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DEBORA ELAYNNE COSTA MORAES
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IMPLICAÇÕES DO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL NA FORMAÇÃO DE ASSISTENTES SOCIAIS, EM TEMPOS DE DISTANCIAMENTO SOCIAL, NO MARAJÓ DAS FLORESTAS/PA
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Orientador : MARIA SUELI CORREA DOS PRAZERES
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Data: 31/12/2022
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A pesquisa analisa as implicações do Ensino Remoto Emergencial (ERE) no contexto formativo de Assistentes Sociais pela Universidade Federal do Pará – Campus Universitário do Marajó – Breves (CUMB), em tempo de distanciamento social, na conjuntura da Pandemia do Novo Coronavírus. Adotou-se como referencial teórico – metodológico o Materialismo Histórico e Dialético (MHD), uma vez que permite analisar as contradições históricas existentes no sistema capitalista através da luta de classes entre burguesia e o proletariado que influenciam diretamente nas relações objetivas e subjetivas cotidianas dos sujeitos, permitindo desmistificar as compreensões ideológicas e hegemônicas inerentes ao status quo vigente. Como referenciais teóricos dialoga-se com Marx (1969; 1979; 1985; 2008), Meszáros (2008), e Antunes (2003). As técnicas de coletas utilizadas foram a aplicação de questionário com alunos, entrevistas semiestruturada com docentes e gestores e análise documental. Nesse sentido, analisamos as implicações ocasionadas pelas desigualdades sociais historicamente construídas na perspectiva da Amazônia Legal no que competem ao acesso e a permanência às tecnologias digitais e consequentemente evidenciando a proposta metodológica do Ensino Remoto Emergencial (ERE) como alternativa para a continuidade das atividades acadêmicas em tempos de pandemia do novo Coronavírus de acordo com os seus limites e possibilidades no Arquipélago do Marajó das Florestas. E, constatamos que 90% dos alunos entrevistados não receberam nenhum auxílio da Política de Assistência Estudantil e os que conseguiram ser contemplados, informaram que não foram suficientes para atender as suas necessidades tecnológicas, sendo que, a péssima qualidade da internet tanto por rede Wi-fi quanto pelos pacotes de dados móveis também não responderam as demandas exigidas, bem como, a ausência de estruturas intermediadoras adequadas, tais como: computadores, notebooks, mesa, cadeira, dentre outras, que pudessem propiciar qualidade no ensino aprendizagem dos alunos a partir da adoção do ERE, devido as suas condições socioeconômicas e que essas ausências de aparatos tecnológicos implicaram diretamente no processo formativo dos Assistentes Sociais no Marajó das Florestas. Ademais, os desafios enfrentados pelos professores da Faculdade de Serviço Social em ter que num curto espaço de tempo para formação/qualificação sobre novas ferramentas tecnológicas, tentando conciliar suas atividades docentes e suas atividades domésticas em virtude da adaptação das suas residências em sala de aulas virtuais, extrapolando na maioria das vezes, suas cargas horárias de trabalho, causando adoecimento. Por fim, evidenciou-se as limitações, fragilidades e possibilidades na formação de Assistentes sociais, contexto pandêmico.
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DANIELLE LOPES MARTINS
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CULTURA, IDENTIDADE E TRABALHO DAS MULHERES RIBEIRINHAS AMAZÔNIDAS DO DISTRITO DE CURUÇAMBABA, CAMETÁ (PA)
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Data: 30/12/2022
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A construção da identidade das mulheres precisa ser notada, especialmente em relação ao aspecto do trabalho. Quando se refere às mulheres ribeirinhas, essa necessidade é ainda mais pronunciada. Esta pesquisa analisa os elementos constituintes na construção da identidade das mulheres trabalhadoras ribeirinhas amazônidas moradoras do distrito de Curuçambaba, Cametá (PA), investigando se elas constroem sua identidade a partir dos saberes oriundos do seu trabalho, das suas vivências e da sua cultura. Buscou-se embasamento teórico que fosse além da formação da identidade com aspectos hegemônicos, considerando os autores Hall (2006) e Castells (2018). Em um contexto cultural, considera-se os trabalhos de Bauman (2012) entre outros, também foram considerados os conceitos a respeito da temática trabalho dos autores Antunes (2005; 2009); Zanelli, Andrade e Bastos (2004). Para atingir os objetivos, os caminhos da pesquisa tiveram sua metodologia embasada na teoria fundamentada nos dados (TFD) considerando os estudos de Charmaz (2009) e Prigol e Behrens (2019). Foram realizadas entrevistas com cinco mulheres trabalhadoras ribeirinhas amazônidas, tais entrevistas foram transcritas e analisadas buscando identificar uma construção de identidade associada aos aspectos trabalho e cultura. Foi possível identificar que a construção dessas identidades é gradual, elas apresentam várias identidades que se revelam em diversas circunstâncias nos variados papéis que desempenham. Apresentam elementos constitutivos fundamentais nessa construção identitária, por exemplo, identidade e o corpo; identidade e produção; identidade e adaptabilidade; identidade e política e identidade e saberes. A pesquisa revelou que as atividades domésticas e profissionais executadas por essas mulheres são um fator crucial para a construção da identidade das mulheres trabalhadoras ribeirinhas de Curuçambaba a partir de perspectivas relacionadas ao corpo, à produção, à capacidade de adaptar-se, a um posicionamento político e aos saberes.
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FRANCIELY FARIAS DA CUNHA
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A POLÍTICA DO TRANSPORTE ESCOLAR NO MUNICÍPIO DE CAMETÁ/PA
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Data: 27/12/2022
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A presente dissertação de mestrado analisa a política de financiamento do transporte escolar ribeirinho no município de Cametá/PA, tendo como base o valor/aluno como indicador para calcular os recursos destinados à política do transporte escolar. Os pressupostos teóricos para as análises foram fundamentados em autores como Pergher (2014), Cara (2014), Bremaeker (2011), Pinto (2018), Sena (2014), Carreira e Pinto (2007), Monlevade (1997), Menezes (2008), Gouveia e Souza (2015), Caldart (2004), Carmo e Prazeres (2012), Arroyo (1999) entre outros, além das bases legais referentes ao transporte escolar. A pesquisa traz um panorama da educação municipal, além de apresentar dados sobre o transporte escolar, tais como: os recursos financeiros recebidos pelo município, o quantitativo e origem dos veículos prestadores do serviço, bem como o número de alunos que utilizam o transporte escolar. Metodologicamente, trata-se de um estudo de caso, tendo como base de análise a abordagem qualitativa, realizada em três fases: levantamento bibliográfico, pesquisa de campo e análise dos dados. No decorrer da pesquisa foi utilizado como instrumento de coleta de dados, a entrevista semiestruturada, observação e análise documental. Como resultados, podemos destacar que do total de veículos que prestam serviços de transportes escolar para o município de Cametá/PA, 98% funcionam a partir de contratos de frotas terceirizadas, ou seja, a falta de veículos próprios faz com que a prefeitura mantenha essas contratações para atender os serviços nas comunidades ribeirinhas. A pesquisa identificou um corte significativo no quantitativo de transporte escolar com a justificativa de falta de recurso para mantê-lo, barcos inadequados, superlotação de alunos, desconforto, insegurança, além de muitos estudantes não terem acesso ao transporte, ainda que necessitem. Assim sendo, é uma política que necessita de reordenamento e ampliação de recursos, para garantir o acesso ao transporte escolar de todos os alunos que necessitam ingressar à escola, possibilitando a qualidade, o respeito, as garantias de direito e melhorias das embarcações que conduzem às escolas os alunos das comunidades ribeirinhas de Cametá
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RAIMUNDA MORAES SILVA GONZAGA
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TRABALHO, SABERES E PRÁTICAS DE PESCA DAS MULHERES RIBEIRINHAS DA ILHA SARACÁ, LIMOEIRO DO AJURU (PA): resistência das pescadoras artesanais
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Data: 27/12/2022
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O presente trabalho aborda saberes político-identitários construídos durante o processo de formação da Associação das Mulheres Trabalhadoras na Aquicultura e Agricultura da Ilha de Saracá (AMAIS), Limoeiro do Ajuru (PA). Esta pesquisa teve por objetivo analisar os saberes político-identitários das mulheres pescadoras e agricultoras no desenvolvimento de suas atividades laborais e organizativas, a partir da AMAIS. Toma-se como norte metodológico o Materialismo Histórico-Dialético, com uma abordagem qualitativa, com uso de entrevista semiestruturada, seguindo a análise de conteúdo para compreender as narrativas das informantes, a partir de suas experiências de trabalho. Como base teórica, os trabalhos de Marx (2013), Marx e Engels (2007), Rodrigues (2012), Martins (2017), Barra (2019), Furtado, (2017), Raffestin (1993), Pereira (2014), Lerner (2019), Davis (2016), Toledo (2008), dentre outros. O problema da investigação foi se constituindo nas vivências de pescadora, nas experiências acadêmicas, nos diálogos com a comunidade e nas lutas sociais. Para tanto, a pesquisa revelou em um primeiro momento que, antes mesmo de a AMAIS existir, as mulheres que a formaram já possuíam saberes relacionados às suas vivências e às suas práticas de trabalho. Contudo, no desempenho das suas funções de trabalhadoras, desenvolvidas a partir da associação, essas mulheres construíram saberes político-identitários que ressignificaram suas lutas em sua comunidade. Esses saberes foram identificados como saberes político-identitários de autonomia, pois dizem respeito ao poder de decisão própria dessa mulheres no seu trabalho sem que houvesse a interferência ou coerção externa de terceiros, o que se demonstrou um princípio de liberdade e de independência. Saber político-identitário de consciência de classe que se apresenta como uma consciência e organização coletiva de grupos minoritários em prol de uma classe. O saber político-identitário de conhecimento de causa que está relacionado ao conhecimento adquirido por meio de experiências e observação vivenciadas no cotidiano e que lhes levaram a ter uma boa base teórica sobre seus direitos de pescadoras. Identificou-se também na pesquisa que a mulheres sempre tiveram importante papel na defesa do meio ambiente, fato constatado ainda em manifestos e reinvindicações em favor da Amazônia, elaborados pelas mulheres pescadoras da AMAIS. Por fim, constatou-se que, mesmo em meio à inatividade da AMAIS, os saberes que foram construídos no decorrer dos seus processos de afirmação ainda permanecem vivos, auxiliando-as nas causas sociais da região.
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SILVIA DE LIMA BATISTA
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PARA ALÉM DE UM ENSINO FORMAL: UMA ESCOLA NO/DO QUILOMBO NA COMUNIDADE DE IGARAPÉ PRETO/OEIRAS DO PARÁ
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Data: 20/12/2022
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A presente dissertação de mestrado intitulada: “Para além de um ensino formal: Uma escola no/do quilombo na comunidade de Igarapé Preto/Oeiras do Pará” teve como objetivo dialogar sobre a criação da escola E.M.E.F Zumbi dos Palmares, no quilombo de Igarapé Preto, na cidade de Oeiras do Pará - PA, considerando as lutas, os impactos de uma educação formal nessa comunidade, assinalando, dessa forma, os caminhos percorridos na busca por um currículo que valorize a cultura e a memória do povo africano e afro-brasileiro. Como pesquisadora social e militante da educação. Nos objetivos específicos busquei análisar/interpretar as narrativas de e sobre o sentido da escola formal no quilombo de Igarapé Preto/Oeiras do Pará, para, assim, problematizar como as práticas educativas e saberes diferenciados se entrelaçam com as políticas públicas do Brasil, compreender o sentido da escola e de ser professora/professor negro no/para o quilombo de Igarapé Preto/Oeiras do Pará. Com isso, analisamos a manutenção da tradição afro-brasileira nas relações dos saberes tradicionais no/para o quilombo dentro do espaço escolar e não escolar. Filiada teoricamente à História Social e à Pedagogia Crítica, realizei um levantamento bibliográfico em plataformas digitais acadêmicas e periódicos científicos. Para composição do corpus de análise, efetivamos a prática da História Oral e da Etnografia, que, em tempos de pandemia, nos conduziram a realizar as entrevistas com auxílio de novas tecnologias digitais e ou de gravações com toda a segurança, conforme orientações dos órgãos de saúde. Metodologicamente, utilizei entrevistas através de diálogos momentos em que cada narrador respondeu sobre suas práticas educativas utilizando a oralidade a partir de memórias individuais e coletivas. No referencial teórico utilizado estão autores como: Domingues (2004), Hall (2003), Pinto (2004), Comaroff, J & Comaroff (2010), Freire (1983). O espaço escolar institucionalizado, nosso locús de estudo, a E.M.E.F Zumbi dos Palmares, traz toda uma historicidade pautada de lutas e resistências marcadas pelas memórias e práticas culturais dos povos africanos e afro-brasileiros. Nessa direção, interpretou-se os sentidos(s) da escola formal no quilombo de Igarapé Preto/Oeiras do Pará. A proposta desta pesquisa foi realizar um olhar histórico e político, isso significa que aceitamos o desafio de compreendermos o trabalho com as memórias rememoradas. Como resultados, encontramos uma cultura cotidiana enraizada nos saberes e tradições perpetuadas no território quilombola, adentrando os espaços educacionais regidos pelo Estado havendo outros espaços educacionais tradicionais que se aproximam para além do currículo formal institucionalizado em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana com a realidade sociocultural dos sujeitos locais visando fortalecer sentidos de pertencimentos identitários, ressignificando universo cultural quilombola para dentro e fora dos portões da escola no qual os espaços sociais se configuram num território (sócio) educativo produtor de múltiplas pedagogias. Assim, articulação entre cultura local e o processo educacional são desenvolvidos por educadores compromissados com a ancestralidade utilizando-se de práticas pedagógicas como estratégias de resistência legitimação de seus costumes e modos de vida em tempo presente.
