dialético fundantes em trabalho social, em particular, de fenômeno que conforma interesses em disputa a exemplo da educação. Dentre os autores que situam e fundamentam o texto, podemos citar os seguintes: Frigotto (2001), Ramalho, Nunez, Gauthier (2003), Almeida (2005), Maués (2005), Camini (2009), Gatti, Barreto e André (2011), dentre outros. Os resultados da pesquisa sinalizam a importância do PAR como importante ferramenta de planejamento da educação municipal que direciona as ações no âmbito pedagógico e da gestão da educação. No pedagógico, dentre outros aspectos, destacam-se as formações continuadas que constam como um dos critérios para a qualidade do ensino, embora os cursos estejam condicionados a responder as exigências do IDEB como parâmetro de qualidade, o que sinaliza uma formação fundamentada na capacitação instrumental e técnica. A organização da Formação Continuada no PAR apresenta, dentre os indicadores, a busca da melhoria da qualidade de aprendizagem de todos os componentes curriculares de professores nos anos iniciais e finais do ensino fundamental. Na disposição do relatório municipal do primeiro PAR (2007 a 2011), pôde-se constatar com mais ênfase o Programa de Formação de Professores em Exercício (PROFORMAÇÃO), e no segundo PAR (2011 a 2014) o Pacto Nacional para Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), medidas estritamente vinculadas ao IDEB haja vista a ênfase nos componentes curriculares – português e matemática. A pesquisa indicou a realização de outras ações de formação continuada de docentes dos anos iniciais do 10 ensino fundamental e suas modalidades por várias iniciativas como o Alfabetizar e o Letrar, sendo este último uma iniciativa própria da Secretaria Municipal de Educação. A pesquisa revelou ainda como ações de formação desenvolvidas pela SEMED/Cametá o Programa Gestar I e o Programa Gestar II que embora tenham se antecipado ao PAR foram programas importantes. Sobre o Regime de Colaboração para as ações de formação percebeu-se que embora a Constituição Federal preconize atribuições compartilhadas entre os entes federados apenas pontuais indicativos da ação do Ministério da Educação (MEC) na orientação do Sistema Integrado de Monitoramento no tocante à assistência técnica e por meio de treinamentos aos coordenadores e formadores. A contrapartida do ente municipal se deu pela “adesão” ao PAR em forma de convênio e atualização do sistema via Plataforma SIMEC/PAR e na implementação das ações de formação, sendo ainda responsável pelo oferecimento de logística não significando, contudo, um efetivo Regime de Colaboração entre os entes federados, haja vista que algumas ações dependiam de parcerias locais.

  • BENEDITO NUNES SACRAMENTO
  • POLÍTICA DE ENSINO MÉDIO MODULAR NO PARÁ: PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E PRÁTICAS FORMATIVAS PARA JUVENTUDE DO CAMPO NA AMAZÔNIA

  • Data: 26/06/2018
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  • A pesquisa, intitulada “Política de ensino médio modular no Pará: princípios, diretrizes e práticas formativas para juventude do campo na Amazônia” tem como objetivo analisar o ensino médio modular como política de atendimento da juventude do campo, no contexto de Cametá, para problematizar a concepção de formação proposta pelo Estado, considerando as orientações oficiais do SOME e os princípios e diretrizes da educação do campo. O estudo conta com uma abordagem baseado no Materialismo Histórico e Dialético e segue os seguintes procedimentos: revisão bibliográfica acerca do tema em estudo, observação in lócus na vila de Juaba e aplicação de questionários e entrevistas semiestruturadas com a direção da 2ª Unidade Regional de Educação – URE/Cametá, com a direção da E.E.E.M. Prof.ª Osvaldina Muniz – que coordena o SOME – e com professores que atuam na comunidade escolar em questão. A pesquisa de campo teve como meta reunir informações que possam contribuir para a análise do objeto investigado considerando, assim, meios que permitam a reflexão e a contradição e, com isso, motivar uma nova descoberta no campo do conhecimento. Para fundamentar a análise, o pensamento marxista contribui com a interpretação dos dados, levando em conta as categorias como o princípio da mediação, da contradição e da totalidade. Nesse sentido, seguem os autores que corroboram com o texto: destacam-se Carnoy (1987), Corrêa (2005), Cury (1995), Freire (1996; 2011), Frigotto (2004; 2011), Krawczyk (2004; 2009), Kopnin (1978; 1993), Kosik (1976; 1978), Kuenzer (1988, 2009), Machado (1998; 2009), Ramos (2004; 2005), Oliveira (2004; 2009), dentre de outros. Na análise, compreendeu-se que os princípios e diretrizes do ensino médio modular têm colaborado com a formação da juventude do campo, pois se constituem como um conjunto de ações e metas com abertura para adequação das práticas formativas escolares. Contudo, a pesquisa demostrou a falta de políticas operacionais tais como: infraestrutura adequada aos alunos e professores, transporte, merenda escolar com qualidade e regularidade, além de suporte técnico, didático e pedagógico, dentre outros. O que se nota é que o Estado em parte se mantém “neutro” de sua responsabilidade com a educação. Destaca-se ainda as limitações do SOME em se garantir enquanto uma política ativa para a juventude.

  • RAIMUNDO NONATO GAIA CORREA
  • PRÁXIS PRODUTIVA E PROCESSOS DE CONSTITUIÇÃO DE IDENTIDADE DE PESCADORES ARTESANAIS DA AMAZÔNIA PARAENSE: O CONTEXTO DA COLÔNIA Z-16 DE CAMETÁ

  • Data: 26/06/2018
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  • A pesquisa objetiva responder como ocorre a relação entre práxis produtiva e processos de constituição de identidade entre os pescadores artesanais filiados à Colônia Z-16 de Cametá/PA. A metodologia pauta-se em revisões bibliográficas e pesquisa de campo. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada (PÁDUA, 2012). As análises foram estruturadas a partir da dialética singular-particular-universal (LUKÁCS, 1978) entendendo-se que os fenômenos sociais não se limitam à expressão imediata e factual, mas vinculam-se, por uma série de mediações, às leis gerais que condicionam o funcionamento da sociedade capitalista como uma totalidade (KOSIK, 1976). Com base em Dubar (2005), Lukács (2010; 2012b; 2013), Marx (2013), Marx & Engels (2009), Vázquez (2011), dentre outros, conclui-se: no plano ontológico, a identidade de ser social pescador artesanal é constituída no seu processo de socialização mediada pelas relações de trabalho. No plano histórico-concreto, o processo de constituição de identidade entre os pescadores artesanais da Colônia Z-16 ocorre em meio a uma materialidade de disputa entre capital e trabalho pelo controle da práxis produtiva. O capital se utiliza de formas de identificação fundamentadas na forma-mercadoria para atribuir elementos de identidade pautados na mercantilização das relações sociais, no individualismo, na sobreposição do valor de troca em relação ao valor de uso, na exploração da força de trabalho e na busca incessante de lucro, como forma de impedir que os pescadores artesanais vislumbrem outras formas de relações sociais para além do capital e sejam inseridos na lógica do sistema capitalista. Por outro lado, vivenciando a precarização de suas condições de trabalho devido aos impactos ambientais decorrentes da construção da Hidrelétrica de Tucuruí, os pescadores artesanais negam a perspectiva de identidade atribuída pelo capital e iniciam um processo de fortalecimento políticoorganizativo enquanto fração de classe trabalhadora (RODRIGUES, 2012). A necessidade de implementação de alternativas produtivas à pesca decadente lhes direciona para a conquista da gestão da Colônia Z-16, então, sob controle das elites econômicas e políticas de Cametá. Os pescadores artesanais impuseram-se em seu espaço de vida e trabalho e ainda exigiram negociar com o Estado capitalista a efetivação de políticas assistenciais de modo a auxiliá-los em seu processo de reorganização de sua práxis produtiva. Embora nos interstícios dessas alternativas a lógica de mercantilização da produção e da distribuição da riqueza se façam presentes, o capital ainda não consegue controlar a totalidade dos processos de trabalho dos pescadores. No interior da práxis produtiva, além da constituição de elementos de identidade de resistência, os pescadores ensaiam formas emancipadas de produção e distribuição da riqueza, tal como ocorre na gestão coletiva e repartição igualitária do pescado nos Acordos de Pesca, constituindo, assim, sua identidade a partir de uma perspectiva contra hegemônica. Contudo, apesar da resistência ao capital e dos avanços, em termos de expressão políticoorganizativa, o processo de constituição da identidade numa perspectiva de classe para si não se completou, pois, a fração de classe dos pescadores artesanais vivencia, nos últimos anos, avanços e retrocessos tanto em sua organização política, quanto em termo de manutenção das alternativas de produção e/ou em termo de luta por questões mais abrangentes para além dos interesses imediatos.

  • SILVANA SOUZA GONCALVES
  • O MOVIMENTO QUE VEM DO CAMPO: O CURRÍCULO DO PROGRAMA PROJOVEM CAMPO SABERES DA TERRA. 

  • Data: 25/06/2018
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  • A presente pesquisa investiga o currículo destinado à educação do Campo, tendo como referência o programa de governo Projovem Campo Saberes da Terra, na comunidade de Porto Alegre, Cametá-Pará, com o objetivo de analisar como as práticas curriculares, que são desenvolvidas pelo programa, estão contribuindo na vida de jovens agricultores do campo, na construção e/ou fortalecimento de seus saberes tradicionais, atividades culturais e agrícolas, vinculados ao mundo do trabalho e sua emancipação. Considera-se não só as orientações curriculares desenvolvidas pelos docentes, voltadas para a construção e/ou valorização dos saberes e da cultura do agricultor, mas a relação que se dá entre educação e trabalho na formação escolar e o caráter transformador e emancipador do programa destinado a esse aluno. Tomar-se-á como objeto de estudo o currículo dos Saberes da Terra, por um campo de saberes amplos, e a Educação do campo. Os estudos buscam uma aproximação com a Pesquisa Etnográfica, através de alguns elementos como a observação in locus e o contato direto entre a pesquisadora e os sujeitos da investigação. A abordagem realizada foi a Pesquisa Qualitativa, num enfoque crítico-dialético. Como instrumento de coleta de dados, fez-se uso da análise documental, da observação participante e de entrevistas semiestruturadas; procurando recolher informações necessárias para a observação interpretativa-crítica dos dados coletados. Dentre os resultados da análise inicial, algumas proposições são possíveis perceber: que as atividades curriculares desenvolvidas pelo programa vêm cooperando na vida dos campesinos, respeitando seus saberes tradicionais,  advindos do trabalho e das práticas agrícolas; bem como a identificação de que algumas proposições orientadas pelas Diretrizes Operacionais da Educação do campo vêm se concretizando, no que tange à garantia de direitos educacionais, próprios aos povos do campo, necessitando, porém, de um atendimento mais ampliado, por meio de políticas públicas efetivas, com intuito de oportunizar uma ascendência social, política, econômica e cultural na sociedade.   

  • GISELY DAMASCENO FURTADO
  • NO RIO, ENTRE LANÇANTES E VAZANTES: IDENTIDADE E TRABALHO DAS MULHERES DA PESCA EM CAMETÁ/PA

  • Data: 22/06/2018
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  • Esta dissertação aborda a relação entre identidade e trabalho, analisando as atividades desempenhadas pelas mulheres na pesca artesanal como elemento potencializador da identidade de trabalhadoras da pesca. Trata da identidade cultural e profissional das pescadoras buscando valorizar o trabalho feminino na pesca como valor de uso, em uma pesquisa de cunho qualitativo, junto às pescadoras artesanais associadas à Colônia de Pescadores Z-16, de Cametá, estado do Pará. Para a coleta de dados, utilizou-se, como metodologia, a história oral, com gravação de entrevistas com as pescadoras da Ilha do Jorocazinho de Cima, sobre o trabalho e o cotidiano na pesca e a relação com a entidade representativa; com análise de documentos e observação participante, usando a análise de conteúdo para a produção dos resultados. Como fundamentação teórica da pesquisa, buscou-se em Dubar (2009), Bogo (2010), Frigotto (2002), Marx (1985), Marx e Engels (2002), dentre outros, pressupostos teóricos para a compreensão do trabalho como elemento que viabiliza construções identitárias. O problema principal da investigação é conhecer como o trabalho desempenhado na pesca artesanal pelas mulheres pescadoras, associadas à Colônia Z-16, possibilita a construção da identidade de trabalhadoras da pesca. A pesquisa revelou, primeiro, que mulheres pescadoras denotam uma identidade cultural; segundo, que trabalhadoras da pesca refere-se a uma identidade profissional quando o Estado subordina a pesca artesanal ao capital, mas que de maneira alguma estão desintegradas. O trabalho, assim como outros elementos que são produtos da relação com a natureza e ligações sociais, possibilita formas coletivas de identificação que são compartilhadas entre as mulheres ribeirinhas e pescadoras. O materialismo histórico, pressuposto marxista, permite observar a materialidade dos elementos sociais de identificação na cultura ribeirinha. Logo, mulheres pescadoras são ribeirinhas que exercem o trabalho na pesca artesanal para fins, principalmente, de subsistência; porém, ao ser subordinado pelo Estado ao valor de troca, tal trabalho desqualifica o afazer feminino e fragiliza a identidade das mulheres ribeirinhas e pescadoras como trabalhadoras da pesca.

  • SHERLYANE LOUZADA PINTO
  • PLANTAS MEDICINAIS: SABERES, PRÁTICAS E ENSINAMENTOS PRESENTES NA VIVÊNCIA DE ANTIGOS MORADORES DA CIDADE DE CAMETÁ-PA 

  • Data: 21/06/2018
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  • O presente estudo objetiva analisar os saberes e práticas presentes na convivência de antigos moradores da cidade de Cametá-PA, assistenciados pelo Centro de Convivência a Pessoas Idosas (CENCAPI) a respeito do uso de plantas medicinais para fins curativos, descrevendo diferentes manifestações culturais que trazem marcas do “hibridismo”, integradas por mudanças e permanência quanto a utilização dos recursos terapêuticos, a partir da miscigenação de conhecimentos, práticas e técnicas oriundos de diferentes culturas convencionais. Utiliza-se como apoio teórico-metodológico obras de alguns autores que discutem o processo histórico do uso de plantas medicinais, saberes, cultura, memória, hibridismo, dentre outros, como: Hobsbawm (1998); Alves e Caes (2015); Di Stasi (1996); Portelli (1997): Le Breton (2011); Santos (2000); Gurgel (2011); Calainho (2005); Pimenta e Salgado (2016); Pinto (2010); Thompson (1992); Marconi e Lakatos (2010); Canclini (1997); Geertz (2008); Hall (2006); Laraia (2009). Da mesma forma, realiza-se a pesquisa de campo mediante observação participante, entrevistas, visitas domiciliares e conversas informais. Dados deste estudo apontam que os saberes e práticas, por meio do uso com plantas medicinais, são permeados de vivências e lembranças, entrelaçadas e tecidas por recordações, antigos costumes, tradições e progressão socioespacial, contadas por meio da memória, das relação expressivas de força e vitalidade, exploradas pela exposição das “farmácias vivas”; dos reflexos extraídos de ensinamentos fecundos por um cuidar humanizador, e do entendimento e conhecimento a respeito dos poderes curativos das plantas medicinais.

  • EDNA SOARES MARTINS
  • O AFETIVO NAS RELAÇÕES DE CONHECIMENTO: REPERCUSSÕES NAS DINÂMICAS INTERATIVAS NA SALA DE AULA.

