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FELIPE GRANDJEAN DA COSTA
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GEOLOGIA E METALOGÊNESE DO OURO DO GREENSTONE BELT DA SERRA DAS PIPOCAS, MACIÇO DE TROIA, PROVÍNCIA BORBOREMA, NE–BRASIL
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Data: 13/12/2018
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O Maciço de Troia representa um dos principais domínios de embasamento arqueano/paleoproterozoico da Província Borborema, NE–Brasil, compondo–se principalmente de terrenos granito–greenstone riacianos e gnaisses TTGs de idades neoarqueanas. Os greenstone belts paleoproterozoicos do Maciço de Troia compartilham idades, características litoestratigráficas e mineralização aurífera, com aspectos similares de outros greenstone belts riacianos dos crátons adjacentes. Uma idade U–Pb em zircão de 2185 ± 4 Ma foi obtida para metatonalito pré–colisional (tonalitos Mirador) com afinidade geoquímica semelhante à adakitos. Para plutons potássicos colisionais (Suíte Bananeira) obteve–se as idades U–Pb em zircão de 2079 ± 4 Ma para um quartzo monzonito deformado e 2068 ± 5 Ma para um granito equigranular menos deformado. Ambos são cálcio–alcalinos de alto–K, derivados da fusão parcial de fonte crustal. As idades modelo Hf em zircão de todos os granitoides variam entre 2800 e 2535 Ma, evidenciando que componentes de crosta arqueana contribuíram para a gênese do magmatismo. No entanto, zircões herdados com c. 2.3 Ga mostraram valores de ƐHf(t) de c. +4,9, indicando que crosta paleoproterozoica menos radiogênica (juvenil) também participou como fonte de magma. A mineralização de ouro no greenstone belt da Serra das Pipocas está associada a zona de cisalhamento, e a principal área mineralizada (o depósito de Pedra Branca) se estabeleceu no limite estratigráfico da unidade metavulcânica máfica e metassedimentar da sequência greenstone. O estágio principal da mineralização aurífera é encontrado em associação com veios de quartzo, alteração cálcio– silicática (diopsídio, feldspato potássico, anfibólio, titanita, biotita, pirita, albita, magnetita ± carbonatos) e abitização (albititos). Ouro livre comumente se precipita em estreita associação espacial com magnetita e teluretos de ouro e prata. Duas assembleias de inclusões fluidas foram identificadas em veios de quartzo associados à alteração cálcio–silicática. A assembleia 1 é caracterizada por trilhas pseudo–secundárias que mostram a coexistência de três tipos de inclusões fluidas (aquosas, aquo–carbônicas e carbônicas), sugerindo formação durante a separação de fases (imiscibilidade de fluidos). A intersecção das isócoras médias para inclusões aquosas e carbônicas coexistentes sugere condições de PT de 495°C e 2.83 kbar (10.5 km de profundidade), semelhante a condições de PT de depósitos de ouro orogênico hipozonal. A assembleia 2 é representada por inclusões fluidas secundárias, aquosas e de baixa temperatura (Th < 200°C), provavelmente não relacionadas à mineralização aurífera. Os valores de δ18O, δD e δ13C dos minerais hidrotermais (quartzo, calcita, biotita, hornblenda e magnetita) evidenciam valores de δ18O do fluido variando de +8,3 a +11,0 ‰ (n=59), δD do fluido de -98 a -32‰ (n=24) e valores de δ13C de calcita de -6,35 a -9,40 ‰ (n=3). A geotermometria por isótopos de oxigênio em pares de quartzo–magnetita forneceu temperaturas de 467 a 526°C (n=7, média de 503°C), que provavelmente, representa a temperatura de deposição de ouro. A associação de ouro com magnetita e teluretos sugere um fluido formador de minério proveniente de magmas oxidados, semelhante àqueles interpretados como ―depósitos de ouro orogênico relacionado a intrusões oxidadas‖, comumente descrito em outros greenstone belts pré–cambrianos (ex., Abitibi e Eastern Goldfields). Quatro eventos de deformação (Dn, Dn+1, Dn+2 e Dn+3) são reconhecidos no greenstone belt da Serra das Pipocas. O evento Dn é responsável pela foliação Sn, paralela ao acamamento (So) da pilha metavulcanossedimentar. O evento Dn+1 é caracterizado pela foliação Sn+1, de mergulho principal para SE, sendo plano-axial a uma série de dobras assimétricas que evidenciam transporte tectônico para NW. O evento Dn+2 representa a fase de deformação transcorrente e o evento Dn+3 é caracterizado por deformação dúctil–rúptil. O estágio principal da mineralização de ouro é encontrado em veios de quartzo deformados, associados à alteração de alta temperatura (cálcio–silicática e albitização), no entanto, ocorrência de ouro (± Te, Ag) em estruturas Dn+3 (dúctil-rúptil) também foi observada. Uma idade U–Pb em titanita de 2029 ± 28 Ma foi obtida para a alteração de cálcio–silicática (e mineralização de ouro). No entanto, a forte perda de Pb dos grãos de titanita define uma idade de 574 ± 7 Ma no intercepto inferior da linha discórdia, evidenciando metamorfismo neoproterozoico. A idade U–Pb em zircão de 575 ± 3 Ma para diques sin–tectônicos à deformação Dn+3, sugere que a deformação progressiva (Dn+1, Dn+2 e Dn+3) é provavelmente de idade Neoproterozoica, com tensor de compressão máxima (ζ1) na direção WNW–ESE. No entanto, em escala local, registros de deformação paleoproterozoica (Dn) ainda estão preservados. Como modelo genético para o depósito de ouro de Pedra Branca, é sugerido aqui, uma mineralização de ouro orogênico controlada por dois estágios de exumação tectônica; (1) mineralização de ouro orogênico hipozonal ocorreu em c. 2029 Ma, após pico do metamorfismo de alto grau e durante primeira exumação tectônica da sequência greenstone, e, posteriormente, em c. 575 Ma, (2) mineralização aurífera tardia (remobilização?) ocorreu em nível crustal mais raso, durante o segundo estágio de exumação tectônica, associado à orogênese Brasiliana/Pan–Africana.
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DARILENA MONTEIRO PORFIRIO
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O INTEMPERISMO TROPICAL COMO AGENTE DE DEGRADAÇÃO DE CADEIAS DE ISOLADORES DE ALTA TENSÃO EM SUBESTAÇÕES NA AMAZÔNIA ORIENTAL: ESTUDO DE CASO EM BARCARENA-PA E SÃO LUÍS-MA
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Data: 13/11/2018
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A deposição de particulados atmosféricos de Belém-PA, de Barcarena-PA e de São Luís-MA e a caracterizacao geoquímica das espécies presentes, pode auxiliar no entendimento do efeito do intemperismo tropical e como este atua na degradação de cadeias de isoladores de alta tensão em subestações elétricas na Amazônia. Na amostragem adotada, foi importante avaliar a sazonalidade (período seco e chuvoso) realizada por 24 coletas com periodicidade mensal entre janeiro-2012 e fevereiro-2016, para a coleta foi utilizado a norma ABNT NBR IEC 60815-1 (2015), o coletor direcional de depósito de poeiras (CDDP´s), as velas úmidas de cloreto (ABNT NBR 6211) e de óxido de chumbo (ABNT NBR 6921) na determinação das taxas de cloreto e sulfatação respectivamente. A caracterização das amostras de material solúvel foi feita por cromatocrafia iônica (CI); a análise elementar da fração insolúvel foi feita por espectrometria de emissão atômica por plasma induzido por Laser (LIBS) e a morfologia foi identificada por microscopia eletrônica de varredura (MEV) acoplada à fonte de raios-X (EDS). Na água de chuva de Barcarena-PA a ordem de ocorrência dos íons foi: Na+> Cl-> SO42->Ca2+> K+>F-> NH4+-N > Mg2-> NO3--N. Havendo uma contribuição marinha de Na+ e Cl- e antrópica de SO4-2 , F- e NO3--N. E as taxas de deposição de poeiras (Tipo A) média anual de São Luís-MA (7 a 11mg m-2 dia-1) são similares as de Barcarena-PA (7 a 14mg m-2 dia-1). Contudo, a classificação do grau de severidade de poluição local, de acordo com a ABNT NBR IEC 60815-1 (2015), é alta para Barcarena-PA e média para São Luís-MA em razão da deposição condutiva (Tipo B). As razões de deposição Cl-/ SO4-2, a presença de F-, SO4-2 e NO3--N demonstraram maior impacto antrópico na subestação de Barcarena-PA que na de São Luís-MA. Isto posto, há indícios que as condições de corrosividade atmosférica nas regiões de estudo e os efeitos de degradação nos isoladores elétricos seguirão esta lógica, da intensidade e do risco de falhas, relacionando à contribuição antrópica industrial mais intensa na SEVC. Uma vez que as fontes de sal marinho, antrópica e crustal aumentam o potencial risco aos componentes elétricos nas linhas de transmissão.
