Notícias

Banca de DEFESA: LARISSA FONTINELE DE ALENCAR

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LARISSA FONTINELE DE ALENCAR
DATA: 11/02/2022
HORA: 09:30
LOCAL: videoconferência
TÍTULO:

POÉTICAS DA “REXISTÊNCIA”: ESCRITURAS INDÍGENAS DE AUTORIA DE MULHERES POTIGUARA (BRASIL) E MAPUCHE (CHILE)


PALAVRAS-CHAVES:

Poesia; Resistência; Indígena; Mulheres; Mapuche, Potiguara.


PÁGINAS: 229
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO:

Nesta tese proponho um estudo no âmbito da literatura de resistência sobre as escrituras de
autoria de mulheres dos povos originários Potiguara (Brasil) e Mapuche (Chile). Para tanto,

esta pesquisa está configurada como uma grande tessitura, formada por fios e linhas teórico-
metodológicas em que as epistemologias de base se apoiam, inicialmente, no exercício de

escovar a esteira da história a contrapelo para, assim, trançar, fio por fio, a trama literária
(re)feita por mulheres indígenas. A priori, entendo que as literaturas de autoria indígena são
literaturas de resistência, e que o corpo-território literário indígena, em meio e em conexão com
a natureza, faz-se nas palavras em riste, bem como mantém-se firme em seus propósitos e
ideologias próprias, mesmo com todas as imposições e subjugações engendradas pelo discurso
hegemônico perpetuado pelo colonizador. É necessário frisar, também, que a literatura de
resistência é um campo da teoria literária que estuda as literaturas que emergem em contextos
de autoritarismo, estados de exceção, situações de barbárie, assim como em situações de
traumas ou, ainda, que tematizam tais condições sócio-históricas e psicológicas. Sendo assim,
esta subárea da literatura, configura-se como potencializadora da existência através da
resistência, formando, desse modo, uma fratura poética de “rexistência”. Nesse sentido,
considero que as escrituras de mulheres Potiguara e Mapuche são desenvolvidas por meio de
palavras que transcendem a resistência sob a ótica tanto de gênero quanto de identidade étnica.
Esta perspectiva é marcante no corpus literário desta pesquisa, e faz que o escopo da tese se dê
pela expressão do corpo fraturado da mulher indígena, o qual, por isso mesmo, em resistência,
tensiona, através da sua produção literária, a memória, a ancestralidade, as questões de gênero,
a identidade étnica e as relações subjetivas e coletivas com o trauma colonial. Nessa
perspectiva, o corpora literário desta investigação é composto por escrituras das autoras do
povo Potiguara: Eliane Potiguara, Graça Graúna e Sulami Katy; do povo Mapuche foram
selecionadas escrituras compostas pelas autoras: Graciela Huinao, Faumelisa Manquepillán e
Daniela Catrileo. Ressalto, contudo, que, no decorrer da tese, também são feitas referências a
uma significativa produção escrita de outras escritoras, inclusive, pertencentes a outros grupos
étnicos. Assim sendo, esta pesquisa, de teor bibliográfico-qualitativo, foi desenvolvida a partir
de uma abordagem analítico-descritiva e a partir das leituras interpretativas das escrituras
literárias em questão. Para tanto, ao realizar a análise do corpora literário, busquei engendrar
recortes que alinhavam a compressão dos aspectos poéticos das obras das escritoras indígenas
na perspectiva de uma escrevivência ancestral, na construção de poéticas das identidades de
gênero e identidades étnicas, além de uma perspectiva do olhar indígena sobre os traumas
coloniais provocados pelo estado genocidário. E, por fim, lançando um olhar maisintegral sobre
esta pesquisa, considero que uma das contribuições mais significativas desta tese está na junção
da literatura de resistência com as literaturas indígenas, posto que se agrega a esse campo uma
narrativa outra, de fonte decolonial, que atravessa corpos e textos que foram, durante muito
tempo, excluídos dos estudos literários.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ALVA MARTÍNEZ TEIXEIRO
Interno - 2478698 - CARLOS AUGUSTO NASCIMENTO SARMENTO PANTOJA
Externo à Instituição - MARÍA SOLEDAD FALABELLA LUCO
Presidente - 1201576 - TANIA MARIA PEREIRA SARMENTO PANTOJA
Externo à Instituição - WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO
Notícia cadastrada em: 19/01/2022 11:24
SIGAA | Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC) - (91)3201-7793 | Copyright © 2006-2024 - UFPA - castanha.ufpa.br.castanha2