  • Data: 20/06/2018
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  • O estudo intitulado O afetivo nas relações de conhecimento: repercussões nas dinâmicas interativas na sala de aula buscou analisar como o afetivo, enquanto campo de sentidos manifestado nas dinâmicas interativas, marca as relações de conhecimento e repercutese no contexto do aprendizado dos alunos do 3º ano do ensino fundamental de uma escola pública de Cametá-Pará. A pesquisa de cunho qualitativo, com abordagem metodológica histórico-cultural, coleta de dados, a partir da observação participante e análises marcadas pela dimensão social. Utilizou-se como aporte teórico a abordagem histórico-cultural sobre o desenvolvimento humano desenvolvida por Vigotski e colaboradores e os estudos sobre as dinâmicas interativas estabelecidas em sala de aula com a referida abordagem desenvolvidos por Falabelo (2005), Tassoni (2008), Oliveira (1992), Braggio (1992), Patto (1996), Pino (mimeo), (2000), Fontana (1997), (2005), Tunes, Tacco, Bartholo Jr. (2005), Padilha (2011), Leite (2012). Os aportes teóricos permitiram a reflexão sobre a importância da escola, dos diferentes conhecimentos que ela trabalha, das mediações que ocorrem em seu interior, que se traduzem pelas formas de se relacionar, afetar, marcar, constituir aprendizado, considerando todos os aspectos históricos, bem como o desenvolvimento a partir da totalidade humana. Os resultados evidenciam que cada indivíduo se constitui a partir de bases históricas e culturais, que se manifestam nas relações que ele estabelece com os outros e com os objetos do meio. Essas relações produzem sentidos por meio de inúmeras linguagens que revelam como cada um se sente afetado e pode afetar mutuamente o outro. A dimensão afetiva é parte da vida psíquica que se desenvolve no processo relacional, dentro do qual se constitui a identidade e a personalidade consciente. Diante dessa perspectiva, as relações de conhecimento não devem ser concebidas apenas sob a ótica cognitiva, pois nelas, tudo é afetivo, interligado e impactante, repercutindo-se no resultado da aprendizagem e do desenvolvimento humano. Professor-alunoobjeto estabelecem uma relação impactante que pode se refletir nos diferentes conteúdos trabalhados nas escolas e resultados desse trabalho. A escola, a partir de uma perspectiva dialética, pode romper com todas as relações que partem da lógica segregadora e excludente em direção às relações, na qual aluno-professor-ambiente educativo constituem-se interligados, co-partícipes ativos do processo de aprendizagem. As dinâmicas interativas tendem a se apresentar a favor da aprendizagem quando seus participantes se interligam em movimentos conectados, no qual todos se reconhecem, aceitam-se, respeitam-se e se apoiam mutuamente durante todo o processo. Nessa direção, a formação continuada deve ser destaque na pauta das políticas públicas e das escolas, pois constitui espaço de reflexões mais aprofundadas sobre as concepções de educação, homem, ensinoaprendizagem e avaliação. A escola constitui-se em um ambiente social educativo com função social específica que se cumpre pelas relações e nas relações

  • ELISANGELA MOREIRA SILVA
  • INCLUSÃO ESCOLAR NUMA ESCOLA PARTICULAR EM CAMETÁ/PA: UM ESTUDO DE CASO À LUZ TEÓRICA DE VYGOTSKY

  • Data: 20/06/2018
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  • Esta dissertação de Mestrado visa investigar a prática pedagógica de uma professora de escola particular em Cametá-PA, no que diz respeito a inclusão escolar, além da relação dessas práticas com as teorias vigotskianas. A problemática da pesquisa pauta-se em torno dos seguintes questionamentos: o que aquela professora tinha de diferente que a destacava de tantas outras? Suas práticas pedagógicas eram de fato inclusivas? Como se dava o aprendizado dos alunos com deficiência? Será que as teorias de Vygotsky embasavam a prática pedagógica daquela professora? Em se tratando das análises teóricas que embasaram a presente pesquisa, podemos destacar: Silva Filho (2013), Pimenta (1997), Bueno (1999), Ainscow (1997), Omote (2008), Sassaki (1997), Plaisance (2004), Poker (2008), entre outros. No que diz respeito às análises documentais sobre inclusão, destacamos: Declaração Universal dos direitos humanos (1948), Constituição Federal (1988), Declaração de Jomtien (1990), ECA/estatuto da criança e do adolescente (1990), Declaração de Salamanca (1994), Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996), Convenção de Guatemala (1999), CNE/CEB (2001), Plano Nacional de Educação – PNE (2001), Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (2007), o novo Plano Nacional de Educação – PNE (2014) e o Estatuto da Pessoa com deficiência – Lei Brasileira da Inclusão (Lei nº 13.14/2015). A investigação realizada foi um estudo de caso de natureza qualitativa. O lócus da pesquisa foi uma escola particular em Cametá-PA. A amostra deste estudo foi a prática pedagógica de uma professora em sala regular de ensino com inclusão escolar. A coleta dos dados foi constituída a partir da observação empírica e roteiro de entrevista com questionário semiestruturado. Como procedimento de análise dos dados, utilizamos a análise documental, das observações e do conteúdo da fala da professora pesquisada. As respostas obtidas mostraram que as práticas pedagógicas utilizadas pela professora se configuram como inclusivas e tem contribuído significativamente para o desenvolvimento de seus alunos com deficiência. Os indicadores presentes na pesquisa foram em sua maioria, a luz teórica de Vygotsky, sobretudo os presentes na obra Fundamentos da Defectologia, tais como: interação social, afetividade, inclusão, zona de desenvolvimento proximal, mediação, aprendizagem, desenvolvimento e compensação. Percebemos que a prática pedagógica da professora corresponde a um fator preponderante para a aprendizagem e o desenvolvimento de seus alunos com deficiência, sendo Vygotsky a luz teórica dessas práticas.

  • VICENTE DE PAULO RIBEIRO ESTUMANO
  • VIOLÊNCIA SIMBÓLICA NO CONTEXTO ESCOLAR: Implicações Psicossociais 

  • Data: 30/04/2018
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  • O Sistema de Ensino é visto pela sociedade como uma das alternativas de enfrentamento para a diminuição das desigualdades sociais, porém existe nele barreiras que dificultam o alcance dos seus reais objetivos, obstáculos que impedem o sucesso de grande parte dos estudantes que constituem esse sistema no Brasil. Nesse sentido, o sociólogo francês Pierre Bourdieu, principal referencial teórico dessa pesquisa, a partir dos estudos do sistema de ensino francês, buscou investigar quais seriam esses impecílios e revelou que, ao contrário do que se pensa, a escola funciona como um instrumento de reprodução das desigualdades sociais, através da imposição cultural de uma cultura dominante sobre uma cultura dominada, e que traz consequências negativas
    para a vida dos estudantes. Dessa forma, o autor verificou que nesse processo existe uma violência tanto ou mais prejudicial quanto outros tipos de violências, a qual passou a chamar de Violência Simbólica. Na mesma direção, a presente pesquisa busca investigar quais os impactos psicossociais da violência simbólica na vida dos estudantes de uma escola municipal no centro da cidade do Município de Cametá/Pa. Para isso, definiu-se como objetivo geral do estudo, problematizar a violência simbólica no contexto escolar e seus impactos psicossociais na vida dos estudantes, e os objetivos específicos foram no sentido de discutir as relações de poder e os conflitos nas instituições escolares; verificar situações que evidenciam violência simbólica no contexto escolar e a percepção dos alunos envolvidos; refletir sobre os impactos psicossociais provocados pela violência simbólica na vida dos alunos; identificar ações pedagógicas que influenciam e combatem a violência simbólica. O estudo foi desenvolvido com 06 alunos, escolhidos de forma aleatória, das séries do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental da referida escola. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, onde utilizou-se técnica de entrevista semi-estruturada para coleta de dados. Os dados foram analisados através das categorias Relação de poder entre os alunos no espaço escolar, esta foi dividida em duas subcategorias: a relação do poder do ponto de vista da linguagem, onde identificou-se nas respostas uma significativa diferença de tratamento entre os alunos nas relações que se estabelecem no espaço escolar pesquisado, constatou-se situações de correções, brincadeiras de mal gosto, ou comportamentos não verbais. Como impactos psicossociais produzidos por essas situações relatadas, identificou-se a presença de reações emocionais, através de sentimentos negativos, como tristeza, raiva, baixa autoestima, nervosismo, inferioridade, principalmente na correção do modo de falar dos alunos. Já na relação de poder do ponto de vista geográfico, foi constatado uma luta de força característica dos campos, onde os alunos advindos de outros lugares, como ilhas, vilas e estradas, enfrentaram certa rejeição, dificuldades no acolhimento por outros alunos. Na categoria, Violência Simbólica do sistema de ensino, a (re)produção no contexto pesquisado, verificou-se que na realização dos eventos os alunos não se sentiram integralmente contemplados e valorizados culturalmente na escola, estes relataram uma postura de ambiguidade e que provocaram consequências negativas nos aspectos psicossociais.

  • DARCIELLY DA SILVA CARDOSO
  • CAPOEIRA E O DIÁLOGO NA ESCOLA A experiência socioeducativa e inclusiva no Pólo Escola Arte/ASSOCASE, Cametá-PA.

  • Data: 27/04/2018
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  • O trabalho intitulado “CAPOEIRA E O DIÁLOGO NA ESCOLA: A experiência socioeducativa e inclusiva no Pólo Escola Arte/ASSOCASE, Cametá-PA”, falar-se-á do sentido de educação presente na prática da capoeira, que a torna um ambiente que produz saberes como oralidade, coletividade, inclusão e memória, elementos caraterísticos da cultura popular. Tem como objetivo analisar as tensões, articulações e saberes que brotam do diálogo entre os praticantes desta manifestação afro-brasileira e o espaço escolar. Investigou-se como o coletivo de capoeiristas da Associação de Capoeira Senzala, atuantes no pólo de capoeira Escola Arte, na zona urbana do Município de Cametá-PA, contribuem para a formação cultural e educativa de crianças e jovens, considerando suas ações no cotidiano escolar, relações familiares e a partilha de seus saberes com outros espaços, praças públicas e Universidade. Optou-se pelo recorte do diálogo que os interlocutores estabeleceram com a escola EMEF Prof.ª. Maria Nadir Filgueira Valente. Analisando o discurso (oralidade) dos capoeiristas, resultados da parceria, interesses e as tensões que surgiram por ambas as partes. Caminhou-se junto a CANCLINI (2008), BURKE (1992), CHAKRABARTY (2000), refletindo estudos da cultura subalterna. O trabalho é qualitativo com apoio na antropologia cultural, GEERTZ (2012), GINZBURG (1989), no fazer antropológico, “o paradigma indiciário” e a “descrição densa”. Usando o método observação participante, BRANDÃO (1986) e SILVA (2001), apresentam o pesquisador como participante, observador e mediador das ações dentro do grupo pesquisado. A metodologia com base na História Oral e técnicas de entrevistas, THOMPSON (1992) e PORTELLI (1997), coleta de narrativas dos capoeiristas e pais dos alunos/aprendizes. Utilizamos outros tipos de fontes, projetos de capoeira elaborados pelos interlocutores, Projeto Político Pedagógico da instituição mencionada e registros fotográficos. Com referenciais teóricos em REIS (2000), SALLES (2004), LIBERAC (2004), OZANAM (2013), CONRADO (2015), LEAL (2008), DIAS (2004), SOARES (2005), OLIVEIRA (2004), ABIB (2004), CAMPOS (2009), abordam a capoeira como uma prática histórica, educacional e cultural. Os resultados deste estudo evidenciam que o ensino da capoeira no espaço escolar cametaense, é visto, apenas como uma ação passageira, embora, haja o diálogo, as instituições de ensino e as próprias políticas educacionais que inserem a capoeira e seus agentes no âmbito escolar, não consideram os laços e as relações que se constroem entre quem ensina e quem aprende na formação da capoeira, ou mesmo o significado de coletivo que se forma a partir do vivenciar, caracterizado por um aprendizado contínuo que possui educação e inclusão. Mesmo diante das tensões que se criam no espaço escolar os capoeiristas do pólo Escola Arte/ASSOCASE procuram cultivar o diálogo com escolas e outros espaços da comunidade, pois, além de agentes culturais, identificam-se como educadores responsáveis pela divulgação e fortalecimento da cultura negra no cenário cametaense.

  • MARIANELA LAURA QUISBERT
  • JOVENS DO NORTE INTERAGINDO COM JOVENS DO SUL DO BRASIL: UM DIÁLOGO DE SABERES AMBIENTAIS POR MEIO DO FACEBOOK

  • Data: 27/04/2018
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  • Na atualidade, existe a necessidade de se refletir acerca das interações digitais da juventude por meio de uma Mídia Social, como o Facebook. Neste sentido, o objetivo desta pesquisa é identificar e avaliar quais as contribuições que possam surgir a partir da interação digital para fundamentar uma proposta de sensibilização ambiental da juventude para o respeito ao seu Meio Ambiente. Foi criado um espaço virtual na mídia social Facebook, que gerou um diálogo de Saberes Ambientais entre estudantes jovens das series finais do Ensino Fundamental de quatro escolas, duas da Região Norte e duas da Região Sul do Brasil. Neste contexto, e após a análise dos indicadores elencados, afirma-se a possibilidade de diálogos de saberes, que são construtores de conhecimentos por meio de uma mídia social, a partir de uma concepção Educomunicativa. O referencial teórico é a base dialógica que propõe Paulo Freire (1987), enriquecida por diversos autores que auxiliam a consolidar o pensamento sobre a tecnológica na educação como Álvaro Vieira Pinto (2005) e Pierre Levi (1999). No ambiente criado no Facebook, os jovens dialogaram, criando com sua participação um espaço que propiciou uma convivência segura na diversidade dentro de um ambiente digital oferecido pela tecnologia. Neste processo, se propôs aos jovens um diálogo de sentidos e saberes de coletividade no princípio da complementaridade de práticas ambientais que desenvolveu Enrique Leff (2013). A partir de indicadores de diálogo, como a necessidade de horizontalidade que Buber (2006 [1979]) propõe na sua filosófica do diálogo e Paulo Freire (1987) na sua Pedagogia do Dialogo, realiza-se uma análise de conteúdo dos comentários e conversas no chat do Facebook, que provocaram as interações entre jovens e professoras. O resultado confirma que este movimento de subjetividades consegue criar a possibilidade de refletir com as professoras e os jovens. A pesquisa-ação demarcou a rota desta travessia, a análise de conteúdo permitiu analisar os dados coletados por meio de entrevistas semiestruturadas. Assim, a contribuição da pesquisa na educação e cultura brasileira, se confirma na afirmação da possibilidade de uma ação dialógica que gere uma aprendizagem, com limites e limitantes a serem considerados e isto será compartilhado para ser fonte de futuras e novas experiências.

  • VILMA DO SOCORRO BARROSO MIRANDA
  • CURRÍCULO E IDENTIDADE CULTURAL: A VIDA COTIDIANA COMO BASE PARA A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ESCOLAR

  • Data: 26/04/2018
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  • Este trabalho tem como objetivo analisar se existem processos de integração entre o prescrito na institucionalidade escolar, aqui representada pelo currículo oficial da disciplina História do 6º ao 9º ano da Escola de Ensino Fundamental de Cametá-Tapera, e a vida cotidiana dos discentes da comunidade de Cametá-Tapera, principalmente em seu aspecto cultural, e se essa relação busca fortalecer ou não as identidades de classe dos sujeitos presentes nos processos formativos de ensino e aprendizagem, aqui reconhecidos como a vida cotidiana, ou seja, a experiência vivida, o trabalho e as relações sociais. Parte-se, assim, da necessidade de se estudar a estrutura da matriz curricular de História da Escola de Cametá-Tapera e seus impactos no processo de ensino e aprendizagem dos alunos das séries finais do Ensino Fundamental. Ao considerar o conhecimento escolar, que é um tema central do campo do currículo, buscamos ainda analisar essa proposta curricular de História à luz das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, bem como dos projetos pedagógicos desenvolvidos na escola, para determinar se há relação destes documentos com a realidade dos alunos; além disso, comparamos os conteúdos curriculares de História com o conteúdo do livro didático utilizado na escola, verificando como esse conteúdo se efetiva na prática da sala de aula; ainda estudamos como os procedimentos curriculares – teórico e prático – se efetivam na sala de aula, verificando se há integração entre os conhecimentos experienciais dos alunos e o conteúdo de História desse nível de ensino nessa escola. Para tanto, esta pesquisa parte do eixo epistemológico cujo enfoque é o crítico-dialético, que considera a ação como a categoria epistemológica fundamental para explicação científica. O método de pesquisa, por sua vez, se pautou no materialismo histórico-dialético para realizar uma análise do objeto em sua totalidade e a partir da percepção da sociedade por meio da negação e das contradições sociais. A pesquisa concluiu que não há integração entre os conhecimentos curriculares e as experiências cotidianas dos alunos da Escola de Cametá-Tapera na disciplina História, e que esses alunos percebem essa separação entre sua realidade e o conhecimento escolar, o que não possui significado algum para sua vida prática. Nesse contexto, a não integração entre os conhecimentos se traduz na causa principal de desinteresse por parte dos alunos no processo ensino-aprendizagem. Trata-se, assim, de trabalho investigativo que parte de reflexões do campo do currículo, correlacionado com as identidades históricas e culturais que se encontram no centro das proposições que a pesquisa buscou desvendar.

