Dissertações/Teses

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2024
Descrição
  • LEONARDO DE SOUZA SILVA
  • AS MULHERES DA RESISTÊNCIA EM BARCARENA (PA): comunicação, território e luta.

  • Orientador : VANIA MARIA TORRES COSTA
  • Data: 24/04/2024
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  • A ideologia da modernidade presente na América Latina trata-se de uma ontologia criada pelos governos europeus, cujos pilares foram construídos com base no racismo e no patriarcalismo. Essa herança adentrou as nossas veias e encontra-se presente na Amazônia brasileira a partir dos megaprojetos de mineração, os principais exemplos contemporâneos da modernidade planejada pelos ocidentais, especialistas na comercialização da natureza. Baseada na ausência do diálogo e dando jus ao histórico, a atividade promove a desigualdade entre minorias como as mulheres. Os megaempreendimentos apresentam implicações nas vidas das mulheres e, pensando nisso, nos propomos a investigar e alcançar narrativas de mulheres que fazem parte desta realidade. Com base em etnografias e análise de conteúdo temática, pesquisamos as histórias de vida, os impactos da mineração e as lutas de três lideranças femininas de Barcarena (PA) contra os megaprojetos. Analisamos as suas memórias e narrativas sobre a mineralização do território, os seus conhecimentos e os caminhos aderidos para resistir. E destacamos o uso do WhatsApp como principal dispositivo interacional de organização e mobilização da luta. Esta pesquisa pretende ressoar as narrativas dessas personagens historicamente invisibilizadas, julgadas e apresentadas como destituídas de agência política no território mineralizado, mas que utilizam as vozes, o corpo, a união e a esperança para resistir, negando o que está posto e lutando por direitos.

  • HANS CLEYTON PASSOS DA COSTA
  • INTERSUBJETIVIDADES AMAZÔNICAS: Festas de aparelhagem e suas práticas de consumo em Belém-PA.

  • Orientador : FABIO FONSECA DE CASTRO
  • Data: 19/04/2024
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  • As aparelhagens de Belém, com suas estruturas simples e customizações amadoras, emergiram não apenas como fontes de lazer, mas também como meios de subsistência dentro da economia informal das periferias da capital paraense. Este estudo, embora ancorado em uma base sociológica, antropológica e histórica, se concentra primariamente no campo da Comunicação. A aplicação da perspectiva fenomenológica foi crucial para captar a intensidade da experiência comunicativa nestes eventos, permitindo uma análise detalhada das dinâmicas sociais comuns entre os frequentadores. O presente trabalho tem como objetivo principal investigar as formas sociais de consumo nas festas de aparelhagem em Belém do Pará, explorando os padrões dinâmicos de interação e relação entre consumo, cultura e sociedade. A tese demonstra uma sinergia única entre intersubjetividade, estética e cultura material. Ela revela como as festas, vistas como manifestações estético-comunicacionais, são arenas onde esses elementos convergem para moldar experiências, identidades e relações sociais de maneira coletiva e dinâmica.

  • CHRISTIAN MACIEL REIS
  • SENSIBILIDADES AMAZÔNICAS NA FESTA DA APARELHAGEM SURREAL CROCODILO- A RESISTÊNCIA : UM ESTUDO DO ECOSSISTEMA COMUNICACIONAL EM BELÉM DO PARÁ

  • Orientador : FABIO FONSECA DE CASTRO
  • Data: 05/04/2024
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  • Propomos nesta pesquisa analisar e identificar as sensibilidades amazônicas na festa da aparelhagem Surreal Crocodilo - A Resistência em Belém do Pará com o estudo dos ecossistemas comunicacionais. Essa perspectiva dos ecossistemas comunicacionais proposta por Pereira (2011) busca compreender a sociedade como um todo integrado, em que as diferentes formas de vida (natural, social, cultural e tecnológica) estão interligadas e interdependentes. O estudo pretende mostrar que a festa da aparelhagem Surreal Crocodilo- A Resistência é um exemplo de ecossistema comunicacional, uma vez que envolve diferentes agentes (produtores, DJs, equipes de som, artistas, públicos) e tecnologias (aparelhagem de som, celulares, redes sociais) em um ambiente de interação e comunicação mútua. O estudo analisará as diferentes formas de sociabilidade presentes na festa, que incluem desde a inclusão social de diferentes grupos até a exclusão de alguns indivíduos; a presença de elementos de poder na festa, que se manifesta em práticas como a ostentação e o consumo; a festa de aparelhagem Surreal Crocodilo - A Resistência como um espaço de grande importância para a construção das sensibilidades amazônicas na cidade de Belém do Pará.

  • MARCELY BORGES DA SILVA
  • EXPERIÊNCIAS NARRATIVAS COM O RÁDIO NA AMAZÔNIA PARAENSE: sociabilidades comunicativas dos/das pescadoras artesanais de Cametá/Pará.

  • Orientador : ALDA CRISTINA SILVA DA COSTA
  • Data: 03/04/2024
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  • Narrativas, mediação e produção de sentidos entre o rádio e os amazônidas. Esta é a proposta da presente pesquisa que objetiva compreender o que significa ou representa o rádio para os/as pescadores artesanais do município de Cametá, na região do Baixo Tocantins no estado do Pará, no processo comunicativo da realidade cotidiana. Entendemos que este veículo exerce ainda importante papel na Amazônia, fazendo parte das formas culturais que tecem a vida das pessoas que vivem no território, considerando que ele media as relações, oportuniza a produção de saberes, de mobilização social e é um espaço onde se produzem compreensões do mundo. A pesquisa se insere em dois importantes movimentos da comunicação, quais sejam: dos lugares de Martín-Barbero, dos quais provêm as construções que delimitam e configuram a materialidade social e a expressividade cultural; e das relações mediadas com o social, em que este tem como certa referencialidade as mídias (Couldry e Hepp, 2020). Nosso corpus de análise tem como base a Colônia Z-16, uma das maiores do Estado do Pará. A proposta metodológica foi a abordagem qualitativa com o uso da Entrevista Narrativa na escuta de 6 (seis) pescadores/pescadoras, possibilitando compreender a relação cultural e afetiva através das experiências subjetivas e das narrativas, assim como, são recepcionadas e ressignificadas. Nos nossos achados, os/as pescadores e pescadoras apresentam uma relação interativa tão importante quanto às instituições sociais, pois essa mídia possibilita expressar, sentir e afetar as ações necessárias no desempenho das atividades de pesca, assim como nas relações cotidianas consigo, com o outro e com as comunidades.

