O Instituto Evandro Chagas na grande imprensa do Pará: 80 anos de história
Imprensa paraense. Enquadramento Noticioso. Fonte Jornalística. Ciência. Instituto Evandro Chagas.
Criado em 10 de novembro de 1936, o Instituto Evandro Chagas (IEC) é um órgão de pesquisa ligado ao Ministério da Saúde do Brasil, reconhecido nacional e internacionalmente por sua atuação na área das ciências biológicas, meio-ambiente e medicina tropical. Todavia, não há pesquisas sobre o IEC que articulem os campos da comunicação e da história. O presente estudo tem como objetivo analisar como o Instituto é apresentado pela imprensa paraense, especificamente os jornais Folha do Norte e O Liberal, ao longo de 80 anos (1936-2016), entendendo a produção jornalística como resultado de processos comunicacionais em cada época. A amostra estabelecida para levantamento consiste nas edições da época de aniversário do Instituto, de 09 a 12 de novembro de cada ano durante o período da pesquisa. Foram encontradas 15 ocorrências sobre o IEC na Folha do Norte e 56 em O Liberal, constituindo um corpus de 71 textos analisados. Para o alcance do objetivo geral, foram estabelecidos como objetivos específicos: a) Identificar e analisar sentidos possíveis e suas dominâncias na cobertura jornalística sobre o IEC; b) Identificar e analisar os enquadramentos noticiosos provenientes dos efeitos de sentido das enunciações sobre o IEC; c) identificar e categorizar as fontes presentes nos textos dos jornais analisados relativos ao IEC. O material foi analisado qualitativamente a partir dos conceitos de efeitos de sentido, enquadramento noticioso e fontes jornalísticas, em diálogo com conceitos da História, por meio da enunciação jornalística. Os efeitos de sentido percebidos deram origem a três enquadramentos noticiosos predominantes no período analisado: O IEC como agente do Estado; O IEC e sua história e O IEC em ação. Em relação às fontes ouvidas pela imprensa para falar sobre o Instituto, foi detectada uma predominância de fontes oficiais; mas também um caráter de testemunha da história a outras fontes. Analisadas pela perspectiva de gênero, menos de 10% das fontes ouvidas eram do sexo feminino.