  • MARCELO BARROS CAPELA
  • POLÍTICA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA: IMPLICAÇÕES DO IDEB PARA A QUALIDADE DO ENSINO NA EMEF PROFA. MARIA NADIR FILGUEIRA VALENTE, CAMETÁ-PA

  • Data: 26/04/2018
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  • O presente trabalho intitulado Política de Avaliação da Educação Básica: Implicações do IDEB para a qualidade do ensino na EMEF Profa. Maria Nadir Filgueira Valente, Cametá, Pará, teve por objetivo analisar a política de avaliação da educação básica, tomando o IDEB como parâmetro a partir de seus pressupostos e suas implicações para a qualidade do ensino em uma escola de Cametá, Pará. Situou-se o objeto sob as orientações decorrentes das reformas aprofundadas nos anos 1990, cujas mudanças nas políticas públicas centralizaram-se na gestão com implicações no âmbito das secretarias de educação e, consequentemente, para o interior das escolas. Ao focalizar o IDEB enquanto parâmetro de qualidade nas orientações oficiais, propõe-se a analisar as ações político-pedagógicas da escola na confluência das orientações da Secretaria Municipal de Educação de Cametá sobre o uso do IDEB nas ações da escola frente às exigências de melhoria dos índices educacionais, considerando as metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE). O recorte histórico do estudo corresponde ao período de 2007 a 2015, tendo em vista a origem do IDEB e as edições de avaliação externa do ensino fundamental que o compunha nesse período. A pesquisa orientouse pela abordagem qualitativa, tendo como técnicas de coleta de dados, além da revisão da literatura, a análise documental e entrevista semiestruturada aplicada para técnicos de educação da Secretaria Municipal de Educação de Cametá e para os docentes, administrativo (gestores) e técnico (coordenador pedagógico) da escola escolhida para a amostragem dos dados empíricos. A análise fundamenta-se no Materialismo Histórico-Dialético, considerando a pertinência ao fenômeno educacional que constitui o objeto. Essa perspectiva de análise enseja uma interpretação pautada pelos princípios da mediação, contradição, totalidade e historicidade, configurando-se no estudo das categorias de modo contextualizado. Dentre os autores que balizam o texto destacam-se Abrúcio (1997), Araújo e Castro (2011), Ball (2012), Bonamino e Sousa (2012), Cassassus (2001; 2013), Chirinéa (2016), Chirinéa e Brandão (2015), Coutinho (2012), Cocco e Sudbrack (2012), Cury (1986), Dourado, Oliveira e Santos (2007), Dourado e Oliveira (2009), Fonseca (2009), Krawczik (1999; 2005; 2008), Mororó (2011), Novaes e Fialho (2010), Oliveira (2011), Orso (2011), Peroni (2000; 2013), Schneider (2010; 2012; 2014a; 2014b) dentre outros. Os resultados apontam que o IDEB se insere numa política produzida sob os princípios do mercado, possuindo assim um viés predominantemente técnico, focado na maximização dos resultados. O IDEB enquanto uma ação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, enquanto política fortemente influenciada pela classe empresarial do país, tem o papel de regular os resultados educacionais assim como o trabalho docente. Por meio de transferência de responsabilidade de órgãos centrais aos subnacionais, o Plano de Metas induz as instituições educacionais, a exemplo da SEMED Cametá e as escolas, a transformarem-se em “centros descentralizados” da administração da educação a partir de alguns programas, como o Mais Educação, que tem critérios definidos pelos órgãos centrais, caracterizando-se por uma espécie de regulação e controle. Ainda que a EMEF Nadir Valente tenha desenvolvido outras ações por meio de projetos de intervenção escolar elaborados pelos professores, a exemplo do Projeto Aluno Nota 10, verificou-se que o pressuposto se mantém fiel a tais orientações, dando margem para instalar atitudes competitivas e que incentivam mais resultados. A pesquisa indicou, ainda, uma certa performance no contexto da prática, em que o IDEB é tido como instrumento indicativo de qualidade, mas acabou influenciando as práticas desenvolvidas na escola que conformaram em ações direcionadas para aumentar os resultados por meio do crescimento do índice, ainda que esse crescimento não represente a qualidade social que se defende.

  • ELIELMA DO SOCORRO LOBO DOS SANTOS
  • MICROPOLÍTICAS E EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES DE GÊNERO: Pistas Cartográficas do Grupo LGBT de Igarapé-Miri/PA.

  • Data: 16/04/2018
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  • O estudo intitulado MICROPOLÍTICAS E EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES DE GÊNERO: Pistas Cartográficas do Grupo LGBT de Igarapé-Miri/PA tem por objetivo perceber, por meio das pistas cartográficas, as linhas de fuga empreendidas pelo grupo LGBT de IgarapéMiri/PA, no sentido da produção de uma micropolítica da diferença. Com Deleuze e Guattari (1996) discute a questão da Micropolítica, bem como os conceitos Multiplicidade, Agenciamento coletivo, Devir, Segmentaridade Molar e Molecular. Assim, nossos esforços investigativos centram-se em descrever as condições de emergência do movimento, marcada por lutas de resistência. Para o desenvolvimento da presente pesquisa, utilizamos as pistas cartográficas para observação de campo e acompanhamento de processos, como procedimento para a construção de um percurso investigativo e análise processual da pesquisa. Desse modo, cartografamos encontros, cenários, diálogos e debates, percursos de lutas coletivas do grupo e suas formas de atuação política. Dentre os principais autores-interlocutores da pesquisa podemos citar: Michel Foucault (1984, 1988), Gilles Deleuze e Félix Guattari (1996, 2010), Judith Butler (2003; 2008), Guacira Louro (2000), Berenice Bento (2011), Richard Miskolci (2012) entre outros. Assim, buscamos perceber como os processos socioeducativos se desenvolveram ao longo da organização do Grupo LGBT de Igarapé-Miri/PA. Para tanto, buscamos mostrar as linhas de fuga e movimentos de captura tecidos em uma cartografia política inscrita na sociedade miriense, no intuito de pensar em um aprender-educar transgressor por meio das micro-resistências dos sujeitos LGBT no espaço escolar e para além dele enquanto espaço formativo.

  • REGIANE FARIAS NEVES
  • TRAMAS DA SEXUALIDADE EM ANTÔNIA CUDEFACHO: Educação, micropolíticas e resistências

  • Data: 16/04/2018
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  • A pesquisa tece um estudo em torno das tramas da sexualidade que perpassaram a trajetória de Antônia Cudefacho, mulher prostituta e personagem-sujeito cametaense da década de 1950, a qual foi inscrita e ficcionalizada por meio da narrativa literária “Antônia Cudefacho” do escritor cametaense Salomão Larêdo, publicada em 2006. As construções discursivas da sexualidade e as narrativas literárias estão predispostas nesta pesquisa dentro da abordagem arqueogenealógica de Michel Foucault (1996), (1999), (2004), (2008), (2015), assim como, estabelecem um fecundo diálogo entre os estudos da história da sexualidade e o campo feminista, pós-feminista e teoria queer com Butler (2016), Miskolci (2015), Rago (2008), (2013), Britzman (2000), Louro (2000), (2004); e ainda, Del Priore (2011); Deleuze e Guattari (1995), (1997). Essa movimentação teórica propiciou um olhar problematizador aos cenários discursivos, sociais e literários que enredaram as tramas da personagemsujeito Antônia Cudefacho, em meio às micropolíticas de poder e resistência, instituindo valores, modos de vida e de educação, ao movimentar-se no território de uma “cultura heteronormativa compulsória e falocêntrica”, como afirma Rago (2013). Desse modo, a pesquisa articula alguns questionamentos: Como pensar as tramas da sexualidade que enredam a narrativa literária e de vida de Antônia Cudefacho? Como analisar os enunciados de gênero que reverberam dessas tramas de poder e resistências através dos tempos e que participação exercem na construção de valores morais e modos de educação frente à sexualidade vista como “desviante”? A construção metodológica da pesquisa baseia-se na arqueogenealogia foucaultiana entrelaçada às análises da narrativa literária e aos depoimentos de treze interlocutores cametaenses conhecedores da vida de Antônia Cudefacho, de faixas etárias variadas e composições sociais, que auxiliaram a traçar uma analítica das microesferas do poder, tabus e transgressões que perpassaram as tramas da sexualidade de Antônia Cudefacho, no intuito de observarmos essa movimentação entre uma educação do passado e do presente e pensarmos sobre como o sujeito da sexualidade se constitui em meio às teias de poder e resistência. Por meio das análises da pesquisa, percebemos que essas tramas da sexualidade se constituem enviesadas nas micropolíticas de poder e resistências que configuraram os valores morais e as normas hegemônicas instituídas na sociedade cametaense de sua época, sendo tramas constituídas por normas, tabus, rótulos, exclusões; mas também, devires, resistências, transgressões que atravessam a temporalidade presente e nos levam a pensar a sexualidade por outras perspectivas. Em âmbito acadêmico e social, a pesquisa desafia-nos a pensar a sexualidade na educação na perspectiva da diferença, aliada aos estudos (pós)feministas e à teoria queer, sendo capaz de tensionar os (pré)conceitos forjados dentro dos parâmetros heteronormativos que permeiam a sexualidade, o sexo, o gênero, o corpo normalizado, bem como, o modo de vivenciar as diferentes sexualidades geralmente vistas como “marginais e desviantes”; visa, ainda, contribuir para a abertura de espaços socioeducativos plurais em consideração à liberdade de viver a sexualidade e suas diferenças para além dos códigos normalizadores instituídos na sociedade de antes e de hoje.

  • JESSE PINTO CAMPOS
  • A LEITURA POR VIR: Melodias poéticas do aprender-ensinar nas travessias do texto-leitor 

  • Data: 27/03/2018
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  • A leitura e o por vir são as melodias de devoração tecidas no ensaio desta escrita. As melodias por vir, o canto das sereias, os ritos canibais, os abismos, as transfigurações, a experiência literária, a poesia... ressonam travessias do texto-leitor. Um sorriso afável. A potência da tempestade. A força e a leveza do vento. O mar e suas profundezas e marés. As melodias inauditas devoram o leitor e os sentidos da leitura, deixando em aberto a palavra literária nas melodias do aprender-ensinar. Um canto por vir e um abismo sedento por transfiguração e devoração. O ímpeto devorador é o motor da travessia. A leitura por vir navega na desterritorialização de sentidos usuais do textoleitor, entoa um canto por uma leitura primitiva da entrega e da liberdade, uma navegação à deriva, sem rumo e no rumor da superfície da palavra literária e suas profundezas. A leitura por vir escorrega nos abismos, transfiguração e devoração do livro por movimentos de devires, incompletudes, vivências, afecções (des)encontros do texto-leitor. A leitura por vir experimenta a desterritorialização do espaço literário e dança na liberdade da palavra e do silêncio onde encontra a poesia, e na poesia abraça outro aprender-ensinar na criação. As leituras contidas nos ensaios que compõem a escrita-experimento se deslocam por platôs rizomáticos (Deleuze e Guattari, 1995) engendrados por caminhos singulares, ensaios livres, onde se enseja navegar na aventura de uma leitura por vir, como em Blanchot A conversa infinita: a ausência do livro (2010), O Espaço Literário (2011), O livro por vir (2013) e entre outras melodias, como em Nietzsche (2011, 2012), Foucault (2009), Proust (2011, 2012, 2013), Costa (2008, 2016), Skliar (2014). Na travessia, uma leitura por vir arrisca se delinear nesta escrita-experimento que se avizinha com a filosofia, a literatura e a educação, em vertigens de criação estética e deleite inquietante da palavra literária em mundos ‘(des)dobrados’ em melodias poéticas do aprender-ensinar nas travessias do texto-leitor. O pouso da leitura por vir dança a melodia poética do texto-leitor em movimentos do devir, por cantos enigmáticos das sereias, da devoração e dos abismos da imaginação criadora, a poesia.

  • GILMA GUIMARÃES LISBOA
  • PELAS MÃOS DE CLARICE O desabrochar da experiência literária na Sala de Leitura Clarice Lispector

  • Data: 27/03/2018
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  • Nesta pesquisa o propósito principal foi analisar experiências de leitura literária com estudantes frequentadores da Sala de Leitura Clarice Lispector da Escola Estadual de Ensino Médio Simão Abraão Jatene, na cidade de Cametá-PA. Especificamente buscou-se construir pontes e experiências de sentidos entre os leitores e o universo literário; cartografar os processos das experiências de leituras literárias nas atividades leitoras dos alunos e analisar as ressonâncias da leitura do texto clariceano às experiências formativas desses leitores. Para o desenvolvimento deste estudo articularam-se, especialmente, os conceitos de leitura, experiência e sentido a partir de Jorge Larrosa em “Pedagogia Profana: danças, piruetas e mascaradas” (2015), “Linguagem e educação depois de Babel” (2004) e “Tremores: escrito sobre experiência” (2016), entrelaçados ao universo literário clariceano. A pesquisa baseou-se nas pistas do método da cartografia na perspectiva de Deleuze e Guattari, por meio da obra “Mil Platôs” (1995), e de Passos, Kastrup, Tedesco e Escóssia por meio das obras “Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade” (2015) e “Pistas do método da cartografia: a experiência da pesquisa e o plano comum” (2016). Nesse processo teórico-prático, o resultado da investigação demonstrou que o encontro do leitor com a potência das obras de Clarice provocou uma abertura à palavra literária, por processos subjetivos e artísticos. As obras clariceanas ganharam vida ao serem lidas para e pelos alunos naquele espaço. Ao apresentar Clarice por meio de documentários, curta metragens, leituras de obras, apresentações teatrais, ensaios, performances e recitações de textos, a Sala de Leitura foi sendo povoada literariamente para além de sua função instrumental. Neste ínterim, as atividades realizadas neste cenário poético, entre outros propósitos, desenvolveram estratégiasde ensino, de reflexão, de produção de subjetividades, que buscou um encontro da escritora com o leitor, da obra com a descoberta do mundo, que às vezes passa pelo despertar subjetivo conectado ao mundo exterior do aluno. Percebeu-se que as estratégias cartográficas da pesquisa – realizadas nos segundos semestres dos anos 2016 e 2017 – propiciaram a exposição de temas que despertaram nos alunos o prazer pela leitura, o pensar, a descoberta do inusitado, o drama existencial que afeta qualquer ser humano. Na reflexão decorrente das atividades de leitura e interação por meio de conversas, os leitores destacaram um movimento vivo de dor, de alegria, de vivências pessoais que os remeteram a uma busca de sentidos de si mesmos em relação ao outro e ao mundo. Clarice passou da estrangeira, que apenas nomeava a sala de leitura, a fazer parte do universo literário dos estudantes, compartilhando inquietudes, angústias, sonhos, ressonâncias poéticas, desejos e descobertas que provocaram no leitor sensações múltiplas e múltiplos pensares. O desafio das ações realizado na Sala de Leitura era permitir que a leitura literária ressoasse em cada leitor. Apresentar Clarice aos alunos foi instigador, pois mesmo existindo uma Sala de Leitura com nome dela, não era povoada poeticamente, assumindo apenas a função de um espaço para leituras esporádicas, consulta ou passatempo, não visava o desabrochar para a literatura.

  • TEODORO GAIA DE MELO
  • DIÁLOGO ENTRE CONHECIMENTO CIENTÍFICO E DO SENSO COMUM DE ALUNOS/AGRICULTORES NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO 

     

  • Data: 27/03/2018
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  • Objetivou-se com a pesquisa investigar como se dá e o que resulta do diálogo de alunos/agricultores entre as duas dimensões do conhecimento – ciência e senso comum, na Casa Familiar Rural de Cametá/PA (CFRC), questionando em que aspectos pode se falar de uma nova racionalidade epistemológica na Instituição e que elementos compõem essa nova racionalidade de educação na transição da modernidade para a pósmodernidade, para pensar em uma escola à população do campo com nova racionalidade epistemológica de conhecimento. O estudo direcionou-se por elementos característicos do tipo etnográfico, com abordagem qualitativa, utilizando como instrumentos metodológicos a observação, conversa direta e entrevista semiestruturada com alunos/agricultores do ensino médio do curso profissionalizante de Técnico Agrícola, modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos), turma 2016. Como referencial teórico foi apresentado autores que discutem: Diálogo (FREIRE, 2005), Educação (GADOTTI, 2004), Ciência Pós-Moderna (SANTOS, 1987, 1989, 1995 e 2003; HARVEY, 2002; PEREIRA e Orgs., 2000; POURTOIS e DESMET, 1999), Educação do Campo (CALDART, 2002; PRAZERES, 2012), Ciência Moderna (GIDDENS, 1991; ALMEIDA, 2004), Racionalidade (HÜHNE, 1994), e outros. A hipótese levantada, ao final confirmada, é que a CFRC promove o diálogo entre conhecimentos científico e do senso comum e a mesma apresenta aspectos que se identificaram com elementos da ciência pós-moderna, possibilitando propor uma nova escola à população do campo com nova racionalidade epistemológica de conhecimento.

