EDUCAÇÃO SUPERIOR EM TEMPOS DE DISTANCIAMENTO SOCIAL: os desafios do trabalho docente na Universidade Federal do Pará - Campus Universitário do Tocantins
Educação Superior. Trabalho Docente. Intensificação. Precarização
A pesquisa analisou o trabalho docente e as implicações advindas da adoção do ensino remoto, na Universidade Federal do Pará - Campus Universitário do Tocantins, bem como, buscou identificar as condições do (tele)trabalho docente no ensino superior e as implicações nas práticas pedagógicas no Campus Universitário do Tocantins, além de buscar compreender quais as estratégias foram adotadas pelos docentes para mediar as atividades remotas. As categorias trabalho e trabalho docente vem sendo debatidas por muitos autores que norteiam o debate acerca da temática, onde busca-se referência em Marx (2017; 2008; 2006), Antunes (2022; 2021; 2020; 2009; 2008)), Frigoto (2010), Vieira Pinto (2005), Braga (2009), Fidalgo (2009), Duarte (2008), Magalhães (2021), Saviani e Galvão (2021), Mancebo (2010; 2020), Maués (2015; 2016; 2021), Bridi (2020); dentre outros. A pesquisa buscou embasamento no materialismo histórico, referenciada pela abordagem qualitativa, adotando como técnica de coleta de dados a análise documental e entrevista com docentes da Universidade Federal do Pará/ Campus Universitário do Tocantins. Os resultados das discussões sobre trabalho docente indicam que a adoção ao ensino remoto possibilitou e condicionou formas de precariedade e intensificação ao trabalho docente e isso reverbera em precarização e intensificação das condições de trabalho dos docentes em consequência da sobrecarga das jornadas de trabalho. Os dados empíricos apontaram que os docentes não tinham formação para atuar no ensino remoto, e com isso, tiveram inúmeras dificuldades quanto ao acesso e uso das tecnologias. Identificamos também que houve a mudança do local de trabalho que passou a acontecer na residência dos docentes, com isso, estes passaram a custear todos os gastos com o trabalho, assemelhando-se com o trabalho uberizado. Identificou-se, também, que houve uma intensificação do trabalho docente com atividades que já aconteciam no presencial, mas, que com o ensino remoto trouxeram outras demandas. Os dados empíricos apontaram que houve com o ERE adoecimentos por parte dos docentes, tanto físico quanto emocional. Evidenciou-se também, que os docentes passaram a usar, ainda mais, as tecnologias a partir dos grupos de WhatsApp e das plataformas digitais, como estratégias necessárias para desenvolver as atividades remotas.