PRELAZIA DE CAMETÁ: EXPERIÊNCIA FORMATIVA DE LIDERANÇA COMUNITÁRIA NAS DÉCADAS DE 80 E 90 NA PERSPECTIVA DOS INTELECTUAIS ORGÂNICOS
Prelazia de Cametá; Formação de Lideranças; Movimentos Sociais;
Esta pesquisa, surge da necessidade de compreender as estratégias de formação política realizada pela Prelazia de Cametá nas décadas de 80 e 90, suas interfaces na construção de lideranças comunitárias e consequentemente, dos movimentos sociais presentes na região do baixo Tocantins em termo de organização e luta de classe em prol da organização coletiva.
Pensar nas práticas socioeducativas desenvolvidas pela Igreja Católica através da prelazia de Cametá, no período acima citado, é buscar desvelar as experiências, saberes e valores vivenciados nesse processo, que visava potencializar os sujeitos envolvidos com uma formação crítico-libertadora, para que servisse de instrumento de luta e resistência frente as contradições do capital.
Nessa direção, THOMPSON (1987, p. 205) sinaliza que “a consciência de classe vai sendo gerada na luta. Não há um projeto político previamente demarcado ele se constrói na práxis.” Ou seja, a consciência de classe se constrói a partir das dinâmicas formativas e nos embates das lutas onde os indivíduos se forjam e se constroem, enquanto cidadãos autênticos e capazes de analisar e decidir de forma consciente sobre os desafios da realidade.Este trabalho é, antes de tudo, resultado de uma vida dedicada a igreja através da pastoral da juventude – PJ (Organização Juvenil da Igreja Católica), ora convivendo ora trabalhando e estudando, fui, no período, que corresponde a década de 90 e começo dos anos 2000 construindo as ideias que aqui apresento e que nasceram como consequência da práxis política, isto é, de múltiplas ações e reflexões desenvolvidas na vida profissional e social.O referido estudo nasce através de anseios e lutas que foram travadas em diferentes espaços e durante a minha vivência na Prelazia de Cametá com os grupos de jovens da pastoral da juventude, pois para Cristofoleti (2004, p. 09)” [...] os lugares pautam as questões que nascem de um determinado cenário e configuram as relações que se tecem na luta, entre aqueles que ocupam diretamente os espaços de mobilização junto aos sujeitos”.