Banca de QUALIFICAÇÃO: MIGUEL LOMBAS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MIGUEL LOMBAS
DATA: 18/12/2023
HORA: 14:30
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

RAP E O SLAM: VOZES DE RESISTÊNCIA DOS POETAS CONTEMPORÂNEOS

PALAVRAS-CHAVES:

Contemporâneo; hip-hop; oralidade, rap; reistência; slam

PÁGINAS: 118
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO:

A presente dissertação reflete sobre o movimentos hip-hop e o poetry slam nas vozes dos poetas da contemporaneidade o rapper angolano MCK e da slammer brasileira Patrícia Meira, como uma ferramenta discursiva de resistência pós-colonial por darem vozes e protagonismos a grupos historicamente excluídos. A partir das composições dos poetas contemporâneoas, procuramos fazer um paralelo entre os mestres da literatura oral – os griots e os emceein -MC como o porta voz da sua comunidade ao defender um ponto de vista claro, tem consciência de seu papel político e luta pelo direito de narrar a história coletiva em nome próprio e, ao atuar como importantes vozes na denúncia e de resistência do monopólio da violência pelo estado e a sociedade. Para discutir sobre as formas de pensar a resistência nas poéticas orais urbanas, no hip-hop e poetry slam nas vozes do rapper angolano MCK e da slammer brasileira Patrícia Meira, partimos do pressuposto de que resistência é a recusa de submissão à vontade de outrem e, que o slam e o rap são mobilizadores de discursos de resistência que caracterizam uma estética poética que fomenta o combate ao racismo, ao machismo, a violência, o sexismo, a desigualdade social entre outras formas preconceituosas e discriminatórias que as pessoas subalternas têm sido vítimas pela sociedade. Para analisar a constituição dos discursos de resistência nas poesias orais urbanas, recorremos a diversos marcos teóricos no campo da oralidade, como Hampate Bâ (2010), Irele (2006), Ki-zerbo (2010), Nunes (2009), Padilha (2005), Parafita (2005) que nos ajudaram na pesquisa. Para discutir e explicar o movimento hip-hop, poetry slam e performance recorremos a autores como Dias (2019), Fernandes (2014), Roberta Estrela Dalva (2014), Freitas (2020), Leal (2007), Martins (2005), KRS ONE (2007), Salles (2007), Soares (2021), Souza (2011), Zumthor (2018), Schipper (2006), Pantoja (2012). Quando discutimos o contemporâneo, a violência e resitência, partindo de uma perspectiva conceitual e etimológica, utilizamos autores como Agabem (2009), Bosi (2002), Ginzburg (2011). Para fundamentar nossas leituras sobre resistência e violência nas periférias, propomos um diálogo com Alim (2007), Duncombe (2007), Endo (2005). No sentido de potencializar nossa discussão, analisamos os discursos poéticos de resistências do rapper MCK presente nos seus álbuns nutrição espiritual (2006), proibido ouvir isto (2011), valores (2018) e os poemas da slammer Patrícia Meira presentes nas suas obras por amar outra mulher, resisto (2018), slam: palavras para quem me quis silêncio (2022) e de alguns poemas extraídos na plataforma youtube. A relevância deste estudo é de conhecer o movimento hip-hop e o slam nas suas mais diversas formas, assim como, considerando o seu pano de fundo, compreender uma particularidade da importância do rap e do slam para a articulação de vozes da resistência dos poetas contemporâneos nos estados colonizados. A literatura nada pode, sozinha. Mas o coletivo de vozes da resistência (artistas, escritores, docentes, jornalistas…) e todos e todas fazedores de opiniões que não têm medo das palavras, mesmo quando o opressor, a ditadura, a tirania tentam impôr a lei do silêncio, um silêncio que é comprado com bens materiais e/ou com uma bala no rosto, sabem o barulho que elas fazem. Algo para dizer que artes sempre resistiram e resistarão contra as ditaduras, injustiças e segregações sociais, apresentado como resultado desta pesquisa. 

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2478698 - CARLOS AUGUSTO NASCIMENTO SARMENTO PANTOJA
Interno - 1527529 - IZABELA GUIMARAES GUERRA LEAL
Externo à Instituição - LUCIANA PAIVA CORONEL