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ISAAC SALEM ALVES AZEVEDO BEZERRA
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O CENOZOICO SUPERIOR DO CENTRO-OESTE DA BACIA DO AMAZONAS: PALEOBOTÂNICA DO EMBASAMENTO CRETÁCEO E EVOLUÇÃO DO RIO AMAZONAS
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Data: 08/11/2018
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No final do Neógeno e durante o Quaternário o desenvolvimento do Rio Amazonas promoveu expressivas mudanças paleoambientais e geomorfológicas que culminaram na paisagem atual da Amazônia. Diversos modelos têm sido elaborados em escala continental, baseados principalmente em dados obtidos de um testemunho de sondagem realizado na plataforma continental atlântica, distante cerca de 200 km da foz do Amazonas. Enquanto estes modelos sugerem o estabelecimento desta drenagem com proveniência Andina a partir do Mioceno Superior, estudos baseados em afloramentos da porção oeste e central da Amazônia têm indicado idades mais jovens para esse ecossistema, desde Plioceno ao Quaternário. O estudo sedimentológico e estratigráfico de terraços fluviais do Rio Amazonas, expostos na porção centro-oeste da Bacia do Amazonas, auxiliado por geocronologia de luminescência, permitiu sequenciar os eventos de sedimentação e as mudanças paleoambientais e paleogeográficas desde o final do Neógeno. Estes depósitos sobrepõem rochas do Cretáceo da Formação Alter do Chão, cujo estudo sedimentológico e paleobotânico revelou o registro inédito de angiospermas para a porção aflorante desta formação, em depósitos de planície de inundação e canal abandonado de rios meandrantes. A preservação de impressões e contra-impressões de laminas foliares e outros macro restos vegetais com características das famílias Moraceae, Fagaceae, Malvaceae, Sapindaceae e Anarcadiaceae com aparecimento a partir do Cretáceo Superior, e a família Euphorbiaceae com registro se iniciando no Cretáceo Médio, confirmam a idade cretácea para estas rochas. A sucessão neógena-quanternária foi subdividida informalmente em unidade inferior e superior constituídos de areia, cascalho e subordinadamente argila, organizados em ciclos granodecrescentes ascendentes de preenchimento de canal e de inundação. Estes depósitos registram que dinâmica da construção do vale do Rio Amazonas foi influenciada pela neotectônica (106 anos) e oscilações climáticas (104-105 anos). A unidade inferior foi interpretada como registro do proto-Amazonas, com migração para leste e posicionada através de datação utilizando o sinal de luminescência opticamente estimulada de transferência térmica por volta de 2 Ma. Esta unidade é correlata aos depósitos do Mioceno-Plioceno da Formação Novo Remanso, da Bacia do Amazonas e registra o desenvolvimento de um sistema fluvial com planície aluvionar restrita, seguindo preferencialmente as zonas de fraqueza do embasamento paleozoico e Cretáceo. A unidade superior foi interpretada como o registro do estabelecimento do Rio Amazonas moderno e posicionada através de datação utilizando o sinal de infravermelho em feldspatos por volta de 1 Ma a 140 ka, correlata aos depósitos da Formação Içá, da Bacia do Solimões. A partir do Quaternário as oscilações climáticas que marcam este período alterou o regime hidrológico através do aumento do volume de chuvas orográficas na região de cabeceira no flanco leste da cordilheira andina. A amplificação dos processos de erosão de escarpas na porção centro-leste da Amazônia promoveu a expansão da planície aluvionar em uma ampla área de 120 km. Nesta fase a porção leste da Bacia do Amazonas, topograficamente mais alta, restringia a sedimentação pleistocena em espaço mínimo de acomodação. A paisagem da porção centro-leste da Amazônia dominada durante o Neógeno por terra firme em áreas elevadas passou a ser regida durante o Quaternário pela dinâmica de expansão e contração da planície aluvionar. Ao final do Quaternário a várzea constituída por áreas alagadiças dentro da planície aluvionar se tornou cada vez mais restrita pelos contínuos processos de incisão fluvial durante o máximo glacial (18 a 22 ka). A migração lateral do canal meandrante levou ao confinamento da calha pelas escarpas fluviais esculpidas no embasamento cretáceo. Análise detalhada das propriedades dos protocolos utilizados na geocronologia por luminescência permitiu entender melhor as limitações e o uso dete método em estudos na Amazônia, método este em constante evolução e aperfeiçoamento A partir destes resultados foi possível questionar dados de trabalhos anteriores obtidos a partir do uso desta imporante ferramenta e indicar que algumas destas idades podem ser idades mínimas ao invés de idades de soterramento para depósitos pré-quaternários. A identificação da dinâmica mais antiga da drenagem foi inserida na interpretação dos estágios do proto-Amazonas até a passagem para a fase do Rio Amazonas moderno, que culminou na paisagem atual no centro-leste da Amazônia.
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ALEXANDRE CASTELO BRANCO BEZERRA JUNIOR
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ROCHAS GERADORAS DA FORMAÇÃO GUIA, NEOPROTEROZOICO DO SUL DO CRÁTON AMAZÔNICO, REGIÃO DE CÁCERES E NOBRES, ESTADO DO MATO GROSSO
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Data: 24/10/2018
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Extensos mares epíricos instalados na porção oeste do Gondwana, no final do Neoproterozoico, foram influenciados pelo último evento glacial global Marinoano (635 Ma) ligado a hipótese de Snowball Earth. A rápida mudança nas condições de icehouse para greenhouse favoreceu o desenvolvimento de extensas plataformas carbonáticas na margem sudeste do Cráton Amazônico, num contexto de Bacia Intracratônica, invertida no início do Paleozoico. Nesta região, estão expostos os depósitos do Grupo Araras, que registram a evolução das plataformas carbonáticas pós-glaciais. O Grupo Araras é composto, da base para o topo, pelas formações Mirassol d’Oeste (capa dolomítica), Guia (capa calcária), Serra do Quilombo e Nobres. A Formação Guia, objeto deste estudo, tem a sua base interpretada como capa calcária com até 30 metros de espessura nas ocorrências sobre o Cráton e depósitos de plataforma com até 225 metros na Bacia Intracratônica. Esta unidade consiste em calcários micríticos e folhelhos transgressivos ricos em matéria orgânica apresentando excelentes exposições nas regiões de Cáceres e Nobres, Estado do Mato Grosso, consistindo nas seguintes fácies/microfácies: mudstone calcífero (Mc); wackestone com terrígenos (Wt); mudstone com instraclastos (Mi); e brecha calcária (Bc). Este monótono conjunto de fácies/microfácies foi interpretado como um paleoambiente de plataforma marinha rasa abaixo do nível de ondas de tempestades, na zona offshore, sob condições redutoras. Estilólitos e dissolution seams são frequentes nas microfácies Mc e Wt, assim como, a presença de betume e pirita preenchendo poros intercristalinos. A fácies Wt apresenta conteúdo de terrígenos acima de 10%, representados por grãos de quartzo e muscovita, ambos variando de silte a areia fina. A análise dos grãos de quartzo por catodoluminescência indicam proveniência de fontes ígneas e metamórficas de médio a alto grau. A quantidade anômala de terrígenos disseminados nas fácies micríticas, considerada uma inversão textural, sugere influxo siliciclástico de margens próximas da bacia condizentes com um contexto paleogeográfico de mares epíricos proposto para o núcleo do Gondwana Oeste. A análise de Conteúdo Orgânico Total (COT) indicou na sucessão aflorante na região de Cáceres valores de COT entre 0,06% a 0,23%, enquanto na região de Nobres, os depósitos apresentam valores entre 0,05 e 0,27%, condizentes com acumulações neoproterozoicas ao redor do mundo (geralmente inferiores a 1%). Esta acumulação de hidrocarboneto, apesar de inviável economicamente, compõe um sistema petrolífero não-convencional denominado de Araras. De tal forma que a sucessão estudada (Fm. Guia) constitui a rocha geradora e reservatório deste sistema e os dolomitos da Formação Serra do Quilombo representam a rocha selante. São registradas pelo menos duas fases de migração de hidrocarboneto, associados aos eventos tectônicos no Ediacarano superior e início do Paleozoico, com a abertura das bacias do Parecis e Paraná.
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ANDERSON SERGIO BATISTA RODRIGUES
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ESTUDO PETROGRÁFICO, GEOCRONOLÓGICO E TIPOLÓGICO DE ZIRCÃO DE ROCHAS ASSOCIADAS ÀS DO GRUPO GRÃO PARÁ, SERRA DOS CARAJÁS, PARÁ
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Data: 24/10/2018
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Na bacia de Carajás, norte da Província Mineral de Carajás, sequências de rochas vulcano-sedimentares com idade entre 2,76 e 2,73 Ga compõem o Supergrupo Itacaiúnas. Esse supergrupo reúne os grupos Igarapé Salobo (2,76 Ga), Grão Pará (2,76 Ga), Igarapé Bahia (2,74 Ga) e Igarapé Pojuca (2,73 Ga). A proximidade de idades e a afinidade litológica dessas unidades indicam que possivelmente essas rochas se formaram sob um mesmo contexto geológico, podendo ser diferentes expressões de um mesmo evento. O Grupo Grão Pará é constituído de duas formações: uma espessa sequência de rochas vulcânicas (Formação Parauapebas; 2758 ± 2 Ma, U-Pb em zircão), e jaspilitos com minério de ferro (Formação Carajás). Em vista da grande dificuldade da compreensão dos limites geográficos e geocronológicos do Grupo Grão Pará, procurou-se desenvolver estudos petrográficos através da descrição de lâminas delgada, estudos geocronológicos utilizando o método evaporação de Pb em cristais zircão e estudo tipológico de zircão a partir de amostras associadas às formações Carajás e Parauapebas. Rochas do Grupo Grão Pará, assim como a maioria das rochas arqueanas da bacia Carajás, encontram-se alteradas hidrotermalmente e em diferentes graus de intensidade, independentemente de seu tipo litológico, contudo, um grande número de feições texturais primárias foram preservadas e estudos petrográficos permitiram a classificação das amostras estudadas em dois grupos distintos, basalto de coloração cinza escuro a esverdeado, granulação fina, com textura intergranular predominante e pertencente a Formação Parauapebas; e gabro apresentando textura intergranular, subofídica e de forma menos representativa, micrográfica, possuindo intensa alteração hidrotermal, principalmente serecitização, que constitui os diques que cortam toda a sequência. Para a Serra Sul da bacia Carajás, duas amostras de saprolito de rochas vulcânicas intercaladas com a formação ferrífera, coletadas em testemunhos de furos de sondagem, foram analisadas neste trabalho. Em função do avançado intemperismo que afetou as amostras selecionadas para geocronologia, apelou-se para um estudo tipológico de zircão na tentativa de identificar as rochas pretéritas, o qual permitiu classificar os litotipos como de filiação monzogranitos-granitos alcalinos. Datações pelo método de evaporação de Pb em cristais de zircão, em duas amostras de saprolito de rochas vulcânicas intercaladas com as formações ferríferas, pertencentes a Formação Carajás, indicaram idades de 2745 ± 2 Ma para a amostra FS11D-161 e 2746 ± 2 Ma para a amostra FS11D-122, entendidas como tempo de cristalização dos cristais analisados e de formação da rocha vulcânica que os contêm. Além da grande precisão desses dados, eles estão em perfeita concordância entre si e dentro do estabelecido para o para Supergrupo Itacaiúnas. Além do mais, como os grãos analisados provêm de rochas intercaladas com a formação ferrífera, sejam elas concomitantes (derrames) ou posterior (intrusivas), elas estabelecem um limite mínimo para a idade de deposição dessa formação. Por outro lado, a idade da Formação Parauapebas, base do Grupo Grão Pará, estabelece a idade máxima para a Formação Carajás, como sendo de 2759 ± 2 Ma. Portanto, a Formação Carajás se depositou em cerca de 15 milhões de anos, o que é coerente para uma espessura estimada de 400 m. Adicionalmente, o Grupo Grão Pará é sobreposto pelo Grupo Igarapé Bahia, cujas rochas vulcânicas da base indicam idades de 2745 ± 1 Ma, que coincide perfeitamente com as idades obtidas neste trabalho, o que vem corroborar o previamente proposto para a período de deposição da Formação Carajás, ou seja, máximo de 15 milhões de anos. Aliás, a insignificante diferença de idade aqui proposta para a Formação Carajás e para a base do Grupo Igarapé Bahia, faz suspeitar que todas essas rochas fazem parte de uma mesma sequência.