  • OBERDAN DA SILVA MEDEIROS
  • EDUCAÇÃO QUILOMBOLA Constituição de Lideranças e Práticas de Resistências na Comunidade Quilombola de Umarizal Beira, Baião-Pará

  • Data: 04/01/2018
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  • Esta pesquisa objetiva analisar o processo de constituição de lideranças negras e práticas de resistências como fator educativo na Comunidade Quilombola de Umarizal Beira, Baião-Pará. O problema da investigação contextualiza os processos excludentes da violência colonial contra a população afrodescendente escravizada que culminaram na produção do racismo na organização política e social da sociedade brasileira. As perguntas formuladas versam sobre o seguinte: Como se deu o processo de constituição de lideranças na comunidade remanescente de quilombo de Umarizal Beira, no que tange aos elementos culturais, étnico-raciais e políticos? De que modo as histórias de vida dos afrodescendentes e lideranças quilombolas constituem sua formação identitária enquanto fator educativo e prática de resistência ao racismo junto à comunidade local? Para a realização da pesquisa, utilizamos os aportes teóricos e metodológicos Pós-colonial (decolonial) (BHABHA, 2010; ESCOBAR, 2005; HALL, 2009) dialogando com a noção de Afrodescendência (OLIVEIRA FILHO, 1997; CUNHA JÚNIOR, 2005). Para tanto, o trabalho de campo na comunidade visa, através de entrevistas com as oito (08) lideranças da comunidade que ocupam a diretoria da Associação quilombola, no intuito de situar o recorte analítico das narrativas produzidas. A partir de entrevistas realizadas com algumas lideranças quilombolas, percebeu-se uma riqueza de informações, que nos fez optar pela inclusão de apenas quatro (04) líderes, sendo dois homens e duas mulheres há mais tempo exercendo o papel de liderança em cargo da diretoria da associação, o estudo destaca os saberes da cultura afrodescendente e as práticas educativas como mecanismos de luta, formação e organização política comunitária. A pesquisa abre espaço a pensamentos-outros negados e destituídos desde o processo colonial. Os resultados preliminares indicam que a constituição das lideranças quilombolas encontra-se fortemente pautada em processos culturais e políticos que constituem as Afrodescendências de suas (re)existências nas lutas contra o racismo e todas as mazelas sociais, tendo a educação um importante papel a contribuir com o processo de constituição de suas identidades étnico-raciais quilombolas.

2017
Descrição
  • ANA PAULA DO NASCIMENTO VELASQUEZ
  • A DIVERSIDADE CULTURAL NO ENSINO DO ESPANHOL 

  • Data: 30/09/2017
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar a prática docente dos professores de espanhol que atuam no Ensino Médio em sete escolas, entre públicas e privadas, situadas em Belém do Pará sob a perspectiva da interculturalidade. Para tanto, o primeiro passo foi investigar o processo de formação docente, inicial e continuada, em seguida verificar sob qual a perspectiva eles abordam a cultura desse idioma, considerando a diversidade cultural, e por fim verificar se consideram a América Latina no contexto educacional de ensino-aprendizagem ou reforçam o modelo de ensino imperialista. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, descritiva e exploratória. Para realiza-la, optamos por fazer um levantamento bibliográfico, uma análise documental e um estudo de caso com conversas guiadas para compreender como ocorre essa prática docente. Na fundamentação teórica deste trabalho abordamos a formação e a profissionalização docente apoiando-nos em autores como Tardif (2014), Pimenta (2014), Nóvoa (2011), entre outros; discutimos a interculturalidade no ensino do espanhol basicamente recorrendo a Fleuri (2003), Hall (1997/2003) e Veiga-Neto (2003) e ao final relatamos o ensino da língua espanhola considerando as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), os aportes teóricos de Moreno (2005) e outros estudiosos da área, sendo este último capítulo o resultado da análise das conversas guiadas realizadas nos próprios estabelecimentos de ensino no qual cada professor leciona. Ao término deste trabalho concluímos que a prática docente escolar não fomenta a interculturalidade, embora os professores afirmem explorar os aspectos sócio-culturais em sala de aula, o que tampouco contribui para a criação da identidade latino-americana do Brasil junto aos países hispanófonos. Tal situação evidencia a pouca relevância dessa temática nos cursos de formação de formação docente no estado do Pará. 

  • JOAO BATISTA RODRIGUES DE SOUSA JUNIOR
  • DA GÊNESE ÀS NOVAS GERAÇÕES SINDICAIS: juventude e atuação política no Sindicato dos Trabalhadores(ras) rurais de Cametá

  • Data: 29/09/2017
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  • Esta pesquisa teve como objeto de estudo a práxis Juvenil Sindical da Juventude do STTR-Cametá. Objetiva-se analisar a atuação política dos jovens no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do município de Cametá, Estado do Pará (STTRCAMETÁ), seus contextos históricos, sociopolíticos e aspectos de suas formações. Em sentido específico objetivou: i. discutir o contexto histórico do STTR-Cametá e o papel do jovem como agente sociopolítico nesse processo; ii. analisar o processo formativo pautado pelo STTR-Cametá para a juventude militante; iii. investigar os desafios atuais da juventude rural, suas expectativas sociais e políticas no município de Cametá-PA, bem como debater sobre políticas públicas para juventudes. Para o desenvolvimento deste estudo pautou-se na abordagem qualitativa e optou-se pelo estudo de caso, tendo como referência o materialismo histórico. Constituem os referenciais teóricos: Carrano (2002, 2008), Freire (2009), Gohn (2000, 2008, 2010, 2014), Gramsci (1988), Marx e Engels (1998), Sposito (2001, 2003, 2009), entre outros. Analisou-se os resultados das entrevistas que possibilitou chegar às seguintes conclusões: a) Os jovens tem importante papel na construção histórica, política e social do STTR-Cametá; b) O processo histórico do STTR-Cametá se subdivide em dois momentos: o primeiro na década de 1970 e o segundo na década de 1980 com a tomada do sindicato pelos trabalhadores. Este movimento histórico tem reflexos no papel desenvolvido pelos jovens. No segundo momento observou que os jovens tiveram maior envolvimento e participação no processo de organização, luta e formação sindical; c) O reconhecimento da juventude no STTRCametá como sujeitos de direitos e espaços legítimos consiste em um processo recente e de muita persistência, com a criação da Secretaria de Juventude no ano de 2006, após 22 anos de sua fundação; d) Os desafios dos jovens sindicalistas permanecem vivos no bojo de suas lutas, uma vez que as Políticas Públicas, até aqui implementadas, não correspondem as reais necessidades sociais e políticas destes sujeitos e no campo interno muito precisa-se avançar na legitimidade e reconhecimento destes enquanto líderes dignos e aptos a assumirem a própria direção sindical, dentre outros espaços no interior deste sindicato. Contudo, o estudo não encerra o debate sobre a práxis juvenil sindical no STTR-Cametá, são elementos que obviamente necessitam de outros estudos, outras análises, de modo a contribuir para o Movimento Sindical Juvenil e a continuidade desta reflexão pode favorecer o empoderamento das organizações, formação e debate contemporâneo acerca da problemática abordada neste estudo.

  • HELIO VASCONCELOS FRANCA GOES
  • O OLHAR DO DOCENTE SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO/EXECUÇÃO DO CURSO TÉCNICO DE NÍVEL MÉDIO EM INFORMÁTICA NO CIEBT/CAMETÁ-PA: A INTEGRAÇÃO PRESCRITA E A INTEGRAÇÃO MATERIALIZADA

  • Data: 29/09/2017
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  • O presente trabalho, que traz por título “O olhar do docente sobre a implementação/execução do Curso Técnico de Nível Médio em Informática no CIEBT/Cametá-PA: a integração prescrita e a integração materializada", analisou a relação entre o prescrito e o materializado no desenvolvimento do processo de implementação/execução do Curso de Informática do CIEBT/Cametá em uma perspectiva de Ensino Médio Integrado, problematizando-se como foi desenvolvido esse prescrito e materializado no processo de implementação/execução desse curso. Trata-se de trabalho pautado no materialismo histórico-dialético, constituindo-se pesquisa qualitativa, com dados obtidos por meio de entrevista semiestruturada e documentos, tratados por meio de análise de conteúdo. O locus da pesquisa foi o Centro Integrado de Educação do Baixo-Tocantins situado no município de Cametá, Pará-Brasil, tendo sido entrevistados quatro docentes que vivenciaram a implantação/execução do curso de nível médio em informática. Os resultados da pesquisa mostram que o Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Informática foi implantado pelo CIEBT numa perspectiva de ensino médio integrado, mas com dificuldades reais de se viver um ensino integrado, seja pela falta da infraestrutura para o desenvolvimento do curso em informática, seja pela lógica de mercado que impusera a sua elaboração e execução, seja pela falta de uma cultura de organização escolar em torno de um projeto de ensino integrado.

  • IZABEL CRISTINA DA SILVA PADINHA
  • PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA ESCOLA (PDE-ESCOLA): UMA ANÁLISE DA DESCENTRALIZAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS PARA AS ESCOLAS URBANAS QUE INTEGRAM A REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE CAMETÁ-PA

  • Data: 29/09/2017
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  • Este trabalho resultou da pesquisa de mestrado cujo título “Plano de Desenvolvimento da Escola – PDE-Escola: uma análise da descentralização de recursos financeiros para as escolas urbanas que integram a rede de ensino municipal de Cametá/PA" retrata o próprio objeto. Seu objetivo foi analisar o Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola) no contexto do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação (PMCTPE) e suas implicações na realidade educacional de Cametá/Pa, tendo em vista o pressuposto de descentralização da gestão de recursos financeiros. Dentre as questões de estudo podemos resumir o problema de pesquisa assim: Quais as configurações de descentralização que o PDE-Escola assume e quais as contribuições e/ou implicações deste para a gestão das escolas urbanas no período de 2008-2014? Os recursos financeiros repassados para as escolas na amostragem dos dados do referido programa foram originados do Plano de Ações Articuladas (PAR) por meio do convenio com o município de Cametá/PA? O campo empírico foi a rede de ensino municipal com base na gestão de educação do período supra representada pela Secretaria Municipal de Educação- SEMED/Cametá. Os procedimentos metodológicos utilizados inserem-se na abordagem de pesquisa qualitativa e incluem além da revisão da literatura, as técnicas de análise documental e entrevista semiestruturada. As entrevistas foram feitas com alguns membros da Coordenação de Projetos e Programas da Secretaria Municipal de Educação de Cametá em especial que coordenou o PDE-Escola. Dentre os autores que fundamentam o trabalho podemos destacar como principais: Costa (2001); Dourado (2007); Ferreira (2000); Fonseca (2009); Oliveira (2000); Pereira (1997); Saviani (2009); Fonseca, Oliveira e Tosch (2004) e outros. A pesquisa analisa o objeto como decorrência da reforma do Estado dos anos de 1990 em vista dos reflexos nas políticas educacionais de modo geral e no financiamento, em particular, pois o discurso de descentralização impactou em medidas a exemplo de programas e projetos como PDE-Escola, reconfigurndo-se, agora, pois se trata de um projeto principal do Fundescola concebido na década de 1990, fruto de uma parceria do Ministério da Educação (MEC) com o Banco Mundial (BM). Os dados apontam, ainda que, o PDE-Escola, na sua trajetória vem reorientando sua metodologia de acordo com os contextos político e econômico nacional, mas a sua essência técnica-instrumental se mantém. O estudo mostrou que na rede municipal de ensino de Cametá por meio da amostra das escolas urbanas que o PDE-Escola é expressivo em recursos descentralizados se considerarmos outros programas que atendem o conjunto de escolas. No entanto, percebemos que a descentralização de financiamento do PDE e de “ações agregadas” a ele representa em maior proporção a transferência de responsabilidades para escola, pois ao assumir responsabilidade com a aplicação dos recursos financeiros a escola também passa a ser responsabilizada pelos seus resultados. Observa-se aí que o que ocorre é um processo de desconcentração para execução de tarefas e não uma descentralização, pois o poder de decisão continua centralizado na esfera federal.

  • MARCILEIA WANZELER DE SOUZA VASCONCELOS
  • EXPERIÊNCIAS DE OCUPAÇÃO DA TERRA NA ILHA DA CONCEIÇÃO (MOCAJUBA-PARÁ), EM REGISTROS ETNOECOLÓGICOS

  • Data: 29/09/2017
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  • Esta dissertação analisa o processo de ocupação da terra, através da apropriação da paisagem e da produção rural em comunidades amazônidas, partindo do pressuposto da etnoecologia, como um campo de pesquisa interdisciplinar. Envolve a relação entre formação histórica, conhecimento e suas diferentes formas de apoderamento do ambiente da floresta. A pesquisa foi desenvolvida na ilha da Conceição que compreende as comunidades de Santana, São Joaquim e Costa de Santana, localizadas no município de Mocajuba, na região Nordeste do Estado do Pará. O estudo pretende descrever a paisagem construída pelas atividades econômicas desenvolvidas nessa ilha, para que se possa entender como a floresta e o rio foram agentes ativos na interpretação do homem ribeirinho e, assim, perceber as estratégias de ocupação que engendraram conflitos e compreensões em torno do acesso, do uso da terra e dos valores que seus ocupantes foram construindo. Estudar comunidades rurais amazônidas, a partir do processo de ocupação da terra e da produção agrária, considerando as percepções humanas, ou seja, a relação do homem com o espaço vivido; levando a localizar os fenômenos espacialmente, explicando a razão da distribuição, considerando a importância das atividades econômicas ligadas à agricultura e ao extrativismo, demonstrando os lugares e as razões dessa ocupação é o que se propõe neste trabalho.

  • JOSE CARLOS VANZELER POMPEU
  • SABERES DO TRABALHO E FORMAÇÃO DE IDENTIDADE DE PESCADORES ARTESANAIS NO MUNICÍPIO DE CAMETÁ-PARÁ

  • Data: 04/09/2017
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  • Este estudo investiga processos de formação de identidade de pescadores artesanais da ilha de Tentém, no município de Cametá-PA, a partir das condições materiais de produção de saberes do trabalho da pesca, no contexto pós-construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (UHE). A dissertação em questão é apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura da UFPA/Campus de Cametá, linha de pesquisa: Educação Básica, Tecnologias, Trabalho e Movimentos Sociais na Amazônia. As análises direcionam-se à formação identitária do pescador artesanal no palco de disputas entre trabalho e capital, uma vez que consideramos que a identidade que se forma a partir das mudanças na produção dos saberes do trabalho da pesca, corrobora processos de emancipação dos sujeitos pescadores e de conformismo e manutenção do capital. Metodologicamente a pesquisa faz uso do materialismo histórico-dialético, observando as contradições e mediações, a partir do princípio da totalidade, que são travadas pelos sujeitos em seus processos produtivos e na construção de saberes do trabalho em relação com a formação de identidades, no interior de lutas entre trabalho e capital. A abordagem realizada é de base qualitativa, utilizando-se com instrumentos de coleta de dados, a entrevista semiestruturada e a observação participante. Ao final do percurso metodológico fazemos uso da Análise do Conteúdo (AC) para interpretação dos dados. Os resultados da pesquisa demonstraram que a construção da UHE de Tucuruí causou impactos negativos na materialidade produtiva dos pescadores artesanais da ilha de Tentém, fazendo com que os mesmos, a partir da produção de saberes, criassem mecanismos de enfrentamento dessas condições. Em meio à desordem causada pela construção da UHE, os pescadores da ilha de Tentém mostraram atitudes em defesa dos seus direitos, sendo a organização em Entidades Representativas e Associações de Pescadores, formas de resistência contra-hegemônica. No entanto, percebemos que certas atitudes dos pescadores alinharam-se à lógica do capital, ao considerarmos os processos de mercantilização da produção e o surgimento de relações patronais no interior da ilha. Podemos afirmar que a identidade do pescador artesanal da ilha de Tentém possui uma formação caracterizada pelo distanciamento do trabalho da pesca como atividade criadora de valores de uso, e que garanta suas condições materiais de existência.

  • MARIA ZENEIDE GOMES DA SILVA
  • MOVIMENTO CAPOEIRA MULHER: SABERES ANCESTRAIS E A PRÁXIS FEMINISTA NO SÉCULO XXI EM BELÉM DO PARÁ.

  • Data: 31/08/2017
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  • Este trabalho versa sobre identidade de gênero nas rodas de capoeira em Belém/Pa, tratada em nível do Movimento Capoeira Mulher, coletivo social de mulheres capoeiristas procedentes de vários grupos/associações de capoeira, em atuação na cidade Belém do Pará. Meu lócus de pesquisa. É neste cenário, que enquanto intelectual negra, com engajamento político e acadêmico, na luta antirracista e antimachista, articulo minhas vivências empíricas e científicas, em parceria com esse coletivo social para dar visibilidade as subjetividades, desigualdades, silenciamentos e omissões vivenciadas pelas mulheres capoeiristas, para entender – Quais são as experiências de resistências sociais, políticas e pedagógicas, que as mulheres utilizam para construção de suas identidades, em movimentos, nas periferias urbanas da grande Belém, ao partilharem uma prática cultural comum, a capoeira, e como, seus saberes e experiências podem contribuir para repensar outras epistemologias para a educação na Amazônia Paraense. Quanto aos procedimentos metodológicos da pesquisa participante e a observação etnográfica tradicional e digital. Ressaltando meu engajamento e interação com o coletivo social, visando descrever e interpretar os dados coletados em campo. Considerando o ethos da capoeira no processo de análise, pois fazem parte do universo cultural e simbólico, do cotidiano dos sujeitos investigados, enquanto elementos para repensar valores culturais e educacionais hegemônicos, que sedimentam o sexismo e o machismo na sociedade brasileira. Os resultados percebidos, apontam para uma tomada de consciência política das mulheres capoeiristas, para o papel dinamizador das rodas de capoeira, bem como, para o fomento da capoeira como expressão cultural afro-brasileira, que acolhe e promove identidades sociais, crenças e valores, na perspectiva de repensar outras epistemologias para a educação na Amazônia Paraense.