  • RODRIGO DE ARAÚJO RIBEIRO
  • CIRANDAS DE MANACAPURU: UMA METAMORFOSE IDENTITÁRIA FOLKMIDIÁTICA

  • Orientador : OTACILIO AMARAL FILHO
  • Data: 01/04/2024
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  • O Festival de Cirandas de Manacapuru é um espetáculo cultural da Amazônia composto por três agremiações: Flor Matizada, Guerreiros Mura e Tradicional, as quais disputam entre si, geralmente no último fim de semana de agosto, o título de melhor do festival. Esta tese é uma ampla análise acerca de uma manifestação popular que se desenha e que se inscreve como espetáculo cultural através das relações com a mídia. Evidenciando, assim, agentes intermediadores como a prefeitura da cidade e o Governo do Estado do Amazonas que fomentam a ampla estrutura que hoje possui. Com efeito, como em outros espetáculos da região Norte, a mídia impõe sua presença estabelecendo com essa cultura uma relação folkmidiática, na qual prevalece, em uma primeira análise, a conveniência mútua entre ambas as partes. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa enfocou na análise dos meios pelos quais as Cirandas de Manacapuru, reconhecidas como manifestação popular, assumem uma nova identidade, observando o contato com a mídia como elemento fulcral na convergência desta manifestação em espetáculo cultural. Validamente, fez-se necessário reiterarmos e mostrarmos as origens dessa manifestação, a historicidade construída na tradição e incorporada pelas agremiações através das narrativas, ressaltando a construção de significado, elencando e discutindo sobre a constituição das representações através de seus itens avaliados e personagens tradicionais. A investigação centrou-se ainda em evidenciar o reconhecimento de uma nova identidade cultural na concretude da organização das cirandas e que se funda na produção e/ou reprodução da convergência da manifestação popular ao espetáculo. Em suma, buscamos corroborar na elucidação do processo de comunicação entre as cirandas, suas comunidades, a sociedade, a cultura, a mídia e seus interesses, constituindo assim o processo folkmidiático. Dessarte, o embasamento teórico está ancorado nas principais postulações de Luíz Beltrão, Marques de Melo, Guilherme Fernandes e Osvaldo Trigueiro, aliançado às ideias dos estudos culturais de Muniz Sodré, Néstor Garcia Canclini, Martin Barbero, Wilson Nogueira e Otacílio Amaral. Assim sendo, o percurso metodológico se iniciou pelo método de abordagem dedutivo, em uma perspectiva qualitativa bibliográfica, com análise através do estudo de caso único, utilizandose ainda de entrevistas semiestruturadas e observação não participante para a coleta de dados. Desse modo, como resultado dessa tese, evidenciamos os processos de metamorfose que as Cirandas de Manacapuru sofreram nos mais de 25 anos de existência do festival, destacando que o principal fator nesses processos, a tese defendida nessa pesquisa, é a relação dessa cultura com a mídia, através da qual as Cirandas produziram uma nova identidade, convergindo para espetáculo cultural.

  • ERIKA MOURAO FERREIRA
  • Entre dunas, mangue e mar: interações, narrativas e resistências dos moradores da Ponta da Sofia em Salinas (PA).

  • Data: 28/02/2024
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  • Esta dissertação tem como objetivo principal compreender as interações, narrativas e práticas
    de resistência dos moradores da comunidade da Ponta da Sofia, em Salinópolis (PA), diante
    da violação de seu território para a instalação de empreendimentos turísticos. O estudo
    abordará o cotidiano dessa comunidade, suas produções de sentido sobre história, lugar,
    preservação do meio ambiente e relações de afeto, explorando as narrativas dos moradores,
    suas interações e os processos de resistência em suas práticas sociais e culturais. Os
    procedimentos metodológicos adotados são fundamentados na pesquisa qualitativa, com base
    na análise de dados por meio de entrevistas (MOTTA, 2013); (GOMES, 2007), amparada na
    prática etnográfica conforme definido por Rocha e Eckert (2008), e realização de entrevistas.
    Os principais autores utilizados para embasar a compreensão das narrativas e práticas sociais
    incluem Ferdinand Tönnies (1973), Martin Buber (1987), Filho e Mendes (2014), Krenak
    (2021), Medeiros e Ido (2018), Gudynas (2019) e Santos (2023). O resultado desta
    investigação destaca não apenas as adversidades enfrentadas pelos moradores da Ponta da
    Sofia, mas também a resiliência e a profundidade de suas conexões, especialmente o cuidado
    com o meio ambiente, uma vez que compreendem a intrínseca interdependência com o
    ecossistema que consideram seu lar.
  • LUCIANA GUIMARAES BARBOSA
  • PRETAS E PARIDAS E AMAZÔNIDAS: uma análise discursiva da enunciação do Coletivo
    Pretas Paridas de Amazônia na mídia social digital Instagram.

  • Data: 27/02/2024
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  • EEste trabalho busca fazer, através de uma abordagem fundamentada na pesquisa qualitativa, os caminhos para analisar a enunciação das Pretas Paridas de Amazônia (@pretasparidasdeamazonia) na mídia social digital Instagram. O problema de pesquisa que norteará nossa investigação é: “Como se constrói a enunciação do Coletivo Pretas Paridas de Amazônia na mídia social digital Instagram?”. O objetivo geral é analisar a enunciação das Pretas Paridas de Amazônia na mídia social digital Instagram. A metodologia utilizada é baseada na Análise do Discurso (AD) de vertente sociodiscursiva a partir da análise do corpus da pesquisa, que são as postagens do Coletivo Pretas Paridas no Instagram. A análise é realizada através de uma perspectiva sociossemiótica partimos da premissa de que o Coletivo utiliza sua conta no Instagram para divulgar a os locais de venda de produtos e posicionar sua condição de negritude e resistência. O trabalho é dividido em três capítulos principais. O capítulo 2 apresenta conceitos de interseccionalidade (Collins; Bilge, 2021; Crenshaw, 2002; Carneiro, 2019; Akotirene, 2019; hooks, 2015; Ribeiro, 2019; Davis, 2011; Carrera, 2020), lugar de fala, condições de produção do discurso (Ribeiro, 2019; Gonzalez, 2019; Pena, 2021; Maingueneau, 2004, 2015; Orlandi, 2012) e traz reflexões sobre o empreendedorismo como ferramenta do neoliberalismo (Uchôa de Oliveira, 2020; Costa; Barros; Carvalho, 2011; Machado; Nassif, 2014; Cavalcante, 2018; Trindade; Souza, 2021; Do Nascimento; Cabral; Cerqueira, 2019), bem como o afroempreendedorismo na Amazônia (Assis, 2019; Do Rosário Almeida; Lino Videira; Serrão Custódio, 2021) e como forma de resistência (Paz, 2017; Santos, 2021; Nascimento, 2018). O Capítulo 3 traz conceitos de discurso e enunciação (Brandão, 2006, [200-?]; Maingueneau, 2004; Orlandi, 2012) e destaca a importância do conceito de contrato de leitura (Verón, 2004; Fausto Neto, 2007) e enfatiza a importância de considerar não apenas o conteúdo dos posts do Coletivo, mas também o ato de produção desses posts. O capítulo também traz os dispositivos de comunicação e as mudanças na enunciação em contextos de midiatização e plataformização da sociedade (Recuero, 2009, 2016; d’Andréa, 2020; Volpato, 2023), bem o discurso e a enunciação em contexto de midiatização e plataformização da sociedade (Verón, 2004, 2013, 2014; Maingueneau, 2004; Carvalho, 2021, 2022; Hjarvard, 2012; 2014; Couldry; Mejias, 2019; Lundby, 2014; Van Dijck; Poell; Wall, 2018; d’Andrea, 2020; Salaverría, 2023). O Capítulo 4, "O discurso em análise" apresenta os resultados e as dimensões da investigação sobre o discurso do Coletivo Pretas Paridas de Amazônia em sua presença na mídia social digital Instagram, permitindo uma maior compreensão dos mecanismos discursivos e das dinâmicas de comunicação que sustentam a atuação do coletivo nesse ambiente digital específico.

  • LIGIA ISIS PINTO BERNAR
  • A ATUAÇÃO DIGITAL DE MULHERES NEGRAS DE BELÉM (PA) E O LUGAR DA BRANQUITUDE CRÍTICA.