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GUSTAVO SOUZA CRAVEIRO
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GEOLOGIA, ALTERAÇÃO HIDROTERMAL E GÊNESE DO DEPÓSITO IOCG CRISTALINO, PROVÍNCIA MINERAL DE CARAJÁS, BRASIL
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Data: 22/10/2018
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O depósito Arqueano de cobre-ouro Cristalino está localizado a 40 km oeste da mina do Sossego, na terminação oeste da Zona de Cisalhamento Regional Carajás, na região da Serra do Rabo. Suas rochas hospedeiras são principalmente as rochas vulcânicas máficas da Formação Parauapebas, e subordinadamente, as FFB da Formação Carajás. Trabalhos de campo, dados petrográficos apoiados por MEV-EDS, somados a análises de microssonda eletrônica e dados de inclusões fluidas e sistemática de isótopos estáveis (O, H, C e S), permitiram caracterizar um sistema hidrotermal que foi responsável pelo desenvolvimento de sucessivas zonas de alteração na rocha encaixante. O metassomatismo sódico (650°C ≥ T > 400°C, and P > 1.8 Kbar) formou albita quase pura, turmalina schorlítica, minerais ricos em ETRL (alanita-Ce, monazita) associados a menores quantidades de calcita e quartzo. Foi seguido por alteração cálcico-férrica penetrante, onde foram produzidas abundante actinolita ( XMg = 0.9-0.7, com até 0,6 % em peso de Cl), alanita-Ce (com até 0,6 % em peso de Cl) e magnetita, associados a disseminação de sulfeto e a corpos de substituição similares a brecha, compostos por calcopirita-pirita-magnetita-Au (associação mineral precoce). Localmente, em substituição à assembleia cálcico-férrica ocorre Fe-edenita (XMg=0.7 - 0.4, Cl com até 2.9 % em peso), produto de halos restritos de alteração sódico-cálcica. De 410°C para 220°C e 1.8 Kbar > P > 0.6 Kbar, assembleias de alterações anteriores foram superpostas por alterações potássica (K-feldspato, e subordinadamente biotita) e propilítica/carbonática (epidoto, clorita, calcita) nesta ordem. K-feldspato é praticamente estequiométrico, mas com elevados conteúdos de BaO (até 1,2 % em peso). Entre os minerais, clorita mostra maiores variações composicionais, parecendo ser controlada pelo tipo de rocha hospedeira, química do fluido hidrotermal e temperatura. Ambas chamosita e clinocloro (XFe=0.4-0.8) estão presentes, sendo a primeira variedade mais abundante. Conteúdos de cloro são, em geral, < 0,02 % em peso, sendo um pouco mais significantes em cloritas que substituem albitas com textura tabuleiro de xadrez (com até 0,06 % em peso). A associação de minério tardia (calcopirita±Au±pirita±hematita) é contemporânea com as alterações potássica e propilítica, gerando evidencias de que o sistema Cristalino evoluiu para os estágios finais com o aumento da fugacidade de oxigênio. O fluido mineralizante foi quente (>550°C), hipersalino e quimicamente próximo ao sistema H2O-NaCl-CaCl2-CO2±MgCl2±FeCl2. Salinidades excederam 55.1% em peso equiv. de NaCl nos estágios precoces, mas diminuiu progressivamente para 7,9 % em peso equiv. de NaCl a partir de 250°C após a incursão de água superficial no sistema. Inicialmente enriquecido de 18O e depletado em D (δ18Ovsmow =+9,7 para +6,5 ‰; δDvsmow= -30,8 para -40,2 ‰) e possivelmente derivado de fontes magmáticas, o fluido se tornou depletado em 18 O e enriquecido em D (δ18Ovsmow =+5.57 to - 0.28‰; δDvsmow= -19.15 to -22.24‰) como resultado de diluição causada pela mistura com água meteórica. Valores de δ13CVPDB para calcita de veios e brechas (-6.5 para -3.8‰) são consistentes com fontes profundas de CO2, provavelmente liberadas de câmaras magmáticas subjacentes. Valores de δ34SVCDT para calcopirita mostram uma estreita variação (+1.6 para +3.5 ‰) e indicam reservatórios homogêneos para o enxofre, certamente de origem ígnea. Embora a maioria das amostras apontam para uma filiação magmática, poucas revelam significante influência de rochas sedimentares em suas composições isotópicas. Principalmente transportados por complexos de cloro (>350°C), Cu e Au precipitaram em resposta a redução de temperatura e atividade de Cl- e aumento de pH. Um fluido aquoso e frio (200-150°C) e menos salino (21 – 3,1 % em peso equiv. de NaCl) parece ter circulado na área do depósito Cristalino, sendo aprisionadas em inclusões fluidas secundárias. Apesar de desconhecida, sua origem pode ter relação com intrusões graníticas Paleoproterozoicas próximas. Em comparação com outros depósitos IOCG Arqueanos de Carajás, particularmente aqueles que jazem no setor sul do Domínio Carajás, o depósito Cristalino mostra varia similaridades enquanto a composição dos fluidos e evolução, assim como assinaturas isotópicas de sulfetos e carbonatos.
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JOSEANNA DOS SANTOS SILVA
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GRANITO PORQUINHO, DOMÍNIO TAPAJÓS: EXEMPLO DE MAGMATISMO ALCALINO-PERALCALINO E CONSIDERAÇÕES METALOGENÉTICAS PRELIMINARES
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Data: 27/08/2018
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O Granito Porquinho (GP) é um batólito subcircular localizado no Domínio Tapajós, Cráton Amazônico, composto petrograficamente por álcali-feldspato granitos hypersolvus isotrópicos, agrupados em: biotita álcali-feldspato granito (BAFG), anfibólio álcali-feldspato granito (AAFG) e rochas greisenizadas. As biotitas são classificadas como annita, enquanto os anfibólios variam em composição, de cálcicos (hastingsita, ferro-edenita, ferro-actinolita e ferro-ferri-hornblenda) a sódico-cálcicos (ferro-ferri-winchita, ferro-ferri-katoforita, ferro-richterita, potássio-ferro-ferri-katoforita e ferro-katoforita) e sódicos (riebeckita). Geoquimicamente, o GP é metalunimoso a peraluminoso, localmente peralcalino, mostra razões K2O/ Na2O entre 1 e 2, razões FeOt/(FeOt + MgO) muito próximas de 1, o que o leva a ser classificado como um granito ferroso. É um granito reduzido, com características geoquímicas de granitos tipo-A, subtipo A2 e similar aos granitos Fanerozoicos intraplaca. As rochas da fácies AAFG são levemente mais enriquecidas em ETR que as rochas da BAFG, mas todas apresentam comportamento similar, com forte anomalia negativa de Eu, formando o típico padrão gaivota dos granitos tipo-A e de granitos mineralizados em Sn-Ta-Nb. Os BAFG também mostram comportamento similar com o Granito Europa (GE, Suíte Intrusiva Madeira, Pitinga) e a Suíte Intrusiva Velho Guilherme (SIVG, Xingu), ambas mineralizadas em Sn-Ta-Nb, enquanto os AAFG aproximam-se, geoquimicamente, mais da Suíte Intrusiva Maloquinha (SIM, Tapajós), não-mineralizada. Neste trabalho, o GP apresentou uma idade geocronológica de 1.889 ± 2 Ma, interpretada como sua idade de cristalização, e que é cerca de 100 Ma mais antiga que a idade anterior (1.786 ± 14 Ma). A idade geocronológica mais antiga encaixa-se melhor com o contexto geológico em que o Granito Porquinho está inserido, mas também significa que investigações mais detalhadas precisam ser feitas nesta área a fim de eliminar dúvidas quanto sua idade de cristalização e descobrir se o GP apresenta uma história de evolução mais complexa.