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ANDERSON NEYLON DE FREITAS CALDAS
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A PARTICIPAÇÃO DOS CONSELHOS ESCOLARES DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE ENSINO MÉDIO DA 2ª URE/CAMETÁ NA GESTÃO DO PROGRAMA DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA – PDDE
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Data: 08/12/2022
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O estudo analisa a participação dos Conselhos Escolares das Escolas Estaduais jurisdicionadas à 2ª Unidade Regional de Educação – 2ª URE do Pará na gestão do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. De forma a atingir tal proposito, problematiza-se a participação dos Conselhos Escolares – CE, caracterizados, agora, como Unidades Executoras próprias – UEX, no acompanhamento financeiro dos recursos desse programa, no contexto da gestão gerencial. Metodologicamente a pesquisa é de base qualitativa, desenvolvida através do estudo de casos múltiplos, considerando-se que cada conselho é um caso singular, adotando-se como técnicas a revisão da literatura e análise documental e o tratamento de dados sobre processos do PDDE, através de consultas públicas no Sistema de Gestão de Prestação de Contas (SiGPC). Dentre os documentos analisados citam-se as Portarias do MEC, Medidas Provisórias – MP, Resoluções CD/FNDE, Relatórios de Matrículas, Prestações de Contas, Relatórios do PDDEInfo, Levantamento Situacional PDDE, Estatutos. Na análise dos dados foram consultados autores, tais como Cardoso (2009), Delgado (2015), Gomes (2015), Luiz & Barcelli (2021), Machado (2017), Sudbrac (2022), Reis (2019), Yanaguita (2013), Peroni (2009), dentre outros. Os resultados dessa investigação apontam que a partir das reformas administrativas do Estado brasileiro, da década de 1990, a gestão das políticas educacionais ganhou contornos empresariais, com aparente teor democrático, influenciando fortemente a gestão da escola pública. No campo das políticas de financiamento da educação básica, o FNDE, cumprindo funções normativas, redistributivas e supletivas, promoveu a abertura para novas formas de gestão e a introdução da autonomia gerencial nas escolas, através de suas ações e programas, redirecionando a função dos conselhos escolares, que passaram a ser caracterizados como Unidades Executoras Próprias – UEx. Os resultados apontam que os Conselhos Escolares das escolas sob a jurisdição da 2ª URE atuam, prioritariamente, na implementação e gestão das ações e programas de manutenção e desenvolvimento do ensino, do FNDE, tendo limitada participação como órgão de democratização na escola. Verificou-se, a partir do estudo, que das 14 escolas que compõem a amostra de dados, atualmente, 12 encontram-se com seus conselhos ativos na Receita Federal do Brasil – RFB e 02 estão em processo de constituição de Cadastros Nacional de Pessoas Jurídicas. Dessas escolas, 06 estão com conselhos atualizados e regularizados; 06 estão regularizando suas Unidades Executoras - UEx; 01 em situação inadimplente e; 01 com cadastro vencido. Portanto, na situação atual, apenas 06 Uex estão com suas situações regularizadas e em efetivo funcionamento. A pesquisa revelou ainda que, dentre as escolas que compõem a amostra de dados da pesquisa, a EEEM Professora Osvaldina Muniz recebeu maior montante de recursos do PDDE (R$ 537.441,32) na série histórica estudada, e a Escola que recebeu menor valor foi a EEEM Magalhães Barata (R$ 23.740,00). Esses montantes, no entanto, não constituem critérios comparativos, na medida em que a periodicidade e programas descentralizados entre uma e outra escola são diferentes, bem como o quantitativo de matrículas. Conclui-se, a partir do estudo, que ainda que os conselhos escolares, caracterizados como unidades executoras sejam importantes para a gestão financeira das escolas estes precisam atuar no fortalecimento da gestão democrática destas instituições.
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EDILENE SANTOS DE FARIAS MARTINS
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O SISPAE E A QUALIDADE DO ENSINO: diagnóstico das escolas públicas de Ensino Médio no município de Breves-PA a partir da análise de indicadores educacionais (2011 a
2020)
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Data: 30/11/2022
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O presente texto aborda sobre a qualidade educacional auferida pelas avaliações em larga escala, especificamente o Sistema Paraense de Avaliação Educacional - SisPAE, a partir de sua implantação. Essa política pública foi concretizada pelo Programa de Melhorias da Qualidade e Expansão da Cobertura da Educação Básica no Estado do Pará, através de ações elaboradas pelo movimento Pacto pela educação do Pará, que utiliza o SisPAE como instrumento de regulação e controle da qualidade da educação básica paraense. Dessa forma, a pesquisa pretende analisar o diagnóstico de qualidade do ensino médio na rede estadual do município de Breves-Marajó, a partir do SisPAE, no período de 2011 a 2020. Assim, buscamos: a) conhecer os elementos que estão sendo considerados nas políticas públicas de promoção de qualidade educacional no Brasil considerando a reorganização do sistema educacional após anos de 1990; b) compreender o processo de implantação do SisPAE no Estado do Pará e as relações com as políticas de caráter neoliberal de contexto global e c) identificar, no recorte temporal de dez anos (2011-2020), se a implementação do SisPAE, obteve resultados pretendidos para as escolas públicas da região de Breves, haja vista a sua relevância destacada nas metas estabelecidas nos planos definidos para educação e a forte influência dos organismos multilaterais. Adotou-se, como procedimento metodológico, a pesquisa documental em fontes diversas sobre indicadores econômicos, sociais e educacionais, relatórios e contratos, regulamentos disponíveis em sites, órgãos oficiais do Estado e de Organizações Internacionais. Foi utilizado como método, a análise de conteúdo nos dados coletados através da abordagem qualitativa. Após as análises, verificou-se a limitação do Sistema de avaliação paraense em relação à qualidade educacional no período analisado. Observa-se que essa política, pautada em testes padronizados, converge com as orientações de organismos internacionais, ao utilizar instrumentos gerencialista na promoção de uma qualidade educacional. Ao legitimar o indicador como termômetro de qualidade educacional, sendo esse o uso de desempenho do aluno, revelam um caráter reducionista da educação, pois exclui fatores intra e extra-escolares importantes. No entanto, mesmo a análise apontando a ineficiência da educação pública no município, pelos baixos resultados do SisPAE, forma pela qual o mercado utiliza para consolidar o pensamento hegemônico sobre a educação pública, os indicadores de fluxo, condições de acesso e fatores socioeconômico, revelam que a desigualdade social da região é a variável de maior relevância nos resultados negativos na avaliação em larga escala, e não simplesmente a escola, professor e aluno.
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LETICIA DOS SANTOS FURTADO
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TERRITÓRIO EDUCATIVO DAS ÁGUAS: Os saberes viabilizados no currículo das escolas ribeirinhas no Arquipélago do Marajó, Pará
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Data: 30/11/2022
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Este trabalho analisa o Território Educativo das águas tecendo um estudo acerca dos saberes culturais e do currículo das escolas ribeirinhas no Arquipélago do Marajó/Pará. Busca-se problematizar o currículo e os saberes culturais enquanto elementos de constituição dos sujeitos do município de Ponta de Pedras, Marajó-PA. Para tanto, procurou-se compreender essas relações a partir dos eixos de análise a educação ribeirinha, saberes culturais e currículo. Os estudos sobre currículo e a relação deste com a realidade cultural dos estudantes que vivem no município, com a finalidade de dar visibilidade aos saberes locais que constituem as identidades culturais dos ponta-pedrenses ribeirinhos. Do ponto de vista metodológico, as análises da pesquisa em questão, epistemologicamente, estão sustentadas no referencial do materialismo histórico dialético (MARX, 2008) Neste contexto, as categorias totalidade, contradição e mediação configuram-se aqui como fundamentais para a compreensão de como as relações histórico-social estruturam a materialidade dos saberes culturais que caracterizam os sujeitos ribeirinhos de Ponta de Pedras, além de vislumbrar de que modo o currículo escolar influencia na constituição do sujeito marajoara. Para discutir a concepção de currículo apoiamo-nos nas ideias de Moreira e Candau (2004, 2008), Moreira (2002, 2009, 2012); Sacristán (1995, 2012, 2013), Apple (2006), Santomé (1995, 2013), Arroyo (2011, 2012) e Silva (1995); mediante a categoria escolas ribeirinhas, utilizamos das concepções de Dias (2009), Lima (2011), Oliveira (2001, 2003, 2008, 2011, 2015), Carmo (2016), Pires (2016), Hage (2005, 2010, 2012, 2015), Caetano (2013), Costa (2021); por fim, para nortear a categoria saberes culturais, detemo-nos aos estudos de Rodrigues (2012), Basílio (2006) e Marín (2007), entre outros que desenvolvem estudos interligados à área de estudo desta pesquisa. Logo, esta dissertação se deu no território ponta-pedrense e teve um olhar voltado aos conteúdos curriculares estabelecidos como processo de seleção e organização, com intuito de questionar e analisar as propostas curriculares vigentes e verificar se/como os sujeitos das escolas ribeirinhas (professores e estudantes) estão abordando tais saberes no currículo, de modo a contribuir para o reconhecimento e fortalecimento das identidades marajoaras. Assim, averiguou-se que ainda persiste uma visão tradicional de currículo, dentro de uma perspectiva cultural conservadora. Ela fixa o conhecimento como fato, como informação. Isso é notável nas construções curriculares disponibilizadas pela Secretaria Municipal de Educação para a escola ribeirinha, com pouca ou nenhuma alteração, discussão e transformação. Por fim, adentramos na fala dos docentes ribeirinhos que vivenciam suas práticas de saberes nesse território educativo, de modo a viabilizar suas singularidades e lutas. Para tanto, foram trabalhadas as análises dos documentos curriculares trabalhados nas escolas ribeirinhas, a fala dos sujeitos da comunidade pesquisada e dos professores que trabalham com esse currículo, de forma a compreendermos acerca de como esse território educativo das águas tem dado inserção e a viabilização dos saberes locais produzidos nos contextos culturais dos estudantes.
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RARYSON MACIEL ROCHA
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O “NOVO” ENSINO MÉDIO E OS (IM)POSSÍVEIS IMPACTOS NO ENSINO DE FILOSOFIA NAS ESCOLAS ESTADUAIS DA CIDADE DE BREVES-MARAJÓ- PARÁ: Uma análise da Lei 13.415/2017 e do DCEPA em interface com a perspectiva docente de nível médio.
