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Banca de DEFESA: SUZANA PINTO DO ESPÍRITO SANTO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SUZANA PINTO DO ESPÍRITO SANTO
DATA: 16/08/2023
HORA: 09:00
LOCAL: PPGL
TÍTULO:

MAPEAMENTO GEOPROSÓDICO DO PORTUGUÊS FALADO NO AMAPÁ: VARIEDADES DE MACAPÁ, MAZAGÃO E OIAPOQUE


PALAVRAS-CHAVES:

Geoprosódia; Análise Acústica. Dialetometria. Projeto AMPER.


PÁGINAS: 230
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
RESUMO:

A tese intitulada Mapeamento geoprosódico do português falado no Amapá: Variedades de Macapá, Mazagão e Oiapoque encontra-se vinculada ao projeto internacional Atlas Multimédia Prosódico do Espaço Românico, domínio Língua Portuguesa (AMPER-POR), e colabora com resultados para o subprojeto AMPER Amazônia, equipe de trabalho vinculada ao AMPER-POR sediada na Universidade Federal do Pará. O objetivo principal desta tese é apresentar o mapeamento geoprosódico do português falado no Amapá, a partir de uma investigação acústica e dialetométrica com dados de três localidades amapaenses: Macapá, Mazagão e Oiapoque. Especificamente, pretende-se revelar um possível padrão prosódico das variedades-alvo em relação ao português brasileiro. Para isso, são controlados os parâmetros acústicos Frequência Fundamental (em semitom), Duração (em Z-score) e Intensidade (em Z-score) de sentenças produzidas nas modalidades declarativa neutra e interrogativa total. Teoricamente, a pesquisa situa-se no campo da fonética acústica, espeficamente nos estudos prosódicos, e para tanto, busca guarida em Barbosa (2019); Madureira (1999), Cagliari (1992), Barbosa e Madureira (2015), entre outros. Além disso, considera os estudos realizados em geoprosódia do português, tanto europeu (COIMBRA; MOUTINHO; VAZ, 2008; MOUTINHO; COIMBRA, 2010; REBELO, 2019) quanto brasileiro (MORAES, 1993; CUNHA, 2000; SILVA, 2011; SILVESTRE, 2012; SANTOS, 2020; LEMOS, 2021, entre outros), bem como fundamenta-se em pesquisas, cujas análises consideram o método dialetométrico (FERNANDES REI; MOUTINHO; COIMBRA, 2016; COSTA, 2020; CRUZ e RILLIARD, 2016). Os dados utilizados nesta pesquisa foram coletados, considerando a orientação metodológica do projeto AMPER-POR. O corpus AMPER consta de 51 frases interrogativas e 51 declarativas neutras, cuja estrutura sintática é do tipo Sujeito + Verbo + Complemento, e suas expansões com sintagmas preposicionados e adjetivais. O tratamento dos dados seguiu as seguintes etapas: a) codificação dos dados; b) isolamento dos áudios em arquivos individuais; c) segmentação automática das frases feita com o auxílio do script lance_batch_easyalign_v3.praat para obter o textgrid dos arquivos .wav; d) segmentação fonética no programa Praat 6.0.39 por meio do script correção_segmentação.praat para corrigir a segmentação; e) aplicação do script AMPER_Textgrid2Txt_V3_boucle_DepoisEasyAlign_v2.praat para gerar os arquivos com os parâmetros acústicos (Scripts de autoria de Dr. Albert Rilliard); f) normalização dos valores brutos de f0, duração e intensidade e g) criação de gráficos e testes estatísticos no programa R. Foram selecionados 6 locutores por variedade-alvo, sendo 3 homens e 3 mulheres pertencentes à escolaridade ensino fundamental, ensino médio e ensino superior), totalizando 18 locutores.
O corpus total compreende 5.508 dados (51 sentenças x 2 modalidades x 3 melhores repetições das sentenças x 6 locutores x 3 localidades). Para corroborar os resultados acústico e dialetométrico, foram aplicados testes estatísticos não paramétricos Mann-Whitney, Kruskal-Wallis e Post hoc Dunn. Foram empreendidas análises acústicas intradialetal e interdialetal, cujos resultados mostraram que as variedades amapaenses produziram, para modalidade declarativa neutra, no parâmetro f0, movimentos melódicos similares: movimento ascendente na vogal pretônica e descendente na vogal tônica (e postônicas, no caso dos acentos paroxítono e proparoxítono), assim como fora descrito para outras variedades do português brasileiro (MORAES, 1993; CUNHA, 2000; SILVESTRE, 2012; CARDOSO, 2020; COSTA, 2020; SANTOS. 2021 E LEMOS, 2021). Para interrogativa total, o parâmetro f0 mostrou que as variedades Macapá, Mazagão e Oiapoque acompanharam o movimento melódico previsto para o português brasileiro, padrão circunflexo descrito por Moraes (1993). Quanto à duração, foi o parâmetro que demonstrou maior semelhança entre as variedades-alvo, uma vez que o maior tempo de produção ocorreu na vogal tônica, majoritariamente, independente do acento lexical e da modalidade frasal, ocorrendo exceções na variedade de Macapá e de Mazagão, em que os locutores BG13, BG15, BG31, e BG33 empreenderam maior tempo de produção na vogal pretônica do acento oxítono, portanto, neste caso, a relação acento lexical e duração não se revelou obrigatória. Quanto à intensidade, na modalidade declarativa neutra, as variedades Macapá e Mazagão produziram maior concentração de energia de maneira semelhante: no acento oxítono, a vogal pretônica foi produzida com mais intensidade, enquanto nos acentos paroxítono e proparoxítono a maior concentração de energia se deu na posição tônica. Já a variedade de Oiapoque incidiu valores elevados de intensidade na posição pretônica, tanto no acento oxítono quanto no paroxítono, e no acento proparoxítono, a maior concentração de energia ocorreu na vogal tônica. Na modalidade interrogativa total, as variedades-alvo empreenderam maior concentração de energia na vogal tônica em todos os acentos lexicais. A análise dialetométrica demonstrou que as variedades amapaenses apresentaram dissimilaridades, considerando as modalidades frasais e os parâmetros f0 e intensidade, neste caso, a variedade de Oiapoque apresentou dissimilaridade em relação à Macapá e Mazagão por produzir as vogais com maior intensidade, já Mazagão apresentou dissimilaridade em relação à Macapá e Oiapoque por produzir f0 baixa, nas duas modalidades frasais. Os resultados dos testes estatísticos mostraram que as variedades dialetais apresentaram diferença estatística significativa no nível de 5% (p-valor ≤ 0,05), assim como as modalidades frasais, os acentos lexicais, bem como fatores sexo e escolaridade, desempenharam papel importante para discriminação da entoação modal e para a caracterização dialetal. Portanto, as análises acústicas evidenciaram que as variedades amapaenses possuem um padrão prosódico semelhante às demais variedades do português brasileiro, em especial às variedades amazônicas, com as quais foram comparadas nesta pesquisa, e a análise dialetométrica revelou que Macapá, Mazagão e Oiapoque possuem aspectos prosódicos que as distanciam, como f0 e intensidade.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ALEXSANDRO RODRIGUES MEIRELES
Interno - 1945974 - ANGELA FABIOLA ALVES CHAGAS
Externo à Instituição - CLÁUDIA DE SOUZA CUNHA
Externo ao Programa - 1766027 - RAQUEL MARIA DA SILVA COSTA
Presidente - 1153554 - REGINA CELIA FERNANDES CRUZ
Notícia cadastrada em: 10/07/2023 11:44
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