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ALINE CRISTINA SOUSA DA SILVA
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A CONTRIBUIÇÃO DA LATERITIZAÇÃO NA FORMAÇÃO DO MINÉRIO DE FERRO EM S11D - CARAJÁS
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Data: 24/07/2018
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A origem do minério de ferro macio hospedado nos jaspilitos da Formação Carajás ainda é objeto de debate. A fim de contribuir para melhor compreensão de sua origem, o furo de sondagem SSDFD663 da mina de ferro S11D em Carajás foi investigado. Vinte amostras foram analisadas por DRX, microscopia óptica, química de rochas total e MEV/EDS. O perfil compreende quatro horizontes de intemperismo, definidos da base ao topo, como protominério, saprólito grosso, saprólito fino e crosta. O minério principal ocorre distribuído ao longo do horizonte saprolítico, é composto principalmente por hematita e subordinadamente por magnetita. A quantidade de quartzo aumenta com a profundidade, enquanto que ao topo aumenta a quantidade de minerais de Fe-Al(Ti-P). O ferro total é enriquecido relativamente no saprólito fino em comparação com o protominério (42,55 a 97,62% em peso de Fe2O3). Os elementos traços, como Zr, Cr, Y e ETR, mostram aumento relativo em direção ao topo, uma vez que eles geralmente ocorrem na presença de minerais residuais (como zircão e anatásio). Além disso, os ETR exibem a assinatura geoquímica dos jaspilitos, o que reafirma sua relação genética. Sugere-se um modelo genético laterítico-supergênico para a origem do minério macio no depósito de S11D.
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LUCIANO CASTRO DA SILVA
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MORFOLOGIA E QUÍMICA MINERAL DE ZIRCÃO E CASSITERITA, EM CONCENTRADOS DE BATEIA, COMO GUIA PROSPECTIVO PARA MINERALIZAÇÕES DE Sn NA PROVÍNCIA ESTANÍFERA DE RONDÔNIA
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Data: 23/07/2018
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Os conteúdos de elementos-traço em determinados minerais podem ajudar a revelar processos tectônicos, petrológicos, hidrotermais ou intempéricos aos quais foram submetidos. O zircão, além de ser um mineral acessório comum, química e fisicamente resistente a transporte sedimentar e a processos intempéricos, metamórficos de alta temperatura e de anatexia, apresenta certos elementos-traço em sua estrutura que tem permitido associá-lo ao seu tipo de rocha-fonte, seu ambiente de cristalização e a determinados depósitos minerais. Teores elevados de Hf e baixas razões Zr/Hf em zircões são características de granitos mineralizados em Sn e metais associados (Nb, Ta, ETR, etc.). Concentrações de Y e Nb, elementos pouco móveis em meio aquoso, em granitos tipo A são utilizados como bons indicadores da natureza crustal ou juvenil dos magmas a partir dos quais essas rochas cristalizaram. Cristais de zircão tendem a incorporar Y e Nb em sua estrutura e podem apresentar razões Y/Nb próximas a razão inicial do seu magma gerador. A partir da morfologia e composição de cristais detríticos de zircão é possível estimar a distância de transporte da amostra à sua fonte. As composições químicas de cassiteritas também podem ser utilizadas para indicar fontes e processos geradores. O presente trabalho é baseado em imagens de MEV e em análises semiquantitativas por EDS (Energy Dispersive Spectrometry) de cristais detríticos de zircão e cassiterita provenientes de concentrados de bateia da Província Estanífera de Rondônia (PER). O objetivo principal é caracterizar as fontes desses minerais, confirmar a localização de depósitos em exploração e indicar áreas potenciais para a prospecção de Sn e metais associados. A utilização de morfologia e química mineral de grãos detríticos em escala regional podem funcionar como uma ferramenta rápida e eficiente para a prospecção de determinados bens minerais. A área de trabalho, localizada na PER, porção centro-norte do Estado de Rondônia, está contida nas folhas Alto Jamari SC-20-Y-B e Ariquemes SC-20-V-D, ambas mapeadas pela CPRM na escala 1:250.000. As amostras de concentrados de bateia, oriundas desses projetos, foram coletadas em drenagens ativas, a partir de um volume de 20 litros de sedimentos retidos em peneiras de 5 e 0,5 mm. A partir desses concentrados foram separados minerais pesados por microbateamento com água, utilizando líquidos pesados (bromofórmio), realizada separação magnética através de ímã de Nd de mão, e separados cristais de zircão (cem grãos) e cassiterita (todos os grãos triados em 5g de amostra de concentrado) utilizando uma lupa binocular, além de critérios como cor, granulometria e morfologia representativas das populações desses minerais. Posteriormente, foram confeccionados mounts de zircão e cassiterita para análises por MEV-EDS. Os cristais de zircão com teores de Hf >3% foram interpretados como provenientes de rochas com elevado potencial a mineralizações em Sn e metais associados. Esses cristais foram utilizados no tratamento geoestatístico e comparados com o posicionamento geográfico de minas e garimpos de Sn, conhecidos na área de estudo, para aferir a veracidade do método. O tratamento geoestatístico utilizou o método de krigagem ordinária e, a partir dos resultados, foram geradas curvas de isoteores. Os mapas de isoteores, utilizando razões Zr/Hf em zircões detríticos de concentrados de bateia se mostraram eficientes, pois coincidiram com depósitos de cassiterita conhecidos na região. Na área selecionada para este estudo identificou-se uma variedade morfológica e composicional significativa dos grãos detríticos de zircão. Mesmo nos cristais mais enriquecidos em Hf (Hf>3%), esses teores e suas razões Zr/Hf variam consideravelmente. Os cristais mais alterados tendem a ser mais enriquecidos em Hf e a apresentar razões Zr/Hf mais baixas, são mais fraturados e frágeis ao transporte, indicando fontes proximais. Por outro lado, os grãos menos alterados possuem baixos teores de Hf, altas razões Zr/Hf e se mostram pouco a moderadamente arredondados, indicando fontes proximais a intermediárias. Enquanto Zr e Hf são variáveis dentro do mesmo grão, os teores de Y e Nb são praticamente constantes. No diagrama ternário Hf-Nb-Y, percebe-se que os zircões aqui estudados são enriquecidos em Nb e empobrecidas em Y, enquanto na Província Estanífera do Sul do Pará (PESP) e Pitinga apresentam comportamento inverso. Os altos valores de Nb nos zircões deste trabalho e os de Y na PESP são aqui interpretados como uma resposta da fonte magmática onde foram formados. Enquanto os zircões da PER são oriundos de rochas com valores de εNd(t) positivos a próximos de zero, os valores de εNd(t) da PESP são fortemente negativos. Assim, pode-se admitir que zircões com altas razões Y/Nb seriam provenientes de fontes dominantemente crustais, enquanto zircões com baixas razões Y/Nb teriam como origem fontes mistas (crustais e mantélicas). Os cristais de cassiterita deste estudo são prismáticos ou granulares, com terminações piramidais, bordas embaiadas sugerindo transporte sedimentar ausente a moderado. Possuem alto teor de pureza (Sn entre 73 e 79%), com concentrações de cátions substituintes do Sn em torno de 1,5%. Os altos teores relativos de Nb e Ta indicam fontes magmáticas e os tores subordinados de Ti e Fe mostram o estágio hidrotermal em que estes minerais foram gerados.
Zircão. Cassiterita. MEV. Província Estanífera de Rondônia.
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BRUNA SERRAO GOMES
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CONTROLE DE QUALIDADE DE BAUXITA: OTIMIZAÇÃO DO MÉTODO VIA ÚMIDA PARA RxSiO2 E MÉTODO ALTERNATIVO VIA WDXRF PARA AvAl2O3
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Data: 09/07/2018
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Na indústria da bauxita metalúrgica o controle de qualidade do minério é realizado por dois parâmetros químicos, a saber: alumina aproveitável (AvAl2O3) e sílica reativa (RxSiO2), determinados segundo um procedimento que simula a digestão Bayer em escala laboratorial. São parâmetros de controle prospectivo, da lavra, do beneficiamento e da alimentação do minério no processo Bayer. Para bauxitas gibbsíticas, que são as de interesse nesse trabalho, AvAl2O3 está associada ao mineral-minério gibbsita e RxSiO2 ao mineral deletério caulinita, esse é indesejado e controlado no processo Bayer porque reage com NaOH (agente lixiviante) formando sodalita Bayer, causando perdas irreversíveis de NaOH - o que significa aumento considerável do custo de produção da alumina. A sodalita Bayer é um aluminossilicato de sódio, insolúvel nas condições de digestão Bayer e por isso descartada junto com os demais minerais de ganga insolúveis na lama vermelha (resíduo sólido insolúvel do processo Bayer). Nesse contexto, buscou-se nesse trabalho: (1) otimizar o método Alcan visando economia de ácido propondo novas condições de dissolução ácida variando tipo de ácido (HCl, H2SO4 e HNO3), volume do ácido (20, 25 e 30 mL) e quantidade de sodalita (1,52; 2,28 e 3,8 g), uma das etapas para a determinação de RxSiO2 e (2) propor um método alternativo para determinação de AvAl2O3 por WDXRF (Espectrometria de Fluorescência de Raios X por Comprimento de Onda Dispersivo) através de balanço de massas na digestão. Os padrões secundários de lama vermelha foram devidamente caracterizados (XRD, DTA e XRF) e as curvas analíticas de bauxita e lama vermelha calibradas com resposta ótima quanto a linearidade e reprodutibilidade. O estudo da dissolução ácida da sodalita Bayer mostrou potencial de economia quanto ao volume de ácido para 25 mL de HCl para minérios com até 45% RxSiO2 e 20 mL para minérios com até 9% de RxSiO2. Os HNO3 e H2SO4 apresentaram discrepâncias entre os teores dissolvidos em diferentes teores de RxSiO2, que teve como principal influência, o sal utilizado para o efeito do íon comum, uma vez que o NaCl é utilizado no método Alcan para o HCl. Portanto é necessário investigar o melhor sal para ensaios de dissolução com esses ácidos. O balanço de massas por estimativa mineralógica mostrou-se mais eficiente para o futuro desenvolvimento da proposta alternativa para determinação de AvAl2O3 estudada neste trabalho.