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Data: 30/11/2022
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O texto aqui apresentado é resultado da pesquisa de Mestrado em Educação e Cultura, na linha de Políticas e Sociedade, sob o título “O ‘novo’ ensino médio e os (im)possíveis impactos no ensino de Filosofia nas escolas estaduais da cidade de Breves-Marajó-Pará: Uma análise da Lei 13.415/2017 e do DCEPA em interface com a perspectiva docente de nível médio”. O objetivo dessa pesquisa é compreender quais os possíveis impactos que ocorrerão no ensino da Filosofia nas escolas públicas estaduais do município de Breves-Marajó-Pará a partir do que prevê a lei da reforma do ensino médio e suas derivantes, em especial, o Documento Curricular do Estado do Pará – Etapa Ensino Médio. Metodologicamente, trabalhamos com uma pesquisa documental e de campo de abordagem qualitativa, tendo como corpus de análise as Legislações referente ao ensino médio de âmbito nacional e estadual paraense, assim como as narrativas orais dos docentes a partir de entrevista semiestruturada. Para melhor interpretação do nosso corpus de análise e alcance de nossos objetivos, utilizamos em nosso texto o arcabouço teórico da Análise de Discurso (AD), da linha francesa, em diálogo com a Pedagogia Histórico-Crítica. Como resultados da pesquisa, identificamos possíveis impactos negativos ao ensino da Filosofia, quais sejam: a perspectiva de uma não formação integral dos discentes, em razão de um alinhamento estrutural do DCEPA com os documentos que tratam do novo ensino médio de âmbito nacional; Formação de sujeito por meio de uma educação mais pragmática e utilitarista, terreno não fértil à filosofia; Redução da carga horária da disciplina/campo do saber na educação paraense; E, por fim, impacto nos conteúdos a serem ministrados e, consequentemente, na subjetividade docente.
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ATHAYSE RAIANA WANZELER TELES
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NARRATIVAS DE MULHERES SURDAS E PROCESSOS EDUCATIVOS
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Data: 30/11/2022
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Esta pesquisa aborda o tema “Narrativas de Mulheres Surdas e Processos Educativos”, com o objetivo de tecer narrativas de mulheres surdas paraenses em seus processos educativos em meio às suas existências e resistências em uma sociedade patriarcal e ouvintista, visa também correlacionar o conceito foucaultiano “Escritas de si” às narrativas de vida de 5 (cinco) mulheres surdas paraenses em seus processos educativos da produção de si e com o outro. Nesse sentido, propõe-se acionar mecanismos coletivos de poder e resistência de mulheres surdas, a fim de narrar-se e reinventar-se como seres políticos na sociedade. As questões da pesquisa indagam sobre: como a mulher surda paraense se narra e tem buscado reinventar-se em meio à sociedade patriarcal e ouvintista em que vive? Como se constitui o seu processo educativo familiar e escolar e a busca por cidadania? De que forma compreende a sua condição de mulher surda na sociedade? Que desafios enfrentou ou enfrenta diante de suas expectativas de participação e emancipação na sociedade? O campo teórico dialoga com Beauvoir (1970), Foucault (2011), Klein (2019), Perlin (2003), Rago (2013), Skliar (2003), entre outros, ensaiando cruzamentos entre os estudos da Diferença em educação, especialmente os Estudos Surdos, os Estudos Foucaultianos e os Estudos Feministas, no intuito de conjeturar alianças e a visibilidade da trajetória de vida dessas mulheres surdas, através de suas narrativas, memórias e vivências que se destacam em suas áreas de atuação social e profissional. A abordagem metodológica da pesquisa é qualitativa e se baseia nas narrativas de vida na perspectiva foucaultiana da “escritas de si” e de Rago (2013) como “passagens de vida” ou “autoinvenção de si”. Os procedimentos de análise correlacionam as narrativas de si dessas mulheres surdas paraenses aos contextos das práticas sociais e educativas por elas vivenciadas, em diálogo com os autores, no intuito de trazerem à visibilidade os seus modos de vida, os desafios cotidianos enfrentados em âmbito familiar, educacional e do trabalho, assim como as resistências travadas ao regime patriarcal e ao ouvintista em nossa sociedade. Os resultados da pesquisa apontam caminhos potentes das narrativas de mulheres surdas ao encontro de uma educação inclusiva conectada aos feminismos surdos e aos debates das questões de gênero na sociedade, e contribuem para o reverberar de suas histórias e resistências, abrindo espaço para olhar a surdez como Diferença na educação (e não como deficiência). O compromisso ético e social desta pesquisa está em proporcionar a visibilidade das narrativas de mulheres surdas na educação enquanto existências coletivas, seja como participantes da pesquisa seja como autoras de suas histórias.
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LANA RAIANA FAIAL VIANA
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TRANSPORTE ESCOLAR RIBEIRINHO NA AMAZÔNIA:UMA ANÁLISE SOBRE OS IMPACTOS DECORRENTES DO PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO NO MUNICÍPIO DE LIMOEIRO DO AJURU/PA
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Data: 30/11/2022
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A presente pesquisa realizou um estudo da política de transporte escolar no município de Limoeiro do Ajuru, Estado do Pará, onde se problematizou os impactos decorrentes do processo de terceirização da política do transporte escolar ribeirinho no município de Limoeiro do Ajuru. De forma geral, buscou-se analisar os impactos sofridos no Transporte Escolar que é ofertado aos alunos ribeirinhos de Limoeiro do Ajuru após a efetivação da terceirização desse serviço pelas gestões municipais. Procurou-se compreender a materialidade desta política, a partir do Materialismo histórico e dialético utilizando as categorias analíticas – totalidade, mediação e contradição. A pesquisa de campo também se fez necessária enquanto percurso metodológico, durante a qual, utilizou-se como instrumentos para a coleta de dados, documentos e entrevista semiestruturada. As discussões teóricas da pesquisa estão assentadas em teóricos como, Pergher (2014), Ribeiro e Jesus (2015), Silva e Pereira (2016), Carmo et al. (2020), Carmo (2016), Martins (2010), Cunha (2019), Santos (2017), Lacombe (2018), Queiroz (1998), Haddad (2008), Melgarejo e Shiroma (2019), Souza (2015), Junior (2018), entre outros. A complexidade na oferta de Transporte Escolar a alunos ribeirinhos situados no contexto amazônico, como é o caso de boa parte da população escolar de Limoeiro do Ajuru, em conjunto com o baixo investimento Federal nessa política, podem contribuir para sua fragilização e/ou inexistência e, consequentemente, impactar negativamente no acesso e na permanência desses alunos na escola. Aliado a isso, concluímos que a estratégia de terceirização do Transporte Escolar ribeirinho adotada em Limoeiro do Ajuru a partir do ano de 2016, tem sido decisiva para a precarização dessa política pública no referido município. Essa precarização tem sido refletida especialmente nas condições estruturais das embarcações utilizadas no Transporte Escolar que, no geral, estão totalmente fora dos padrões exigidos por lei. Ademais, os baixos salários repassados aos barqueiros, os longos trajetos percorridos por eles e o fato desses profissionais terem que arcar com despesas referentes ao combustível, tem-se levado cada vez mais, à utilização de pequenas embarcações sem qualquer equipamento de segurança como coletes salva-vidas, o que acarreta em superlotação e consequentemente em iminente risco para a vida de milhares de crianças e adolescentes atendidos diariamente pelo Transporte Escolar no município. Outro impacto da terceirização identificada durante a presente pesquisa, encontra-se nas relações existentes entre as empresas terceirizadas e os barqueiros. Por não possuírem frota própria, as empresas contratam esses profissionais juntamente com suas respectivas embarcações. Não obstante, além dos baixos salários recebidos, esses sujeitos não são amparados por qualquer direito trabalhista como férias, décimo terceiro salário, repouso remunerado, FGTS, entre outros. Desse modo, por meio da execução da oferta de Transporte Escolar em Limoeiro do Ajuru, evidencia-se que a parceria público-privada materializada pela terceirização, despreza por completo os aspectos qualitativos em função do lucro.
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PABLO CARDOSO MAIA
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A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NA EDUCAÇÃO E POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS SOBRE O ADOECIMENTO DOS DOCENTES
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Data: 30/11/2022
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Estamos em uma época de globalização, em que, cada vez mais, os trabalhadores são explorados pelas grandes corporações, as quais, objetivando aumentar seus lucros a partir da nova organização do trabalho e da globalização do mercado, causam consequências políticas, econômicas, sociais e educacionais. Toda essa gama de consequências afetaram os docentes através das reformas educacionais que implementaram conceitos de produtividade, eficácia, excelência e eficiência assentados nas novas teorias administrativas aplicadas ao campo pedagógico, tais exigências são cobradas do professorado em um contexto de escolas sucateadas e com pouco recurso material e pessoal, levando o professor ao sofrimento e adoecimento biopsicossocial mediante tal cenário. Nesse sentido, nosso estudo visa se debruçar sobre esse contexto da precarização do trabalho para poder entender o adoecimento dos docentes. Assentamo-nos, desse modo, na seguinte temática: A precarização do trabalhado na educação e possíveis consequências sobre o adoecimento dos docentes. O objetivo geral da pesquisa é analisar a precarização do trabalho como condição desencadeadora do adoecimento psicossomático dos professores, e este sintoma como linguagem de protesto fruto das ações do nosso incosncinete no dia a dia dos docentes da rede pública de ensino. De modo mais específico, objetivamos: a) verificar as relações entre precarização do trabalho e sofrimenti/ adoecimento biopsicossocial na população docente; b) interpretar como as condições desestruturantes do trabalho desencadeiam os sintomas psicossomáticos nos professores; c) analisar quais os prejuízos individuais e coletivos que os sintomas psicossomáticos causam. Utilizamos a seguinte metodologia – pesquisa bibliográfica; explicativa; qualitativa; amostragem do grupo pesquisado e com análise de conteúdo – sob a referência da abordagem materialismo histórico dialético. Sendo utilizado para coleta de dados do fenômeno pesquisado um roteiro de entrevista que foi entregue aos docentes para que estes expressassem suas opiniões subjetivas acerca do contexto ao qual são submetidos no processo laboral. Os resultados de nossa pesquisa sinalizam que a) há uma relação direta entre precarização do trabalho e adoecimento dos docentes, sendo que, dentre alguns dos sentimentos/sintomas mais presentes nesse público, está a insatisfação crônica, a desesperança na mudança da realidade, o aparecimento de estratégias de defesa para o autoconvencimento e a aceitação das condições de trabalho e a normalidade sofrente; b) que as condições desestruturantes da organização do trabalho na educação pública leva os docentes ao adoecimento como efeito da incongruência entre estrutura precarizada e exigência de eficácia na sua produtividade; c) que os docentes, além do adoecimento psicossomático, lidam com prejuízos sociais, econômicos e afetivos, com a dificuldade de organização da categoria para enfrentar a exploração vivida, sendo real os afastamentos sistemáticos de seus postos de trabalho devido o sofrimento emocional com desdobramentos em doenças psicossomáticas; d) também alcançamos, como resultado, a compreensão de que há todo um processo de moldagem do comportamento de servidão no trabalhadores em geral, assim como nos docentes, através da submissão à ideologia da classe dominante embasada na economia globalizada - alienação pautada em um tradição que leva o trabalhador a ter uma postura de mansidão e conformismo perante as injustiças vividas no trabalho, além de identificar estratégias que a gestão municipal utiliza como estender o tempo de negociação, e assim, enfraquecer as reinvindicações dos docentes colocando a população em posição de insatisfação com a classe docente. Nossa pesquisa atingiu nossos objetivos e confirmou nossas hipóteses de que a precarização do trabalho tem um efeito direto sobre a dinâmica saúde-doença do docente que vive um contexto de educação pública de sucateamento, o qual, em nosso entendimento, reflete a visão da educação como um mercado a ser explorado, cujo efeito mais imediato é a privatização dessa área.
