IMPLICAÇÕES DO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL NA FORMAÇÃO DE ASSISTENTES SOCIAIS, EM TEMPOS DE DISTANCIAMENTO SOCIAL, NO MARAJÓ DAS FLORESTAS/PA
Formação; Desigualdades Sociais; Desigualdades Educacionais; Desigualdades Digitais
A pesquisa analisa as implicações do Ensino Remoto Emergencial (ERE) no contexto formativo de Assistentes Sociais pela Universidade Federal do Pará – Campus Universitário do Marajó – Breves (CUMB), em tempo de distanciamento social, na conjuntura da Pandemia do Novo Coronavírus. Adotou-se como referencial teórico – metodológico o Materialismo Histórico e Dialético (MHD), uma vez que permite analisar as contradições históricas existentes no sistema capitalista através da luta de classes entre burguesia e o proletariado que influenciam diretamente nas relações objetivas e subjetivas cotidianas dos sujeitos, permitindo desmistificar as compreensões ideológicas e hegemônicas inerentes ao status quo vigente. Como referenciais teóricos dialoga-se com Marx (1969; 1979; 1985; 2008), Meszáros (2008), e Antunes (2003). As técnicas de coletas utilizadas foram a aplicação de questionário com alunos, entrevistas semiestruturada com docentes e gestores e análise documental. Nesse sentido, analisamos as implicações ocasionadas pelas desigualdades sociais historicamente construídas na perspectiva da Amazônia Legal no que competem ao acesso e a permanência às tecnologias digitais e consequentemente evidenciando a proposta metodológica do Ensino Remoto Emergencial (ERE) como alternativa para a continuidade das atividades acadêmicas em tempos de pandemia do novo Coronavírus de acordo com os seus limites e possibilidades no Arquipélago do Marajó das Florestas. E, constatamos que 90% dos alunos entrevistados não receberam nenhum auxílio da Política de Assistência Estudantil e os que conseguiram ser contemplados, informaram que não foram suficientes para atender as suas necessidades tecnológicas, sendo que, a péssima qualidade da internet tanto por rede Wi-fi quanto pelos pacotes de dados móveis também não responderam as demandas exigidas, bem como, a ausência de estruturas intermediadoras adequadas, tais como: computadores, notebooks, mesa, cadeira, dentre outras, que pudessem propiciar qualidade no ensino aprendizagem dos alunos a partir da adoção do ERE, devido as suas condições socioeconômicas e que essas ausências de aparatos tecnológicos implicaram diretamente no processo formativo dos Assistentes Sociais no Marajó das Florestas. Ademais, os desafios enfrentados pelos professores da Faculdade de Serviço Social em ter que num curto espaço de tempo para formação/qualificação sobre novas ferramentas tecnológicas, tentando conciliar suas atividades docentes e suas atividades domésticas em virtude da adaptação das suas residências em sala de aulas virtuais, extrapolando na maioria das vezes, suas cargas horárias de trabalho, causando adoecimento. Por fim, evidenciou-se as limitações, fragilidades e possibilidades na formação de Assistentes sociais, contexto pandêmico.