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Banca de DEFESA: JOSINEY DA SILVA TRINDADE

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSINEY DA SILVA TRINDADE
DATA: 07/07/2023
HORA: 15:00
LOCAL: SALA DO PPGEDUC ONLINE - GOOGLE MEET
TÍTULO:

ENTRE O RACISMO VELADO, O SILÊNCIO E A “HARMONIA”: AS RELAÇÕES RACIAIS ENTRE NEGROS/AS E BRANCOS/AS NO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ   


PALAVRAS-CHAVES:

relações raciais; Medicina; racismo; branquitude; silêncio institucional


PÁGINAS: 120
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
RESUMO:

Neste estudo, tivemos como objetivo geral analisar como os/as discentes negros/as e brancos/as percebem as relações raciais no espaço acadêmico-institucional do curso de Medicina da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Altamira. E como objetivos específicos delimitou-se: 1) compreender como os/as discentes entendem e percebem as políticas de ação afirmativa de modo geral e, em particular, as adotadas pela UFPA, Campus Universitário de Altamira; 2) analisar as percepções dos/as entrevistados/as sobre possíveis privilégios e desvantagens raciais existentes no curso de Bacharelado em Medicina; e 3) analisar como os discentes percebem a experiência de ser negro e ser branco no curso estudado. Para tanto, realizamos esta pesquisa exploratória, por meio de uma abordagem qualitativa, usando como instrumento de coleta de dados o questionário e, como técnica, a entrevista. Os resultados apontam que os/as estudantes brancos/as são beneficiados/as pelos privilégios acumulados por seus genitores, porém tal acervo de privilégios não advém simplesmente ou unicamente do fato de seus genitores e/ou genitoras serem brancos/as, mas, sobretudo, porque são disponibilizados por serem membros de um grupo social sobre o qual não pesa nenhum tipo de estigma racial. Em outros momentos, verificamos aqueles privilégios que decorrem diretamente do fato de alguns/mas discentes serem brancos/as, sendo cedidos gratuitamente por seus pares, geralmente, de forma sistemática por meio das instituições. Verificamos ainda uma espécie de protecionismo e de colaboração não formalizada (“pacto narcísico”) pela qual é possível não apenas garantir a presença majoritária de um único estoque racial em um lugar lido como sendo de alto prestígio social, mas também que essa presença seja marcada por um tratamento diferenciado, guarnecida de privilégios. Outras questões verificadas foram os impactos do racismo na psiquê dos/as negros/as, a falsa projeção advinda do/a branco/a e, mais do que isso, foi possível inferir que as relações raciais no curso investigado, bem como na própria instituição, são transpassadas por ideologias racistas, estereótipos, preconceitos e discriminações raciais. Tratando-se do racismo, ele é percebido como sendo do tipo velado que não é só comum e normal nas relações raciais e nos espaços institucionais brasileiros, mas é a forma de racismo convencionalmente aceita. Alinhado a esse racismo velado, é comum que ocorra a prática de discriminações raciais igualmente veladas, havendo uma considerável resistência de nomeá-la e puni-la como tal. Apesar das práticas de discriminações raciais veladas serem o modus operandi dos sujeitos no locus investigado, há quebras de padrões que causam um misto de espanto, indignação e revolta, tanto por parte dos grupos brancos como dos não brancos. Não obstante, percebemos que esse choque é causado pela quebra do decoro e, por consequência, pelo rompimento do silêncio sobre a questão racial, causando desconforto naquele espaço. Em suma, foi-nos possível compreender que as relações raciais estabelecidas entre estudantes negros/as e brancos/as, apesar do silêncio e da falta de preocupação institucional, são transpassadas por ideologias e práticas racializadas que produzem e reproduzem estigmas e estereótipos raciais, privilégios raciais para os grupos brancos e, por consequência, desvantagens raciais dos grupos não brancos, particularmente, os negros.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1740753 - VILMA APARECIDA DE PINHO
Interno - 2541304 - FRANCILENE DE AGUIAR PARENTE
Externo à Instituição - AHYAS SISS
Notícia cadastrada em: 13/06/2023 07:40
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