  • Data: 06/02/2024
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  • Esta pesquisa analisa o lugar da branquitude crítica (CARDOSO, 2010), representada por seguidoras brancas que repudiam o racismo nos ambientes digitais, em relação à atuação de mulheres negras de Belém, representadas por ativistas e produtoras de conteúdo digitais. O referencial teórico abrange diferentes conceitos, movimentos e disciplinas teóricas, organizados aqui em três dimensões: (1) a da abordagem interseccional, compreendendo Raça, Gênero e Classe, a partir do pensamento das autoras Cida Bento (2022), Edith Piza (2002), Lia Vainer Schucman (2020), Liv Sovik (2009), Ruth Frankenberg (2004), Zélia Deus (2008), Lourenço Cardoso (2010; 2014) e Deivison Campos (2023); (2) a do olhar comunicacional, por meio das lentes dos processos interacionais e da midiatização, a partir dos estudos dos autores José Luiz Braga (2017), com os dispositivos interacionais, e Rousiley Maia (2018), com o processo de midiatização; e a da teoria do reconhecimento de Axel Honneth (2003), utilizada para focalizar o comportamento das ativistas e produtoras de conteúdo digitais negras, abrangendo os aspectos da intersubjetividade com a comunicação, assim como também, para compreender como ocorrem os padrões de intersubjetividade no processo relacional individual e coletivo das sujeitas desta pesquisa; e (3) a do Colonialismo Digital, a partir de Deivison Faustino (2023) e Walter Lippold (2023) para refletir sobre a dinâmica das relações comunicacionais nos ambientes digitais. O desenho metodológico é o de uma pesquisa empírica qualitativa que faz conexão com os fundamentos teóricos desta dissertação, a qual parte de uma concepção interacional, relacional e situacional da comunicação (FRANÇA, 2022). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com oito mulheres, sendo duas ativistas digitais negras e duas produtoras de conteúdo digitais negras e quatro seguidoras racializadas como brancas. A partir desse percurso, é possível destacar que o lugar da branquitude crítica possui um papel secundário, de apoio público contra o racismo somente no ambiente digital, mas pouco efetivo quanto às atitudes práticas e diárias no dia a dia presencial para combater a branquitude e o racismo.

  • SARAH MELO GALVAO
  • Sertanejo feminino em relações de gênero e consumo em Belém do Pará e em Parauapebas

  • Data: 29/01/2024
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  • Esta pesquisa visa entender a relação do consumo do sertanejo feminino, no estado do Pará, tendo como campo de análise as cidades de Belém e Parauapebas, através das categorias de estudo: consumo, relações de gênero e cultura material. Assim, trazem-se essas temáticas para o objeto de estudo levando em consideração características do entretenimento do sertanejo feminino, bem como as dinâmicas que se desenvolvem no circuito dos shows e das plataformas de acesso de comunicação e de divulgação dessas cantoras. A partir de pesquisa etnográfica, entrevistas, observação participante nas festas e levantamento de dados de pesquisas realizadas em fontes primárias e secundárias sobre o tema, foi possível analisar algumas das percepções dos interlocutores das duas cidades sobre a ratificação ou questionamento de comportamentos fundamentados em preceitos patriarcais, bem como os próprios usos ou refutações da identificação com o movimento feminista para compreender algumas das relações de gênero no cenário das práticas de consumo do sertanejo feminino. As análises mostraram que ainda há uma disparidade de remuneração e de visibilidade midiática das cantoras em relação aos cantores, bem como a influencia de condutas machistas e patriarcais que influenciam e orientam não apenas as ações profissionais, mas o próprio viver destas artistas, manifestos e alvo tanto em seus corpos, quanto posicionamentos de fala e posturas de vida.

2023
Descrição
  • JESSE ANDRADE SANTA BRIGIDA
  • ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS E RELAÇÕES DE PODER NA IMPRENSA EM VIGIA, PARÁ, NO SÉCULO XIX: O Liberal da Vigia, O Espelho e Cidade da Vigia.

  • Data: 01/11/2023
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  • Esta pesquisa tem o objetivo de entender as memórias midiatizadas a respeito do pertencimento à região amazônica colocadas em circulação pelos periódicos das cidades de Vigia e Santarém no século XIX. O estudo é pertinente porque o século XIX se constitui como um importante momento de consolidação do espaço da região amazônica, no qual também os jornais materializavam uma variedade de temáticas que convergiam para o entendimento da localidade e o pertencimento a ela, bem como ao Estado brasileiro que estava no centro de efervescente debate sobre a identidade nacional. As cidades de Vigia e Santarém foram escolhidas por estarem entre os primeiros municípios do interior do Pará a terem jornais impressos circulando, de modo que ao longo do século XIX foram importantes produtores da mídia impressa. Como objetos empíricos, selecionamos seis jornais, sendo três da cidade de Vigia e três de Santarém, os quais somam 29 edições. Como corpus geral tem-se: a) de Vigia, nove edições de Liberal da Vigia (1877-?), uma edição de O Espelho (1878) e duas edições de A Cidade da Vigia (1890-1896); b) da cidade de Santarém, são 15 edições do Baixo-Amazonas (1872-1896), uma edição de A Juventude (1881) e uma edição de A Conciliação (1889-1890). Os dados sobre os jornais foram coletados seguindo ficha de análise elaborada no grupo de pesquisa a partir do protocolo da Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (ALCAR). A finalidade foi coletar dados como nome do jornal; localidade a que pertence; configuração gráfica; comercialização; nome da equipe do periódico; textos que expressassem elogios ou críticas à região; eventos relevantes da localidade; entre outros. A partir desses dados, foi realizada uma segunda etapa do estudo, constituída de uma pesquisa por palavras-chave com o nome dos periódicos e dos proprietários e/ou editores, utilizando o buscador da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional em relação a jornais de Belém, a fim de compor a contextualização dos periódicos e a observação de uma memória midiatizada a respeito dos próprios jornais. Ao longo deste Relatório, discute-se o enlace entre memória, comunicação, história e midiatização dos meios de comunicação, articulando as posturas teórico-metodológicas de Jacques Le Goff (2013), Maurice Halbwachs (1990), Jan Assman (2008), Marialva Barbosa (1995, 2009), Eliseo Verón (2014) e Antônio Fausto Neto (2018), entre outros. Propõe-se denominar memória midiatizada o fragmento da memória coletiva própria aos meios de comunicação, com engendramentos próprios do fazer jornalístico e dos processos de midiatização. Os próximos passos da pesquisa envolvem a continuidade do levantamento de dados de contexto a respeito das cidades e dos jornais pesquisados, cruzando documentos e bibliografias pertinentes à construção da pesquisa, e o levantamento, descrição e análise dos dados a respeito da memória midiatizada de pertencimento presentes nos jornais.