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LAURA SOPHIA CRUZ DE ANDRADE
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O FECHAMENTO DE ESCOLAS DO CAMPO: UM ESTUDO A PARTIR DA REALIDADE DO MUNICÍPIO DE CAMETÁ-PA
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Data: 29/11/2022
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Este estudo investigou o fechamento de escolas do campo no município de Cametá-PA, teve como principal objetivo, identificar as causas que têm levado ao fechamento de escolas do campo no município. Nos procedimentos metodológicos, usou-se o Estudo de Caso e a Análise de Conteúdo. Pautou-se na pesquisa qualitativa, como técnica de coletas dos dados usou-se a entrevista semiestruturada. Teve como aporte teórico o Materialismo Histórico Dialético, a qual nos permite compreender a ocorrência de inúmeros fenômenos sociais identificando assim, suas raízes e como esta se relaciona com os demais processos, que ocorrem na sociedade. Os resultados apontam que discutir acerca da Educação do Campo em particular sobre o fechamento de escolas é potencializar as lutas dos povos do campo em defesa da educação. É neste sentido, que este estudo buscou realizar esta discussão dando ênfase a luta dos movimentos sociais e sindicais, que tem se fortalecido cada vez mais, na defesa da permanência da escola do campo com qualidade. O fechamento de escolas no município é um processo cada vez mais crescente, nos últimos dez anos foram fechadas setenta e seis (76) escolas, o que revela um número bastante assustador quando se analisa a composição geográfica do município de Cametá. Identificamos a urgência que se tem em criar políticas específicas para a Educação do Campo, pois, observou-se, que mesmo o município não assumindo oficialmente a nucleação de escolas, este processo tem sido intenso e o único fator, que se tem levado em consideração para a concretização deste processo é a ausência de uma estrutura física adequada. Neste contexto ressalta-se a contrapartida dos movimentos sociais e sindicais, que tem constituído no município como referências na luta para que as demandas de seus povos sejam atendidas principalmente no que se refere ao processo educacional destes.
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MERIAN DE CRISTO LOBATO
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A SUBJETIVIDADE DA PESSOA SURDA NA ESCRITA DO PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA: CONSTITUIÇÕES, EDUCAÇÃO E SURDEZ
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Data: 28/11/2022
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A pesquisa intitulada “A Subjetividade da Pessoa Surda na Escrita do Português como Segunda Língua: Constituições, Educação e Surdez” apresenta a análise de textos escritos por jovens Surdos e Surdas participantes do Projeto “Laboratório de Ensino de Língua Portuguesa para Surdos” que aconteceu através do Grupo GEPEES1. O objetivo do projeto foi proporcionar ao Surdo/a o desenvolvimento da linguagem escrita em português, como forma de contribuir e melhorar o desenvolvimentos das aprendizagens, nessa, que para eles é uma segunda língua, em virtude da grande dificuldade apresentada por eles ao escrever. Dificuldade essa, constatada a partir dos diálogos estabelecidos com a comunidade surda a partir de outros projetos, assim como, evidenciadas desde o primeiro registro escrito solicitado no primeiro momento do encontro. As análises dos textos escritos proporcionaram esta investigação que possui como objetivo principal: compreender a subjetividade de pessoas Surdas por meio da produção de sentidos e significados que emergem das produções escritas em língua portuguesa como segunda língua. E, como objetivos específicos: realizar reflexão teórica sobre a educação de Surdos, sobre o processo de inclusão e sobre os debates em torno desse tema; Discutir a questão da subjetividade e assim nortear as análises desta pesquisa a partir do olhar do material escrito, do processo de elaboração desse produto chamado produção escrita. Como metodologia utilizei a perspectiva histórico cultural de Vygotsky (1983) que, aliada aos estudos de autores que se debruçam sobre este tema e aos pressupostos da análise etnográfica subsidiaram esta pesquisa. O projeto que deu origem a esta investigação foi elaborado a partir de abordagens interacionistas e estratégias pedagógicas que partiram da compreensão da pessoa Surda como detentora de especificidades culturais onde foram desenvolvidas atividades mediadas pela língua de sinais. Assim, conclui-se a partir da análise da escrita surda, que ela apresenta vozes das subjetividades constituídas nas relações intersubjetivas nos contextos sócio, cultural e educativo, ora afirmando a subjetividade linguística adquirida ao longo da vida através língua de sinais, ora apresentando na materialidade escrita, a Língua Portuguesa a partir do reconhecimento e da relevância linguística que essa nova língua pode possibilitar para que ele(a) amplie o campo das aprendizagens.
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SANDRO HENRIQUE RODRIGUES MENEZES
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DESENHARES CARTOGRÁFICOS: PROCESSOS EDUCATIVOS DE UMA PRÁTICA PSI COM ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO DE CAMETÁ-PA
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Data: 28/11/2022
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A presente dissertação parte de inquietudes que perpassam o cotidiano de um serviço de psicologia público, onde demandas da vida adolescente nos advertem sobre os não-saberes desta adolescência, que se apresenta demarcada nas tramas e no tecer de narrativas e discursos hegemônicos, atravessados por questões de gênero, de violências simbólicas e estruturais, por demandas socioeconômicos, de saúde e/ou educação, que mais oprimem do que possibilitam a estes adolescentes vivenciarem seus potenciais criativos e inventivos. Todavia, tais demandas, surgidas em princípio como ―problemas‖ ou ―distúrbios‖ de aprendizagem e conduta, tornam-se mote para se falar de relações abusivas e/ou preconceituosas e discriminatórias vivenciadas em angústias e ansiedades, em ideações e/ou em tentativas de suicídio. Vivências re-velada no próprio corpo (pele) adolescente, em autolesões provocadas intencionalmente como mecanismo paradoxal de alívio destas angústias. Neste sentido, os desenhares, como prática psi, objetiva abrir perspectivas outras que promovam uma escuta reflexiva da adolescência, acerca das transformações possíveis a partir de um espaço e de uma prática psi, e de processos educativos neles envolvidos, que se dispõem como registro e acolhimento destas narrativas esclarecedoras/transformadoras tanto deste lugar psi, quanto da própria existência desta adolescência, afetada em sua historicidade pelo avanço tecnológico/midiático, frente às mudanças econômicas, pela precarização e dificuldades de acesso aos serviços públicos com qualidade e equidade e pelas expropriações de seus territórios. A pesquisa produz um mapa aberto, uma pesquisa em fluxo contínuo de construção, que encontra aberturas para ser/existir emergindo dos traços de desenhos das(os) usuárias(os) do serviço de psicologia, nas quais a perspectiva cartográfica, conjugada com os desenhares aqui registrados, trazem, em diferentes momentos e circunstâncias, potencialidades reflexivas para as questões da/nas interconexões entre clínica e educação, educação e cultura, e cultura e clínica em face à adolescência. Uma prática que possibilita a (re)criação de vidas plenas e (re)criativas na atual conjuntura, marcada por desigualdades, silenciamentos e, pelas narrativas perversas que incidem sobre a adolescência brasileira. Portanto, a pesquisa registra através de uma cartografia destas adolescências, a partir das produções de desenhos, a (re)constituição dos processos de construções discursivas/narrativas destes, a possibilidade se compreender como estas se apresentam, como se constituem e, como acontecimentos/fatos cotidianos da adolescência cametaense atravessam estes desenhos-narrativas em suas intensidades existenciais. Com os desenhares busca-se possibilitar agenciamentos para a adolescência cametaense, e promover uma clínica da vida, como espaço de ampliação do potencial criativo e inventivo, na qual seja possível uma adolescência realçada em suas intensidades afetivas, como elemento/instrumento de resistência, amplificadora de espaços de liberdade e como potência de resistência e afirmação da vida. Considera-se deste modo que os desenhares contribuem para a ressignificação da relação adolescente-sociedade, podendo re-estabelecer transversalmente pelo desenho conexões perdidas, distorcidas, ignoradas (silenciadas) pelo ―social‖. Pois esta prática tem permitido aos adolescentes experimentarem percursos novos e a construção de novos sentidos existenciais por vias próprias. Não obstante, considera-se que os desenhares se mostram, no trabalho com adolescentes (com a adolescência), uma aposta potente de produção de sentidos existenciais e linhas de fuga, de desterritorializações, nos adolescentes e em nós mesmos.
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MARIA DO SOCORRO DOS SANTOS LOBATO
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A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS NO CURRÍCULO DE FORMAÇÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA NA PERCEPÇÃO DE PROFESSORAS E PROFESSORES DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR (IES) DO BRASIL
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Data: 23/11/2022
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Neste trabalho pesquisamos sobre a educação das relações étnico raciais no currículo de formação do Curso de Pedagogia na percepção de professoras e professores de Instituição de Ensino Super ior (IES) do Brasil. Nesse sen tido, essa pesquisa tem o objetivo geral de analisar a implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro Brasileira e Africana DCN-ERER (Parecer CNE/CP Nº 01/2004), a partir de pesquisa realizada com professoras e professores do Curso de Pedagogia de IES do Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa bibliográfica, sendo que, para a compreensão dos estudos sobre Educação das relações étnico raciais, utilizamos os seguintes referenciais teóricos: Gomes (2005; 2007), Guimarães (2004), Munanga (2003; 2010), Oliveira (2010; 2015), Pinto (1987; 1992), Santos (2005; 2006), Schuwarcz (1993), Skidmore (1976), Gonçalves (2021); Muniz e Santos (2021). Além desses, utilizamos também documentos legais e artigos que se fazem presentes na literatura a favor da temática em questão, em especial, a Lei nº 10.639/2003, a Lei nº 11.645/2008, a Lei nº 9394/96 (LDB), as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro Brasileira e Africana. Para a compreensão dos estudos sobre Currículo, utilizamos Silva (2011) Candau e Moreira (2008). Sobre o Curso de Pedagogia, utilizamos, por sua vez, os estudos de Libâneo (Além da pesquisa bibliográfica, para analisar a implementação das DCN-ERER nos currículos de formação dos cursos de pedagogia, utilizamos como técnica de pesquisa um questionário semiaberto ( perguntas fechadas e abertas) elabora do por meio da ferramenta Goog le Forms, o qual foi encaminhado via e mail para as IES do Brasil, obtendo a participação de 53 (cinquenta e três) professoras e professores. Para a elaboração da metodologia dessa pesquisa, recorremos a Severino (2013, 2016) e Mota (2019). Os resultados apontam que a maioria das professoras e professores das IES pesquisadas reconhecem a importância do trabalho com a temática, o qual surge com mais evidência nas práticas educativas de uma minoria, duas décadas após a aprovação da Lei nº 10.639/2003, já modificada pela Lei nº 11.645/2008. Com isso, acreditamos que há relevância na confirmação da hipótese de que os cursos de formação em Pedagogia têm aplicado em seus currículos de ensino a inclusão de conteúdo para a educação das relações étnico raciais. Porém, a inclusão, em sua maioria, é resultado da prática pedagógica de professoras/es que se autodeclaram como negras/os e de algumas professoras/es não negras/os sensíveis a o tema.
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LUCAS ALVES SILVA
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PERCEPÇÕES DOS ESTUDANTES NEGROS QUILOMBOLA SOBRE SUAS IDENTIDADES ETNICO-RACIAIS NA ESCOLA DA COMUNIDADE REMANESCENTE DE QUILOMBO SÃO JOSÉ DA POVOAÇÃO
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Data: 22/11/2022
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A pesquisa ocorreu na Comunidade Remanescente de Quilombo São José da Povoação, no Rio Mutuacá, interior do Município de Curralinho, Estado do Pará. Tendo-se como questionamento central as experiências que os estudantes quilombolas apresentam sobre suas identidades étnico-raciais apreendidas na escola da comunidade. Objetivando compreender a percepção dos estudantes quilombolas sobre suas identidades étnico-raciais apreendidas a partir da educação formal. A pesquisa teve como objetivo geral analisar as experiências dos estudantes quilombolas sobre suas identidades étnico-raciais tendo em vista a educação escolar na comunidade. Como objetivos específicos buscou-se perceber as experiências dos estudantes negros quilombola no contexto escolar; compreender como a educação formal influencia no processo de entendimento e combate ao racismo; identificar qual o entendimento dos estudantes quilombolas que passam pela escola em relação à construção de sua identidade étnico-racial; e questionar o papel da escola instalada na comunidade, destacando se esta é para a comunidade ou apenas objeto representativo do poder do Estado. Usou-se a metodologia de pesquisa qualitativa e como instrumento de coleta de dados a entrevista aberta gravada. Sendo sujeitos da pesquisa moradores da comunidade que experienciaram ou ainda vivenciam diferentes níveis de educação formativa na escola da comunidade. A relevância acadêmica se justifica a partir da necessidade da análise e compreensão do processo de formação identitária das comunidades quilombolas a partir do processo formativo com a atuação da educação formal. A justificativa social se contempla ao considerar a visibilidade da comunidade e os caminhos que poderão ser percorridos a partir dos resultados do presente estudo. Os resultados apresentam grande relevância no sentido de compreender o papel formativo da educação como instrumento para a transformação social, para a compreensão do fenômeno do racismo e para a formação da identidade étnico-racial dos alunos que tem a oportunidade de experienciar a educação os processos educacionais a partir da realidade de uma comunidade quilombola em uma sociedade altamente racista e preconceituosa.