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LILIANE NOGUEIRA DA SILVA
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SÍNTESE CONJUNTA DE ZEÓLITA A-HIDRÓXIDOS DUPLOS LAMELARES A PARTIR DE REJEITOS DA INDUSTRIA MINERAL COMO ADSORVERDOR DE CORANTES
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Data: 29/06/2018
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Para a síntese da mistura Zeólita A-HDL foram utilizados como materiais de partida dois rejeitos da indústria mineral: um proveniente da produção de concentrado de cobre oriundo da mina do Sossego região de Carajás, sudeste do Estado do Pará; o outro do beneficiamento de caulim oriundo da região do Rio Capim, nordeste do Estado do Pará. Os rejeitos foram primeiramente ativados por lixiviação ácida e calcinação. A síntese ocorreu em duas etapas: primeiro a síntese do HDL por coprecipitação e banho hidrotérmico, com posterior adição de metaculim para síntese da zeólita A. Os parâmetros avaliados foram: razão molar Mg/Fe, relação mássica Zeólita A-HDL e tempo de reação, dividido em três experimentos. As amostras sintetizadas foram caracterizadas por difração de raios X (DRX), microscopia eletrônica de varredura acoplado a espectroscopia de dispersão de energia de raios X (MEV/EDS), análise térmica (ATG), espectroscopia na região do infravermelho (EIV), distribuição de tamanho de partícula (DTP), fisissorção de N2 e ponto de carga zero (PCZ). Após a caracterização, a mistura foi aplicada na adsorção dos corantes violeta cristal (VC) e azul de metileno (AM). A melhor condição de síntese testada ocorreu com razão molar teórica Mg/Fe igual a 3, relação mássica zeólita A-HDL de 7:1 e tempo de reação de 6 horas. A difração de raios X detectou fases de elevada ordem estrutural que foram quantificadas pelo método Rietveld, em: 90,57 zeólita A, 9,21 piroaurita e 0,22 anatásio (% massa). Foram feitos testes de adsorção utilizando-se diversos corantes e a Zeólita A-HDL apresentou maior eficiência na remoção dos corantes VC e AM quando comparada a uma zeólita comercial utilizada com esta finalidade, o que ocorreu em multicamadas. A cinética de adsorção do AM obteve melhor correlação com o modelo de pseudosegunda ordem. O estudo termodinâmico mostrou que a 25 °C o processo de adsorção apresenta-se favorável e espontâneo. A entalpia indica uma reação exotérmica, com liberação de energia e classificada como fisissorção. A dessorção dos corantes, mostrou que a melhor proporção dos solventes é 50% H2O:50% Etanol, dessorvendo 100% do corante. A regeneração térmica da ZA-HDL mostrou-se eficaz, possibilitando sua reutilização após tratamento térmico.
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CHAFIC RACHID EL HUSNY NETO
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ESTUDOS ISOTÓPICOS (Pb E Nd) E DE QUÍMICA MINERAL DO DEPÓSITO AURÍFERO CIPOEIRO, CINTURÃO GURUPI, ESTADO DO MARANHÃO
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Data: 27/04/2018
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O depósito aurífero orogênico de Cipoeiro, localizado no Cinturão Gurupi, Estado do Maranhão, está hospedado em tonalito da Suíte Intrusiva Tromaí (2148 Ma) e possui a maior concentração de ouro conhecida até o momento (61,9 t Au). Visando contribuir com o conhecimento sobre a metalogenia do depósito, este trabalho buscou: definir a composição e sequencia temporal da mineralogia hidrotermal e/ou dos tipos de alteração hidrotermal; investigar a composição química do minério; identificar potenciais fontes do Pb e Nd na mineralização; e estimar a idade do evento mineralizador. Os estudos mostraram que o tonalito hospedeiro está fortemente alterado pelo hidrotermalismo e localmente por deformação dúctil, obliterando suas estruturas primárias. A alteração hidrotermal possui variação distal e proximal e ocorre de forma pervasiva e fissural/venular. A alteração distal é pervasiva e gerou uma assembleia composta por clorita e sericita. A alteração proximal é pervasiva e fissural/venular e gerou assembleia que compreende quartzo, clorita, sericita, calcita, pirita e quantidades subordinadas de calcopirita, esfalerita e galena, além da mineralização aurífera associada a um conjunto de teluretos. O ouro ocorre de três formas: (1) partículas inclusas na pirita, (2) precipitado em fraturas de pirita, e (3) livre, junto aos veios de quartzo. Os teluretos são petzita (Ag-Au), hesita (Ag) e sylvanita (Au-Ag), e em menor quantidade coloradoita (Hg), kochkarita (Pb-Bi) e volynskita (Ag-Bi). As condições de mineralização são compatíveis com a fácies xisto verde (~300°C). A partir do equilíbrio clorita-pirita-esfalerita e da composição dos teluretos foi estimado log fO2 no intervalo de - 29,6 a -33,2 e log fS2 de -9,6 a -10,6, o que indica fluido relativamente reduzido e, em conjunto com os demais dados físico-químicos disponíveis na literatura, sugere transporte por complexo reduzido de enxofre. Estudos isotópicos, Pb em pirita e Nd em calcita, permitiram considerar que a fonte do fluido é provavelmente originária da mistura de fontes distintas, ocorrida pela interação fluido-rocha durante a ascensão do fluido por estruturas até o local de deposição do minério. A idade para o depósito não pôde ser definida de forma categórica, entretanto, isótopos de Pb e Nd indicam o Paleoproterozoico como idade mais provável da mineralização.
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PATRICIA SILVA RODRIGUES
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OS EFEITOS DAS OSCILAÇÕES CLIMÁTICAS E VARIAÇÕES DO NÍVEL DO MAR SOBRE O MANGUEZAL DE LAGUNA (SC) - LIMITE SUL AMERICANO
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Data: 19/04/2018
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Um ecossistema de manguezal, situado na Laguna de Santo Antônio, Santa Catarina-Brasil, limite sul de ocorrência de manguezais na América do Sul foi escolhido como área de estudo para este trabalho. Tendo como principal objetivo estudar o comportamento desse ecossistema em relação às mudanças climáticas durante o Holoceno, foi realizada uma análise multi- elementar, compreendendo análises geoquímicas (COT, NT, C/N, C/S, δ13C e δ15N), sedimentológicas e palinológicas em um testemunho sedimentar com 4,75 m de profundidade, denominado RP-01 e coletado com um amostrador do tipo “Peat Sampler”. Esses resultados foram temporalmente sincronizados com seis datações C-14. Cinco fácies sedimentares foram individualizadas, as quais foram agrupadas em duas associações de fácies: i) laguna e ii) barra de desembocadura de distributário. Com base nos resultados, uma mudança de influência marinha para terrestre na proveniência da matéria orgânica foi proposta. Uma porção da laguna anteriormente sob influência de processos lagunares, deu lugar ao desenvolvimento de uma barra de desembocadura de distributário. O aumento de matéria orgânica de origem terrestre, ocorrido principalmente a partir do Holoceno tardio, bem como o maior aporte sedimentar dos rios Sambaquí e Tubarão em direção à laguna favoreceu a formação da barra de distributário. Mudanças no comportamento vegetacional também foram identificadas. Dados palinológicos indicam que durante o Holoceno médio a vegetação do tipo herbácea predominou na região, sugerindo condições climáticas menos úmidas quando comparadas com o Holoceno inferior. O aumento nos valores de grãos de pólen representantes de árvores e arbustos, palmeiras e a presença do manguezal nas profundidades mais próxima do topo do testemunho são indicativos da ocorrência de um clima sub-tropical na região. Isso está provavelmente relacionado à mudança de posição da ITCZ (Intertropical Convergence Zone) em direção à América do Sul e a intensificação do SAMS (South American Monsoon System), que provocou aumento na umidade e na taxa de precipitação na região sul do Brasil. Em especial, o desenvolvimento e expansão do manguezal principalmente durante os últimos séculos comprova mudanças na configuração climática na região de Laguna (SC), com o estabelecimento de um clima relativamente mais quente e úmido atualmente.
