TRAMAVIVÊNCIAS ANÁRQUICAS – DEVIRES DO CORPO-CRIAÇÃO COM A ARTE DE HÉLIO OITICICA NA EDUCAÇÃO
Tramavivências; Corpo; Criação; Hélio Oiticica; Arte-educação;
A dissertação percorre o labirinto da vida e obra do artista-inventor Hélio Oiticica (1937-1980), articulando os conceitos de corpo, criação e experimentação tramados no encontro entre processos educacionais e a arte. Busca-se pensar e experimentar os devires do corpo-criação como potência, multiplicidade e estopim para a invenção de vida-mundos com a arte, nas tecituras do encontro com o corpo estético-político dos Parangolés (1964-1979), o corpo e as sensações da instalação Éden (1969) e o manifesto poético-político Subterrânia (1969), de Oiticica, cartografando a produção de espaços heterotópicos, devires minoritários, acontecimentos e tramavivências anárquicas que despontam como forças de criação artísticas e educacionais. Neste percurso, fazemos intercessões com Michel Foucault, Friedrich Nietzsche e Gilles Deleuze e Félix Guattari, entre outros filósofos, artistas e pensadores da educação na perspectiva da investigação das tramavivências do corpo, criação e experimentação com a arte nos (des)territórios da educação. No que se refere a cosmovisão de arte de Hélio, mergulhamos em seus escritos, entre cartas, roteiros, entrevistas e ideias catalogados pelo Programa Hélio Oiticica, do Itaú Cultural, que atuam como elementos vivos em constante interlocução com a dissertação. O estudo que se tece cartograficamente, apresenta aspectos de uma pesquisa-intervenção com a arte, que transversaliza com a dança, a experimentação supra sensorial corpo-poética e a proposição de práticas subterrânias na educação. O acompanhamento do processo da pesquisa e das intervenções poéticas, plásticas e performáticas são realizados por meio de vivências artísticas, observações, escuta e registros fotográficos referentes aos efeitos e atravessamentos das proposições com a arte experimental. Nessa perspectiva, o deambular no mapa da pesquisa apresenta um movimento contínuo de criação de linhas, caminhos e conexões rizomáticas que não cessa de inaugurar possiblidades para a experimentação e criação de corpos, linguagens e mundos outros com a arte-educação.