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Banca de DEFESA: JOSE ELIAS PEREIRA HAGE

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSE ELIAS PEREIRA HAGE
DATA: 08/03/2023
HORA: 14:00
LOCAL: PPGL
TÍTULO:

OS DESPOSSUIDOS DA AMAZÔNIA: DALCÍDIO JURANDIR E AS FIGURAÇÕES DO POBRE NO CICLO EXTREMO NORTE PELOS CAMINHOS E DESCAMINHOS DE ALFREDO


PALAVRAS-CHAVES:

Pobre; Amazônia; Despossuídos; Aporofobia; Dalcídio


PÁGINAS: 169
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO:

A presente tese tem por finalidade fazer um estudo sobre a representação do pobre na literatura de Dalcídio Jurandir (1909-1979), especificamente no Ciclo Extremo Norte. Composto por dez narrativas e publicado entre os anos de 1941 e 1978, o ciclo é composto pelos seguintes títulos: Chove nos Campos de Cachoeira (1941); Marajó (1947); Três Casas e um Rio (1958); Belém do Grão Pará (1960); Passagem dos inocentes (1963); Primeira Manhã (1968); Ponte do Galo (1971); Os Habitantes (1976); Chão dos Lobos (1976) e Ribanceira (1978). O intuito do estudo é trazer um novo olhar sobre a produção ficcional do escritor, com base na relação social de personagens, e conhecer, por meio da ficção, a realidade dos menos favorecidos que habitam a região amazônica. No ciclo Extremo Norte, o autor se propôs revelar uma história da Amazônia pelo olhar de seu povo, gente forte e cheia de humanidade. Nove das dez narrativas têm como protagonista Alfredo Coimbra, um mestiço, filho de pai branco e mãe negra que trafega pelas histórias que se entrecortam no enredo. À exceção de Marajó (1947), da qual ele não participa e de Chove nos Campos de Cachoeira (1941), que ele divide o protagonismo com o meio irmão Eutanázio, todas as outras são construídas a partir da perspectiva do olhar desse personagem que inicia menino, por volta dos dez anos e finaliza adulto, por volta dos vinte. No decorrer do ciclo ele se envolve com diversos tipos característicos da pobreza amazônica, e é por esse motivo, inclusive, que o presente trabalho optou por acompanhar a realidade do pobre a partir do olhar diferenciado desse personagem. Alfredo entra em conflito internamente em várias situações pela falta de dinheiro. Dalcídio Jurandir refrata a realidade da carência das coisas em seus romances. Existe a carência de bens e serviços essenciais; a carência de recursos econômicos; bem como a carência social, que trata da exclusão social, que é a impossibilidade de participar da sociedade, evidenciada pela postura preconceituosa em relação ao caboclo do interior do estado. Alfredo se ressente pela falta de dinheiro para ir estudar em Belém, depois que consegue chegar na capital se ressente de precisar morar de favor e está sempre as voltas com a ausência de um suporte financeiro. Essa reclamação repercurte dentro do personagem e reverbera nas obras de Dalcídio Jurandir explicitando também em outros personagens a decorrência da pobreza de diversas situações. Nas narrativas do Extremo Norte, em diversos trechos, as coisas acontecem como se a pobreza desse o tom de tudo, visualizada ao redor e nas elocubrações internas dos personagens. Percebe-se também um processo de exclusão dos menos favorecidos e isso é alimentado por uma fobia: a aporofobia, que é constantemente estimulada, e é a aversão ao indivíduo em condição de pobreza. O estudo teve como metodologia a pesquisa e a análise bibliográfica e teve como referencial teórico obras de estudiosos na linha de teorias de literatura e sociedade como Antonio Candido e Roberto Schwarz, dentre outros; também teve um suporte teórico de pesquisadores da área de literatura da Amazônia, como Marlí Tereza Furtado, Alex Santos Moreira, Regina Barbosa da Costa, Willi Bolle, dentre outros; bem como de estudiosos da realidade social como Fábio Castro, Eugenio Giovenardi, e Adela Cortina, dentre outros. A noção de pobreza que norteará todo o trabalho terá como base os seguintes princípios fundamentais: a noção de subsistência, a questão social, a localização geográfica, as diferenças espaciais e o preconceito.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ARNALDO FRANCO JÚNIOR
Interno - 2190652 - LUIS HELENO MONTORIL DEL CASTILO
Presidente - 1153134 - MARLI TEREZA FURTADO
Externo à Instituição - SONIA MARIA GOMES SAMPAIO
Interno - 1201576 - TANIA MARIA PEREIRA SARMENTO PANTOJA
Notícia cadastrada em: 02/03/2023 17:18
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