  • ELIAS SANTOS SEREJO
  • COMUNICAÇÃO, NEOCONSERVADORISMO E RECONHECIMENTO: tensões, contradições e disputas acerca das noções de família no Brasil em ambientes de visibilidade ampliada

  • Data: 29/09/2023
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  • O contexto político brasileiro contemporâneo é marcado pela polarização entre grupos que tensionam a agenda pública de debates tematizando a discussão a partir da disputa de sentidos acerca de categorias sociais cujos sentidos foram desestabilizados graças ao avanço das lutas sociais por reconhecimento. Entendendo a esfera pública como o espaço de discussão e circulação de argumentos com vistas a enriquecer o processo democrático por meio da deliberação, nosso projeto de tese busca compreender como as noções de família pautam o debate político contemporâneo a partir das tensões oriundas da atuação de movimentos sociais, assim como seus ativismo, da política institucional e dos sentidos acerca da categoria família nos media. Especificamente queremos: identificar quais sentidos/noções sobre família emergem em diferentes contextos comunicacionais; investigar quais argumentos sobre família emergem em diferentes contextos comunicacionais a partir da tensão ocasionada pelas relações entre pessoas LGBTQIA+; identificar quais marcos contemporâneos são determinantes para o debate sobre famílias na agenda política; entender qual noção de política ou de democracia que subjaz os discursos sobre famílias e quais elementos/características/aspectos da entidade familiar estão em disputa; compreender como os movimentos sociais de espectros políticos distintos (conservadores e progressistas) constroem suas agendas políticas acerca da categoria família. Para isso, desenvolveremos uma análise qualitativa de conteúdo discursivo em materialidades advindas de três dimensões comunicativas: (1) a luta política discursiva (movimentos sociais/grupos/ativistas); (2) dimensão da visibilidade midiática (sites de jornais de circulação nacional). Para responder nossas questões, desenvolvemos uma Análise de Conteúdo, a partir de Bardin, com suporte tecnológico do software Iramuteq, que nos auxiliou na sistematização do corpus textual. Para cada dimensão estabelecemos categorias elaboradas a partir da Classificação Hierárquica Descendente (CHD) oriunda do Método de Reinert, produzido pelo software. A categorização nos permitiu compreender os argumentos sobre famílias disponibilizados nos ambientes de visibilidade ampliada, sites de instituições e portais de notícias, assim como as noções de democracia que atuam como pano de fundo para determinada forma de produzir sentidos sobre a entidade familiar. Se de um lado atores e grupos progressistas inserem na esfera pública noções ampliadas de família, considerando o espectro da diversidade que inclui famílias homotransafetivas, do outro atores e grupos conservadores militam na tentativa de defender a família nuclear como único modelo válido e para isso mobilizam pânicos morais e atuação política institucional.

  • JENNIFER TAINA NAUAR PANTOJA

  • O DIA DE FINADOS EM ABAETETUBA – PA: MANIFESTAÇÕESCOMUNICACIONAIS DO RITUAL PARA ALÉM DO INDIVÍDUO MORTO

  • Orientador : MARINA RAMOS NEVES DE CASTRO
  • Data: 21/09/2023
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  •  A presente pesquisa tem como objetivo compreender as manifestações simbólicas da
    morte no Dia de Finados no município de Abaetetuba, interior do Pará, a partir dos
    elementos culturais, sociais e comunicacionais que compõem o ritual anual do feriado
    nacional de 2 de novembro que, para muitos, torna-se celebração. A partir da pesquisa
    qualitativa, com uso da etnografia, observação participante e entrevistas em profundidade
    com o universo populacional da cidade que participa do evento, a pesquisa busca
    compreender os significados culturais atualizados em vários elementos que fazem parte
    da festividade. Através de um diálogo com outras manifestações do luto no mundo
    ocidental, especialmente no Dia de Finados a partir de estudos já realizados por outros
    pesquisadores em alguns municípios da região amazônica, se fará necessário entender os
    vários fatores que originam a construção dos acontecimentos que circundam a morte,
    momento associado por muitos à dor e à tristeza, como um rito de celebração com
    elementos que a ressignificam, tornando-a uma verdadeira festividade

  • SILVANA MARIA DIAS DO NASCIMENTO
  • A PRESENÇA DA COMUNICAÇÃO NA INTERSUBJETIVIDADE DA ETNIA TEMBÉ-TENETEHARA SOBRE OS NÃO HUMANOS

  • Orientador : FABIO FONSECA DE CASTRO
  • Data: 11/09/2023
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  • A etnia Tembé-Tenetehara está localizada, em sua maioria, na TIARG (Terra indígena Alto Rio Guamá), situada no nordeste paraense, entre a margem direita do rio Guamá e a margem esquerda do rio Gurupi, área entre os limites do Estado do Pará com o Maranhão, nos municípios de Santa Luzia do Pará, Nova Esperança do Piriá e Paragominas, em plena Amazônia Brasileira. No presente projeto busca-se compreender o fenômeno intersubjetivo comunicativo acerca do meio natural contido nas relações do indivíduo Tembé-Tenetehara em seu quotidiano sócio-étnico. Para elucidar este objetivo desdobrou-se a pesquisa em outros quatro objetivos específicos, que são: analisar as narrativas de surgimento da etnia e sua relação com o meio natural; relatar a visão de alguns membros da etnia Tembé a respeito da questão socioambiental em seu cotidiano; conhecer as relações impressas na intersubjetividade presente na vida cotidiana Tembé-Tenetehara da TIARG; e analisar as ações apreendidas pelo mundo da vida dessa população com o meio natural através do diálogo com o conceito de decolonialidade. Para alcançarmos o proposto objetivo, utilizaremos a abordagem fenomenológica.

  • WANESSA ALEXANDRINO VIANA
  • MÍDIA E INTERAÇÃO NA AMAZÔNIA RIBEIRINHA: a energia elétrica e processos comunicacionais entre moradores da ilha Araraim, Limoeiro do Ajurú/PA

  • Data: 31/08/2023
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  • Esta pesquisa aborda os processos comunicacionais a partir da chegada da energia elétrica para moradores da Amazônia paraense ribeirinha da comunidade da ilha Araraim, pertencente ao município de Limoeiro do Ajurú, Baixo Tocantins – Pa. Uma localidade cercada por rios e matas, cujo único meio de acesso é o fluvial, e que vive um crescente processo de apropriação de tecnologias como o celular e a internet, que chegaram por volta de 2013, para depois a energia elétrica disponível por 24h, que chegou a partir de 2019. Este é um estudo descritivo e exploratório, segundo as perspectivas de Jiani Bonin, e é de natureza qualitativa, conforme definições de Robert K. Yin e Uwe Flick. E como objetivo geral busca observar de que forma os processos comunicacionais e as interações entre moradores da Amazônia paraense ribeirinha estão acontecendo a partir da chegada da energia elétrica, e mostrar essa relação pela perspectiva do celular e do acesso à internet. Na busca do objetivo proposto, foram usadas técnicas de observação e entrevista semiestruturada, com base em Marina de Andrade Marconi e Eva Maria Lakatos, e para análise das informações levantadas, foi usada a interpretação, de acordo com a proposta de Robert K. Yin e o método comparativo pela perspectiva de Odília Fachin. Neste estudo foram analisadas duas famílias da localidade, família Igarapé e família Açaí, que se destacaram como representativas de dois lados de um cenário que se inscreve em uma realidade diversa. Nele é apresentado a constituição dessas famílias e a relação delas com as mídias como rádio, televisão, celular com internet, a partir da realidade recente da energia elétrica disponível por 24h. A pesquisa mostra que a comunicação é um processo que promove interações e que possui uma relação direta com modos de vida, meios sociais e individualidades. Da necessidade de observar esse ambiente comunicacional, foi preciso primeiramente abordar a localização geográfica e o contexto Amazônico no qual a localidade está inserida para assim, ao chegar na localidade compreender o cenário social, econômico e cultural para depois entrar no cenário comunicacional. Nessa perspectiva e fazendo uma relação da cultura e o meio social com o comunicacional, o trabalho se apoia teoricamente nas reflexões sobre interação e processos comunicacionais, tendo como base as reflexões de Luiz Braga e John B. Thompson; e busca nos conceitos de mediações de Jesus Martín-Barbero traçar uma reflexão sobre o cenário que se inscreve relacionando também com o processo de midiatização, neste caso, ancorada na perspectiva de Luiz Braga e Stig Hjarvard.