  • DELCILENE SANCHES FURTADO
  • A FORMAÇÃO DOCENTE NO PNAIC: concepções segundo as orientações prescritas e as ações efetivas no município de Cametá-Pá

  • Data: 26/08/2017
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  • Esse estudo tem como objeto o Eixo “Formação Continuada para Professores Alfabetizadores e seus Orientadores de Estudo” contido no PNAIC e como lócus o município de Cametá-Pá. Tem por objetivo analisar a concepção de formação docente prescrita na proposta de formação contida no PNAIC e sua materialização no contexto local mediante as ações efetivas promovidas pela Secretaria Municipal de Educação de Cametá-Pá. Para isso utiliza-se das contribuições do Materialismo Histórico-Dialético por este se apresentar como uma possibilidade teórica que busca desvelar o conjunto de relações que determinam o objeto em estudo, sendo uma pesquisa caracterizada por uma abordagem qualitativa. Inicialmente o caminho da investigação se pautou pelo levantamento, definição e análise dos documentos e cadernos de formação utilizados pelo programa e um levantamento sobre os estudos já realizados sobre o PNAIC. Concomitantemente foi feito uma revisão da literatura de modo a aproximar do objeto por meio de sua apreensão numa perspectiva crítica. Os principais autores podem ser citados: Duarte (2001, 2010a, 2010b), Marsiglia (2010, 1013), Martins (2006, 2010), Saviani (2007b, 2009, 2013a). Definimos, então, quatro categorias para desenvolvimento de nossa linha de investigação: Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, formação docente, concepção de formação docente e alfabetização na perspectiva do letramento. O estudo prevê como técnica de pesquisa de campo a aplicação de entrevistas semiestruturadas. A trajetória de investigação percorrida aponta que o PNAIC foi concebido em um contexto que representa a continuidade dos princípios e diretrizes que subsidiaram o projeto de reforma educacional a partir da década de 1990. Que a concepção de formação docente tem por base a racionalidade prática cuja matriz teórica se fundamenta pelo modelo teórico do construtivismo, pela pedagogia do professor reflexivo e pela pedagogia das competências. Em sintonia com esta matriz teórica adota o conceito de alfabetização na perspectiva do letramento se constituindo como um instrumental no qual a alfabetização é uma tecnologia ou técnica de leitura e escrita. Que a formação em seu processo de materialização no contexto local ela apresenta a mesma lógica incorporada na proposta orientadora da formação pela sua aproximação ao modelo da racionalidade prática. Embora tenhamos identificado a presença de elementos característicos da racionalidade técnica e da racionalidade crítica, no contexto local essa dimensão acaba se sobressaindo entre os orientadores e alfabetizadores entre os quais o relato de experiência se torna um dos principais elementos para ajudar o professor no processo formativo a construir novos conhecimentos para enfrentar os problemas da sua prática docente.

  • ZENAIDE LEAO BATISTA
  • O PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS (PAR) E SUAS IMPLICAÇÕES NA GESTÃO DAS ESCOLAS DA REDE DE ENSINO MUNICIPAL DE CAMETÁ-PA

  • Data: 27/06/2017
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  • O texto é resultado da pesquisa de Dissertação de Mestrado, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Educação e Cultura – PPGEDUC/UFPA/CUNTINS. O trabalho teve como objetivo analisar as implicações do PAR, na gestão escolar da rede de ensino no município de Cametá-PA, no tocante à democratização por meio de conselhos escolares. Adotamos como metodologia as perspectivas da abordagem qualitativa de pesquisa, a partir das técnicas de revisão da literatura, análise documental e entrevistas semiestruturadas. O campo empírico da pesquisa foi a Secretaria Municipal de Educação de Cametá e, como parte desta, duas escolas da rede de ensino. Os informantes da pesquisa foram sujeitos ligados ao objeto, sendo eles técnicos e gestores da Secretaria Municipal de Educação de Cametá e membros do Conselho Escolar de duas escolas, num universo de 14 (quatorze) informantes. O recorte temporal da pesquisa corresponde ao período de implementação das duas primeiras versões do PAR, o qual em Cametá sofreu atraso de 1 (um) de início para cada uma dessas versões (2008- 2011) e (2012-2014). O referencial teórico-metodológico de análise insere-se nas perspectivas do materialismo histórico e dialético, considerando no tratamento dos dados os princípios de totalidade, mediação e contradição. Dentre os autores que fundamentam o texto podemos citar Wood (2007), Peroni (2011), Saviani (2009), Camini (2009), Barroso (2011), Paro (2001), Dourado (2006). A implantação do PAR no município de Cametá revelou um processo de gestão gerencial, ainda que pontual, uma vez que o município foi induzido a aderir à política em troca de assessoria técnica e financeira do MEC. A participação dos sujeitos envolvidos na gestão municipal na formulação do plano para o município foi limitada à prestação de informações e à escolha de ações pré-determinadas, movimento que contraria a gestão democrática prevista na CF de 1988. As ações previstas na segunda versão do PAR, referentes a conselhos escolares não foram desenvolvidas devido a não criação do Comitê Local do PAR, o qual o seria o responsável pelo monitoramento da execução das ações do PAR como previsto nos documentos oficiais e principalmente à forte presença de características de gestão patrimonial na composição da equipe gestora da SEMED de Cametá, assim como ocorre em outros órgãos e instâncias públicas do Brasil. Além de alinhamento político partidário, preservam-se outros critérios para a composição do quadro de técnicos educacionais como vínculo de fidelidade, confiança pessoal, clientelismo e/ou nepotismo, em detrimento de critérios mais afeitos à gestão de políticas públicas, como conhecimento técnico e formação adequada ao cargo. No desempenho das atividades especificas dos cargos de gestão do PAR, apresentou-se de forma mais clara uma das principais características do Patrimonialismo, a confusão entre o público e o privado. O exemplo de troca de governo no município de Cametá, no ano de 2012, sem transição democrática deixa o novo técnico responsável pelo PAR sem as devidas informações para dar prosseguimento as ações. A descontinuidade dos trabalhos, o privilégio de escolha de pessoal em detrimento de seleção pública para cargos bem como a defesa dos interesses particulares prejudicam aquilo que é devido à população cametaense como direito. Em suma, o PAR teve pouca influência sobre a criação e funcionamento dos conselhos escolares do município de Cametá. A SEMED ofereceu suporte técnico apenas para a organização dos conselhos e prestação de contas. Os conselhos das escolas pesquisadas, bem como das demais escolas do município de Cametá, atuam mais no aspecto financeiro, embora de forma limitada. Ainda que o PAR tenha sido importante, tomando o Conselho Escolar como um dos indicadores de democratização da escola a pesquisa revelou que não houve mudanças substantivas na gestão das escolas no sentido de provocar melhoria do funcionamento do CE principalmente nas questões administrativo-pedagógicas. Devido os programas pelos quais as escolas foram contempladas, a intervenção dos sujeitos foi mais afeita às questões financeiras do que por se constituírem em um órgão consultivo e deliberativo com forte impacto na democratização da gestão das escolas públicas.

  • JOSE ORLANDO FERREIRA DE MIRANDA JUNIOR
  • EDUCAÇÃO E SURDEZ: CARTOGRAFIAS DA LIBRAS COMO LÍNGUA MENOR

  • Data: 27/06/2017
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  • Esta pesquisa surge a partir da elaboração/execução do projeto PIBEX 2015 intitulado Ensino de Libras na Amazônia Tocantina: Formação de Professores da Educação Infantil, em parceria com a SEMED Cametá, o qual visou contribuir para a formação de 210 professores que atuam na Educação Infantil do município de Cametá-PA. A problemática da pesquisa consiste em averiguar a constituição da Libras como diferença na Educação, percorrendo uma zona de vizinhança e distanciamento entre Estudos Surdos e a Filosofia da Diferença. Trata-se de um exercício autocrítico e analítico que toma o projeto de formação de professores como atividade do seu próprio pesquisar, por um exercício do pensar capaz de tensionar visões historicamente instituídas sobre a inclusão e a visão do outro como deficiência e, de modo afirmativo, almeja potencializar a Libras como diferença na Educação, em atenção às suas singularidades. O estudo aponta a ideia de um devir-surdo no ensino de Libras, sinalizando a própria Libras como língua menor atravessada por processos de “desterritorialização” da língua e cultura surda, e dos elementos voltados para o “político” e o “coletivo” da formação de professores. Como interlocutores teóricos, dialogou-se com Deleuze e Guattari (2014), Guattari e Rolnik (1996), Gallo (2012), Skliar (2001), Larrosa (2004), Veiga-Neto (2012), Meyer e Paraíso (2014), Passos e Kastrup e Escóssia (2015), entre outros, no intuito de perspectivar olhares multifacetados sobre a Libras como diferença na Educação, articulando teias de relacionamentos com o outro nos liames da formação. Neste movimento de devir, a Cartografia de inspiração deleuziana e guattariana forneceu as pistas metodológicas necessárias para a construção dos itinerários da pesquisa, para estar com o outro e escutar a sua pergunta (da diferença) na Educação, para captar os fluxos e os processos de um ir e vir na formação de professores. A composição coletiva de um devir-surdo de percepções da Libras como língua menor constituiu um dos desafios desta pesquisa, de modo que a cada leitura foi possível perceber movimentos diferenciados da surdez em meio aos processos formativos produzidos no decorrer da pesquisa, sinalizando o seu próprio inacabamento e as fissuras deixadas enquanto possibilidades de descortinar outros estudos no campo da Educação de Surdos entrecruzada com a Filosofia da Diferença, a fim de refazer permanentemente a pergunta pelo outro e do outro na Educação. 

  • ADRIANA BAIA AMARAL
  • CURRÍCULO E TRADUÇÃO CULTURAL: DESLOCAMENTOS HÍBRIDOS NO CURSO DE LÍNGUA INGLESA DA UFPA-CAMPUS DE CAMETÁ  

  • Data: 26/06/2017
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  • Nas viagens pelos caminhos das memórias de minha infância, algo me passou e tocou a compor esse texto, que nasceu das múltiplas composições-pedaços de minhas experiências que escreveram a trajetória do caminhar desta pesquisa. Nesses entre espaços de uma vida de criança-estudante-professora, que se entrecruzam no decorrer do percurso, constituí como objetivo do presente trabalho discutir as relações entre língua, currículo e tradução cultural no contexto de formação do curso de Língua Inglesa, no Campus Universitário do Tocantins/Cametá (CUNTINS/UFPA), em diálogo com os sujeitos que vivenciam e fazem acontecer a perspectiva de formação do curso e perscrutando os campos discursivos tomados como pressupostos de efetivação da proposta curricular oficial do curso. A tradução se constitui como fio condutor do trabalho em diálogo com o currículo, com base na perspectiva analítica da desconstrução, por meio da proposta de pensar a língua para além dos mecanismos de dominação cultural, abrindo espaços-brechas para um pensamento pós-colonial e projeto de tradução em sua tripla dimensão: a tradução linguística; a filosófica-e-cultural. Ao longo dessa caminhada, muitas contribuições teórico-metodológicas emergiram nos estudos da linguagem, da tradução, do currículo e da cultura, desde sua perspectiva estruturalista a filosófica: Jacques Derrida (1973; 2000; 2002; 2003); Paul Ricoeur (2011); Jorge Larrosa (2014; 2016); Paulo Ottoni (2005a, 2005b); Jakobson (1959), Marcos Siscar (2012), em diálogo como uma perspectiva filosófica cultural de tradução, da teoria pós-colonial como: Homi Bhabha (2013); Adriana Pagano (2000); Nestor Canclini (2013); e do campo do currículo em uma abordagem pós-crítica: Sandra Corazza (2001; 2005; 2007; 2008; 2013; 2015), Guacira Louro (2012); Marlucy Paraíso (2005; 2010; 2012); Tomaz Tadeu da Silva (2010); Alfredo VeigaNeto (2002). Ao se enunciar o currículo como ser falante que opera por meio da tradução cultural, abre-se ao diálogo entre línguas-e-culturas estrangeiras-e-locais, que, por meio de múltiplas vozes do ser-currículo-falante, manifestam seus anseiosdesejos de reinventar suas práticas formativas. O movimento de desconstrução em que operou as análises ocorreu por entre os deslocamentos culturais que se teceram nos entre espaços do curso de Língua Inglesa do CUNTINS/UFPA e suas mesclas com as culturas locais. Os deslocamentos desde as próprias ideiasconceitos dos autores, que são discutidos no decorrer do trabalho, resultaram em múltiplas possibilidades de caminhar e pesquisar em zonas de trânsitos e trocas constantes nas quais elas se tocam, línguas-e-culturas, fomentando, assim, os hibridismos culturais e possibilitando a perspectiva de novos olhares e escritas.

  • DIONEIA SANCHES LEAO
  • LINGUAGEM NA SALA DE AULA: MARCAS INTELECTIVAS, AFETIVAS E EMOCIONAIS NAS INTERAÇÕES DE CONHECIMENTO.

  • Data: 19/06/2017
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  • O trabalho intitulado a Linguagem na sala de aula: marcas intelectivas e afetivas emocionais nas interações de conhecimento têm como objetivo investigar evidências de marcas intelectivas e afetivas emocionais nas relações de conhecimento, no contexto das dinâmicas de ensino aprendizagem, na sala de aula. Utilizou-se como suporte teórico a abordagem histórico cultural desenvolvida por Vigotski e colaboradores em que é discutida
    O trabalho intitulado a Linguagem na sala de aula: marcas intelectivas e afetivas emocionais nas interações de conhecimento têm como objetivo investigar evidências de marcas intelectivas e afetivas emocionais nas relações de conhecimento, no contexto das dinâmicas de ensino aprendizagem, na sala de aula. Utilizou-se como suporte teórico a abordagem histórico cultural desenvolvida por Vigotski e colaboradores em que é discutida a questão do desenvolvimento humano da criança em seus aspectos intelectivos (mente), sócio afetivos e emocionais. Nessa abordagem discute-se a questão do aprender, conhecer, desenvolvimento das funções mentais como um processo interativo mediado por sujeitos adultos. Utilizou-se também, outros autores que vem desenvolvendo estudos sobre o cotidiano escolar com base nessa abordagem histórico cultural, tais como Smolka (2001), Braggio (1992), Fontana (1997), Falabelo (2005). Destaca-se que Vigotski recomenda que os estudos empíricos devam ser realizados em suas condições imediatas de produção. Isso significa que o pesquisador deve procurar registrar os fenômenos em seu momento de acontecimento. Para atender a essa orientação metodológica, recorreu-se à metodologia etnográfica de pesquisa. Nesta o observador pode manter contato direto com os sujeitos da pesquisa e objeto de estudo, conhecendo mais de perto sua historia, seus aspectos culturais, além de presenciar e registrar as relações mantidas com os conhecimentos nas atividades de ensino aprendizagem. Os resultados evidenciam que as relações de ensino aprendizagem mediadas por conhecimentos escolarizados e conhecimentos cotidianos apresentam-se ricas em evidencias que mostram a interação dinâmica entre o desenvolvimento dos aspectos intelectivos e emocionais afetando as crianças em direção àqueles conhecimentos de diversas formas afetivas, como: acolhimento, participação, distanciamento, alegria, cansaço etc.. Assim o estudo mostra que as relações de ensino, quando apresentam sentidos e significados às crianças é que parecem sustentar relações de ensino que promovem a apropriação desses conhecimentos numa dinâmica participativa e dialógica professor e aluno.

