TRABALHO DOCENTE E INTEGRAÇÃO DE SABERES NA EDUCAÇÃO BÁSICA: entre prescrições e renormalizações
Neoliberalismo e educação. Formação de professores. Prática pedagógica. Ergologia.
Esta pesquisa analisa de que forma os saberes prescritos no curso de Pedagogia da UFPA-Breves se materializam, renormalizados, na prática pedagógica dos egressos do curso, considerando a possibilidade de renormalização numa perspectiva tecnicista ou numa perspectiva inovadora, entendida como uma educação a serviço da mudança estrutural da sociedade. Para tanto, adotamos a abordagem qualitativa com enfoque no materialismo histórico-dialético. Consideramos a educação enquanto prática social que possui múltiplas determinações e, por isso, sua apreensão requer a análise dos vários determinantes que lhe configura em determinado momento histórico. Tal qual Marx (2008) partimos da ideia de que o concreto se constitui da unidade dos diversos; unidade da diversidade. Desse modo, o princípio da totalidade implica considerar como exigência fundamental da pesquisa o não isolamento dos objetos. Pelo contrário, deve-se buscar sempre as ligações constantes e regulares com outros fenômenos (LEFEBVRE, 2019). Metodologicamente, utilizaremos como procedimentos: análise documental (TRIVINOS, 1997), entrevista semiestruturada (MINAYO, 2009), com os professores sujeitos da pesquisa; observação da prática pedagógica dos professores no âmbito da sala de aula; e anotações, realizadas durante as observações da prática pedagógica. Os dados coletados serão analisados com base na análise de conteúdo proposta por Bardin (2016), descrita como um conjunto de instrumentos metodológicos que se aplicam ao “discurso” (conteúdos e continentes) extremamente diversificados. Utilizamos como aporte teórico Marx (2008; 2011), Lefebvre (2019), Kosik (1976), Kuenzer (1999; 2002), Frigotto (2007; 2010a; 2010b), Saviani (2004), Schwartz (2000; 2003; 2010; 2014; 2021), Durrive (2018), Trinquet (2010), Tardif (2014), Schön (2000), Gauthier et al (2013), Chauí (2001), Oliveira (2010), Mancebo; Maués; Jacob (2006), dentre outros. A hipótese deste trabalho é a de que, apesar das ações governamentais visando reformar a educação escolar de modo a atender às demandas do sistema social produtivo com base na concepção dominante, essas reformas encontram resistência no âmbito escolar, podendo ser identificadas na prática dos docentes, ao renormalizarem os saberes da formação profissional.