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Banca de QUALIFICAÇÃO: MARIA SEBASTIANA DA SILVA COSTA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA SEBASTIANA DA SILVA COSTA
DATA: 01/04/2019
HORA: 14:00
LOCAL: SALA DE DEFESAS DO PPGL
TÍTULO:

ESTUDO COMPARATIVO E PERCEPTUAL DO PORTUGUÊS FALADO NA AMAZÔNIA: A INFLUÊNCIA DA LGA NOS DIALETOS AMAZÔNICOS


PALAVRAS-CHAVES:

Projeto AMPER; Prosódia, Entoação; Análise Acústica.


PÁGINAS: 157
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
RESUMO:

Este trabalho intitulado Estudo comparativo e perceptual do Português falado na Amazônia: a influência da LGA nos dialetos amazônicos visa a descrição da variação prosódica-dialetal dos falares de Cametá (PA), Mocajuba (PA), Parintins (AM) e posterior realização de uma análise comparativa dos dialetos amazônicos citados com o de São Paulo (SP), em sentenças nas modalidades declarativas neutras e interrogativas totais, por meio de análises acústicas e perceptuais, com o intuito de verificar o grau de influência da Língua Geral Amazônica (LGA) na formação do português brasileiro, falado na Amazônia. Pontua-se que para esta fase de qualificação do trabalho serão apresentados, apenas, os resultados da análise acústica intradialetal das variedades de Cametá (PA), Mocajuba (PA) e Parintins (AM). Os parâmetros acústicos de Frequência fundamental (Hz), Duração (ms) e Intensidade (dB) foram foco de análise. Para substanciar a fundamentação teórica, julgou-se importante considerar algumas teorias linguísticas, tais quais, a teoria da Fonética Experimental Barbosa e Madureira (2015); Kent e Read (2015), bem como a Teoria da Sociofonética Hay e Drager (2007); Foulkes et al. (2010); Baranowski (2013) e Fonologia entoacional Pierrehumbert (1980); Cagliari (1981); Cavaliere (2005); Lucente (2016). A interpretação dos dados considera trabalhos como o de Moraes (2003, apud REIS e CUNHA, 2012); Silva e Cunha (2012), Freitas (2013), Guimarães (2013) e Lima (2016), os quais, também, realizam estudos no âmbito geoprosódico. Os procedimentos metodológicos adotados foram previamente estabelecidos pelo projeto AMPER-POR (CRUZ et al., 2012). Os dados analisados sofreram sete etapas de tratamento: a) codificação; b) isolamento das repetições em arquivos de áudios individuais; c) aplicação do script lance_batch_easyalign_v3.praat para obter o textgrid dos arquivos .wav; d) segmentação fonética no programa Praat 6.0.39 por meio do script de correção_segmentação.praat, para corrigir a segmentação; e) aplicação do script AMPER_Textgrid2Txt_V3_boucle_DepoisEasyAlign_v2.praat, para gerar os arquivos com os parâmetros acústicos; f) seleção das três melhores repetições; g) rodadas no programa Matlab para se obter os arquivos fonos, estes que fornecem as médias de F0, duração e intensidade necessárias para preenchimento das planilhas Excel e, consequentemente, para a feitura dos gráficos. Para este trabalho, o corpus foi constituído com uma amostra de fala de seis locutores, femininos, metade de cada variedade-alvo, contemplando três níveis de escolaridade (fundamental, médio e superior). Foram analisadas as três melhores repetições de nove sentenças nas modalidades declarativa neutra e nove na modalidade interrogativa total, na fala de doze locutores, seis do sexo feminino e seis do sexo masculino, pertencentes as três variedades em escopo, dos níveis fundamental e médio de escolaridade, totalizando um corpus de 3.888 repetições. As análises demonstraram que o parâmetro acústico de F0 é significativo para a caracterização das variedades estudadas. Essa caracterização ocorre, impreterivelmente, na sílaba tônica do último vocábulo da sentença, nas três pautas acentuais analisadas, proparoxítonas, paroxítonas e oxítonas. Registrou-se um padrão entoacional nos vocábulos declarativos, o contorno inicia na sílaba pretônica, com tom alto, seguido de tom baixo, na sílaba tônica e se estende até a postônica, configurando movimento de descendência, essa variação de F0 ocorreu nas três variedades investigadas, Cametá (PA), Mocajuba (PA) e Parintins (AM), bem como nos dois níveis de escolaridade analisados, Fundamental e Médio. Notou-se, do mesmo modo, um padrão entoacional para as sentenças interrogativas, o movimento inicia com tom baixo na sílaba pretônica, em seguida sofre uma ascendência até a
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sílaba tônica, com queda de F0 na sílaba postônica, resultando em um desenho circunflexo (MORAES, 1998). O desenho é claramente visível nas pautas acentuais proparoxítonas e paroxítonas dos vocábulos analisados, nas três variedades estudadas e nos três níveis de escolaridade. Acentua-se que o fator escolaridade também foi significativo na distinção entoacional das variedades em escopo, posto que o nível mais baixo de escolaridade, apresentou, em alguns casos, movimento monotônico, em relação aos dados dos locutores, do nível médio. O fenômeno foi observado nas três variedades estudadas, Cametá (PA), Mocajuba (PA) e Parintins (AM), mais recorrente na modalidade frasal declarativa e nos vocábulos, proparoxítonos e paroxítonos. Para o parâmetro de Duração (ms), de um modo geral, notou-se uma regularidade quanto às medidas de tempo, correspondentes às sílabas tônicas dos vocábulos analisados, declarativos e interrogativos, das três localidades em escopo. Por outro lado, registrou-se, para este parâmetro, uma variação da taxa de duração das sílabas adjacentes, em alguns vocábulos, proparoxítonos, paroxítonos e oxítonos, referentes ao ensino fundamental. Desta maneira, para o nível mais baixo de escolaridade, as taxas elevam-se ou mantem-se nas sílabas pretônicas e, nas postônicas, sempre sofrem redução. Quanto ao parâmetro de intensidade não foi observado uma variação significativa nas três variedades estudadas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1153554 - REGINA CELIA FERNANDES CRUZ
Externo ao Programa - 2413465 - BENEDITA MARIA DO SOCORRO CAMPOS DE SOUSA
Externo ao Programa - 2321969 - FRANCISCA MARIA CARVALHO
Externo à Instituição - LETICIA REBOLLO COUTO
Notícia cadastrada em: 28/03/2019 12:32
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