ENSINO E APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM (LEITURA E ESCRITA): ANÁLISES DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM CLASSES DE 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Práticas pedagógicas. Leitura e escrita. Abordagem histórico-cultural.
Dissertação sobre as práticas pedagógicas de ensino e aprendizagem da linguagem (leitura e escrita) no 4º ano de uma escola pública municipal da zona urbana de Cametá/PA. Traz como problema o seguinte questionamento: como as práticas pedagógicas voltadas para o ensino da linguagem (leitura e escrita) vêm sendo desenvolvidas no 4º ano do ensino fundamental? Busca investigar como se constituem as práticas pedagógicas de ensino da linguagem, tomando como base a abordagem histórico-cultural de Vigostki e Bakhtin, por meio da qual se defende que a linguagem é uma atividade simbólica e constitutiva do sujeito e seu ensino não deve ser apenas a apropriação de uma técnica de ler e escrever, mas de uma prática social (a escrita) que permite a criança transformar sua memória, atenção, modos de buscar informação; esquecer informações que, por meio do registro, pode ser recuperada; participar; compartilhar; e, sobretudo criar relações com os outros. É um estudo de cunho qualitativo na modalidade estudo de caso com pesquisa bibliográfica, documental e de campo. Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram: observação e entrevistas. Foram sujeitos da pesquisa: 03 professores regentes de 4ºano e 03 professores do Projeto de Leitura e Escrita. A partir de narrativas das situações em sala e das falas dos sujeitos, os dados foram analisados de forma dialética, norteados pela abordagem histórico-cultural. As observações em sala apontaram que, em todas as turmas, as práticas se esgotam na prática, ou seja, há uma grande preocupação em ensinar o conteúdo, a gramática, o texto pelo texto, deixando-se de lado a problematização, o diálogo com o outro, a beleza do texto literário. As práticas ainda estão impregnadas da velha pedagogia reprodutivista, tecnicista, silenciadora e assim desumanizadora. O ensino no projeto também se efetivava de maneira, principalmente copista, reprodutivista. As entrevistas revelaram contradições entre o que é pensado no PPP e o que de fato se faz em sala. E comprovaram que é a concepção de linguagem enquanto uma técnica que norteia as práticas. É preciso romper com esse tipo de educação hegemônica presente na escola; é olhando para as práticas pedagógicas do outro e refletindo que se promove uma prática contra-hegemônica, na qual a educação não sirva de instrumento para manter e naturalizar as desigualdades, que os alunos sejam vistos como sujeitos históricos dentro de um mundo real e que a linguagem como uma atividade simbólica e constitutiva do sujeito seja o norte das práticas pedagógicas de ensino da linguagem.