NOSSO AMOR E NOSSA ARTE, RAINHA PRA TE LOUVAR: O AUTO DA
PADROEIRA COMO ESPAÇO DE APRENDIZAGENS NO MUNICÍPIO DE
ABAETETUBA/PA
Auto da Padroeira. Aprendizagens. Hibridismo Cultural. Festa.
A pesquisa em questão tem como objetivo analisar o Auto da Padroeira – procissão que ocorre anualmente no município de Abaetetuba/PA - como espaço de aprendizagens. A escolha desta temática tem por fim registrar as vivências dos sujeitos sociais que colaboram e colaboraram para a organização da procissão e enfatizar como o Auto da Padroeira contribui para a valorização do patrimônio cultural do município, além de compreender como esta manifestação cultural-artístico-religiosa é um espaço político, de poder, resistência, sociabilidade e aprendizagens. A pesquisa busca entender como os vários espaços presentes na procissão contribuem para a troca de experiências dos participantes, tendo como categorias centrais de análise hibridismo cultural, festa, memória e identidade. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa baseia-se na análise bibliográfica de autores, como Loureiro (2020), Canclini (2013) Tavares (2013), Quijano (2002) entre outros, que discutem conceitos de hibridismo, religiosidade, relações de poder e festa como espaço político e de aprendizagens. Na pesquisa de campo foram realizadas entrevistas e observações que permitiram compreender como foi criada a procissão, seus objetivos e sua importância no cenário sociocultural e religioso do município, além de textos de escritores locais como Machado (2008), Quaresma (2005) e Lobato (2015). As considerações apontam que o Auto da Padroeira é uma procissão que nasceu como homenagem e agradecimento dos artistas do município à Nossa Senhora da Conceição e tem características peculiares que a distingue de outros eventos e procissões religiosas, graças aos seus aspectos culturais híbridos, pois nele estão imbricados valores, visões de mundo, simbologias e resistências ligados especificamente à história de Abaetetuba.