PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE ENSINO DA LINGUAGEM: ANÁLISES E REFLEXÕES NA ABORDAGEM HISTÓRICO-CULTURAL
Práticas pedagógicas. Concepções de Linguagem. Alfabetização e Letramento. Abordagem histórico-cultural.
Esta pesquisa é um estudo sobre as práticas pedagógicas de ensino da linguagem no 4º ano de uma escola pública municipal da zona urbana de Cametá/PA. Busca investigar as práticas pedagógicas para a apresentação de possíveis indícios de uma concepção de linguagem inspirada na abordagem histórico-cultural. Além disso, discute a questão do método de alfabetização e suas implicações na prática pedagógica a partir dos estudos de Braggio; debate os conceitos de alfabetização e letramento defendidos por Magda Soares e outras autoras; e discute, a partir de Vigotski e comentadores, como Fontana e Cruz, uma concepção de linguagem para além da técnica. A escolha do tema ocorreu a partir dos relatos dos professores em reuniões pedagógicas quanto às dificuldades de ensinar os alunos do 4º e 5º anos por não saberem “ler e/ou escrever”; dos altos índices de reprovação, principalmente no 4º ano; e porque a escola desenvolvia no contra turno Projeto de Leitura e Escrita. O que me provocou inquietações no sentido de investigar as práticas pedagógicas. Logo, a pesquisa tem como problema o seguinte questionamento: as práticas pedagógicas voltadas para o ensino da linguagem apresentam indícios de uma concepção de linguagem – leitura e alfabetização - inspirada em uma abordagem histórico-cultural? Um estudo como este possibilita ampliar os conhecimentos sobre práticas pedagógicas e ensino da linguagem, permitindo refletir a concepção de linguagem, de criança e de sociedade que permeia essas práticas. Além de mostrar o que está por trás dos modelos de leitura e alfabetização geralmente utilizados na escola, assim como desconstruir os conceitos de alfabetização e letramento que norteiam o ensino da linguagem. Como relevância social, os resultados podem contribuir para se repensar as práticas pedagógicas voltadas para o ensino da linguagem, ao se apresentar um conceito de alfabetização para além da técnica. Quanto ao referencial teórico, a pesquisa utiliza os estudos de: Braggio (1992), Soares (1998, 2006, 2017a, 2017b), Kleiman (1995, 1996, 1998, 2006), Tfouni (1988, 1995, 1996), Fontana e Cruz (1997), Vigotski (1987, 1991, 1993, 1998, 2007, 2009) e Bakhtin (1976, 1998, 2003). Com relação à metodologia, é um estudo de cunho qualitativo na modalidade estudo de caso com pesquisa bibliográfica, documental e de campo na perspectiva histórico-cultural. Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram: análise documental, observação participante (observação total) e entrevista.