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ARTHUR JERONIMO SANTANA ARAGAO
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PETROGRAFIA, GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO GRANITO CHAVAL, NOROESTE DA PROVÍNCIA BORBOREMA
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Data: 17/04/2018
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A região noroeste da Província Borborema é representada por dois blocos crustais (Ceará Central e Médio Coreaú) articulados pelo Lineamento Transbrasiliano em contexto geológico complexo, que reune unidades geológicas de natureza, origem e idades do Arqueano ao Paleozoico. Neste quadro, destaca-se uma grande quantidade de corpos graníticos, com natureza e idades diversas, mas geralmente, resultante de granitogêneses com maior intensidade no Neoproterozoico e gerados em diferentes estágios da Orogenia Brasiliana. Nesse contexto, encontra-se o Granito Chaval no extremo noroeste da Província Boroborema, localizado próximo à costa Atlântica entre os estados do Ceará e Piauí. Ele está exposto em um batólito com relação intrusiva em ortognaisses paleoproterozoicos do Complexo Granja e rochas supracrustais do Neoproterozoico do Grupo Martinópole; está recoberto por rochas sedimentares da Bacia do Parnaíba do Paleozoico (Grupo Serra Grande) e depósitos sedimentares costeiros recentes. Os dados de campo e estudos petrográficos destacam em grande parte da porção oeste do corpo, feições magmáticas como a textura porfirítica com megacristais centímétricos de microclína euédricos imersos na matriz fanerítica grossa. No corpo predominam granodioritos, com variações tonalíticas e monzograníticas. Outra característica peculiar são as feições deformacionais relacionadas à instalação da Zona de Cisalhamento Transcorrente Santa Rosa (ZCTSR) no flanco leste do corpo, cujos efeitos do cisalhamento levaram à modificação das tramas magmáticas em grande parte da porção leste do corpo, gerando rochas miloníticas. Assim, as texturas tipicamente ígneas foram gradativamente, substituídas por uma trama tectônica, evoluindo inicialmente para protomilonitos, na porção central do corpo, e também mais a leste, e para granitos miloníticos, com forte deformação, cominuição e recristalização dinâmica dos minerais que compõem a matriz, formação de porfiroclastos de feldspatos e quartzo fitado. Os estudos geoquímicos revelam similaridades composicionais que são compatíveis com as classificações petrográficas, em que apresentam composição majoritariamente granodiorítica, seguida de monzogranitos e tonalítos. Os dados geoquímicos também indicam afinidade com granitos tipo I, peraluminosos a metaluminosos comparável à série cálcio-alcalina. As assinaturas geoquímicas indicam que o Granito Chaval é compatível a granitos de ambientes de arco magmático do tipo normal. As análises U-Pb em zircão indicam idade de cristalização de 632 Ma, posicionando seu alojamento no Neoproterozoico, no final do período Cryogênico, sendo ele o dos granitoides mais antigos da região, compatível aos granitoides do Arco Magmático Santa Quitéria. Os estudos isotópico Sm-Nd em rocha total apontam idades modelos (TDM) entre 2,04 e 1,27 Ga, e valores de ɛNd negativos, indicando fontes Paleoproterozoicas e Mesoproterozoicas, com considerável tempo de residência crustal que implica em uma natureza mais evoluída.
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LUIZ CARLOS FERREIRA DE CRISTO
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ESTUDO PETROGRÁFICO E ISOTÓPICO (Pb-Pb, U-Pb e Sm-Nd) DE ROCHAS METAVULCÂNICAS, MINERALIZAÇÕES AURÍFERAS E ROCHAS GRANITÓIDES RELACIONADAS AO GREENSTONE BELT TRÊS PALMEIRAS, VOLTA GRANDE DO XINGU, DOMÍNIO BACAJÁ, PARÁ
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Data: 17/04/2018
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O presente estudo foi baseado em estudos de petrografia, geoquímica isotópica e geocronologia, tendo como objetivo discutir a possível relação genética e temporal entre a formação das mineralizações auríferas, suas hospedeiras e as sequências metavulcânicas que formam o Greenstone Belt Três Palmeiras, noroeste do Domínio Bacajá, estado do Pará. Descrições de amostras de campo e de testemunhos de sondagem permitiram a classificação dos litotipos que ocorrem na área de estudo: (1) uma sequência de metabasaltos, xistos máficos e restritos corpos de metagabros (Anfibolito Itatá); (2) uma sequência de meta-andesitos porfiríticos e rochas metavulcanoclásticas (Micaxisto Bacajá). Essas rochas afloram às proximidades de rio Xingu e formam corpos alongados, com orientação WNW-ESE, que registram os efeitos da deformação predominante na área. Essas sequências são seccionadas por corpos de dioritos e granodioritos, que constituem a unidade Granodiorito Oca. Os depósitos são formados por veios de quartzo mineralizados em pirita, calcopirita e ouro, que se alojam nos granitoides intrusivos, sob a forma de microinclusões nesses sulfetos. Os dados isotópicos Pb-Pb por lixiviação obtidos em amostras de pirita de quartzo-diorito e meta-andesito, não associados aos depósitos de ouro, forneceram idades de 2146 ± 19 Ma e 2353 ± 43 Ma, respectivamente, enquanto o método de evaporação de Pb em zircão forneceu idades de 2417 ± 4 Ma (MSDW=0,64) para uma amostra de meta-andesito e 2410 ± 4 Ma (MSWD=4,3) para uma amostra de rocha metavulcanoclástica. Essas idades são similares àquela fornecida pela isócrona Sm-Nd (2465 ± 17 Ma) para metabasaltos e meta-andesitos. Finalmente, o método de evaporação de Pb em partículas de ouro, extraídas de corpos mineralizados, alojados em granodioritos e quartzo-dioritos, após diversas tentativas de gerar uma isócrona com baixo desvio, forneceu a idade de 2189 ± 11 Ma (MSWD=31). Essas idades indicam que a mineralização tenha se formado durante o Riaciano. Com base nas idades já determinadas para as rochas graniticas presentes na área, é provável que a mineralização tenha relação genética e temporal com essas rochas. Os dados isotópicos sugerem, até o momento, que as sequências metavulcânicas do Greenstone Belt Três Palmeiras não apresentam relação genética com as mieralizacoes auriferas. As idades-modelo NdTDM de 2,49 a 2,39 Ga, obtidas neste trabalho para amostras de meta-andesitos e metadacitos do GBTP e seus εNd(T) (+2,03 e +3,33) sugerem que essas rochas se originaram do manto no Paleoproterozoico, seguido de rápida residência crustal.
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BEATRIZ LUNA FIGUEIREDO
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RESPOSTA DOS MANGUEZAIS DO SUL DA BAHIA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E FLUTUAÇÕES DO NÍVEL DO MAR DURANTE O HOLOCENO: INTEGRAÇÃO DE DADOS POLÍNICOS E ISOTÓPICOS COM MODELOS DE ELEVAÇÃO DIGITAL
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Data: 05/04/2018
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O objetivo deste trabalho foi avaliar a extensão do impacto do nível de mar alto do Holoceno médio e sua subsequente descida no Holoceno tardio, assim como a influência das mudanças climáticas sobre os manguezais e unidades de vegetação associadas ao longo do vale fluvial do Rio Jucuruçu no sul do estado da Bahia, nordeste do Brasil. Isto foi feito integrando dados topográficos, geomorfológicos, sedimentológicos, palinológicos e isotópicos de uma sequência de testemunhos de sedimentos ao longo deste vale fluvial. Foi dado destaque para o testemunho PR8 com 7,5 m de profundidade amostrado de uma planície de inundação, 37 km distante da atual linha de costa, à montante do Rio Jucuruçu. Os dados revelam três importantes associações de fácies caracterizadas pela: 1) presença de um canal fluvial-estuarino, onde, neste momento, os vales dos rios ficam incisos e preenchidos por depósitos fluviais, conforme registrado pela base do PR8 (760-700 cm) e PR7 (460 – 800 cm), que se caracterizam por sequências de sedimentos arenosos exibindo granodecrescência ascendente; 2) presença de um estuário com planícies de maré colonizadas por manguezais e ervas durante o Holoceno inicial e médio. 3) A terceira fase é caracterizada por uma planície de inundação fluvial com o desaparecimento de manguezais e expansão de ervas e palmeiras ao longo do vale fluvial estudado. O testemunho PR8, amostrado a partir de uma planície fluvial a cerca de 6.8 ± 0.8 m acima do atual nível relativo do mar (NRM), revela uma influência estuarina com a presença de pólen de mangue (5-40%,) entre 700 cm (~7400 anos cal AP) e 450 cm de profundidade (~5800 anos cal AP). O PR8 indicou ausência de pólen de mangue durante os últimos 5800 anos. Além disso, a influência dos padrões climáticos propostos para o Holoceno pode ser identificada ao longo do testemunho estudado. Provavelmente, as mudanças na vegetação e na matéria orgânica sedimentar identificadas no PR8 e demais testemunhos analisados foram causadas pelos efeitos combinados das flutuações do NRM, com um nível alto em cerca de 5350 anos cal AP e 3.25 ± 0.8 m, e mudanças na descarga fluvial. A evolução geomorfológica e da vegetação descrita para o PR8, assim como para outros testemunhos estudados ao longo do vale do Rio Jucuruçu e posicionados topograficamente mais baixos (PR7 - 5 m, PR10 – 1.5, PR11 – 0.5 m e PR12 – 0.5 m acima do NRM) está compatível com uma subida contínua do nível de mar acima do atual até o Holoceno médio, seguida de uma queda até os dias atuais.