  • ROBERTA DA SILVA LEAL MAGALHÃES
  • NARRATIVAS ORAIS, COLONIALIDADE E DECOLONIALIDADE NOS EPISÓDIOS DO PODCAST "CONTO RIBEIRINHO

  • Orientador : ROSANE MARIA ALBINO STEINBRENNER
  • Data: 29/08/2023
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  • A narrativa oral é um poderoso objeto comunicativo responsável pela transmissão e manutenção do conhecimento a partir de formas de ser, pensar, estar, ver, sentir e existir no mundo. É por meio da oralidade em produções narrativas que muitas comunidades e povos tradicionais da Amazônia, ameaçados pelos efeitos da universalidade subjetiva e cultural imposta pela modernidade e colonialidade, resistem aos apagamentos de geração a geração. Numa sociedade atravessada pela tecnologia nas diversas práticas comunicativas, narrativas orais de integrantes de populações tradicionais do interior do Pará, coletadas no início da década de 1990 pelo projeto “Imaginário nas formas narrativas orais na Amazônia Paraense” (IFNOPAP/UFPA), foram retomadas e reeditadas em formato de podcast pela produtora cultural Na Cuia, em 2020, fazendo com que essas narrativas viessem a ocupar um novo espaço; desta vez midiático, de reafirmação de saberes e modos de vida desses povos, ressignificadas em nosso entender, pela perspectiva decolonial. Nesse sentido, o corpus deste trabalho vem a ser as narrativas apresentadas em uma série de três podcasts intitulada “Conto Ribeirinho”, veiculados em plataformas de agregadores (Cashbox, Google Podcast) no Youtube e na Rádio Web UFPA. Dessa forma, esta pesquisa se propõe a refletir sobre as narrativas orais como manifestação decolonial a partir da (re)emergência midiática de saberes, crenças e modos de vida de grupos locais historicamente subalternizados, podendo ser entendida como estratégia para reafirmação ontológica de povos tradicionais amazônicos. São utilizados autores que fundamentam o percurso teórico metodológico da pesquisa, ancorada centralmente na Análise Pragmática da Narrativa, de Luiz Gonzaga Motta, passando também pela noção relacional de comunicação em Vera França, ao giro decolonial e Amazônia, apoiada em autores como Edna Castro, Paes Loureiro, Quijano e Maldonado-Torres, entre outros.

  • FLÁVIA ANDREA SEPEDA RIBEIRO
  • MARCHA VIRTUAL DAS MULHERES NEGRAS AMAZÔNIDAS: dimensões interseccionais na comunicação ativista em tempos de pandemia.

  • Data: 11/07/2023
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  • Invisibilizadas na historiografia oficial, as mulheres negras vêm elaborando estratégias para mostrar que a história única (ADICHIE, 2019) é uma história escrita por mãos brancas (NASCIMENTO, 2021) e também uma história que tem a colonialidade (QUIJANO, 2005) como pano de fundo. Nesse mesmo fluxo, a Amazônia tem sido subalternizada (LOUREIRO, 2019) e estereotipada ante o imaginário social nacional. A partir desse contexto, a pesquisa analisa a Marcha Virtual das Mulheres Negras, que foi realizada em 25 de julho de 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19. O evento, que durou cerca de quatro horas, foi mobilizado, divulgado e realizado por meio das redes digitais, reunindo mulheres negras ativistas de oito dos nove estados da Amazônia Legal. A interseccionalidade (BILGE; COLLINS, 2021) é acionada ao longo de todo o percurso investigativo e será a nossa lente para compreendermos, dentre outras indagações, como as interseccionalidades atravessam e são mobilizadas no ativismo digital das mulheres negras na Amazônia a partir da sua Marcha Virtual. Quais as repercussões desse processo na luta política das mulheres negras amazônidas? No aporte teórico, trazemos principalmente, o pensamento feminista negro, por exemplificar a decolonialidade do saber e por ser uma ferramenta de atuação adotada pelas mulheres negras amazônidas. Os procedimentos metodológicos que nos conduzem são a Roleta Interseccional (CARRERA, 2021), que proporciona análises qualitativas que abranjam sujeitos, objetos e processos comunicacionais, ao aproximar a interseccionalidade ao campo da Comunicação, e a Escrevivência (EVARISTO, 2020) que permite a nossa inserção na pesquisa, ativando a memória e as linguagens oral e escrita para contarmos uma história que não pode ser invisibilizada. Por meio do aporte e das metodologias acionadas compreendemos que as mulheres negras amazônidas compartilham e politizam de uma identidade regional; que são norteadas pelo pensamento feminista negro, isto é, valorizam saberes lideranças comunitárias e religiosas e que a marcha aciona diversas dimensões interseccionais não só nas falas das ativistas, mas até mesmo na proposta e realização do evento on-line. Apresentamos esta pesquisa como parte da estratégia das mulheres negras amazônidas para se marcarem como protagonistas e sujeitas de suas histórias.

  • MARIANA GUIMARAES CAMPOS RIBEIRO
  • MOBILIZAÇÃO SOCIAL A PARTIR DE UM RIO URBANO DA AMAZÔNIA: o processo comunicativo do Movimento Tucunduba Pró Lago Verde em Belém-PA

  • Data: 22/06/2023
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  • Em Belém do Pará, em um contexto territorial de modernização que nos afasta dos ciclos da Natureza e dos espaços de convivência, a luta pelo direito à cidade vem se intensificando desde os anos 1970. Como um desdobramento mais recente desse processo, em 2021, surge o Movimento Tucunduba Pró Lago Verde, constituído por um grupo de moradores do bairro da Terra Firme, que têm um histórico de luta pelo território. No mesmo ano de seu surgimento, um governo de esquerda ascendeu ao poder em Belém e o movimento vislumbrou uma oportunidade política para impulsionar sua mobilização pela garantia de direitos socioambientais com a criação do Tá Selado, o Fórum Permanente de Participação Cidadã. O objetivo desta pesquisa é compreender como os processos comunicativos de mobilização do Movimento Tucunduba Pró Lago Verde (MTPLV) contribuem no avanço das pautas socioambientais em Belém-PA. A mobilização social é tomada aqui como um fenômeno comunicacional, sendo entendida como um lugar de encontro e diálogo que possibilita a relação de diferentes vivências e visões de mundo, podendo orientar a ação dos sujeitos, ao tensionar e se insurgir contra os poderes hegemônicos no âmbito da cidade. Esta pesquisa foi realizada a partir da metodologia de pesquisa participante (PERUZZO, 2003), com inspirações da etnografia urbana (RODRIGUES, 2006; VELHO, 2003). Ao final, concluiu-se que o MTPLV não só tem sido um dos mais proeminentes atores sociais da ambientalização da pauta de direito à cidade em Belém, como vem reimaginando esse território, na contramão das lógicas dominantes de sua ocupação e expansão.