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SILVALDO PRESTES PINTO
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A POLÍTICA DE ESCOLHA DE DIRETORES NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE CAMETÁ – PA (2017-2022)
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Data: 14/11/2022
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O presente estudo analisa a política de escolha de diretores escolares em duas escolas ribeirinhas da rede municipal de ensino do município de Cametá entre os anos de 2017 a 2022. Trata-se de estudo de caso em abordagem qualitativa que utilizou como instrumento de coleta de dados análise documental, entrevistas semiestruturadas e observação participante. Os sujeitos entrevistados foram dois diretores escolares, dois coordenadores pedagógicos e um professor, todos do quadro efetivo da rede municipal de ensino de Cametá/PA. Os principais documentos analisados foram: a Lei Orgânica do município de Cametá (1996); O Plano de Cargos Carreira e Remuneração dos servidores da educação do munícipio de Cametá (PCCR/2012); o Plano Municipal de Educação de Cametá (PME/2015); e o Parecer no 3/2021, que dispõe sobre os critérios e procedimentos para nomeação/designação de gestores escolares, professores responsáveis, vice-diretores, coordenadores pedagógicos e orientações gerais das diretrizes educacionais referente ao âmbito da Rede Municipal de Ensino de Cametá. Em relação ao referencial teórico, utilizamos os conceitos de gestão escolar e clientelismo. No debate sobre gestão escolar, utilizamos os estudos de Libâneo (2001; 2004; 2007), Paro (2007; 2010), Souza (2006), e Lück (2006). Para a reflexão sobre conceito de clientelismo, utilizamos os estudos de Bahia (2003), Carvalho (1997), Bezerra (1999), Bastos (2017). Os resultados da pesquisa demonstram que a legislação municipal apresenta propostas para a realização de eleições para diretores escolares, no entanto, ao mesmo tempo, concede respaldo para o governo municipal indicar os diretores escolares de sua rede de ensino, desde que esses profissionais preencham os requisitos previstos na lei. A indicação política é o modelo de escolha utilizado para provimento do cargo de diretor nas duas escolas ribeirinhas pesquisadas. Ademais, os vereadores são os atores políticos que indicam os diretores escolares nessas escolas, sendo preciso um grande envolvimento do diretor escolar nas campanhas eleitorais dos candidatos para que o benefício do cargo lhe seja concedido. Por fim, segundo a percepção dos diretores, a forma de acesso ao cargo, a indicação política, influencia a gestão nessas duas escolas, limitando a autonomia do diretor.
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TAMIRES BRITO PANTOJA
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EDUCAÇÃO SUPERIOR EM TEMPOS DE DISTANCIAMENTO SOCIAL: os desafios do trabalho docente na Universidade Federal do Pará - Campus Universitário do Tocantins
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Data: 06/10/2022
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Esta pesquisa analisou o trabalho docente e as implicações advindas da adoção do ensino remoto na Universidade Federal do Pará - Campus Universitário do Tocantins, bem como identificou as condições do (tele)trabalho docente no ensino superior e as implicações nas práticas pedagógicas no Campus Universitário do Tocantins, além de buscar compreender quais as estratégias foram adotadas pelos docentes para mediar as atividades remotas. As categorias trabalho e trabalho docente vêm sendo debatidas por muitos autores que norteiam o debate acerca da temática, onde buscamos referência em Marx (2017; 2008; 2006), Antunes (2022; 2021; 2020; 2009; 2008)), Frigoto (2010), Vieira Pinto (2005), Braga (2009), Fidalgo (2009), Duarte (2008), Magalhães (2021), Saviani e Galvão (2021), Mancebo (2010; 2020), Maués (2015; 2016; 2021), Bridi (2020); Prazeres (2016), dentre outros. Buscou-se embasamento no materialismo histórico, referenciado pela abordagem qualitativa, adotando como técnica de coleta de dados a análise documental e entrevista com docentes da Universidade Federal do Pará/ Campus Universitário do Tocantins. Os resultados das discussões sobre trabalho docente indicam que a adoção ao ensino remoto possibilitou e condicionou formas de precariedade e intensificação ao trabalho docente e isso reverbera em precarização e intensificação das condições de trabalho dos docentes em consequência da sobrecarga das jornadas de trabalho. Os dados empíricos apontaram que os docentes não tinham formação para atuar no ensino remoto, e, com isso, tiveram inúmeras dificuldades quanto ao acesso e uso das tecnologias. Identificou-se, também, que houve a mudança do local de trabalho que passou a acontecer na residência dos docentes e, com isso, estes passaram a custear todos os gastos com o trabalho, assemelhando-se com o trabalho uberizado. Houve uma intensificação do trabalho docente com atividades que já aconteciam no presencial, mas que, com o ensino remoto, trouxeram outras demandas. Os dados empíricos apontaram que houve com o ERE adoecimentos por parte dos docentes, tanto físico quanto emocional. Evidenciou-se também, que os docentes passaram a usar, ainda mais, as tecnologias a partir dos grupos de WhatsApp e das plataformas digitais, como estratégias necessárias para desenvolver as atividades remotas.
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KARLYANE MAYRA BRITO WANZELER
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MULHERES, FEMINISMO E SABERES TRADICIONAIS
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Data: 05/08/2022
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O presente estudo visa refletir sobre a história de luta, de resistência e de saberes tradicionais de mulheres (da Cooperativa Agroindustrial e Extrativista das Mulheres do Município de Cametá (COOPMUC), no Baixo Tocantins, tendo como referência as atividades desenvolvidas por algumas dessas mulheres, objetivando compreender, a partir da memória em consonância com os relatos orais, as formas de transmissão de conhecimentos tradicionais, saberes e práticas, que demonstram ter resistido às constantes tentativas de “apagamento”. Da mesma forma, que se propõe conhecer a compreensão atribuída por essas mulheres à saúde, assim como, os processos educativos por elas desencadeados, buscando identificar os saberes e as práticas quem desenvolvem a respeito do emprego de plantas medicinais voltadas para a autonomia do cuidado da saúde, verificando como se dá o processo de interação entre o saber científico e o saber popular. Metodologicamente, a constituição da pesquisa se baseia em narrativas orais, que refletem um conjunto de várias vozes, buscando verificar de que forma as práticas tradicionais de cura intervém na saúde local e atuam no cuidado com o corpo; como são compreendidos e interpretados dentro da comunidade, bem como, demonstram outras especificidades que refletem relações de gênero e de poder dentro da sociedade. Para tanto, fez-se necessário recorrer a levantamento bibliográficos e estudos de obras referentes às questões envoltas sobre o tema da saúde, tratando-se sobretudo do contexto amazônico, permeado da influência de povos indígenas, negros e seus descendentes, que aí vivem. Daí a necessidade do auxílio de um arcabouço teórico que ajudem dialogar acerca de práticas, vivencias e saberes tradicionais no trato com ervas e plantas medicinais na produção de remédios, no trato da saúde da gente dessa região, que vivem longe dos centros urbanos. No mesmo sentindo, utilizou-se estudos de autores que abordam as temáticas gênero, feminismo, saberes tradicionais, memória, cultura, entre os quais destacam-se: Nobre (2003), Safiotti (2013), Hall (2006), Balman (2012), Barth (2000), Langdon (2010), Chalhoub (2003), Santos (2018), Polak (1992), Pinto (2004), Freire (1987), dentre outros. Desta forma, o presente trabalho trata-se de uma investigação de cunho qualitativo, ancorado na abordagem de história oral, que contou com o uso de entrevistas semiestruturadas, além da observação da vivência do cotidiano de algumas das mulheres entrevistadas. Dados preliminares da pesquisa deixam evidente que as relações interpessoais existentes, que delineiam traços que comportam as estruturas sociais, e que revelam laços de solidariedade, patriarcado, feminismo, questões de gênero e resistências por meio da cultura proporcionada pelas práticas tradicionais de cura.
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NALVA MARIA PACHECO DE SOUZA
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PROGRAMA PERMANÊNCIA NO CONTEXTO DO PROGRAMA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL – PNAES: IMPLICAÇÕES PARA O PERCURSO ACADÊMICO DE ALUNOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ- UFPA, DO CAMPUS DO MARAJÓ/BREVES
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Data: 08/07/2022
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Este texto é resultado de pesquisa de mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura – PPGEDUC, da Universidade Federal do Pará- Campus Universitário do Tocantins/Cametá. O objetivo geral foi analisar o Programa Permanência no contexto do Programa Nacional de Assistência Estudantil – PNAES, tendo em vista as implicações no percurso acadêmico de alunos do Campus de Breves em relação ao desempenho, permanência e conclusão do curso de graduação, no período de 2014 a 2021. Metodologicamente, a pesquisa seguiu as orientações da abordagem qualitativa quanto ao uso das técnicas de coleta de dados – revisão da literatura sobre o tema, análises documentais e aplicação de formulários aos sujeitos informantes. O referencial analítico pauta-se em categorias do materialismo histórico e dialético, tais como historicidade, contradição, movimento, totalidade, mediação em vista de tratar de um fenômeno social como objeto que recebe influências socioeconômicas, políticas com ideologias que demarcam interesses particulares numa sociedade capitalista marcada pelas lutas de classes. Os fundamentos se apoiam em autores, tais como Frigotto (2015), Fávero (2004; 2006), Coelho (2008), Leão (2019), Silva Jr., e Imperatori (2017), Bezerra (2014), Sguissardi (1999) e Bourdieu (2007), subsidiando as categorias encontradas em documentos. O estudo revelou que o Programa Permanência é importante e contribui para a democratização da educação superior no Marajó/Breves, mas mostrou, também suas fragilidades para evitar a retenção e evasão. Evidenciou-se que a taxa de sucesso de alunos do Campus de Breves, de forma geral e dos beneficiários do Programa Permanência é, ainda baixa em relação aos que concluem o curso dentro do tempo definido pelos PPCs. Sobre o desempenho acadêmico verificou-se uma relação com os resultados do processo formativo, não sendo uma medida fiel desses resultados ou contingencial em vista de que a inclusão de alunos socialmente vulneráveis na educação superior por si só já é um desempenho alcançado para a população de Marajó/Breves. Todavia, verificou-se que há uma variação no rendimento de alunos entre os semestres de cada ano letivo, mas esse rendimento se mantém em um status bom, de modo que em 2017 evoluiu para excelente nos dois semestres. Relacionando o desempenho acadêmico aos conceitos de capital cultural e científico é possível afirmar que existem avanços a partir do PP sob a gestão da UFPA, concebida como uma universidade plural, inclusiva e democrática. Concluímos que o número de beneficiários do PP e de outras ações de assistência estudantil, na série histórica da pesquisa é muito pequeno frente a demanda dos / as discentes do CUMB que se incluem no perfil, sendo necessário, o aumento dos recursos financeiros do PNAES, para que possa atender o conjunto de alunos que se enquadram no perfil socioeconômico do Programa. É necessário, também, uma recomposição dos valores de bolsa, para que acompanhem, ou no mínimo, se aproxime das taxas de inflação do país.
