CARTOPOGRAFIAS DA GEO-POESIA DE MANOEL DE BARROS EM EDUCAÇÃO: afluências-solidões e vozes-infâncias.
Geo-poesia. Cartopografia. Manoel de Barros. Infâncias e solidões. Educação.
Este pesquisar se fez por um movimento rizomático de composição do conceito de geo-poesia e suas afluências-solidões e vozes-infâncias, com seus embrenhares e [a]tingires no pensamento educacional. Tal movimento desdobra a abordagem conceitual literatura-viva, experimentada desde o espaço escolar, operando recomposições de dimensões do seu espaço-pensamento movediço constituído de germinações poéticas agenciadas pelo acontecer da geo-poesia manoelesca. O conceito de geo-poesia, assim, tece-se por conexões geo-filosóficas e poéticas, nos encontros com Deleuze e Guattari, Manoel de Barros e intercessores, bem como compõe-se por desaguares e pontes moventes estendidas com educares despontados na geo-devoração de paisagens amazônicas e pantaneiras. Traça-se esta geo-poesia por uma cartopografia de intensidades, isto é, por um escrever-pesquisar enquanto barco-rúmen implicado em um navegar poético-educativo de moveres em deriva e devoração. O mapa-escrita dessa geo-poesia compõe-se então por um movimento junto às paisagens misturadas por intensiva geo-devoração, proliferadas de remansos e rebojos silenciosos de rios-solidões e vozes-infâncias. A viscosidade geo-poética de solidões e infâncias, rios e vozes engole a educação e regurgita educares outros, potencializados na simbiose e entremeios de rios amazônicos e pantaneiros e suas paisagens misturadas, desconhecidas, inauguradas e ínfimas. Embrenha-se numa cartopografia de intensidades literárias, para proliferar um fazer poético-educativo por invencionices, num duplo movimento de deriva e devoração. Duplo movimento experimentado entre ilhas irrompidas, ribanceiras curvadas, meandros estendidos e sinuosos, compostos de aningais e turiás densos, avançando beiras e miritizeiros, derivando e movendo infâncias outras. Nestas simbioses de invencionices compostas pelo mapa-escrita, os rios, terreiros, quintais e portos da geo-poesia são maiores que o mundo, em sua ínfima grandeza, em seus deslimites de criação, nas imagens de memórias inventadas, nas infâncias desterritorializadas e nos remansos silenciosos desse rio-educar. A composição desse mapa-escrita cartopográfico adensa paisagens e intensidades de encontros entre poéticas e educares, em contínuos [re]compores. Nos aconteceres desta pesquisa, experimenta-se, então, singularidades e intensidades de um educar despontado no ínfimo poético de paisagens misturadas, [a]tingidas de rios e suas solidões, ressoadas de vozes-infâncias em seus brincares, aprenderes e criares de mundos-outros. Entre remansos inventivos e rebojos devorando o escrever-pesquisar, compõe-se uma geo-poesia cujas paisagens amazônicas e pantaneiras tingem-se de misturas e nódoas poéticas que gestam um educar que avança pelo movimento do rio, que se tece na invenção de infâncias, que se move pela superfície lisa e estriada e instável dos miritizeiros.