  • FABIO AUGUSTO SILVA BASTOS
  • A marca Instituto Evandro Chagas e a Amazônia enquanto território produtor de ciência

  • Data: 21/06/2023
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  • A presente dissertação analisa o discurso de marca do Instituto Evandro Chagas (IEC), instituição científica criada em 1936, considerada como uma das mais importantes da região Norte, para compreender como esse discurso apresenta a Amazônia enquanto território produtor de ciência. Utilizamos como corpus de pesquisa quatro materiais de divulgação institucional do IEC elaborados entre 1990 a 2021 e entrevistas semi-dirigidas com pesquisadores da instituição, além de documentos referentes à história do Instituto. A pesquisa tem natureza exploratória-qualitativa e como metodologia para análise da marca, utiliza uma abordagem multiperspectivada (BONIN, 2008) fazendo uso dos conceitos de marca, e do modelo projeto/manifestações de Semprini (2010), de maneira concatenada com a teoria dos discursos sociais, análise do discurso midiático, e contrato de leitura de Verón (1983; 1986; 1987; 2004). Como lentes teóricas para observar os investimentos de sentido da marca, são acionados o conceito de Marca Amazônia (AMARAL, 2011, 2015, 2016), junto com outros autores que analisam a região Amazônica, sua história, imaginário e construções simbólicas (COSTA, 2017; DUTRA, 2003; GONDIM, 2007; LOUREIRO, 2022). Utiliza-se também aporte das teorias decoloniais (QUIJANO, 1993; MIGNOLO, 2003, 2017) e do pensamento abissal (BOAVENTURA, 2009) como chão epistemológico para um olhar crítico sobre as construções simbólicas do modelo de ciência hegemônica enquanto forma de legitimação da superioridade eurocêntrica e como fator da hierarquização geopolítica na produção do conhecimento. Como resultado, observa-se uma condição ambígua: a Amazônia é desacreditada e periférica quando se tem em foco a produção local de ciência, mas, ao mesmo tempo, conserva um alto grau de visibilidade na produção de ciência na/e sobre a Amazônia.

  • MARLON GALENO RODRIGUES JUNIOR
  • O JANARISMO E O JORNAL AMAPÁ: O DISCURSO DO JORNALAMAPÁ AO LONGO DO SEU PRIMEIRO ANO DE CIRCULAÇÃO NOANTIGO TERRITÓRIO DO AMAPÁ (1945)

  • Orientador : NETILIA SILVA DOS ANJOS SEIXAS
  • Data: 19/06/2023
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  • O Jornal Amapá, dentro do recorte a ser estudado, foi o principal instrumento de comunicação da comunidade amapaense, logo, analisar seus discursos é remontar historicamente a Amazônia amapaenseno pimeiro ano de circulção desse periodico, atravessada por transformações e reconfigurações políticas e socias.A presente pesquisa objetiva analisar o discurso do jornalAmapá, no recorte temporal do primeiroano de circulação desse (1945) visando a identificar a narrativa do jornal no primeiro ano de edificaçãodo então Território Federal do Amapá. Para a discussão teórica comunicacional, busca-se subsídios nasobras da professora Marialva Barbosa, escritora do campo da comunicação que abordam questõessobrea história da comunicação, e a comunicação nos contextos sociais. Metodologicamente, pretende-se caminhar pela análise de discurso sob uma perspectiva do discurso como uma construção social,buscando identificar a perspectiva social e política que conduziam, permeavam ou tangenciavam odiscurso jornalístico do jornal Amapá a partir de interpretações da história de longa duração, segundoBraudel, e a desconstituição do presente continuo, na perspectiva de Hobsbawn.

  • RAÍSSA LENNON NASCIMENTO SOUSA
  • Entrelaces da resistência: Comunicação e práticas emancipatórias de mulheres negras trançadeiras da Amazônia

  • Data: 13/06/2023
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  • A pesquisa tem enfoque nas práticas emancipatórias de mulheres negras trançadeiras que vivem na Amazônia paraense (Belém/Pará). Compreendemos a atividade trancista como experiência comunicativa de resistência, autonomia econômica e superação das opressões que atingem mulheres negras amazônidas. O trançado, para negras e negros, não é apenas uma questão de estética ou vaidade, representa um encontro com a ancestralidade africana e com a afirmação de uma identidade que é relegada historicamente em uma sociedade racista. Para Nilma Lino Gomes (2019), o cabelo e o corpo podem ser considerados expressões da identidade negra brasileira, uma vez que são símbolos de relações de violência e de desigualdades étnico-raciais. O objetivo deste trabalho é entender, à luz da comunicação e das ciências sociais, os atravessamentos que as mulheres trançadeiras vivem no referente a questões como racismo, identidade negra, colonialidade, ancestralidade, territorialidade e resistência. Entendemos que a cultura do trançado na Amazônia possibilita formas singulares de comunicação divergentes da lógica do sistema patriarcal branco capitalista e colonialista. Como caminhos metodológicos com inspiração em KILOMBA (2019), utilizamos uma investigação centrada nos sujeitos, por meio de entrevistas não diretivas (em profundidade) com mulheres negras trancistas, que trabalham em Belém do Pará. A partir dos relatos extraídos desse diálogo, entrelaçamos uma epistemologia descolonial e afrodiaspórica, no qual as narrativas das mulheres é que nos mostram os caminhos da pesquisa. Somos amparados pela noção da organização do vínculo e do “comum” de Muniz Sodré (2014), na teoria crítica de Paulo Freire (2018), nas reflexões de raça e gênero de Grada Kilomba (2019), bell hooks (2017) e Nilma Lino Gomes (2019), e na perspectiva da negritude na Amazônia de Zélia Amador de Deus (2019) e Vicente Salles (1971), entre outros. As práticas emancipatórias das mulheres trançadeiras acontecem por meio da superação das dificuldades econômicas, na solidariedade, na valorização de uma identidade racial negra, feminista e amazônida e, sobretudo, na relação comunicativa de ancestralidade negra promovida pelo trançado.

  • GLENDA SUELEM MAGNO DUARTE
  • Inovação nos veículos jornalísticos independentes: um olhar para as narrativas/reportagens sobre povos indígenas na Amazônia

  • Data: 02/06/2023
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  • Esta dissertação busca analisar e compreender as manifestações da inovação no jornalismo a partir de um olhar para as produções dos seguintes veículos jornalísticos: InfoAmazonia, Agência Pública e Amazônia Real. Ambos se classificam como veículos de jornalismo independente e priorizam a Amazônia em suas abordagens. A fim de compor o corpus da pesquisa e delimitar a temática investigada, selecionou-se ao todo 38 reportagens sobre os povos indígenas na região. Como principais referências teóricas sobre comunicação e inovação no jornalismo, a pesquisa ampara-se nos estudos de Rosseti (2013), Barbosa (2014), Longhi e Flores (2017), Pedro Varoni (2017), Martins (2018, 2021), Longhi (2020), Martins e Sousa (2020), Storch e Feil (2021), dentre outros. Utiliza-se a abordagem metodológica de natureza qualitativa, por meio das técnicas de pesquisa Estado da Arte, com Norma Ferreira (2002) e Sampaio e Mancini (2007), Análise de Conteúdo, com Laurence Bardin (2011) e Análise Pragmática da Narrativa Jornalística, com Luiz Gonzaga Motta (2015). Utilizando-se como categoria de análise a narrativa enquanto eixo de inovação. Com base nesta proposta, procurou-se compreender se esse e/ou outros eixos de inovação no jornalismo estão presentes nas reportagens analisadas e como eles se constituem e se delineiam nessas produções. Partiu-se da hipótese de que os veículos independentes selecionados para essa pesquisa têm uma forma própria de abordar os povos indígenas, voltada para uma narrativa de caráter social que busca valorizar o protagonismo desses povos em suas abordagens. Com isso, os principais resultados indicam que as temáticas protagonismo feminino indígena, invasão de terras indígenas, política, resistência, covid-19 (saúde) e violência contribuem para o entendimento da dimensão social que a inovação exerce no jornalismo independente.