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RHANA BEATRIZ MAIA DE FREITAS
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A CABANAGEM EM CAMETÁ (1835-1840): OUTROS OLHARES E NOVAS ABORDAGENS NOS DISCURSOS E CONTEÚDOS ESCOLARES
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Data: 30/06/2022
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O presente trabalho tem por objetivo analisar a produção e reprodução de textos e imagens relacionados ao tema da Cabanagem nos livros didáticos e paradidáticos, buscando a forma com que esse conteúdo é trabalhado pelos professore nas escolas de Ensino Fundamental da cidade de Cametá. Assim como, refletir a respeito das discussões bibliográficas e vertentes teóricas existentes sobre a Cabanagem em Cametá e as atualizações historiográficas já realizadas em que sujeitos cabanos se tornam parte dessa história, problematizando a versão hegemônica construídas pelas elites locais. Para concretizar esses objetivos utiliza-se o apoio teórico- metodológico de autores que discutem o movimento cabano, como: Raiol (1970), Salles (1992), Di Paolo (1990) e Ferreira (1999). Assim como, autores cametaenses e memorialistas, como: Barbosa (1998), Tamer (1998), Mocbel (1985) e Cardoso (2014). Buscando a caracterização dos livros didáticos e dos currículos escolares são usados autores como: Bittencourt (1998;2008), Saviani (2016) e Arroyo (2013). A base teórica para analisar o imaginário cametaense sobre a Cabanagem, que contém o mito da Samaumeira, o título de “Cidade Invicta”, a imagem heroica de padre Prudêncio das Mercês Tavares e o Painel/Monumento “Resistência à Cabanagem”, são os estudos de Néstor Canclini (2008) e Eric Hobsbawm (1997). Acrescido de documentos oficiais disponibilizados pelo Arquivo Público do Pará e pelo Arquivo da Diocese de Cametá. Dados da pesquisa demonstram que o imaginário anti- cabano construído em Cametá se faz muito presente, mas inúmeras reflexões já contestaram sua existência. E por meio dos livros didáticos pouco é possível ampliar as discussões sobre esse acontecimento, sendo muito importante o papel do professor nessa mediação. Esse imaginário anti-cabano construído pela elite pós-Cabanagem em Cametá, e mantido pelos memorialistas cametaenses, ainda é muito vivo, estando nos trabalhos sobre o tema e na sala de aula, mas muitas críticas e reflexões já foram realizadas a esses símbolos que apresentam somente um lado da história cabana em Cametá. Essa não é uma realidade somente dos monumentos e praças, mas sim dos livros didáticos, que em sua maioria, se concentram em simplificar processos complexos, que pouco ajudam em uma análise mais ampla dos acontecimentos históricos, ainda mais sendo regional e na Amazônia. Os currículos escolares se mantem como grades, e a sala de aula como espaço de resistência.
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ADJALMA NASCIMENTO RAMOS
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UM ESTUDO SOBRE O CURRÍCULO DA ESCOLA COMUNITÁRIA CASA FAMILIAR RURAL DO MUNICÍPIO DE BREVES: Uma análise dos impactos produzidos pelos arranjos curriculares formativos na turma egressa de 2013.
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Data: 30/06/2022
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A presente pesquisa, intitulada “Um Estudo sobre o Currículo da Escola Comunitária Casa Familiar Rural do Município de Breves: Uma Análise dos Impactos Produzidos pelos Arranjos Curriculares Formativos na Turma Egressa de 2013”, busca oportunizar reflexões sobre os impactos do currículo da escola CFR de Breves na vida dos alunos egressos de 2013. Como problemática de pesquisa trago a seguinte indagação: De que forma os arranjos curriculares formativos da CFR impactaram na vida social dos alunos egressos do Curso Técnico em Floresta, levando em consideração suas atuações em sociedade a partir do ano de 2013? O estudo objetiva refletir acerca do currículo formal, descrevendo suas implicações para a formação cidadã, considerando os sentidos da Produção e da Reprodução da escola em sociedade. Para alcançar o objetivo geral proposto, tem-se ainda três objetivos específicos, a quais apresentamos: 1) Compreender a partir do PPP, de que forma o currículo dialogou com os modos de vidas dos ribeirinhos no contexto da Educação do Campo; 2) Analisar os impactos gerados pelo currículo escolar na vida dos egressos em sociedade, a partir das suas concepções; 3) Refletir sobre as vozes dos principais atores no processo de formação dos jovens egressos. O referencial teórico utilizado enquanto base na produção dos capítulos giram no entorno das contribuições de autores como: Moreira, Silva (1999); Petitat (1994); Brandão (1988); Gil (2008); Hage (2006); Arroyo (1999); Lopes, Macedo (2010). Quanto a metodologia, optou-se por uma abordagem qualitativa com ênfase na Pesquisa Participante, por entendermos que essa estratégia de investigação possibilita mais a compreensão e o aprofundamento das especificidades e das necessidades básicas das populações camponesas, das populações tradicionais e dos agricultores. No caso da pesquisa em tela o fenômeno a ser investigado, em específico, é os impactos produzidos mediante a implementação dos arranjos curriculares formativos da Escola CFR na vida dos alunos egressos de 2013. Incluindo ainda nesse processo metodológico a pesquisa de campo, o questionário semiaberto e a entrevista semiestruturada, esses instrumentos foram fundamentais na coleta de dados. O material produzido na interação de campo, foi posto em apreciação através da análise documental. As reflexões teóricas presente no texto, permitem indicar que o currículo de uma instituição educacional pode ser materializado de forma crítica, reflexiva e autônoma, tornando a escola com sentido produtivista. Entretanto, essa mesma instituição pode implementar um currículo automatizado, técnico e acrítico, tornando a escola com sentido reprodutivista, gerando assim a manutenção da sociedade capitalista. Dentro dessa compreensão a escola tona-se dualista na sociedade, pois pode praticar um currículo na linha produtivista ou na linha reprodutivista, ou nas duas linhas de forma concomitante, ou mais ainda tencionando de forma negativa somente para a vertente reprodutivista, essa premissa torna-se um agravo no campo educacional. No caso especifico da escola em tela, os dados da pesquisa evidenciaram que os arranjos curriculares formativos impactaram na vida social dos egressos de 2013 de forma mais positiva do que negativa.
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ADEMILSON FILOCREAO VEIGA
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TRANSESCRITAS DA DIFERENÇA: Movimentos para Transcriar a Educação com Clarice Lispector e Virginia Woolf
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Data: 28/06/2022
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Transescritas de Virgínia Woolf e Clarice Lispector impulsionam pensamentos para transcriar a educação, por meio dos devires-escritura suscitados nas obras Mrs. Dalloway (2017) e Orlando (2014), de Woolf, e A paixão segundo GH (2009) e A hora de estrela (1998), de Lispector. A articulação pela qual a arquitetura desse estudo se move consiste em vibrar, a partir das transescritas Lispectorianas e Woolfianas, deviresescritura com movimentos do pensar e do criar, e a partir deles, compor e mobilizar tanto a literatura quanto a educação, em pensamentos sem imagem que nos instigam a um transcriar a educação por meio dos signos do aprender que advém de tais deslocamentos. Literatura, filosofia da diferença e educação entrelaçam-se nas linguagens em transe das autoras, potências criadoras que se esbarram e se afastam, a compor provocações múltiplas sobre outros modos de ver, viver e intervir no âmbito educacional. As linhas de fuga Lispectorianas e Woolfianas andarilham com intercessores como Deleuze e Guattari, Corazza, Bachelard, Barthes, Proust, Rolnik, Passos, Butler, Foucault, Gallo, Tadeu, Zordan. Em cada rachadura exposta, uma fresta se abre para o pensamento, deslocando-o até os cantos obscuros, os corpos abjetos, os tempos extemporâneos, o avesso e o indômito da educação, deixam seus rastros como fantasmas, como sombras, como novas tintas a serem transcriadas e borradas, como Orlandes e Macabéas, GHs e Clarissas, como umidades e capins que insistem em nascer nos espaços mais incômodos, entre outros. A violência do encontro com estes devires-escritura desencadeia o pensar desautomatizado, o pensar sem imagem e, então, mobiliza novos signos do aprender. Clarice e Virgínia, ao serem aqui transescritas, emitem devires-escritura múltiplos, e tais devires também provocam transcriações na educação, pois racham-se em signos do aprender, sentidos, pensamentos, criações a se movimentarem pelo educar. Tanto os devires-escritura, da transescrita, e os signos do aprender, da transcriação, estão emulsionados a um pensamento sem imagem que não intenta ser homogêneo. Este pensamento sem imagem é, pelo contrário, um esforço intensivo de agitação, de diferença. As artes transescritas de Woolf e Lispector desaguam para um transcriar a educação com a diferença.
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DAIHANA MARIA DOS SANTOS COSTA
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A POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE CAMETÁ - PA EM MOVIMENTO (2016-2020)
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Data: 28/06/2022
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Objetiva-se apontar os desafios e avanços em relação à implementação de uma política de remuneração dos profissionais do magistério da Rede Municipal de Educação de Cametá, buscando identificar se a mesma enseja a valorização docente. Trata-se de um estudo de caso em abordagem qualitativa, tendo como procedimentos de coleta de dados análise documental, entrevistas e observação participante. Os principais documentos analisados foram o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Profissionais do Magistério do Município de Cametá (PCCR 212/2012) e suas alterações, a folha de pagamento do Poder Executivo de Cametá de dezembro de 2016 disposta em microdados, as folhas de pagamento disponíveis no portal da transparência da Prefeitura de Cametá (2017-2020) e os dados disponíveis no SIOPE/FNDE referentes à remuneração dos profissionais da educação. Na revisão do tema e fundamentação teórica, tomamos como principais referências autores como Monlevade (2000), Morduchowicz (2003), Pinto e Adrião (2006), Arelaro (2007), Camargo; Jacomini (2011), Zatti (2019) entre outros. Os resultados mostraram que a maior parte daquilo que é disposto pelo PCCR 212/2012 é seguido na prática, como a efetivação das progressões (algumas automáticas, como o quinquênio, e outras através de requerimento, como a aquisição de uma nova titulação ou habilitação) e o vencimento base, que compõe a maior parcela da remuneração e é sempre reajustado anualmente de acordo com o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN). A questão mais notável em termos de um aparente não cumprimento do PCCR 212/2012 é em relação à carga horária de trabalho. Notadamente porque em alguns casos ela não é cumprida, exemplo disso são as 240h que deveriam, mas não são pagas efetivamente. Portanto, conclui-se que é uma bem intencionada política de remuneração, porém, desde que todas as prerrogativas sejam efetivamente cumpridas. Como no município pesquisado a questão da carga horária ainda é um ponto sensível, os professores e demais profissionais do magistério ficam suscetíveis a uma desvalorização.
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DANIEL SENA LOPES
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SABERES TRADICIONAIS A PARTIR DO JOGO DE BÚZIOS NO CANDOMBLÉ
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Data: 24/06/2022
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Esta pesquisa está inserida no âmbito do estudo sobre afro-religiosidade com praticantes e participantes do Candomblé em Abaetetuba/Pará. Tem como propósito analisar de que modo acontece a troca de saberes tradicionais a partir do jogo de búzios no Candomblé. Metodologicamente, trata-se de uma autoetnografia, um método que pode ser usado na investigação e na escrita, já que tem como proposta descrever e analisar sistematicamente a experiência pessoal, a fim de compreender a experiência cultural (ELLIS, 2004), sendo realizados levantamentos bibliográficos das temáticas educação, cultura, resistência, oralidade, memória, identidade e saberes tradicionais nas religiões afro-brasileiras, com suporte teórico em: Little (2001); Cunha (2007); Brandão (2002); Freire (1987); Libâneo (2004); Lody (2007); Braga (1988); Beniste (2008) e outros. Os dados foram coletados por meio de entrevistas online por intermédio da plataforma Google Meet com os integrantes da pesquisa. O trabalho de campo buscou amparo nas vivências da comunidade afro-religiosa Igbá Asé Ibin Layé, popularmente conhecida como Centro de Manifestações Mediúnicas Oshalufã – CEMMO, no qual o pesquisador participante observante é pai de santo, termo que sugere a preponderância da participação sobre a observação. Foram entrevistados 10 (dez) sujeitos, sendo que 4 (quatro) declararam ser praticantes da religião Afro-brasileira e 6 (seis) participantes. Dos 10 (dez) interlocutores, foram selecionadas 4 (quatro), sendo 2 (dois) praticantes e 2 (dois) participantes para o aprofundamento da pesquisa, tendo em vista a maior aproximação com o objeto da investigação. Efetivou-se a tabulação de consultas processadas no período de 2010 a 2019, analisou-se gênero, motivo da consulta e posicionamento religioso, para identificarmos nessa troca de saberes como se desenvolvem o processo pedagógico a partir do ritual do jogo de búzios. Como resultado desta pesquisa constatou-se que: o objeto de estudo não foi o terreiro, mas o que ocorre no terreiro; os terreiros não estão congelados no passado; o processo pedagógico dentro do terreiro é dinâmico e transformador; as pedagogias nos terreiros de Candomblé configuram-se em atos de resistir.