  • JAQUELINE MENDES BASTOS
  • PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA- PARFOR: Concepções, Diretrizes e Princípios Formativos

  • Data: 16/06/2017
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  • Este trabalho é resultado da pesquisa intitulada “Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR): Concepções, Diretrizes e Princípios Formativos”. Teve como objetivo analisar a concepção de formação docente presente no Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, tendo em vista as orientações que constam das Diretrizes e Princípios nos documentos que o normatiza, bem como sob o “olhar” de professores e gestores do referido Programa. A abordagem metodológica adotada na elaboração do trabalho apoia-se nas orientações da pesquisa qualitativa, sendo utilizadas como técnicas a análise documental e entrevista semiestruturada aplicadas para categorias de professores-formadores, professores-egressos, alunos-professores e gestores do programa. Dentre os principais autores que fundamentaram a pesquisa podemos citar: Azevedo (2004); Oliveira (2009); Nóvoa (1995); Berzezinski (2014); Gatti (2011); Tardif (2014); Duarte (2010); Schon (1995); Camargo e Mendes (2016). Os resultados da pesquisa apontam que o PARFOR é um plano emergencial que tem contribuído com a formação de docentes, alcançando um número expressivo de professores em cursos ofertados pela Universidade Federal do Pará. No campo teórico a pesquisa identificou pelo menos duas vertentes de concepção de formação: a de racionalidade eminentemente técnica, instrumental e pragmática e a outra que aponta na perspectiva da formação integral, fazendo a mediação entre o saber e o saber fazer além de considerar a pesquisa como principio fundante do processo formativo. Referente aos documentos analisados, a pesquisa aponta que a formação em Pedagogia/PARFOR subsidiada pelo Projeto Pedagógico do Curso atende as Diretrizes Curriculares Nacionais para formação de professores a partir dos preceitos legais sobre Direitos Humanos e Educação Ambiental, por exemplo, de modo que os princípios formativos direcionam para um profissional capaz de atuar para além do espaço escolar, que reflita sua prática e conceba o trabalho como princípio educativo. Os sujeitos da pesquisa reconhecem a relevância do programa e a consistência deste enquanto política de formação docente. Ainda que haja problemas estruturais de funcionamento das turmas, principalmente nos municípios que compõem os polos do Campus de Cametá, a proposta do curso enquanto habilidades e competência de formação humana apresenta o perfil de ensino, pesquisa e extensão contemplando o que propõe a ANFOPE. O curso é uma oportunidade de sistematização das experiências pelos alunos-professores naquilo que Tardif propõe como saberes da experiência de modo a sistematizar a nível teórico-prático. Do mesmo modo que os fundamentos teóricos que compõem o núcleo básico do curso são uma oportunidade de aprofundamento dos fundamentos políticos, filosóficos, históricos, sociológicos propiciando um posicionamento profissional mais consciente como assegura Duarte. Assim, presumimos que o Curso do PARFOR se apresenta ainda que precise ser aperfeiçoado como um espaço formativo que íntegra o saber a experiência e a atitude, velando por uma formação omnilateral ou integral.

  • ROSIANE MORAIS PEIXOTO
  • A PARTICIPAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS DO CAMPO NA CONSTRUÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ABAETETUBA-PA

  • Data: 19/05/2017
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  • O presente trabalho analisou as contribuições da participação dos movimentos sociais do Campo no processo de construção do Plano Municipal de Educação – PME, do município de Abaetetuba - PA, dando ênfase às formas de organização do plano, assim como apontando as contribuições culturais dos Movimentos Sociais atuantes na Educação do Campo. Nesse sentido, define-se como objetivo geral analisar as contribuições da participação dos Movimentos Sociais do Campo no processo de construção do Plano Municipal de Educação, no município de Abaetetuba, com foco no progresso do Sistema Educacional. Assim, os objetivos específicos deste estudo foram: a) Compreender de que maneira foi construído o Plano Municipal de Educação de Abaetetuba; b) Analisar como se deu o processo de participação dos Movimentos Sociais do Campo na construção do PME; e, c) Identificar as contribuições culturais dos Movimentos Sociais do Campo e como são entendidos no processo de construção do PME. A metodologia proposta foi a pesquisa participante, que priorizou os métodos de dados por meio da realização de entrevistas e análise documental, assim como levantamento bibliográfico sobre a temática. Os principais autores utilizados foram, vale destacar: Arantes (2006), Dagnino (2002), Pereira (2003), Fenelon (1993), Hall (2003), Paoli (1991, 2003), Penteado (1991), Gohn (2005, 2006), Santos (1996), Silva (2006), Cardoso (2004), Brandão (1998, 2007) e Oliveira (2010 e 2003). Sendo assim, a partir desta pesquisa, compreendeu-se que a participação dos Movimentos sociais do campo, na construção do referido plano se deu de maneira ativa e propositiva, e em muito contribuiu para ações, metas e estratégias apresentadas no documento final do PME.

  • ERENILDA NASCIMENTO DE ALMEIDA
  • DIÁLOGO E POESIA: CAMINHO PARA UMA EDUCAÇÃO DE CARÁTER TRANSFORMADOR E LIBERTADOR

  • Data: 28/04/2017
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  • Este trabalho tem como fio condutor, a Hermenêutica filosófica e seu maior expoente, o filósofo e educador H-G Gadamer, assim como o pensamento pedagógico de Paulo Freire e contribuições de Heidegger. Buscamos ao longo do percurso, um diálogo tímido e honesto com a tradição, em especial com a herança moderna. Desenvolveu-se em três frentes centrais, a saber, a educação, a ética e a estética, no intuito de pensar um caminho possível à formação e que faça frente à educação hegemonicamente instrumental. Aposta-se em uma formação baseada no respeito e no reconhecimento da alteridade do outro como processo fundamental de humanização. Tal postura vê no diálogo aberto, fraterno e democrático uma possibilidade garantidora de solidariedade e, desse modo, quem sabe, pode-se ressignificar o caráter pedagógico da educação. Educar no sentido da arte, no diálogo permanente com a obra poética, no âmbito da humanização, implicando transcendência e liberdade. Consideramos do mesmo modo a arte, portanto no âmbito da própria arte. Resulta, assim, a formação como um auto formar-se em transformação.

  • GISLANE DAMASCENO FURTADO
  • NO LAR, NAS ÁGUAS, NA VIDA: PRÁTICAS E SABERES DAS MULHERES PESCADORAS EM COMUNIDADES RIBEIRINHAS - CAMETÁ-PA

  • Data: 28/04/2017
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  • Este estudo, intitulado No lar, nas águas, na vida: Práticas e Saberes das Mulheres Pescadoras em Comunidades Ribeirinhas no município de Cametá, Estado do Pará, analisa como as práticas e saberes das mulheres pescadoras se processam no interior das comunidades ribeirinhas, evidenciando estratégias de trabalho, dinâmicas de participação e diversas formas de aprendizagens que as mesmas estão envolvidas. Metodologicamente, para dá sentido a este trabalho, adotamos uma abordagem qualitativa e uma pesquisa descritiva de um estudo de caso. Para coleta de informações utilizamos entrevista aberta e semiestruturada com mulheres pescadoras de duas comunidades do município de Cametá-Pará, além da observação participante e análise documental. Como referencial teórico-metodológico norteador deste estudo, para entender questão como mulheres, pesca, participação, cotidiano, trabalho, contouse com ajuda de autores como, MANESCHY (2000), FURTADO (1993), LOURO (2003) DIAS (1995), PERROT (2007), PINTO (2004), RODRIGUES (2012), NETTO E BRAZ (2006), GOHN (2013), FISCHER e TIRIBA (2006), dentre outras. O trabalho revelou que as práticas e saberes das mulheres pescadoras instrumentalizado no lar, na relação social e na atividade de pesca, ainda é limitado a espaços próximos do lar e a sobrecarga dos afazeres domésticos. Espaço e tempo da atividade da pesca para as mulheres é diferenciado ocupando-se quase que exclusivamente ao preparo, armazenamento, beneficiamento do pescado, e confecção e manutenção dos instrumentos de pesca. Sua participação em organizações de classes ainda tímida como se observa nos estatutos das colônias e associações e ao seu próprio papel enquanto dona de casa. Identificamos, portanto, que as mulheres pescadoras do município de Cametá possuem com muita ênfase os saberes da pesca artesanal que se evidencia na prática, e que necessita cada vez mais serem visibilizados e incentivados.

  • JOAO MIRANDA FURTADO
  • O IDEB E A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DA CULTURA DOS RESULTADOS EM UMA ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL

  • Data: 28/04/2017
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    Esta pesquisa é o resultado de um estudo realizado durante o curso de Pós-Graduação em Educação e Cultura, da Universidade Federal do Pará, que tem como título “O Ideb e a quantificação da qualidade da educação: reflexões acerca da cultura dos resultados em uma escola pública no município de Cametá-Pa”, que situa os conceitos de desempenho escolar/avaliação/ qualidade da educação como indicadores para analisar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) em uma escola pública do município de Cametá-Pa. Tem como objetivo analisar a relação entre os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e a melhoria na qualidade social da educação, em particular na escola pública municipal de Cametá-Pa. A metodologia toma a abordagem qualitativa como base, tendo como tipo de pesquisa o estudo de caso. Dentre as técnicas de levantamento de dados optou-se pela observação e entrevista semiestruturada. Os dados para análise foram coletados a partir das falas de atores sociais (equipe gestora e professores) participantes das atividades desenvolvidas em  (uma) escola pública municipal que figura como instituição destaque do Ideb no ranking municipal, nas séries iniciais do Ensino Fundamental (2009, 2011 e 2013).  Dentre os autores que balizam a revisão da literatura podemos citar Luckesi (2002), Saul (1994), Vasconcelos (1994), Calderano (2013), Cabral Neto (2009), Oliveira (2005), Dourado (2009), Freitas (2007), Oliveira (2005), entre outros. A pesquisa permite afirmar que a elevação dos resultados do Ideb na escola pesquisada nos anos observados podem ocultar problemas presentes na instituição, como as condições de funcionamento, infraestrutura ainda inadequada, ausência de equipamentos e materiais didáticos necessários à prática pedagógica. Os resultados apontam que as avalições externas não consideram as múltiplas dimensões da escola e acaba gerando um modelo de avaliação que responsabiliza a própria escola e/ou sistema educacional pelo sucesso ou fracasso, o que acaba favorecendo ao rankeamento entres as escolas e seus sistemas de ensino. Embora a escola pública pesquisada tenha conseguido êxito no Ideb, no entanto, há outras implicações no âmbito da escola que acabam fragilizando a conquista de uma educação de qualidade social. 

  • JOAO PAULO ALVES COSTA
  • GÊNERO, SABERES E PODER: O PROTAGONISMO DE MULHERES NEGRAS NA ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E SOCIAL DA COMUNIDADE REMANESCENTE DE QUILOMBOS SÃO JOSÉ DE ICATU – MOCAJUBA/PÁ

  • Data: 28/04/2017
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  • O presente estudo, intitulado Gênero, Saberes e Poder: o protagonismo de mulheres negras na organização política e social da Comunidade Remanescente de Quilombos São José de Icatu – Mocajuba/Pará, tem como objetivo analisar e problematizaro protagonismo político de mulheres lideranças da referida comunidade. Da mesma forma, intenta ainda investigar o engajamento político dessas mulheres quanto aos direcionamentos e às lutas por melhores condições de vida dos moradores da comunidade. Destarte, ao salientar o papel de destaque de algumas das moradoras na gestão e na organização da comunidade, tencionamos analisar o processo de empoderamento das mulheres de Icatu. Para a efetivação deste estudo, buscou-se apoio teórico-metodológico nas reflexões de autores como: PINTO (2004, 2007, 2012), SALLES (2005), SCOTT (1995), SOHET (1995), THOMPSON (2011), CERTEAU (2014), FOUCAULT (2012), FUNES (1996), DIAS (1995), RAGO (1995), dentre outros. Da mesma forma, realizou-se pesquisa de campo, mediante a observação participante, com auxílio da História Oral, através de entrevistas semiestruturadas, relatos orais e histórias de vida, acrescida a fontes imagéticas e escritas. Verificou-se que o protagonismo político das mulheres do povoado de Icatu, frente aos cargos de gerência, resulta de aspectos históricos de suas ancestrais quilombolas, bem como de um intenso processo militância nos movimentos sociais de base, fatos que favoreceram formação dessas lideranças femininas no engajamento e atuação política na comunidade de São José de Icatu. Constatou-se ainda que as mulheres lideranças de Icatu conseguem se afirmar enquanto sujeito político e empoderar-se utilizando-se de microrresistências colocadas em práticas por meio de astúcias, invenções, ousadias e pequenos subterfúgios que lhes garantem poderes e, por conseguinte, tornamnas empoderadas e protagonistas de suas ações individuais e coletivas.

  • JAELSON DO CARMO CARDOSO CASTRO
  • A FINITUDE DO DASEIN NO PENSAMENTO DE HEIDEGGER: MUNDO, ANGUSTIA E MORTE

  • Data: 27/04/2017
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  • A presente pesquisa tem como tema a finitude do Dasein no pensamento de Heidegger, articulado em tres dos existenciais: mundo, angustia e morte. O problema: o que e finitude e qual a sua implicacao sobre a existencia. O objetivo e compreender qual o sentido da finitude e suas implicacoes no nosso modo de ser-no-mundo. Trata-se de uma pesquisa bibliografica de cunho qualitativo e que tem como metodo a fenomenologia hermeneutica. Tendo como base central a obra Ser e Tempo segue um itinerario de destruicao da metafisica com o intuito de abrir um horizonte mais originario em relacao ao modo de ser mais proprio. A finitude nao se apresenta simplesmente pelo fato que caminhamos para a morte, mas sim pelo modo como compreendemos a existencia, pois a nossa interpretacao do mundo e de nos mesmos e sempre finita. O Dasein, ente que nos mesmo somos, devido a facticidade ja se encontra lancado no mundo e pode ganhar-se ou perderse, uma vez que nao possui uma essencia no sentido da ontologia tradicional, mas a sua essencia e a propria existencia. Enquanto ser-no-mundo e de seu modo proprio angustiar-se e na abertura provocada pela angustia poder escolher um modo autentico de existir.

  • NEUSIANE DE NAZARE COELHO DE MELO
  • O CORPO AFRORRELIGIOSO E SUAS TEIAS DE SIGNIFICAÇÕES: ENTRELAÇANDO SABERES E PRÁTICAS DE RESISTÊNCIA DA CULTURA AFRORRELIGIOSA EM CAMETÁ-PA

  • Data: 27/04/2017
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  • Este trabalho visa analisar o corpo afrorreligioso e os saberes culturais entrelaçados por uma história de resistência e luta pela valorização da cultura afro-brasileira em Cametá-Pa. Compreende o corpo como um polo difusor dos saberes culturais afrorreligiosos, que por meio de sua prática religiosa mantem vivo o universo simbólico da cultura religiosa afro-brasileira e reativa a luta e a resistência contra o racismo religioso e a atitude de intolerância religiosa na sociedade. Considera que os saberes transmitidos nas práticas culturais e religiosas de tradição afro são instrumentos de combate ao racismo que possibilitam pensar uma perspectiva de educação étnicoracial. Em seu aspecto teórico-conceitual a pesquisa estabelece um diálogo com autores do campo dos estudos da cultura e religiosidade afro-brasileira, mais precisamente os estudos sobre a umbanda, sendo eles Bastide (1971), Silva (1994), Birman (1985), Concone (2008), Prandi (2004, 2008) entre outros. Para melhor compreender a realidade religiosa amazônica, a pesquisa dialoga com Silva (2015), Campelo e Luca (2007), Luca (2003), Furuya (1994), Leal (2011), bem como com Gomes (2013), Caputo (2012, 2013) sobre a perspectiva da educação voltada para relações étnico-raciais. Em seu aspecto metodológico a pesquisa foi conduzida por uma abordagem antropológica, de caráter etnográfico que envolveu a descrição do trabalho de campo no terreiro e o acompanhamento do ritual de oferendas à Iemanjá, bem como a organização, análise e interpretação dos resultados. A perspectiva da etnografia com base na interpretação da cultura de Geertz (2013), permitiu descrever e analisar um ritual religioso observando as múltiplas relações tecidas pelo corpo afrorreligioso, que se materializam no terreiro umbandista de Dona Isabel Oliveira na cidade de Cametá. Em seus resultados podemos observar e concluir que os saberes culturais da religiosidade afro-brasileira são intermediados e difundidos na prática religiosa. Nesse contexto, o corpo afrorreligioso compõe um conjunto de saberes culturais, ancestrais, coletivos e simbólicos produzidos na prática religiosa e que permitem pensar uma nova inserção da cultura e religião afro-brasileira na educação com base na perspectiva das relações étnico-raciais, tanto na valorização da cultura religiosa afro-brasileira, como arma de combate ao racismo.

