COTIDIANO, GÊNERO, CULTURA, TRABALHO E MEMÓRIA DE MULHERES MARAJOARAS OPERÁRIAS NA AMACOL
Cotidiano. Trabalho. Gênero. Educação. Empresa Amacol. Movimento grevista. Portel/Marajó.
O estudo visa compreender a participação das mulheres no processo de trabalho na empresa madeireira Amazônia Compensados e Laminados (AMACOL) nas décadas de 1970 a 1990, no município de Portel, no Marajó/PA, analisando as relações sociais que permeavam no cotidiano da empresa, bem como, seus processos de sociabilidade e vida fora dela, buscando analisar as formas de trabalho desenvolvidas por essas mulheres, tentando compreender de que forma se davam as relações socioafetivas no interior e fora da AMACOL entre os trabalhadores e as trabalhadoras, verificando se as mulheres faziam as mesmas atividades que os homens e se a carga horária de trabalho e salários eram similares a partir das funções desenvolvidas, buscando entender de que forma, o trabalho na empresa contribuiu para a independência econômica e autonomia na vida das mulheres que trabalhavam nesta empresa, e de que forma elas lidavam com a dupla e até tripla jornada de trabalho, as atuações das mulheres nessa empreitada e a participação feminina na coordenação sindical. Metodologicamente, utiliza-se como aporte teórico estudos de autores, como HELLER (2000); ALBERTI (2008); MARTINS, SCHAAN, SILVA (2010); SILVA (2011); FERNANDES (2011); FERNANDES (2013); BRITO (2001); RENHA (2017); MELO (2015); NORA (1993), PACHECO (2006 e 2012); PINTO (2004, 2010, 2012); SOIHET (1997); PINHEIRO (2018); FOUCAULT (2013); LOURO (2004); LAGES (2004); SOIHET(2006); DIEESE (2013); PINSKY (2013); PEREIRA (2005); RODRIGUES (2015), HOBSBAWM (1996; 1977), MARX (2012), MARX e ENGELS (1999), THOMPSON (1987), VOVELLE (1987), ENGELS (1975), BRANCO (2006), BATALHA (1992), FONTES (1982), FAUSTO (1977), GOETTERT (2014), POGIBIN (2009; 2010), SANTANA (2018), MOURA (2010), os quais deram base teórica e metodológica, auxiliando na construção das análises que constituem presente dissertação. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que analisa, por meio de relatos orais e documentos escritos, como as mulheres desenvolviam seus trabalhos na referida empresa e de que forma se dava as relações de trabalho, sociabilidade e conflitos dentro da AMACOL. A partir dos dados coletados no decorrer da pesquisa foi possível analisar as transformações produzidas com a instalação dessa empresa no Marajó nos aspectos políticos, sociais, culturais, econômicos e ambientais, destacando também o cotidiano de sociabilidades na organização do trabalho no interior dela. Assim como, ao trazer relatos de experiências, memórias e vivências das trabalhadoras no interior e fora dessa empresa, analisa o cotidiano dessas mulheres, suas atuações e relações no contexto social portelense, após uma nova realidade de conquista de autonomia e independência financeira. Da mesma forma, reflete a respeito da construção e organização do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e do Mobiliário do Município de Portel (SITRIMACOP), na década de 1980, inspirado pelos movimentos operariados que ocorriam naquele período em todo o país e, vinculados com a Federação dos Trabalhadores na Industria da Construção e do Mobiliário nos Estados do Pará e do Amapá (FETRACOMPA), com sede em Belém do Pará, a qual contribuiu para a organização do SITRIMACOP e alertou sobre os direitos salariais e condições de trabalho que estavam sendo negados aos trabalhadores (as) da empresa AMACOL, que foram reivindicados por meio da deflagração de duas greves, sendo uma ocorrida no ano de 1986 e outra em 1987, destacando as atuações das mulheres nessa empreitada e a respectiva delas na coordenação sindical.
PALAVRAS-CHAVE: Cotidiano. Trabalho. Gênero. Educação. Empresa Amacol. Movimento grevista. Portel/Marajó.