  • GEORGE LUIZ MIRANDA DA SILVA
  • APURAÇÃO, DESINFORMAÇÃO E WHATSAPP NA ROTINA TELEJORNALÍSTICA: os atravessamentos da pandemia de Covid-19 nas redaçõesde TV de Belém (PA).

  • Data: 02/06/2023
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  • Assim como outras atividades, o Jornalismo também precisou se adaptar ao chamado “novo normal” imposto pela pandemia de Covid-19. O WhatsApp - que já era bastante utilizado pelas emissoras de TV de Belém (PA) - se tornou ainda mais estratégico para a produção de telejornais na crise sanitária. Os produtores e produtoras passaram a acumular funções e a utilizar ainda mais o aplicativo no tráfego de conteúdo e no contato com o público, com personagens, especialistas e fontes oficiais. Diante disso, a proposta desta pesquisa é investigar quais procedimentos foram adotados por esses profissionais para filtrar e apurar as informações que chegam às redações, por meio do aplicativo, a partir de março de 2020, mês em que o Pará registrou o primeiro caso de Covid-19 e as medidas restritivas começaram a ser implementadas no Estado. O trabalho também se propõe a indicar o perfil dos profissionais que integram o quadro de produção jornalística das emissoras de TV da capital paraense, incluindo gênero, faixa etária e tempo de profissão, além de mapear a percepção destes profissionais sobre o combate à desinformação, os desafios do cargo e a defesa do Jornalismo em tempos de tantos ataques sociais e políticos à imprensa. A pesquisa é amparada nos conceitos de Desinformação (WARDLE e DERAKHSHAN, 2017), Cultura Participativa (JENKINS, 2009), Interatividade (LEMOS, 1997), entre outros. Para alcançar os objetivos deste estudo, adotou-se metodologia de abordagem qualitativa e utilizou-se técnicas de aplicação de questionário online, que contemplou 28 profissionais de seis emissoras de Belém, além de entrevistas semiestruturadas e observação participante. Os resultados da pesquisa apontam que 100% dos entrevistados utilizam o WhatsApp na rotina de trabalho e a maioria se sente responsável pelo combate à desinformação, embora alguns tenham ficado em dúvida se já colocaram um conteúdo no ar sem a devida apuração. Os procedimentos de checagem mais comuns entre os produtores são: entrar em contato com assessorias de imprensa e fontes oficiais, apresentar o conteúdo (fotos e vídeos) para especialistas, entrar em contato com quem enviou a denúncia, pesquisar o assunto na internet e pesquisar em outras fontes de notícias. Quanto ao perfil dos profissionais, o estudo evidencia que o quadro de produção das emissoras é formado, majoritariamente, por profissionais jovens e com 4 a 6 anos de experiência no cargo. A pesquisa também aponta que os profissionais enfrentam conflitos na realização de seus trabalhos, principalmente pelo acúmulo de funções e precarização da profissão.

  • MARIA MIRLEY FARIAS DOS SANTOS
  • Narrativas orais: Vestígios da história da comunidade da Praia do Crispim-PA.

  • Data: 03/05/2023
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  • A presente pesquisa realizou um estudo de comunicação com a finalidade de coletar e registrar de forma escrita, as narrativas orais para identificarmos possíveis vestígios da história da Comunidade da Praia do Crispim-PA, de modo a compreender como a comunidade surgiu e se tornou uma das mais relevantes para a região do Salgado. Para a coleta das narrativas, contamos com a colaboração de atores sociais importantes para a comunidade, pois ambos, foram um dos primeiros a migrarem para localidade, são providos de memórias, práticas e saberes sobre a região praiana, além de possuírem uma forte relação com o local que habitam. O interesse na pesquisa surgiu, após constatação de que não há registros oficiais que relatem a história da comunidade. Deste modo, o objetivo desta pesquisa é mostrar de que forma as narrativas orais podem contribuir na compreensão da história e memória da comunidade. Assim como, registrar as narrativas orais, para que se possa entender como a comunidade do Crispim- PA surgiu, bem como, aconteceram as mudanças no ambiente e na vida social da comunidade ao longo do tempo. Como aporte teórico nos embasamos naqueles que abordam sobre o estudo de narrativas: Ricoeur (1994), Souza (2010), Halbwachs (2013) e Benjamin (1985). Acerca dos conceitos de memórias e história: Le Goff (1990), Maciel (2017) e Sodré (2002). A pesquisa de campo surgiu nos moldes metodológicos da pesquisa narrativa de Motta (2013, 2017) e os apontamentos de Jovchelovitch & Bauer (2008) sobre a entrevista narrativa, que é considerado um método de pesquisa qualitativa, entrevista não estruturada e de profundidade.

  • ERICA MARQUES DIAS
  • O MASSACRE DE ELDORADO DO CARAJÁS PARA ALÉM DO FACTUAL: a reconstrução narrativa de uma tragédia no jornalismo literário

  • Data: 14/04/2023
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  • Os conflitos no campo na Amazônia são um reflexo dos anos de colonização e exploração desenfreada na região. Quando o olhar se volta para os confrontos no Estado do Pará, verifica-se que os conflitos por terra são carregados de violência para os grupos que não fazem parte da elite. Esse turbulento caminho por um pedaço de terra resultou em diversas vítimas e casos emblemáticos, como o massacre de Eldorado do Carajás. A tragédia que matou 19 trabalhadores e deixou mais de 60 feridos na Curva do S foi abordado nos jornais diários do Brasil e do mundo e em produtos do jornalismo literário, como o livro-reportagem, conhecido como uma modalidade narrativa que possui o intuito de oferecer uma imersão no fato para que seja possível uma melhor compreensão das motivações, dos personagens e das consequências existentes na realidade apresentada. Com isso, partindo da problemática presente nos conflitos no campo e da abordagem em profundidade de casos nos textos do gênero jornalístico-literário, a presente pesquisa busca analisar a construção narrativa dos conflitos por terra no livro-reportagem O Massacre: Eldorado do Carajás – Uma História de Impunidade (2019), escrito pelo jornalista Eric Nepomuceno. Pretende-se compreender as estratégias do jornalismo literário operacionalizadas no texto estruturado pelo autor. Para isso, é preciso refletir sobre o panorama espacial dos conflitos no campo e por terra na Amazônia com os trabalhos de Castro (2018), Stedile e Fernandes (205) e Campos e Ravena (2017); e identificar o desenvolvimento e os aspectos do gênero híbrido na caracterização do livro-reportagem por meio dos estudos de Lima (2009), Borges (2013) e Maciel (2017). E como suporte metodológico recorreu-se à Hermenêutica de Profundidade de J.B. Thompson (2011), composta pela análise sócio-histórica, em que foram esquadrinhados o percurso histórico e social dos conflitos no campo e do jornalismo literário; a análise formal ou discursiva, em que foi efetuada a análise narrativa de Motta (2008); e a reinterpretação/interpretação de O Massacre. Os três estágios são essenciais para a identificação dos recursos narrativos usados pelo autor, assim como na amplificação do debate sobre os conflitos no campo paraense, no desenvolvimento dos estudos de jornalismo literário e na intensificação da produção científica relacionada ao gênero no campo da comunicação.