  • ROSILDA DO SOCORRO FERREIRA VAZ
  • A PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA NO CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO EM ABAETETUBA

  • Data: 19/04/2017
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  • O presente trabalho de pesquisa tem o objetivo de analisar como os saberes tradicionais trazidos do Tempo-Comunidade pelos alunos dialogam com os saberes científicos do Tempo Universidade no espaço acadêmico, a partir da Pedagogia da Alternância. Dessa forma, analisou como se materializa o Tempo-Universidade e o Tempo-Comunidade, enquanto componente curricular presente no projeto pedagógico do curso de licenciatura em educação do campo, Identificar como se aplica a docência multidisciplinar por áreas de conhecimento de forma prática na formação de professores do Curso de Licenciatura em educação do campo; Analisar a Educação do Campo a partir da décadas de 90 em que instituíram os cursos de Licenciatura em Educação do campo. A proposta metodológica é a pesquisa participante, que foi realizada nas turmas de Licenciatura e fundamentada em várias fontes bibliográficas que dão base teórica ao estudo em tela. Utilizou-se a observação participante, houve entrevista com 40 alunos e 05 professores para coletar os dados em campo. Na análise do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) encontramos como princípio curricular e pedagógico a valorização da vivência sociocultural dos alunos e dos seus saberes como elemento formativo. Através dos dados desta pesquisa, identificamos que a falta de formação específica para atuar no curso de educação do campo do campus universitário de Abaetetuba, foi um fator que se sobrepôs em quase todos os dados obtidos juntos aos alunos e professore. Essa formação especifica para atuar no curso ainda não é realidade para esse novo curso, este é um curso de graduação que dá seus primeiros passos no campus de Abaetetuba em 2011, são apenas seis anos que tenta se materializar-se. Outro fator importantíssimo, para refletirmos é que ainda não temos formação em mestrado ou doutorado nessa área nas Universidades, a qual proporcione aos alunos do curso de educação do campo a atuarem não somente em escolas urbanas, mas respeitando também as especificidades das escolas do campo.

  • BÁRBARA DE NAZARÉ PANTOJA RIBEIRO
  • MAHÍRA E OS SABERES FEMININOS: GÊNERO, EDUCAÇÃO E RELIGIOSIDADE NA COMUNIDADE INDÍGENA ASSURINI DO TROCARÁ, MUNICÍPIO DE TUCURUÍ/PA

  • Data: 21/03/2017
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  • O presente trabalho intitulado Mahíra e os Saberes Femininos: gênero, educação e religiosidade na comunidade indígena Assurini do Trocará, município de Tucuruí/PA, tem como objetivo analisar as relações de gênero dentro da aldeia indígena Assurini do Trocará, buscando identificar o papel exercido pela mulher Assurini nos mais variados espaços dessa comunidade, indo desde a relação familiar, até sua representação nos rituais de iniciação, além de verificar em quais setores estão envolvidas e suas estratégias para manterem-se atuantes e influentes entre esse povo indígena. Para atingir tais objetivos foram utilizados, como suporte teórico-metodológico, autores que enfatizam a temática indígena no Brasil, estudos e métodos que evidenciam as etnias indígenas brasileiras na sua heterogeneidade, não de forma única e pejorativa, mas que fornecem base para reavaliar conceitos e preconcepções sobre tais sujeitos, dentre os quais se destacam Alencar (2008), Almeida (2010), Andrade (1992), Candau; Moreira (2008), Dayrell, (1996), Hall (2006), Leão (2015), Silva (2000), Souza (2007), Tocantins (2013), Veiga Neto (2003), dentre outros. Além dos estudos de tais autores, também foi feita a pesquisa de campo, mediante a observação participante, quando se pode relacionar o diálogo estabelecido com fontes orais, escritas e imagéticas, proporcionando assim um contato mais direto com a história, cultura, vivência, as relações de parentesco, divisões de trabalho, participação feminina e sua atuação política entre os Assurini. A pesquisa de campo possibilitou, desta forma, um conhecimento prévio sobre esta população, para que fosse possível perceber mais a fundo suas relações no dia a dia, os conflitos e lutas que estabelecem para conseguir direitos perante a sociedade não indígena. Pôde-se observar e analisar, no decorrer da pesquisa, que a mulher tem participação significativa entre os Assurini, exercendo papéis de suma importância para funcionalidade de sua comunidade, pois estão atuando diretamente seja como professoras, mães, avós, buscando melhorias para seu povo, participando diretamente na luta por direitos fora da Reserva e dentro dela, assim como nas práticas culturais e religiosas, tendo participação em festas de iniciação, onde exercem função de grande importância para sua realização, tanto na dança, como no canto e na música, fundamentais para manutenção da cultura Assurini.

  • MARIA DE FATIMA RODRIGUES NUNES
  • “APRENDE BRINCANDO”: A CRIANÇA ATUANDO ENTRE O POVO ASSURINI DO TROCARÁ, MUNICÍPIO DE TUCURUÍ-PA

  • Data: 17/03/2017
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  • O presente trabalho tem como objetivo principal analisar o processo de aprendizagem e socialização das crianças da Reserva Trocará e quais os diferentes papéis em que elas atuam nessa sociedade. Percebe-se que a infância indígena é carregada de significados e a presença infantil está em todos os campos da sociedade indígena neste sentido, logo, é indispensável entender como a criança na comunidade indígena Trocará socializa e interage com os saberes que fazem parte do processo de ensino-aprendizagem desse povo indígena. Para tanto, se buscou como referencial teórico-metodológico estudos de autores que discutem a temática, como Andrade (1992), Arnaud (1989), Silva (2008), Grupioni (2001), Cunha (1012), Cohn (2005, 2010), Fernandes (1976), Nunes, (2003), Kramer, (2003), Ribeiro (2014) e Hall (2012). Posteriormente, foi realizada a pesquisa de campo, em que, por meio da técnica da Observação Participante, buscou-se a observação do dia a dia das crianças, suas formas de brincar e socializar com a comunidade, entrevista com as lideranças e as crianças. A pesquisa se utilizou de documentos escritos, imagéticos e a fonte oral, mediante relatos orais e histórias de vida. Dados deste trabalho constataram que os estudos relacionados à infância vêm crescendo graças à Etnografia, História e Antropologia e, a partir desses estudos, a criança começa a ser estudada como sujeito completo e formador de conhecimento. O ensino e aprendizado se dá nos vários campos e espaços Assurini, e pela transmissão de conhecimento, a criança participa ativamente do seu próprio aprendizado. A criança tem um papel socializador, pelas brincadeiras, pela oralidade e pelo observar, ela perpetua sua identidade e valoriza sua cultura, fazendo com que a sociedade Assurini continue se afirmando como um povo indígena, entre o qual a educação é aprendida e repassada pelas próprias crianças, gerando um espaço de grande aprendizado, em que as crianças têm papéis decisivos.

2016
Descrição
  • CLAUDETE COSTA QUARESMA RANIERI
  • EDUCAÇÃO E RESISTÊNCIA NA COMUNIDADE DO BAIXO ITACURUÇÁ EM ABAETETUBA NO PARÁ: MEMÓRIA DE LUTA NA AFIRMAÇÃO E VALORIZAÇÃO DA IDENTIDADE QUILOMBOLA

  • Data: 20/10/2016
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  • O presente trabalho apresenta os resultados da pesquisa Educação e Resistência na Comunidade do Baixo Itacuruçá em Abaetetuba no Pará: O Papel da Escola Santo André na Afirmação e Valorização da Identidade Quilombola, que objetiva compreender como esses processos educativos contribuíram e contribuem para as vivências cotidianas dos elementos constitutivos da resistência quilombola: a educação, a memória e a identidade. Subsidiado teoricamente nos referenciais da educação popular, especialmente nas obras de José Reis, Flávio Gomes, Vicente Salles,Robert Slenes, Nilma Lino Gomes, Miguel Arroyo,Tomas Tadeu da Silva, Antônio Ciampa, Frigoto, Vera Candau, buscamos entender o quilombo na sua epistemologia da resistência. A metodologia da pesquisa etnográfica foi subsidiada pelos aportes do conhecimento colaborativo., A inserção na comunidade aconteceu no período de dezembro de 2015 a agosto 2016. Participaram da pesquisa 18 pessoas e na análise das falas desses colaboradores buscamos compreender como esses processos educativos de resistência e práticas curriculares contribuíram e contribuem para a construção da identidade quilombola dessa comunidade. O estudo foi elaborado por meio da pesquisa de campo, com a utilização da técnica da coleta de dados, observação, registro do cotidiano no diário de campo.O lócus da investigação limitou-se a comunidade Nossa senhora do Perpetuo socorro no Baixo Itacuruçá em Abaetetuba no estado do Pará, por ser uma comunidade Quilombola, com uma trajetória de luta e resistência para garantia de direitos a educação e melhoria nas condições de vida, onde a escola busca se firma como protagonista neste processo de resistência. O registro de caráter etnográfico, a partir de um diário de campo, tem favorecido tal observação. A análise das entrevistas nos possibilitou perceber a emergência de duas compreensões de educação oriundas das falas dos profissionais da educação entrevistados: a de que educação escolar passa por descaso do poder público e que evidencia se como um instrumento da perpetuação e disseminação do preconceito; a de que a educação construída no espaço escolar, através da luta da comunidade, das organizações pode ser um instrumento de transformação dessa própria realidade .

  • IDALINA FERREIRA CALDAS
  • EUTANÁZIO E AS DORES DO MUNDO: CONSIDERAÇÕES SOBRE A VONTADE, A MORTE, O AMOR E A EDUCAÇÃO

  • Data: 12/09/2016
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  • A pesquisa visa realizar uma análise da primeira obra do autor paraense Dalcídio Jurandir Chove nos Campos de Cachoeira. Apresenta como temática “Eutanázio e as dores do mundo: Considerações sobre a vontade, a morte, o amor e a educação”. O foco da análise se direciona na busca da compreensão do personagem Eutanázio que, juntamente com seu irmão Alfredo compõe o protagonismo da narrativa. Eutanázio apresenta-se como um personagem complexo e emblemático que percorre toda narrativa manifestando seus dramas internos e tramas familiares e sociais, e com isso evidencia uma riqueza de questionamentos que nos permite pensar questões da existência humana e da educação. Por intermédio de Eutanázio a pesquisa visa estabelecer um diálogo entre a literatura de Dalcidio e a filosofia de Schopenhauer, sem pretensão de enaltecer ou sobrepor um ou outro campo do conhecimento, mas, sobretudo, potencializar o fecundo diálogo entre literatura e filosofia para se pensar questões relacionadas ao homem, ao mundo e à educação. Como abordagem metodológica, a pesquisa se integra numa perspectiva hermenêutica de descrição e interpretação da obra Chove nos Campos de Cachoeira e Dores do Mundo. Por meio de um movimento descritivo e interpretativo, enveredamos pelos caminhos que o personagem enfoca em sua trajetória como: Amor, Dor e a Morte, a partir destas temáticas a pesquisa pretende considerar uma Educação que esteja alicerçada na perspectiva do humano e na transfiguração da dor em afirmação da vida.

  • JOÃO BATISTA WANZELER
  • EDUCAÇÃO EM MOVIMENTO, TRABALHADORES RURAIS EM FORMAÇÃO: um estudo sobre lideranças no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Cametá/PA
    (décadas de 1970-90)

  • Data: 29/04/2016
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  • A presente dissertação objetiva analisar o processo de formação de lideranças sindicais em Cametá/PA nas décadas de 1970/90, destacando os aspectos significativos desse processo educativo dentro do lócus de observação o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cametá, situado no Nordeste do Estado do Pará, que se constituiu ao longo dessas décadas, na principal entidade representativa dos interesses dos trabalhadores rurais do Município de Cametá. Posiciona os processos educativos considerando o histórico da formação sindical e as influências das diversas concepções educativas. Abordaremos as primeiras iniciativas formativas e as experiências seqüenciais que proporcionaram a criação de espaços específicos de formação e qualificação dos trabalhadores rurais que atuavam neste sindicato e como estas formações foram importantes para a construção de lideranças políticas. A pesquisa caracterizou-se a partir de uma abordagem qualitativa, onde foi utilizado um conjunto de documentos produzidos no interior da entidade, como anais de congressos, atas, relatórios, registros fotográficos e cartilhas educativas que faziam referências às experiências formadoras. Como instrumentos de coleta de dados foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com líderes, assessores, pesquisadores e demais membros do sindicato. A idéia é, para além de uma identificação de informações, analisar os dados à luz do contexto em que foram produzidos, associarmos com os resultados das entrevistas na pesquisa de campo. Por fim, a pesquisa relata a trajetória histórica deste movimento nesta região, e como estes estão interligados ao cenário das organizações políticas a nível estadual e nacional, onde se transformaram em sujeitos comprometidos com os projetos sociais em defesa da cidadania, opondo-se ao domínio da lógica do capital.

  • JULIANO SISTHERENN
  • PRINCÍPIOS EPISTEMOLÓGICOS PARA UMA PEDAGOGIA DE BASE
    COMPLEXA

  • Data: 28/04/2016
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  • Esse trabalho discute alguns princípios epistemológicos para uma pedagogia de base complexa,
    e reflete sobre como essa pedagogia pode contribuir para a reforma do pensamento. Reformar
    o pensamento da humanidade através da educação parece ser a grande utopia sonhada e
    empreendida por Edgar Morin. Também nós queremos pensar com ele, por meio de seus
    escritos e de comentadores, como essa reforma pode passar pela via pedagógica. Para Morin, a
    relação entre vida e pensamento é indissociável, pois o pensamento impulsiona a dinâmica da
    vida, da mesma forma que as experiências vividas movem o pensar. Sendo assim, como parte
    de nossa experiência vivida, a formação filosófica orienta nosso trabalho hermenêutico
    reflexivo de leitura, interpretação e produção de texto. Como método, seguimos a máxima
    moriniana, inspirada no verso do poeta Antônio Machado, O caminho se faz ao andar. Pelo
    caminho da história pessoal de Morin compreenderemos melhor seu método, o qual permite
    discutir as bases paradigmáticas das ciências, bem como repensar a educação, no sentido de
    favorecer uma religação dos saberes. Nosso trabalho, que pretende estabelecer uma relação
    constante entre o todo e as suas partes e, no entrelaçamento dessas, formar uma unidade diversa,
    parte do desenvolvimento do pensamento moderno para compreender a elaboração de uma
    epistemologia da complexidade, e, a partir dela, pensar e propor uma pedagogia de base
    complexa como caminho para a reforma do pensamento. Em seguida, o princípio da
    reintrodução do sujeito cognoscente no processo do conhecimento; o princípio da incerteza; o
    princípio do inacabamento e o princípio de uma racionalidade aberta são apresentados e
    discutidos como princípios reitores da complexidade. Por fim, pensamos e propomos uma nova
    pedagogia, a qual compreende os erros e as ilusões como problemas da vida e do conhecimento;
    entende a contradição e a dialógica como princípios da vida, da ciência e da educação e faz uso
    do método da complexidade para a aprendizagem prosaica e poética da cultura como uma via
    para a reforma do pensamento.

  • RUBENS DA COSTA FERREIRA
  • QUALIFICAÇÃO PARA O TRABALHO ENQUANTO PROCESSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA DOS SERVIDORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS DA UFPA/CAMPUS DE CAMETÁ

  • Data: 27/04/2016
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  • Este trabalho analisa a configuração do processo de formação dos servidores técnico-administrativos da UFPA/Campus de Cametá, no que tange aos cursos de capacitação desenvolvidos pela Coordenadoria de Capacitação e Desenvolvimento (CAPACIT/UFPA). Partindo da configuração do lócus de pesquisa, o espaços do CAPACIT/UFPA e do Campus de Cametá, são estabelecidos os procedimentos que norteiam a efetivação da pesquisa, em termos de abordagem qualitativa do tipo descritivo-analítico, cujo método de análise foi o materialismo histórico-dialético, bem como a revisão bibliográfica sobre as principais categorias de análise, tais como capacitação, qualificação, gestão gerencial, unilateralidade, omnilateralidade, emancipação, capital humano e neopragmatismo. Foram analisados documentos que regem a política nacional de qualificação técnica-administrativa, bem como os documentos, no âmbito da UFPA, que tratam da qualificação desses sujeitos, para investigar como se materializa o processo de qualificação dos servidores do Campus de Cametá. Nesse contexto, foram consideradas os documentos as três dimensões dessa qualificação: a dimensão prática; a dimensão dos sujeitos e a dimensão política. Todo esse conjunto de elementos permitiu constatar que as diretrizes para a qualificação dos servidores técnico-administrativos da UFPA e a materialização das ações de formação ocorrem em uma perspectiva de formação unilateral, neopragmática, através da gestão por competência, fomentada pela administração pública gerencial.

