Os tempos da arquitetura moderna. Permanência, obsolescência e preservação: Casa Belisário Dias e Residência Coelho em Belém.
Arquitetura Moderna; Residências; Camilo Porto; Obsolescência; Preservação.
A arquitetura moderna, mais do que um estilo, simboliza uma abordagem cultural que se apresentou de formas distintas ao redor do mundo. No Brasil, por muito tempo a historiografia da arquitetura elencou nomes específicos como produtores de algo genuinamente nacional, em detrimento de outros profissionais tão relevantes quanto aqueles na produção arquitetônica moderna. Constatada a desvalorização de exemplares residenciais modernos produzidos nas primeiras décadas do século XX, este trabalho buscou compreender e identificar perdas na materialidade das obras, e como estas impactam no gradativo apagamento dos exemplares na dinâmica do entorno. Traçando como objetivo a produção residencial moderna de Camilo Porto de Oliveira, em Belém, a Residência Belisário Dias e Residência Coelho foram selecionadas como objetos de estudo. Estes exemplares residenciais passam por um processo de iminente apagamento, ocasionados tanto pelas mudanças de uso, quanto pela obsolescência funcional e mudanças simbólicas da arquitetura. A investigação de categorias de concepção arquitetônica como organização espacial, formas e tectônica, bem como os significados sociais e simbólicos destas e a relação com os sujeitos históricos (clientes, proprietários ou moradores) traz novas questões que podem esclarecer a atual situação das casas em destaque. Investigar o campo da arquitetura moderna em Belém, compreendendo o que permanece e o que vem sofrendo declínio físico e simbólico, contribui com os esforços de preservação da arquitetura moderna e com a valorização destas residências enquanto patrimônio arquitetônico da cidade.