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Banca de DEFESA: EDER JACSON DIAS PEREIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EDER JACSON DIAS PEREIRA
DATA: 27/06/2019
HORA: 15:00
LOCAL: sala 001 PPGEDUC/Cametá
TÍTULO:

SABERES DO TRABALHO E FORMAÇÃO DA IDENTIDADE DAS MULHERES NEGRAS DO SÃO BENEDITO DO VIZEU / MOCAJUBA – PARÁ


PALAVRAS-CHAVES:

Mulher negra. Saberes, Identidade, Trabalho, Experiência, etc.


PÁGINAS: 147
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
RESUMO:

O presente trabalho trata da constituição da identidade de mulher negra na comunidade remanescente do quilombo de São Benedito do Vizeu. Este objetiva saber, como essas remanescentes desse quilombo no município Mocajuba-Para formam sua identidade nas atividades laborais associadas aos saberes do trabalho numa materialidade histórica da vida junto a classe trabalhadora. A pesquisa toma como base o método materialismo histórico-dialético diante das contradições e mediações a partir do princípio da totalidade. Destaca-se ainda uma abordagem de base qualitativa com a entrevista semiestruturada, associada a análise de conteúdo para entender que as vozes e memórias dessas mulheres narram s constituição de identidade na relação com o mundo do trabalho. Nesse viés metodológico partimos de autores como Marx (2010), Marx e Engels (2007), Thompson (1987), Schwartz (2003), Tiriba (2009), Rodrigues (2012), Pinto (2012), Davis (1987), Beauvoir (1985), Saviani (1997), Mead (1999), Aquime (2018), Santos (2003), Antunes (2010), Hirata (2015), Saffioti (1987), Bogo (2009), Dubar (2009) dentre outros que buscam os caminhos dessas discussões. Nisso a pesquisa concluiu que as mulheres negras dessa comunidade revelam diversos saberes do trabalho junto a um processo de renormatização de suas atividades, isto é, estas se formam diante de vários modelos de atividades que participam e por isso vimos saberes que não se refletem só na lavoura, mas em outras instâncias do trabalho no saber do trabalho assalariado como funcionárias públicas, professoras e serventes, do lar como o cuidar da alimentação, dos filhos e maridos, da casa, da roupa, e das culturas nos quintais agroflorestais, da associação como representante, presidente da associação da comunidade, nos laborais, o saber da pimenta-do-reino, do cacau, da borracha, da pesca, da farinha, etc. Assim encontramos nessa pesquisa uma identidade de ofícios vividos e recebidos os quais revelam uma exploração das mulheres triplamente formada no trabalho assalariado, no laboral e no doméstico que são envolvidos por saberes que se voltam para humanização e para o capital. Também chegamos à conclusão que os saberes são adquiridos pelas experiências herdadas onde essas mulheres aprendem na materialidade do trabalho, nas trocas de conhecimentos ao longo das gerações, ou seja, os saberes se dão na mediação com o saber da roça por exemplo com a farinha e suas etapas de produção, saber doméstico, da pesca, o saber das associações etc. Esses saberes, sobretudo o da farinha se dá com mediação principalmente dos pais que passam de geração em geração. Ainda o estudo aponta  uma identidade do trabalho formal e informal o qual chamamos nessa pesquisa de identidade teleológica, onde não há uma desvinculação das atividades formal e informal e, esta deixa claro que o ensino formal tem menos significado que o informal nas atividades laborais, neste processo de interação um não exime o outro, uma vez que tanto o saber da escola como do trabalho laboral apresentam suas marcas de conhecimentos aprendidos por essas mulheres como por exemplo a  o saber leitura e a escrita, e os conhecimentos de como se cultiva certos produtos, porém isto leva à jornada tripla de trabalho trazendo à tona uma identidade polivalente no saber empregatício como professora e servente, outras no saber laboral e seu conhecimento do processo de produção e o saber do doméstico os quais acumulam cargas de atividades e contribuem para uma exploração e alienação dessas mulheres. E por fim chegamos há uma identidade de resistência junto a lógica do capital no bojo do sistema neoliberal que se configura no saber do tempo de trabalho e no saber dos mutirões, este último se dá  numa relação coletiva do trabalho onde o sujeito aprende com a troca de saberes do preparar,  plantar, e colher, até o processo de beneficiamento sobretudo da farinha, porém os mutirões são expressões coletivas que rompem com a fragmentação do trabalho no capitalismo, já o tempo apresenta os saberes naturais que é o conhecimento da natureza sobre inverno e verão para se fazer o plantio, bem como as épocas de colheita e este  traz também as transformações como por exemplo a chegada da energia elétrica e todos os saberes que se configuram com essas mudanças onde observamos que o trabalho manual do ralar mandioca, artesanal, até o trabalho técnico com a força da energia elétrica nos Catitus reconfiguram a forma de se trabalhar . Essa identidade contraditoriamente mostram e revelam uma mulher negra da Amazônia paraense confrontando a lógica do capital e em outros momentos sendo envolvidas pelo sistema e ao mesmo tempo pertencendo a uma classe onde é vítima de exploração no trabalho pelo próprio homem e pelo sistema vigente. Nesse viés se formam identidade dessas mulheres no mundo do trabalho.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2524613 - BENEDITA CELESTE DE MORAES PINTO
Externo ao Programa - 2153549 - DENISE MACHADO CARDOSO
Presidente - 2321894 - DORIEDSON DO SOCORRO RODRIGUES
Notícia cadastrada em: 17/05/2019 16:03
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