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MANOELLA DA SILVA CAVALCANTE
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Theinteractiononananometricscaleofmolecularorpolymericspecieswithinorganicsubstratesconstitutethebasisforobtaininghybridmaterials.Thedevelopmentofthesematerialsrepresentsanemergingandinterdisciplinarytopicbetweenthefrontiersoflifesciences,materialsandnanotechnology.Thecombinationofthesetwomaterials,organic-inorganic,producesanewmaterialwithimprovedpropertiesandstructuresessentiallydifferentfromitsindividualcomponents.Constitutedbyacontinuousphase(matrix),beingplasticsorcellulose,andaninorganicphase,suchasclaymineralsoroxides.severalpapershavebeenpublishedobtainingthesematerialswithimprovedproperties:tractionmodules,gasbarrier,flameretardants,density,meltstrength,electricalconductivity,etc.Capableofmakingindustryflexibleandrigidproductsandinthemanufactureofelectronicmaterials(wireandcablecoatingsmanufactureofsensors/actuators),vaccineproduction,amongothers.Themostclaymineralsusedinthesynthesisofhybridmaterialsarethespeciesmontmorillonite,claybutotherscanalsobeused,suchasilliteandpalygorskita.InthestateofMaranhão,northeasternBrazil,thereareseveraloccurrencesofclayminerals,mostnotablysmectite,illiteandpalygorskite.AmongtheseclaymineralstwonewoccurrenceshavealreadybeenidentifiedandcharacterizedbytheUFPAGroupofAppliedMineralogy(GMA),suchasBentoniteFormosaandPalygorskite,whichareabundantintheregionanddonotyethaveanapplication.Inadditiontoanewoccurrenceofillitenotyetcharacterizedintheregion ofthemunicipalityofBarãodeGrajaú(MA).Anothermaterial with greatpotentialforobtainingnanomaterialsisthevanadiumpentoxide,havingintrinsicfeatures suchasalignment of the magneticfield,and redoxsystem suchasgel elasticity,enablingapplicationintheelectronicsindustryforthemanufactureofbatteriesandelectrochromicdisplaysforsensors/actuators.InBrazil,vanadiumpentoxidebegantobeproducedin2014byMaracásS/A.Currently,itsconsumptionisfocusedontheproductionofspecialsteelsforthemanufactureofaircraftstructuresandtheaerospaceindustry.Atthenationalleveltheproductionanddevelopmentofhybridmaterialsandplatformsforuseinhigh-techindustryissmall.Thus,thedevelopmentandimprovementofnanomaterialsisnecessaryusingasstartingmaterialandclaymineralsnationaloccurrenceoxides.Withinthiscontext,thisthesisaimedtodevelopastudyonapplicationofthreeclayminerals(Mg-montmorrillonite,illiteandPalygorskita)fromnortheasternBrazil,besidesvanadiumpentoxideintheprocessingofhybridmaterials
usingaspolymatrix(methylmethacrylate)(PMMA)andcellulosenanofibers.Forthis,themethodologyofthisworkwasdividedintothreeparts:The firstoneconsistedofthecollectionorsynthesis,treatmentandcharacterizationoftheindividualmaterials(clayminerals,vanadiumpentoxide,methylpoly(methacrylate)andcellulose).Thesecondwastoobtainhybridmaterials claymineral-PMMA(AP)andvanadiumpentoxidecellulose(VC)andthethirdonewasmainlytoevaluatethethermalandmechanicalpropertiesoftheAPhybridsandtheelectrochromicpropertiesoftheVCfilms.ThecharacterizationofthesamplesconfirmedthepredominanceofMg-montmorillonite,IllitaandPalygorskita.Thenaturalclayandorganophilicfractionwereusedtoobtain12sampleswithcommonandelastomericPMMAtoperformthephysical-chemicaltestsfocusingmainlyonflammabilityandtraction.BymeansofXRDmeasurementsitwaspossibletoverifythattherewasinteractionbetweenthetwoorganic-inorganicphases,andthatintheelastomericPMMAtherewasabetterdispersionoftheclayminerals.Thetestscarriedoutonthesematerialsindicatedthatthehybridsexhibitintrinsicthermalandmechanicalbehaviorofeachmaterialpossiblyrelatedtothetypeofstructurepresentintheinorganicphase,contributingtotheincreaseordecreaseofTg,Tm, flammabilityandtraction.FourV2O5-cellulosefilmswereobtainedandcharacterized.Electrochromictestswereconductedinthefilmsthatpresentedbetterperformance.Itwaspossibletoverifythattherewasinteractionbetweenthenanofibersofvanadiumpentoxideandcellulosemaintainingtheelectrochromicpropertyoftheoxide.Potentiometricmeasureswerefoundthatafter30and100cycles thefilmsremainedflexibleandmaintainedtheirproperties.Inthisway,thisworkconcludedthatitispossibletoobtainhybridmaterialswithclay mineralscomingfromthenortheasternregionofBrazilandcanadapttheirthermalandmechanicalpropertiesaccordingtotheirapplication.ThesamewasobservedfortheVCfilmsthatpresentedsatisfactoryresults and that can beused in displays and / orflexible sensors.
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Data: 23/03/2018
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A interação em escala nanométrica de um conjunto de espécies moleculares ou poliméricas com substratos inorgânicos constituem a base para obtenção de materiais híbridos. O desenvolvimento desses materiais representa um tópico emergente e interdisciplinar entre a fronteiras das ciências da vida, dos materiais e da nanotecnologia. A combinação desses dois materiais, orgânico-inorgânico, produz um novo material com propriedades aprimoradas e estruturas essencialmente diferentes dos seus componentes individuais. Eles são constituídos por uma fase contínua denominado de matriz, podendo ser plásticos ou celulose, e uma fase inorgânica, tais como argilominerais ou óxidos. Inúmeros trabalhos foram publicados obtendo estes materiais com propriedades aperfeiçoadas tais como: aumento da flexão e módulos de tração, barreira de gás, retardantes de chama, densidade, resistência a fusão, condutividade elétrica, etc. Tornando-os aptos para serem utilizados na indústria de produtos flexíveis e rígidos, bem como na fabricação de materiais para a eletrônica (revestimentos de fios e cabos a fabricação de sensores/atuadores), produção de vacinas, entre outros. O argilomineral mais utilizado em síntese de materiais híbridos é a espécie montmorillonita, mas outros argilominerais também podem ser utilizados, como: illita e palygorskita. No estado do Maranhão, nordeste do Brasil, há várias ocorrências de argilominerais, destacando-se principalmente esmectita, illita e palygorskita. Dentre esses argilominerais duas novas ocorrências já foram identificadas e caracterizadas pelo Grupo de Mineralogia Aplicada (GMA) da UFPA, como a Bentonita Formosa e a Palygorskita de Alcântara, que são abundantes na região e ainda não possuem uma aplicação. Além dessas duas argilas, há uma nova ocorrência de illita ainda não caracterizada na região do município de Barão de Grajaú (MA). Outro material com grande potencial para obtenção de nanomateriais é o pentóxido de vanádio, por apresentar características intrínseca como alinhamento do campo magnético, sistema redox e elasticidade como gel, possibilitando ser aplicado na indústria eletrônica para fabricação de baterias e displays eletrocrômicos para sensores/atuadores. No Brasil, o pentóxido de vanádio começou a ser produzido em 2014, no município Maracás estado da Bahia pela empresa Maracás S/A. Atualmente, o seu consumo interno está focado na produção de aços especiais para fabricação de estruturas de aviões e indústria aeroespacial. No âmbito nacional a produção e desenvolvimento de materiais híbridos e plataformas para serem utilizados na indústria de alta tecnologia é pequena. Dessa forma, faz necessário o desenvolvimento e aperfeiçoamento de nanomateriais utilizando como material de partida argilominerais e óxidos de ocorrência nacional. Dentro desse contexto, esta tese buscou desenvolver um estudo sobre a aplicação das três espécies de argilominerais (Mg-Montmorillonita, Illita e Palygorskita) provenientes do nordeste brasileiro, além do pentóxido de vanádio no processamento de materiais híbridos utilizando como matriz poli(metacrilato de metila) (PMMA) e nanofibras de celulose. Para isso a metodologia deste trabalho foi dividida em três partes: A primeira foi constituída pela coleta ou síntese, tratamento e caracterização dos materiais individuais (argilominerais, pentóxido de vanádio, poli(metacrilato) de metila e celulose). A segunda foi a obtenção dois materiais híbridos argilomineral-PMMA (AP) e pentóxido de vanádio-celulose (VC), e a terceira foi estudar principalmente as propriedades térmicas e mecânicas dos híbridos AP e as propriedades eletrocrômicas dos filmes VC. Através da caracterização das amostras coletadas foi confirmada a predominância dos argilominerais: Mg-montmorillonita, Illita e Palygorskita. A fração argila tal qual e organofilizada foram utilizadas para obter 12 amostras com PMMA comum e elastomérico para realizar os ensaios físico-químico focando principalmente na inflamabilidade e tração. Através de medidas de DRX foi possível aferir que houve interação entre as duas fases orgânica-inorgânica, e que em PMMA elastomérico houve melhor dispersão dos argilominerais. Os ensaios realizados nesses materiais indicaram que os híbridos apresentam comportamento térmico e mecânico intrínsecos de cada material possivelmente relacionados ao tipo de estrutura presente na fase inorgânica, contribuindo para o aumento ou diminuição do Tg, Tm, inflamabilidade e tração. Para os híbridos VC, quatro filmes de V2O5-Celulose foram obtidos e caracterizados. Testes eletrocrômicos foram conduzidos nos filmes que apresentaram melhor performance. Foi possível constatar que houve mescla das nanofibras de pentóxido de vanádio e celulose mantendo a propriedade eletrocrômica do óxido. Através de medidas potenciométricas constatou-se que após 30 e 100 ciclos os filmes continuam flexíveis e mantendo suas propriedades. Dessa forma este trabalho concluiu que é possível obter materiais híbridos com argilominerais provenientes da região nordeste do Brasil podendo adaptar suas propriedades térmicas e mecânicas de acordo com a sua aplicação. O mesmo foi observado para os filmes de VC que apresentaram bons resultados e que podem vir a ser utilizado em displays e/ou sensores flexíveis.
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JAINE FREITAS SOARES
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ESTABELECIMENTO E EXPANSÃO DOS MANGUEZAIS DE LAGUNA-SC: EFEITO DO AQUECIMENTO GLOBAL OU RESULTADO DE PROCESSOS SEDIMENTARES?