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RENATA FERREIRA SIQUEIRA
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NARRATIVAS SINALIZADAS DE SI: A TRAJETÓRIA MILITANTE DE UMA MULHER NEGRA NO MOVIMENTO SURDO DO MUNÍCIPIO DE IGARAPÉ MIRI, NO PARÁ
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Data: 05/05/2022
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O presente estudo, intitulado Narrativas Sinalizadas de Si: a trajetória militante de uma mulher negra no movimento surdo do município de Igarapé-Miri, no Pará, tem como objetivo compreender a história de vida de uma mulher negra surda, de modo a entender, por meio de suas narrativas e dos processos formativos e saberes construídos na militância, como esta mulher constitui sua identidade e ressignificou-se a partir dos entrelaces entre as questões étnicas, questões de gênero e da surdez. E como objetivos específicos se propõem entender como a mulher negra surda se vê no contexto de sua trajetória e a relação desse processo na construção afirmativa de sua identidade étnico-racial; analisar as imagens e sentidos de ser mulher negra surda construídos no processo de militância e problematizar os processos educativos formadores e os saberes construídos na trajetória de militância da mulher negra surda enquanto possibilidade de empoderamento político construído a partir de atos subversivos de gênero, raça e surdez. A pesquisa que originou este estudo tomou como aspecto mobilizador a seguinte problemática: como se deu a trajetória de vida da mulher negra surda, militante da comunidade surda, em prol da superação das desigualdades racial, de gênero e de diferença no município de Igarapé-Miri/PA? Metodologicamente buscou-se auxílio teórico em estudos de autores que abordam temáticas relacionadas a gênero, raça, surdez, militância, memória, narrativas, os quais destacam-se: Scott (1995), Louro (1997), Guimarães (1999, 2004), Hall (2003), Schwarcz (1933), Skidmore (1976), Skliar (1998, 2010), Goldenberg (1997), Fanon (2008), Brah (2006), Pêcheux (2010), entre outros. A participante da pesquisa foi selecionada a partir de alguns critérios, tais como: se autodeclarar como negra nas suas relações socioculturais e por apresentar traços em sua trajetória de vida pessoal, social e profissional que caracterizam um perfil de militância com atuação nas questões de gênero, raça e surdez no município de Igarapé-Miri-PA. A investigação está ancorada em uma abordagem qualitativa do tipo História Oral, com o uso, nos seus procedimentos, de entrevistas semiestruturadas on-line, somando-se a isso, esse trabalho utilizou-se da observação participante virtual, esta, por sua vez, deu-se por meio da participação em algumas interações realizadas virtualmente no dia a dia da entrevistada, e também contou com o auxílio de uma oficina de desenhos que tinha como foco a elaboração de desenhos sobre o ser mulher negra surda na militância. Os resultados da pesquisa revelam que a participação da entrevistada no movimento surdo e no espaço acadêmico possibilitou a mesma se reeducar, modificar seu olhar sobre questões como sexismo, racismo, machismo e surdez, sua postura de mulher negra e surda por meio de um processo positivo de aceitação de sua cor, cabelo crespo/cacheado, língua de sinais, em detrimento dos determinantes sociais.
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NUBIA LAFAETE DOS SANTOS CORREA
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A MÃO DO TRABALHO É A MÃO QUE BALANÇA A REDE: cotidiano, gênero, cultura, trabalho e memória de mulheres na Amacol
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Data: 30/04/2022
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O estudo visa compreender a participação das mulheres no processo de trabalho na empresa madeireira Amazônia Compensados e Laminados (AMACOL) nas décadas de 1970 a 1990, no município de Portel, no Marajó/PA, analisando as relações sociais que permeavam no cotidiano da empresa, bem como, seus processos de sociabilidade e vida fora dela, buscando analisar as formas de trabalho desenvolvidas por essas mulheres, tentando compreender de que forma se davam as relações socioafetivas no interior e fora da AMACOL entre os trabalhadores e as trabalhadoras, verificando se as mulheres faziam as mesmas atividades que os homens e se a carga horária de trabalho e salários eram similares a partir das funções desenvolvidas, buscando entender de que forma, o trabalho na empresa contribuiu para a independência econômica e autonomia na vida das mulheres que trabalhavam nesta empresa, e de que forma elas lidavam com a dupla e até tripla jornada de trabalho, as atuações das mulheres nessa empreitada e a participação feminina na coordenação sindical. Metodologicamente, utiliza-se como aporte teórico estudos de autores, como HELLER (2000); ALBERTI (2008); MARTINS, SCHAAN, SILVA (2010); SILVA (2011); FERNANDES (2011); FERNANDES (2013); BRITO (2001); RENHA (2017); MELO (2015); NORA (1993), PACHECO (2006 e 2012); PINTO (2004, 2010, 2012); SOIHET (1997); PINHEIRO (2018); FOUCAULT (2013); LOURO (2004); LAGES (2004); SOIHET(2006); DIEESE (2013); PINSKY (2013); PEREIRA (2005); RODRIGUES (2015), HOBSBAWM (1996; 1977), MARX (2012), MARX e ENGELS (1999), THOMPSON (1987), VOVELLE (1987), ENGELS (1975), BRANCO (2006), BATALHA (1992), FONTES (1982), FAUSTO (1977), GOETTERT (2014), POGIBIN (2009; 2010), SANTANA (2018), MOURA (2010), os quais deram base teórica e metodológica, auxiliando na construção das análises que constituem presente dissertação. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que analisa, por meio de relatos orais e documentos escritos, como as mulheres desenvolviam seus trabalhos na referida empresa e de que forma se dava as relações de trabalho, sociabilidade e conflitos dentro da AMACOL. A partir dos dados coletados no decorrer da pesquisa foi possível analisar as transformações produzidas com a instalação dessa empresa no Marajó nos aspectos políticos, sociais, culturais, econômicos e ambientais, destacando também o cotidiano de sociabilidades na organização do trabalho no interior dela. Assim como, ao trazer relatos de experiências, memórias e vivências das trabalhadoras no interior e fora dessa empresa, analisa o cotidiano dessas mulheres, suas atuações e relações no contexto social portelense, após uma nova realidade de conquista de autonomia e independência financeira. Da mesma forma, reflete a respeito da construção e organização do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e do Mobiliário do Município de Portel (SITRIMACOP), na década de 1980, inspirado pelos movimentos operariados que ocorriam naquele período em todo o país e, vinculados com a Federação dos Trabalhadores na Industria da Construção e do Mobiliário nos Estados do Pará e do Amapá (FETRACOMPA), com sede em Belém do Pará, a qual contribuiu para a organização do SITRIMACOP e alertou sobre os direitos salariais e condições de trabalho que estavam sendo negados aos trabalhadores (as) da empresa AMACOL, que foram reivindicados por meio da deflagração de duas greves, sendo uma ocorrida no ano de 1986 e outra em 1987, destacando as atuações das mulheres nessa empreitada e a respectiva delas na coordenação sindical.
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VALERIA DE OLIVEIRA PENA BORGES
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NARRATIVAS DE MENINAS MÃES EM BREVES-MARAJÓ: SAÚDE, EDUCAÇÃO E TRABALHO NA PERSPECTIVA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
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Data: 30/04/2022
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O presente trabalho é tecido por uma coletânea de histórias de vida narradas por meninas e mulheres que experimentaram, ainda na adolescência, a maternidade, mais especificamente entre os anos de 2010 a 2020. Pretendeu-se com a pesquisa aqui apresentada, compreender através das experiências compartilhadas por essas meninas, com idades entre 14 e 19 anos, como é encarada por elas a condição de mães, analisando os principais desafios, reinvindicações e demandas que se manifestaram em suas narrativas do cotidiano, tanto no âmbito privado como na esfera pública, no sentido de verificar os modos pelos quais seus direitos podem ter sido tolhidos, seja através de desafios materiais, como a falta de políticas públicas e o abandono do estado e/ou por meio de percalços de ordem social, histórica e cultural. Metodologicamente realizou-se levantamento bibliográfico e análise de caráter qualitativo. Dentre o aporte teórico podemos destacar alguns dos seus autores, como: PORTELLI (1997), DEL PRIORI (2011), CHAUÍ (2012), UNFPA(2013), PACHECO (2010), MORIN(2006 e 2007), FIGUEIRÓ (2004), OMS (1993), SEN (2000), VELHO (1981) e outros. Tal bibliografia dialoga com as narrativas orais recolhidas ao longo da pesquisa com o auxílio metodológico da história oral, através do qual foi possível ouvir sete narradoras/colaboradoras, que nos revelam aquilo que os números não são capazes de contar, isto é, histórias de vida, de resistência, de denúncia e de esperança feminina. Embora tenhamos optado por entrevistas abertas e, de certa forma, livres, algumas perguntas foram pré-formuladas com o objetivo não de limitar os depoimentos das narradoras, mas com a finalidade de organização do trabalho dentro da perspectiva do desenvolvimento humano, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, que institui três dimensões básicas para o alcance da liberdade das pessoas de serem aquilo que desejam ser, sendo essas dimensões: saúde, educação e renda, que apesar de não englobarem ou esgotarem todos os aspectos do desenvolvimento, são medidas sintéticas pensadas e construídas a partir dos estudos de Mahbub ul Haq e Amartya Sen. Constatou-se que, apesar de individuais, os relatos das meninas mães são reveladores do ponto de vista da coletividade, da história e da cultura a qual pertencem, posto que no cruzamento entre uma experiência e outra, há singularidades e sobretudo semelhanças que evidenciam a urgente necessidade que a sociedade tem de evoluir, tanto no olhar como no tratamento que oferece à sua juventude feminina.
