CRIANÇA E SUBJETIVIDADE: Um estudo na perspectiva de L. S. VIGOTSKI
Vigotski. Criança. Linguagem. Relações de conhecimento. Subjetividade.
O estudo tem como foco analisar a prática educativa, procurando evidências de como o conhecimento escolarizado provoca mudanças qualitativas na subjetividade da criança em sala de aula, haja vista que a escola tem, na sociedade contemporânea, o papel de contribuir para a formação social, afetiva e intelectual de seus alunos, à medida que oportuniza acesso sistemático aos conhecimentos científicos. Os escritos de L. S. Vigotski subsidiaram teoricamente esta investigação e, no envolvimento com a literatura, procuramos aprofundar as análises, mostrando no decorrer da discussão a presença de uma ideia de subjetividade e constituição do sujeito. E, como natureza da pesquisa, privilegiamos a abordagem qualitativa do tipo etnográfica, elegendo como técnica de coleta, análise e interpretação dos dados, a observação, a entrevista não dirigida, o registro em diário de campo e a narrativa de episódios. Dessa forma, priorizamos as dinâmicas interativas das relações entre alunos e professora produzidas em sala de aula, dirigindo nossa atenção para os movimentos que se realizam naquele contexto, a prática de ensino, a linguagem, as expressões, as emoções e os comportamentos, entre outros, buscando, com esses subsídios, apreender indícios de processos de subjetivação a partir da mediação do conhecimento, como também os sentidos produzidos pelas crianças nessa relação. Os resultados evidenciam a necessidade de a escola assegurar à criança uma relação afetiva e satisfatória com os conceitos científicos, por meio de processos de ensino organizados, sistemáticos, pois é isso que significa a aprendizagem da criança. É o que a leva a vivenciar, a reconhecer e a se apropriar do conhecimento e produzir sentidos sobre eles, a regular suas emoções e comportamentos, e a desenvolver sua subjetividade.