DEVIR-DANÇANTE: O CORPO QUE DANÇA COMO POTÊNCIA INVENTIVA NA EDUCAÇÃO.
Palavras-chave: Devir-dançante. Corpo. Dança. Cartografia. Educação.
A presente escritura versa sobre o conceito devir-dançante, instigado pela potência do corpo que dança enquanto perspectiva inventiva na educação. O estudo visa imantar acepções entrelaçadas do corpo, da filosofia, da arte (dança) e da educação, com o intuito de sacudir as estruturas morais e de gênero e seus investimentos disciplinares sobre o corpo e a dança. Quanto ao problema de pesquisa, indaga-se: o que pode um corpo que dança como potência inventiva na educação? Como fazer confluir filosofia-arte-educação na perspectiva do corpo e da dança? Que devires, além do devir-dançante, e potências do corpo e da dança poderão emergir do encontro entre arte e educação? Pretende-se, ainda, potencializar ideias-força sobre o conceito de “devir-mulher” para eclodir “microfeminilidades” de um corpo que dança e subverter padrões de gênero-sexualidade, em devir molecular. A cartografia da dança, como devir e criação, será um experimento estético e acadêmico para apresentar os fluxos da arte da dança produzidos no espaço escolar e outros locais, com seus devires que entrelaçam corpos, contatos, coreografias, improvisações. Nesses trajetos, tem-se a companhia de intercessores como Deleuze e Guattari (1995; 1997), Verderi (2009), Neira (2009), Laban (1990), Ossona (1988), Rengel (2019), Costa (2016), Gil (2001), Nietzsche (2000), Louro (2008), Butler (2008), Miller (2012) além de interlocutores da dança em espaços escolares e espaços artísticos, os quais integram o catálogo do texto. Pelo gesto performativo da dança e movimentações cartográficas da pesquisa, tecemos rizomas de pensamentos e experimentações com a arte e a educação. Por fim, desejamos experimentar as fruições emanadas do corpo que dança como potência de uma arte de criar e educar, ambas vivenciadas para além das fronteiras do masculino/feminino e da dimensão disciplinar do corpo e da dança, pois, dançar, é criar potências no corpo para devir outras vidas.