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Data: 19/03/2018
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A integração de dados polínicos, isotópicos (δ13C, δ15N, C/N), feições sedimentares e datação por 14C e 210Pb a partir de quatro testemunhos (LAG3, LAG4, LAG5 e LAG6) coletados em uma barra arenosa na lagoa de Santo Antônio, município de Laguna, Santa Catarina, permitiu a reconstituição paleoambiental dos últimos 900 anos AP. Os dados revelam duas associações de fácies ao longo destes testemunhos: (A) Barra arenosa, representada por depósitos arenosos maciços (fácies Sm) e (B) Planície de maré, representada pelas fácies acamamento heterolítico lenticular (Hl) e acamamento heterolítico wavy (Hw). Os depósitos da barra arenosa foram acumulados entre >940 e ~431 cal anos AP, provavelmente sob influência de um Nível Relativo do Mar (NRM) estável ou subida do NRM durante os últimos 1000 anos. O conteúdo polínico preservado ao longo da fase da barra arenosa indica um predomínio de árvores, arbustos, ervas e algumas palmeiras oriundos das unidades de vegetação do entorno da laguna. A relação δ13C (-24‰ - 15‰) e C/N (6-30) desta associação de fácies revela uma forte contribuição de matéria orgânica de algas marinhas e plantas terrestres C3 e C4. Durante o acúmulo dos depósitos da planície de maré, ocorridos nos últimos 60 anos, houve a implantação principalmente de Spartina com alguns arbustos de Laguncularia espaçados. A relação δ13C (-24‰ - 16‰) e C/N (7-22) revela uma origem da matéria orgânica sedimentar similar ao período da barra arenosa. Com base nesses dados e nos gradientes de temperatura na distribuição da Spartina e nos gêneros de árvores de manguezais ao longo da costa de Santa Catarina é razoável propor que a recente colonização de Laguncularia na região de Laguna está sendo causada pelo aumento gradual das temperaturas mínimas de inverno observado nos últimos 50 anos. Caso de fato exista uma relação entre essa tendência climática e a expansão das árvores de Laguncularia para sul do Brasil, a superfície das barras arenosas e planícies de maré lamosas da margem das lagunas do sul do Brasil, hoje em grande parte ocupadas por Spartina, serão gradualmente colonizadas e/ou substituídas não apenas por Laguncularia, mas também por Avicennia e dentro de mais alguns anos por Rhizophora.
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HELDER THADEU DE OLIVEIRA
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ESTUDO DE INCLUSÕES FLUIDAS E QUÍMICA MINERAL DO DEPÓSITO AURÍFERO DO ALVO JERIMUM DE BAIXO, CAMPO MINERALIZADO DO CUIÚ-CUIÚ, PROVÍNCIA AURÍFERA DO TAPAJÓS, PARÁ
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Data: 06/03/2018
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O alvo Jerimum de Baixo está localizado no Campo Mineralizado do Cuiú-Cuiú, região central da Província Aurífera do Tapajós, Cráton Amazônico. O alvo abrange rochas monzograníticas, essencialmente isotrópicas, que foram fraca a fortemente hidrotermalizadas e portadoras de biotita rica em Fe. Cloritização, sericitização, sulfetação, silicificação e carbonatação são tipos de alteração mais importantes. A clorita produzida é enriquecida em Fe do tipo chamosita e foi formada principalmente entre 280 e 315°C, enquanto que a mica branca assume composições muscovíticas. A mineralização é representada por vênulas de quartzo com baixo teor de sulfetos (pirita + pirrotita ± calcopirita ± galena ± esfalerita) em que o ouro ocorre livre e em zonas mais fragilizadas e alteradas, geralmente associado à pirrotita. O estudo petrográfico e microtermométrico de inclusões fluidas hospedadas quartzo de vênulas definiu inclusões aquocarbônicas, carbônicas e aquosas. Os fluidos com CO2 representam o provável fluido mineralizador e foram gerados por processos de separação de fases entre 280 e 380°C, principalmente. Uma posterior infiltração e processos de mistura são indicados para os fluidos aquosos mais tardios. Temperaturas <400°C e o caráter redutor do meio (pirrotita compondo o minério) apontam para o H2S como o principal ligante no fluido mineralizador e o Au(HS)-2 como o complexo transportador primário do ouro. Separação de fases, modificações nas condições do pH e interação fluido/rocha foram os mecanismos importantes para a precipitação do Au, que se deu em nível rúptil a localmente rúptil-dúctil da crosta (entre 2 e 6 km). Em linhas gerais, Jerimum de Baixo guarda similaridades com os outros depósitos/alvos previamente estudados no Campo Mineralizado do Cuiú-Cuiú no que tange à alteração hidrotermal, tipos de fluidos e mineralização. As feições observadas em Jerimum de Baixo não permitem um enquadramento classificatório absolutamente adequado a nenhum dos modelos tipológicos metalogenéticos clássicos. Características como tipo e estilo da alteração hidrotermal, tipo e teor de sulfetos, tipos de fluidos envolvidos, profundidade estimada para a mineralização, associação metálica (p. ex., S, Bi, Te), juntamente com a boa correspondência entres os dados levantados em outros depósitos/alvos no Campo Mineralizado do Cuiú-Cuiú indicam para o alvo Jerimum de Baixo um jazimento aurífero com filiação magmático-hidrotermal, com maior similaridade com aqueles depósitos relacionados a intrusões reduzidas (reduced intrusion- related gold systems – RIRGS).
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ALLANA QUEIROZ DE AZEVEDO
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EFEITOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NOS MANGUEZAIS DE SANTA CATARINA DURANTE O HOLOCENO TARDIO
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Data: 27/02/2018
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A presente pesquisa objetivou investigar a chegada do manguezal ao litoral Norte de Santa Catarina, na Baía de Babitonga. Para isso, foi coletado um testemunho sedimentar de 2 m de profundidade, com a utilização de um trado russo. Foi realizada a integração das análises polínicas, sedimentares, granulométricas, geoquímicas (δ13C, Ntotal e COT-carbono orgânico total) e datações 14C. A formação do depósito sedimentar analisado iniciou pelo menos entre o intervalo de 1.678 e 1.285 anos Cal AP. Nesse testemunho foi possível distinguir três associações de fácies: i) canal de maré, sem manguezal (δ13C = -24,1 a -27,7‰ e C/N 0,59 a 2,24); ii) planície de maré (δ13C = -22,7 a -26,4‰ e C/N = 1,16 a 14,5) que revela o início do desenvolvimento do manguezal e, de aproximadamente 606 anos Cal AP até o presente, o iii) manguezal (δ13C = -22,4 a -25,1‰ e C/N = 13,2 a 47,7) com a aparente expansão deste ecossistema. Portanto, podemos inferir que a região Norte de Santa Catarina experimentou, durante o Holoceno tardio, uma variação climática local marcada no conjunto de dados polínico e geoquímicos em torno de pouco mais de 1.285 anos Cal AP. Essa oscilação climática é acompanhada da instalação do manguezal com a presença expressiva de Laguncularia. A partir de 606 anos Cal AP até o presente observou-se a expansão do manguezal com aumento da sua biodiversidade, devido à instalação e desenvolvimento dos gêneros Avicennia e Rhizophora. A instalação do gênero Rhizophora está relacionada ao aumento de temperatura da atmosfera e/ou da superfície do mar, pois essas árvores apresentam maior sensibilidade às temperaturas relativamente mais baixas. Nesse contexto, a compreensão da dinâmica dos manguezais durante o Holoceno tardio torna-se uma excelente ferramenta para a análise paleoambiental costeira, pois esse ecossistema é um indicador dessas mudanças.
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IGOR ALEXANDRE ROCHA BARRETO
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ARGILA DE BELTERRA DAS COBERTURAS DE BAUXITAS DA AMAZÔNIA COMO MATÉRIA-PRIMA PARA A PRODUÇÃO DE CERÂMICA VERMELHA
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Data: 10/01/2018
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A região Amazônica detém as maiores reservas de bauxitas do Brasil, cujos depósitos estão capeados por um espesso pacote de material argiloso, conhecido por Argila de Belterra (ABT). A larga distribuição, ocorrência superficial, portanto acessível, e natureza argilosa ABT suscitaram o interesse deste trabalho em avaliar sua viabilidade técnica para a produção de cerâmica vermelha. Para o presente estudo selecionou ABT dos grandes depósitos de bauxita de Rondon do Pará, amostras de solos amarelos de Mosqueiro, argila illítica, argilas gibbsíticas e uma amostra de siltito argiloso. Essas amostras foram caracterizadas por Difração de Raios-X (DRX), Fluorescência de Raios- X (FRX), Análise Térmica Gravimétrica (TG), Calorímetro Exploratória Diferencial (DSC), Espectrometria de Massa com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-MS), Espectrometria de Emissão Ótica com Plasma Acoplado (ICP-OES), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Analisador de Partícula a Laser (APL).Para a determinação das propriedades físicas e mecânicas foram produzidas misturas distintas de corpos de prova com as amostras de Argila de Belterra e porcentagens de solo amarelo, siltito argila, argila gibbsíticas e argila illítica. Os corpos de prova foram calcinados em 5 momentos distintos de temperatura (800, 950, 1000, 1100 e 1200°C). Em seguida foram mensuradas: retração linear, absorção de água, porosidade aparente, densidade aparente e tensão de ruptura a flexão. A ABT é constituída essencialmente caulinita, tendo quartzo, goethita, anatásio e gibbsita como minerais acessórios. A ABT pura e simples não apresentou aspectos tecnológicos favoráveis para a produção de produtos cerâmicos, no entanto a mesma com adição de argila illítica, solo amarelo e siltito argiloso melhoraram significativamente as características tecnológicas das ABT.
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