  • GILDECI SANTOS PEREIRA
  • PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS (PAR): IMPLICAÇÕES NA
    DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO DA EDUCAÇÃO DA REDE DE ENSINO
    MUNICIPAL DE MARABÁ/PA

  • Data: 25/04/2016
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  • O estudo intitulado de “Plano de Ações Articuladas (PAR): implicações na democratização da
    gestão da educação da rede de ensino municipal de Marabá/Pa” teve por objetivo analisar as
    implicações do PAR na gestão da educação no município de Marabá por meio do estudo dos
    indicadores de democratização. O recorte temporal do estudo compreende os anos de 2007 a
    2014, que correspondem às duas versões do PAR (2007 a 2011; 2011 a 2014). A abordagem
    metodológica foi a qualitativa, sendo utilizadas como técnicas a análise documental e a
    entrevista semiestruturada realizada com um total de 08 (oito) informantes. Dentre principais
    autores que fundamentam a pesquisa podemos destacar OLIVEIRA, (1997; 2002) que
    analisa aspectos das políticas educacionais e da gestão na educação, sobretudo a gestão
    democrática e PARO, (2010) que analisa o caráter conservador da administração/gestão, bem
    como suas múltiplas determinações econômicas e sociais discutindo os supostos básicos de
    uma gestão comprometida com a transformação social. Tomando por base as diretrizes do
    Plano de Metas Compromisso Todos Pela Educação – PMCTE, no tocante organização da
    educação que tem como ferramenta de materialidade o PAR, optamos por analisar a dimensão
    de gestão da educação, dentre as quatro que o referido plano contempla, enfatizando a área de
    gestão democrática por meio da análise dos seguintes indicadores: Existência e
    Funcionamento de Conselho Escolar – CE; Existência e funcionamento do Conselho
    Municipal de Educação (CME); Existência e funcionamento do Conselho de Alimentação
    Escolar (CAE); Existência e funcionamento do Conselho do Fundo de Manutenção e
    Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
    (FUNDEB). Esse estudo demonstrou que a adesão ao PAR pelo referido município pouco
    alterou o processo de democratização da gestão da educação, pois pelo critério de pontuação
    estabelecido pelo MEC as condições eram satisfatórias não tendo gerado as ações de
    aperfeiçoamento democrático. A análise dos indicadores de gestão democrática - conselhos de
    educação e de controle social – demonstrou que, embora esses colegiados sejam importantes
    na organização da educação, pautados pelo forte discurso acerca da gestão democrática, a
    experiência vem assumindo características do modelo de gestão gerencial, com ênfase nos
    resultados, na medida em que incentiva a manutenção de um sistema de avaliação em larga
    escala, orientada para a busca de eficiência do sistema com indução ao cumprimento de metas
    do IDEB.

  • MARIA FRANCISCA RIBEIRO CORREA
  • IDENTIDADE DOCENTE: Representações de Professores/as em narrativas ribeirinhas na Comunidade do Rio Quianduba em Abaetetuba

  • Data: 21/04/2016
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  • A presente dissertação apresenta os resultados da pesquisa intitulada Identidade Docente: representações de Professores/as em narrativas ribeirinhas na Comunidade do Rio Quianduba em Abaetetuba. O estudo foi elaborado por meio da realização da Pesquisa de Campo, através do uso das narrativas orais como fonte de obtenção de informações e análises das representações da identidade docente, com a utilização da técnica de coleta de dados de Grupo Focal, observação e registros realizados no cotidiano escolar, com o objetivo de analisar as representações de Professores/as construídas e veiculadas na oralidade da comunidade de Quianduba, considerando a relação com a prática docente no cotidiano da Escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. O lócus da investigação limita-se a Comunidade do Rio Quianduba no Município de Abaetetuba, Estado do Pará, por ser uma localidade que possui uma estrutura educacional marcante, com uma trajetória de organização e lutas pelas melhorias nas condições de ensino, além de compor um arquipélago das vinte Ilhas do município que estão em processo de regularização fundiária, através dos Projetos de Assentamento criados nessa região a partir de 2005, no caso da Ilha Quianduba. As bases conceituais da pesquisa seguem as orientações de teóricos como Ciampa, Berger e Luckmann, Arroyo e Nóvoa, estes sustentam as discussões e o pensamento sobre identidade, representação e cultura; Williams é a principal referência para a concepção de cultura, por acreditar que a cultura é o lócus da formação e transformação dos sujeitos, é onde construímos nossa maneira de ser, de pensar e de viver. Pela cultura fazemos nossa humanidade, construímos e reconstruímos nossos modos de existir. É no contexto das relações socioculturais estabelecidos que formamos e transformamos nossas identidades, numa relação dialética entre o que somos e o que vamos nos tornando no decorrer de nossas trajetórias pessoais e profissionais. Nesse processo nos representamos e somos representados a partir das posições que assumimos ou ocupamos, nos mais diversos contextos socioculturais por onde passamos. E finalmente a metodologia de pesquisa pautou-se nas concepções e orientações do materialismo histórico dialético a partir da abordagem qualitativa com realização de Pesquisa de Campo sustentada pelas ideias de Marx, Ludke e André, Duarte, Gatti e Triviños. Para tratar das narrativas nos apoiamos nas ideias de Josso e Oliveira. As técnicas de investigação utilizadas foram, principalmente, a entrevista semiestruturada, a observação e registros das vivências. A reflexão se fez necessária no sentido de pensar as representações de Professores/as “por dentro” da profissão e pelos seus sujeitos, o que até então tem sido feito mais pela tradição pedagógica do que pela tradução dos sentidos, desejos e saberes produzidos e veiculados por professores, pais, alunos e demais membros da comunidade escolar de Quianduba.

  • LÍLIA CHRISTIANE VANZELER VIANA
  • O IDEÁRIO TEÓRICO METODOLÓGICO DO PNAIC: POSSIBILIDADES DE RUPTURAS NO CHÃO DA SALA DE AULA.

  • Data: 19/04/2016
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  • Esta pesquisa é resultado de um estudo realizado durante o curso de Pós-Graduação em Educação e Cultura, da Universidade Federal do Pará, na Linha Cultura e Linguagem, sob o título “O Ideário Teórico Metodológico do PNAIC: Possibilidades de Rupturas no Chão da Sala de Aula”. Busca investigar possíveis e/ou efetivas rupturas provocadas pelo PNAIC, suas prescrições teóricas-metodológicas nos modos de ver, fazer e experimentar a práxis pedagógica mediadas pelos professores alfabetizadores e seus desdobramentos no chão da sala de aula. No percurso metodológico, foram realizadas análise dos Manuais, diretrizes e Cadernos de Formação do Programa, observações e intervenção em sala do 3º ano do Ensino fundamental, bem como nos cursos de formações, e realização de rodas de conversas, com cinco professores que fazem parte do ciclo de alfabetização (1º ao 3º ano) e uma professora do 4º ano. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo e tem a abordagem sócia histórica como orientadora da investigação. Tomamos como referencial teórico, para análise dos dados, a abordagem histórico cultural sobre a compreensão do desenvolvimento humano, desenvolvida por Vygotsky e colaboradores. Os direcionamentos e redirecionamentos assumidos na pesquisa permitiram manter a interação com a realidade investigada e compreendê-la como algo vivo e dinâmico, pois Vygotsky (2000) sugere que o fenômeno deve ser estudado em seu processo de acontecimentos, em suas condições reais de produção. De acordo com os dados levantados e analisados identificamos a uniformidade e homogeneidade que, ainda hoje, compreende a dinâmica interativa do chão da sala de aula, a qual não se apresenta como um espaço interlocutivo como propõe Bakhtin. As crianças, são vistas de forma idealizada e homogênea, ignorando a criança real, que por meio de sua linguagem expressiva, negam os métodos de aprendizagem que lhes são disponibilizados. A linguagem trabalhada ainda é, artificial, fragmentada e controlada, como denuncia Vygotsky, reduzida a sua função denotativa, mesmo sabendo que esta é fruto da experiência humana, que tem valores e características próprias para cada sujeito. As práticas pedagógicas parecem se apresentar como rituais preocupados com a forma e com a norma e assim, as crianças não vivem o ensino da leitura como prática social. Percebemos que, as formações que os professores recebem, ainda, não está dando conta de desestabilizar as concepções de alfabetização dos professores e não estão situadas no contexto sócio histórico de vivência das crianças. Portanto, não consegue afetar as práticas metodológicas historicamente construídas pelos alfabetizadores em suas formações anteriores e que são influenciadas por fatores internos e externos, bem como não garante uma segurança para o exercício de seu trabalho docente. A maioria dos professores acredita no seu método como o melhor, mas não dão conta de afetar, motivar e trazer as crianças para as relações com o conhecimento. As exigências com registros e controle de resultados das atividades desenvolvidas, acabam gerando, por diversas vezes, simulacros na sala de aula, assim os direitos de aprendizagem acabam não sendo consolidados e o PNAIC, não consegue afetar, ainda, esses sujeitos com sua proposta teórico-metodológica e/ou tenta romper com as práticas tradicionalmente enraizadas, mas as condições sócias, matérias e estruturais os “impedem” de traçar novos caminhos e cumprir com o objetivo do Programa.

  • DANIELE DA SILVA COSTA
  • A RELAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: A VOZ DE EGRESSAS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CAMPUS MOJU EM ATUAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL

  • Data: 13/04/2016
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  • A presente Dissertação de Mestrado tem por objetivo encontrar respostas sobre a formação repassada pela Universidade do Estado do Pará Campi Moju a dez egressas de pedagogia anos de 2008 e 2009, sendo cinco de cada turma, quanto a teoria e a prática, e em que essas duas categorias refletem hoje, na atuação no Ensino Fundamental. Nessa tessitura, a problemática de nossa pesquisa, foi a seguinte: Como se deu a formação teórica e prática das egressas das turmas de pedagogia anos 2008 e 2009 da UEPA Moju, e a sua articulação hoje na escola, no Ensino Fundamental? Esse fator desencadeou o método qualitativo de análise da pesquisa, por via de um Memorial Narrativo Reflexivo gravado com dez egressas anos de 2008 e 2009 do referido Campi. Em linhas gerais, utilizamos como apostes teórico como Triviños que abordou a pesquisa de caráter qualitativo; Bakhtin construindo a discussão sobre a linguagem, relatos e dialogismo dos sujeitos da pesquisa; Saviani, Gatti e Libâneo acerca da formação docente e seus pressupostos históricos; entre outras referências primordiais a construção desta pesquisa. Dos resultados, destacam-se quatro elementos: a contribuição da teoria e prática da UEPA- Moju no exercício da prática docente; o segundo elemento consistiu nos subsídios direcionados as disciplinas do curso, todavia a dificuldade encontrada se concentrou na desarticulação das atividades práticas das aulas teóricas; o terceiro fator se deu no distanciamento do Projeto Político Pedagógico da formação universitária das egressas, quanto à discussão e objetivo do mesmo para o Curso de Pedagogia, e por último a definição do que seria teoria e prática para as egressas, em que grande maioria das professoras definiram em um mesmo contexto a importância e significação das duas categorias de análise. Nesse modo, propomos uma proximidade da Universidade junto a escola básica na formação dos ingressos de pedagogia e a reformulação do P.P.P de Pedagogia da Universidade do Estado do Pará.

  • PAMELA PAULA SOUZA NERI
  • Memória-esquecimento da história e cultura indígena em Cametá: uma arqueogenealogia dos fios narrativos na trilha indígena da Aldeia e Torrão-Mupi

  • Data: 11/04/2016
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  • Esta dissertação de Mestrado apresenta os resultados de uma pesquisa com o objetivo de
    descrever e analisar os rastros e os apagamentos discursivos da cultura indígena no município
    de Cametá-PA. O locus de investigação tem como recorte o que chamamos de trilha indígena:
    Aldeia, Cujarió, Pacajá, Cametá-Tapera e Torrão-Mupi, comunidades que possuem uma forte
    incidência histórica e cultural da presença indígena nas suas constituições. Para tanto,
    selecionamos seis narradores, três no bairro da Aldeia e três na comunidade do Torrão-Mupi,
    que foram entrevistados (entrevistas semiestruturadas), a fim de suscitar narrativas
    autobiográficas. As bases conceituais da pesquisa foram fomentadas por teóricos como Homi
    Bhabha, Stuart Hall, construindo a base dos estudos pós-coloniais e as identidades na pósmodernidade;
    Jacques Le Goff, Paul Ricouer e Maurice Halbwachs para a concepção dos
    estudos da memória; e a alteridade foi pautada nos postulados de Tzvetan Todorov, Enrique
    Dussel e Boaventura de Souza Santos. A metodologia da pesquisa se pautou na construção de
    um ensaio etnográfico baseado na investigação indiciária histórica de Carlo Ginzburg, além
    da arqueogenealogia de Michel Foucault, em seu movimento de análise crítica e histórica.
    Pautamos a investigação, de igual modo, nos materiais documentais e fontes históricas
    levantadas ao longo desse itinerário. Dos resultados, podemos destacar três movimentos de
    problematização no tocante aos rastros, oriundos da pesquisa de campo, tais como: a
    urbanização, o coronelismo e o surto do cólera em 1855. Os três desencadearam ainda a
    problematização de arquétipos ideológicos de pensamentos, tais como: “A Terra dos
    Romualdos”, “A Cidade Invicta” e “A Terra dos Notáveis”. Finalizando a pesquisa, partindo
    da perspectiva da alteridade e da memória, adentramos para o campo educacional, para traçar
    um relato de experiência sobre a contribuição da pesquisa, na concepção de um currículo
    intercultural na Escola Francisca Xavier, no Torrão-Mupi. Para tanto, traduzimos a
    metodologia da pesquisa para o ensino, arqueogenealogia e o método indiciário para novas
    possibilidades de aprendizagem da história e cultura indígena, com pauta nos resultados da
    pesquisa.

  • ANTONIA LENILMA MENESES DE ANDRADE
  • Mulheres quilombolas

    Movimento, Lideranças e Identidade

  • Data: 23/03/2016
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  • No trabalho, Mulheres quilombolas do Cravo: Movimento, Lideranças e Identidade. Discutiremos os processos de empoderamento e liderança de mulheres da Comunidade remanescente de quilombola do Cravo, localizada no município de Concórdia do Pará, na região nordeste do Estado do Pará. Direcionamos como foco central a atuação das mulheres no Movimento de Mulheres Transformadoras do Campo e da Cidade (MMTCCB) e no movimento quilombola. No transcurso deste estudo, levantamos questões acerca da atuação das mulheres negras no MMTCCB que alicerçou a formação de uma identidade coletiva de gênero, e resultou na formação de mulheres como lideranças da localidade. Também abordamos a participação de mulheres no processo de regularização das terras quilombolas, ressaltando a importância de suas atuações para a conquista do título definitivo, como comunidade remanescente de quilombo. Neste sentido, esta pesquisa faz uma leitura das histórias de mulheres do Cravo e da organização desta comunidade, através de trajetórias individuais e coletivas dos sujeitos pesquisados. Para aprofundamento das análises da pesquisa, utilizamos como metodologia a História Oral, a partir dos conceitos epistemológicos de Thompson (1992); tal metodologia apresentou-se como adequada aos propósitos desta investigação, pois implica a produção do conhecimento a partir do discurso do sujeito sobre a situação concreta vivida. Possibilitando, portanto, abordar e aprofundar um momento específico das trajetórias de vida dos sujeitos na conjuntura presente, retomando elementos de seu passado. Para tal, foram aplicadas entrevistas semiestruturadas e abertas. Além disso, foi feito uso da observação etnográfica, com o trabalho de campos, e análise de documentos escritos. Fontes imagéticas e impressas também foram privilegiadas no procedimento de análise de dados.

  • SUSANA BRAGA DE SOUZA
  • EDUCAÇÃO E SABERES CULTURAIS ENTRE OS INDÍGENAS ANAMBÉ NA
    REGIÃO DO TOCANTINS, PARÁ

  • Data: 21/03/2016
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  • O presente estudo, intitulado Educação e Saberes Culturais entre os Indígenas Anambé na
    Região do Tocantins, no Pará, teve como objetivo identificar e analisar os possíveis
    diálogos entre os saberes e práticas culturais do povo Anambé e o saber formal na Escola
    Municipal de Ensino Fundamental Indígena Aipã Anambé, refletindo a respeito de como
    se processa o diálogo intercultural entre os saberes escolares e o povo indígena Anambé. A
    pesquisa caracterizou-se a partir de uma abordagem qualitativa do tipo etnográfica, os
    instrumentos de coleta de dados foram: observação in loco; entrevistas semiestruturadas
    com professores não indígenas que atuam na Aldeia Anambé, professor indígena, alunos,
    moradores, coordenadores de ensino da Secretaria Municipal de Educação do Município de
    Moju SEMED-Moju, lideranças indígenas; registros fotográficos e atividades realizadas
    em sala de aula. A organização e análise dos dados permitiram a construção de uma
    cartografia de saberes e práticas culturais, em que se descreve práticas e saberes da cultura
    Anambé em seu cotidiano. Desta forma, ao observar as diferentes vivências na aldeia
    indígena Anambé, no município de Moju, se constatou a importância dos seus habitantes e
    a contribuição destes para a formação da sociedade na região do Tocantins, pois ainda
    preservam um conjunto de saberes culturais. De um lado alguns desses saberes do povo
    Anambé podem ser encontrados nas práticas socioeducativas escolares, com um único
    professor indígena, sem formação específica, que tenta relacionar, minimamente, os
    saberes. Por outro lado, a maioria dos professores não indígenas desenvolve uma prática de
    ensino oficial das escolas brasileiras, através da língua portuguesa, sem fazer relação com
    os saberes e práticas culturais locais, o que, sem dúvida, colabora para manter um ensino
    convencional, que minimiza os saberes e práticas culturais da população indígena em
    questão.

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