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ROSANA MALATO DE SOUZA
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O TRABALHO EDUCATIVO DO(A)S PEDAGOGO(A)S NA ASSISTÊNCIA SOCIAL EM MELGAÇO/PA
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Data: 28/04/2022
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A presente pesquisa, intitulada “O Trabalho Educativo dos Pedagogos na Assistência Social” investigou de que forma está estruturado o trabalho destes profissionais na educação social, especificamente, nos serviços socioassistenciais, analisando a ação pedagógica destes no trabalho educativo como instrumento essencial que contribua na formação da consciência crítica de indivíduos e de famílias que se encontram em situação de agravamento social com responsabilidade de colaborar no processo de controle de emancipação humana. A discussão sobre pedagogia e pedagogia social enquanto área de conhecimento, abrangendo conceitos, origens, fundamentos e formação do curso de pedagogia, torna-se válida para a compreensão dos subsídios teóricos e práticos do trabalho do pedagogo na educação social em seus diversos contextos históricos, além do debate sobre a sociedade brasileira nos seus aspectos socioculturais e socioeconômicos na forma como se organiza sobre a sociedade brasileira de modo a manter o controle social através da intervenção do Estado por meio da educação social e do trabalho educativo do pedagogo na minimização dos problemas sociais provocados pelo setor econômico e cultural. O trabalho dos pedagogos na Assistência Social não vem promovendo educação social, mas apenas serviços assistencialistas, garantindo a provisão das necessidades básica, desvinculada de política de defesa e promoção social estabelecido pela Lei Nº 8742 – LOAS, assim, o assistencialismo prevalece nos serviços socioassistenciais e interrompe a educação social, além disso, o pedagogo não realiza um trabalho educativo por conta da falta de estrutura dos recursos orçamentários, por conta do mal gerenciamento, cortes e desvios impróprios para outras ações nas esferas federal, estadual e municipal, bloqueando e limitando ação ligada ao trabalho educacional. Com a pandemia, o novo coronavírus limitou e bloqueou algumas ações e serviços como entre eles, atividades nas comunidades e no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV, onde há prioridade em desenvolver a pedagogia social, sem contar que a prática pedagógica dos pedagogos constituem um mecanismo desvinculado de um trabalho educativo, por adotarem uma prática doméstica relacionada ao compromisso e à responsabilidade profissional, bem como, à restrição na formação do profissional tanto pela Política de Assistência Social do programa capacita (SUAS), quanto pelo próprio pedagogo, que se limita em buscar sua formação. As experiências profissionais da pesquisadora constituíram-se em algumas ações educativa, limitando à promoção da educação social pela falta de compreensão da mesma em relação ao trabalho educativo. A educação social desenvolvida na política de Assistência Social é um instrumento significativamente essencial para a formação do pensamento crítico, no controle da emancipação humana, incentivando à luta por direitos, mantendo um controle social inerrante aos indivíduos em situação de agravo social. Portanto, quando não há educação social desenvolvida nos serviços socioassistenciais, como se observou no município de Melgaço, PA, os serviços ficam subjugadas às ações assistencialistas. A escolha do tema surgiu a partir da ideia de associar esta pesquisa à profissão de pedagoga desta na Assistência Social na cidade de Melgaço, PA, com intuito de compreender a função do pedagogo na educação social, precisamente, nos serviços socioassistenciais. A pesquisa tem como problema o seguinte questionamento: “O trabalho do pedagogo na Assistência Social tem promovido educação social, constituindo- -se como ação educativa na minimização da prevenção e superação das vulnerabilidades e riscos sociais?” Buscando respondê-lo, tem-se como base teórica, os estudos de Machado (2010), Soriano (2006), Silva (2017), Bessa (2019), Zanella (2013), Santos (1999), Freire (1987), Mendes (2021), Campos (2018), Carvalho (2017), Oliveira (2017), Santana (2012) e outros. Com relação à metodologia, tem-se uma abordagem qualitativa, na modalidade de estudo de caso, com pesquisas bibliográficas e de campo com fins de investigação à forma crítica e ao fenômeno estudado. Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram as entrevistas realizadas com sujeitos e relato diante das experiências profissionais na área da pesquisa, os quais foram essenciais para trazerem informações e conhecimentos nas discussões e construção deste trabalho e dos resultados obtidos.
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EVERTON CRISTIER TAVARES BARRETO
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O PROTAGONISMO MARAJOARA: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DAS HISTÓRIAS E CULTURAS INDÍGENAS NO MARAJÓ DAS FLORESTAS
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Data: 08/04/2022
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Esta dissertação discute à luz da Lei11.645/2008 a implementação da temática indígena marajoara no currículo da Educação Básica em Breves, no Marajó, entendendo o currículo como campo político e cultural atravessado por relações de poder, podendo transmitir visões eidentidades interessadas particulares e sociais, mas suscetível a mudanças e transformações resultantes do dinamismo social. A investigação busca entender como diferentes povos originários marajoara, rotulados na história como “Nheengaíbas”, são representados em diferentes espaços e tempos, afirmando o seu protagonismo na história. Em um primeiro momento, nas memórias de jesuítas, viajantes, naturalistas e historiadores (1639 – 1659) e, posteriormente, no âmbito do currículo, livros didáticos e na experiência de professores na atualidade. O texto dialoga com as ciências humanas e sociais, apoiando-se nos referenciais de Le Goff (1990); Halbwachs (1990); Ricoeur (2007), Quijano (2005), Moscovici (2007) e autores que debatem o protagonismo indígena no Brasil, fazendo uso das categorias Memória, Esquecimento, Decolonialidade, Protagonismo Indígena e Representações Sociais, assim como, Currículo, Livro Didático e Docência nos referenciais de Moreira e Tadeu (2009), Silva e Souza (2016), Santos e Meneses (2009), Bhabha (1998,) Apple (2013), Bittencourt (2019; 2013) entre outros. Como metodologia, foram utilizadas as pesquisas: documental, bibliográfica e a aplicação de entrevistas, com o uso da abordagem qualitativa. Finalmente, foi proposto como forma de intervenção, caminhos e sugestões para uma proposição curricular mais alinhada à legislação vigente e as epistemologias de resistência. É estimado que as reflexões e produtos alcançados possam provocar a visibilidade, a inclusão e a valorização de uma temática indígena marajoara nos currículos, nos livros didáticos e nas práticas de professores em Breves e no Marajó, assim como, fomentar futuras produções alinhadas ao tema.
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CLAUDENILDO DA SILVA LADISLAU
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A EXPERIÊNCIA DO ENSINO MÉDIO INTERATIVO NO PARÁ: O caso da implantação e funcionamento do Projeto SEI em uma comunidade ribeirinha do município de
Portel.
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Data: 08/04/2022
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Esta produção se propôs a estudar o Sistema Educacional Interativo (SEI), criado em 2018 pelo governo paraense, cujos principais objetivos são as supostas expansão do Ensino Médio para localidades rurais de difícil acesso e a melhoria na qualidade desse ensino. A EMEIF Adelson Azevedo, localizada na Vila Gomes, município de Portel/PA, foi o lócus escolhido para este estudo. Como problemática de pesquisa, tem-se a seguinte indagação: quais as implicações decorrentes da implantação e funcionamento do Ensino Médio por meio do Projeto SEI em uma comunidade ribeirinha do município de Portel, no período de 2018 a 2021? O estudo objetivou analisar os processos de implantação e funcionamento do Ensino Médio por meio do Projeto SEI numa realidade marajoara, no período de 2018/2021. Quanto aos objetivos específicos, temos: identificar problemáticas do Ensino Médio no Brasil e dos baixos índices educacionais desse nível de ensino no Pará, demonstrando alguns aspectos que têm contribuído para essa realidade; apresentar as principais características do Projeto SEI enquanto estratégia resultante do Pacto Pela Educação do Pará com base no que está disposto em seus documentos norteadores e discutir sobre o processo de implantação e funcionamento do Projeto SEI na EMEIF Adelson Azevedo a partir das vozes dos sujeitos da pesquisa. A pesquisa assentou-se nos pressupostos da abordagem qualitativa, do materialismo histórico e dialético enquanto método de pesquisa e da pesquisa de campo, onde fez-se uso da entrevista não-diretiva como instrumento de coleta de dados. A organização do trabalho se deu em torno de quatro categorias: processo de implantação do Projeto SEI na Vila Gomes; estrutura tecnológica de funcionamento do Projeto SEI; estruturas pedagógica e docente de funcionamento do Projeto SEI e a interatividade entre professores ministrantes do Projeto SEI e alunos. Todo o material teórico e empírico, foi posto em apreciação a partir da metodologia de análise de conteúdo. Haddad et al (2008), Netto (2011), Ferreira (2018) e Araújo (2019) foram algumas das referências utilizadas. Foi possível identificar um conjunto de implicações decorrentes da implantação e funcionamento do Projeto SEI na realidade pesquisada, cujas principais são: ausência de diálogo com os moradores da Vila Gomes antes da implantação do Projeto SEI; a implantação do SEI na Vila Gomes não representou a expansão do Ensino Médio, mas a substituição do SOME; o currículo e o calendário do SEI são voltados para o contexto urbanocêntrico e não contemplam a realidade das populações do campo; não há material pedagógico impresso de apoio para os alunos que não conseguem acompanhar a velocidade com que as aulas são exibidas na TV; por excluir a maioria dos alunos dos momentos de interatividade em tempo real com os professores ministrantes, o SEI não pode ser classificado como ensino presencial mediado por tecnologia,mas sim como um tipo de ensino que tenta se apropriar inadvertidamente das possibilidades daEaD. Desse modo, concluímos que o Projeto SEI apresenta-se como um tipo de Ensino Médio,cujo real objetivo é o de promover a precarização desse ensino e, por conseguinte, fomentar asdesigualdades sociais no estado do Pará.
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VERA LUCIA FARIAS DE MELO
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JUVENTUDES E EDUCAÇÃO NO ENSINO MÉDIO: UM ESTUDO DO PROJETO MUNDIAR NO MUNICÍPIO DE BREVES/PA (2014 A 2019)
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Data: 18/03/2022
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No presente estudo pesquisamos o Projeto de aceleração da aprendizagem Mundiar, Ensino Médio, no município de Breves/PA, tendo como objetivo geral analisar as implicações do projeto Mundiar nos processos de ensino e aprendizagem a partir do desenvolvimento da metodologia telessala, considerando a realidade da juventude marajoara. E como objetivos específicos identificar o projeto Mundiar no contexto das relações público privado a partir de orientações de organismos internacionais; caracterizar a metodologia Telessala do Projeto diante da realidade de alunos do município de Breves e compreender o projeto Mundiar e suas implicações no processo de ensino e aprendizagem da juventude marajoara brevense. De abordagem qualitativa, a pesquisa é exploratória, de cunho bibliográfico, tendo como base a análise de conteúdo. O instrumento para coleta de dados foi a entrevista semiestruturada. Os sujeitos da pesquisa foram três unidocentes, três egressos e a coordenadora local do projeto. Os resultados apontam para 1) reprodução de problemas tradicionais do ensino médio e instituição de novas problemáticas; 2) alinhamento total do projeto às orientações dos organismos internacionais no âmbito da relação público-privada; 3) Não valorização da formação de cidadãos autônomos e duplicação da imagem da escola pública como incapaz e insuficiente para a formação de sujeitos críticos e profissionais qualificados; 4) práticas pedagógicas/tecnológicas isoladas que recaem a responsabilidade total ao profissional unidocente do Mundiar; 5) abordagem pré-tecnicista e recursos humanos, estruturais e tecnológicos insuficientes no âmbito da metodologia telessala; 6) Precarização do trabalho e desvalorização didático-pedagógica, financeira e da autonomia docente.
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PAULO RAFAEL DA SILVA FERREIRA
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POR RIOS E FLORESTAS, A UFPA E O DESENVOLVIMENTO HUMANO NO MARAJÓ: UMA ANÁLISE SOBRE O PAPEL DA UNIVERSIDADE NOS MUNICÍPIOS DE BREVES E MELGAÇO
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Data: 17/03/2022
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A pesquisa intitulada “Por rios e florestas, a UFPA e o Desenvolvimento Humano no Marajó: Uma análise sobre o papel da universidade nos municípios de Breves e Melgaço” tem como objetivo Analisar as possíveis contribuições do Campus de Breves na formação humana em prol do desenvolvimento socioeconômico e educacional dos municípios de Breves e Melgaço, considerando a pobreza e desigualdade social neles presentes. A abordagem utilizada no estudo é qualitativa, com pesquisa bibliográfica e documental. Para realização da pesquisa foram utilizados documentos institucionais da UFPA, como: PDIs, UFPA em Números, Relatórios de Gestão do CUMB. Também foi aplicado questionário aos egressos do CUMB, pelo google forms. Os resultados da pesquisa apontam que: 1) O processo de interiorização da Universidade pública na Amazônia é um dos maiores marcos do serviço público no contexto educacional e socioeconômico da região; 2) A realidade dos alunos inseridos no ensino superior público marajoara é de elevada vulnerabilidade social e a existência da UFPA como instituição pública na região é fundamental a essa população ; 3) a UFPA contribui para um modelo diferenciado de desenvolvimento nos municípios onde está inserida, sendo os sujeitos formados por esta instituição, importantes atores nos processos sociais; 4) o ensino, pesquisa e extensão no CUMB são importantes aliados da sociedade, seja para o seu desenvolvimento, seja, para enfrentamento das desigualdades sociais; 5) O CUMB desenvolve importante política de inclusão social, transformando histórias de vida e impulsionando a um melhor contexto educacional e socioeconômico na região, contudo, é cada vez mais objeto de cobranças da sociedade por expansão e maior aproximação junto à sociedade civil.
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