  • NATHAN NGUANGU KABUENGE
  • OS MORADORES DE BELÉM E SUAS RELAÇÕES COM A CIDADE: tessitura de uma cartografia comunicativa

  • Orientador : ALDA CRISTINA SILVA DA COSTA
  • Data: 12/04/2023
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  • O presente projeto objetiva elaborar uma cartografia comunicativa a partir das experiências das pessoas e suas interações entre o “centro” e a “periferia” da cidade de Belém. Observo que o medo se constitui um dos tensionamentos que permeiam essa relação, considerando as construções imaginárias que se estabelecem entre o eu “centro” e o outro “periferia” ou entre o outro “centro” e o eu “periferia”. Como questão central da pesquisa, indagam-se: como se estabelecem os processos comunicativos entre os moradores do “centro” e da “periferia” na cidade de Belém? A pergunta me instiga, a saber, como os moradores de Belém se percebem numa relação entre eu e o outro? Compreender a relação Eu-Tu se justifica no contemporâneo, pois tal relação é sempre calculista fazendo do outro um Isso ou um objeto de experiência e não como o eu exteriorizado determinante no entendimento do agir humano. Como percurso metodológico pretende-se realizar uma cartografia comunicativa, com a finalidade de tecer os sentidos atribuídos pelos indivíduos a si mesmo e ao outro, assim como aos espaços por eles vivenciados. Essa cartografia é apreendida como relação de poder, tensões e força na negociação de sentidos e no controle do espaço enquanto produto das práticas e relações sociais. Para tanto, realizarei entrevistas narrativas, tendo como base a teoria narrativa-hermenêutica de Ricoeur, numa inspiração cartográfica e na relação Eu-Tu em Buber.

  • FABIANA OLIVEIRA GILLET
  • REPRESENTAÇÕES DE MULHERES GORDAS EM QUADRINHOS DE AUTORIA FEMININA DA/NA AMAZÔNIA

  • Data: 29/03/2023
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  • Propomos nesta pesquisa uma abordagem comunicacional sobre as histórias em quadrinhos com enfoque nas representações gráficas de personagens gordas. Busca-se compreender quais as representações de mulheres gordas em webcomics de autoria feminina da/na Amazônia, se existem estas representações e quais as leituras dessas quadrinistas sobre o corpo gordo, enquanto autoras e desenhistas mulheres e se existem quadrinistas que se identificam como mulheres gordas. Destaca-se a pertinência das discussões que envolvem os estudos do corpo gordo no Brasil, pesquisas ainda em desenvolvimento no âmbito das Ciências Sociais e da Comunicação. Considera-se que as representações sociais em produtos da mídia hegemônica têm papel fundamental na concepção e manutenção de modelos sociais constitutivos do imaginário, ordenando o que será aceito ou reprimido na sociedade. Assim, é importante enfatizar que as histórias em quadrinhos, enquanto mídia, são vetores de discursos e representações estereotipadas dos sujeitos (BOFF, 2014; EISNER, 2005; THENSUAN, 2020), criando e fortalecendo estigmas sociais como no caso da gordofobia (ARRUDA, 2021, JIMENEZ, 2020). Por isso, este estudo se alinha a ideia de que a partir do bios midiático (SODRÉ, 2002) que se desenvolve a gordofobia, o que evidencia a importância de uma abordagem sob a ótica da comunicação (ARRUDA, 2021). Pretendemos com o estudo contribuir para a pesquisa e debate sobre a comunicação enquanto vetor de manutenção ou transformação de modelos, estereótipos e estigmas sociais; refletindo acerca da gordofobia e do campo de estudos sobre gênero e histórias em quadrinhos. Com objetivo de analisar a representação de personagens e a produção de sentidos sobre corporalidades gordas em webcomics produzidos por quadrinistas mulheres da/na Amazônia, buscamos identificar personagens gordas nas webcomics e ilustrações de artistas mulheres da/na região amazônica; dialogar com as quadrinistas por meio de entrevistas semi-estruturadas (DUARTE, 2005; GASKELL, 2002) sobre a representação de mulheres gordas; analisar os sentidos apreendidos sobre corporalidades gordas nos dados coletados a partir da análise das imagens (JOLY, 2007) das ilustrações e webcomics; e discutir as representações do corpo gordo feminino e quais os sentidos produzidos e apreendidos por estas representações. Concluímos que os sentidos apreendidos nas representações apresentam convergências com os discursos de aceitação e amor-próprio difundidos na mídia hegemônica com base no movimento de aceitação corporal body positive/corpo livre em consonância com as biossociabilidades de consumo da indústria plus size (AIRES, 2019), gerando ressignificações nos regimes de visibilidade do corpo gordo, criando estereótipos positivos, com ainda invisibilização de corpos gordos maiores.

  • SAMARA SARMANHO SERRA RODRIGUES
  • COMUNICAR NO INSTAGRAM EM TEMPOS DE PANDEMIA: UM ESTUDO DE CASO DO SESC NA REGIÃO NORTE

  • Data: 28/03/2023
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  • A pandemia de covid-19 afetou pessoas e organizações em escala global e o isolamento social, imposto como medida de segurança, provocou grande impacto na economia mundial. A partir disso, a sociedade como um todo precisou se adaptar e as organizações precisaram levar a sua comunicação para o ambiente digital a fim de manter a interação com o seu público e minimizar os danos provocados pela pandemia. Dessa forma, as Mídias Sociais, com forte crescimento durante o período pandêmico, foram ferramentas essenciais neste processo, pois permitiram o relacionamento entre empresa e público buscando reduzir a distância causada por esta situação atípica. A problematização deste estudo diz respeito a como o Serviço Social do Comércio (Sesc) na Região Norte utilizou o Instagram como ferramenta para divulgar suas programações na área da cultura e como as suas estratégias de comunicação foram alteradas com o advento da pandemia, uma vez que as atividades deixaram de ser presenciais e passaram a ocorrer no ambiente digital. Neste sentido, a presente pesquisa de mestrado busca analisar como a pandemia de covid-19 modificou as estratégias de comunicação do Sesc na mídia social Instagram durante os anos de 2020 e 2021. Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa de métodos mistos (quantitativa e qualitativa) do tipo estudo de caso múltiplos, pois analisou os sete Sesc da Região Norte. Primeiramente, por meio de pesquisa exploratória, foram analisadas as publicações no feed do Instagram de forma geral e, também as relativas à área da cultura, obtendo-se dados para a realização da análise quantitativa, assim como para a análise qualitativa. O caráter qualitativo da pesquisa deu-se por meio de entrevistas com roteiro semiestruturado com os coordenadores de comunicação e sua posterior análise de conteúdo. O resultado encontrado foi a intensificação da utilização das mídias sociais como estratégia geral de comunicação com o público, além destas mídias servirem como ferramenta para divulgação de atividades e programações diversas da instituição. O destaque ficou para a mídia social Instagram, que foi a principal mídia social utilizada e a que trouxe mais resultados para os regionais no período estudado, inclusive para a divulgação de atividades e programações na área da cultura do Sesc.

  • GISELLE DO CARMO SOUZA MORAES
  • AS EXPERIÊNCIAS COMUNICACIONAIS E IDENTITÁRIAS RIBEIRINHAS AMAZÔNICAS POR MEIO DO CONSUMO DO CHOCOLATE DA MARCA FILHA DO COMBU

  • Data: 27/03/2023
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  • Esta pesquisa procura investigar o consumo do chocolate da Ilha do Combu da cidade de Belém, no estado do Pará, enquanto mediador de experiências comunicacionais identitárias ribeirinhas amazônicas, centrando as análises nas estratégias comunicacionais e de consumo na marca Filha do Combu, empresa localizada no Combu e de propriedade de Izete Costa, a Dona Nena, como é popularmente conhecida. Para esta pesquisa utilizaram-se as seguintes metodologias: observação participante, realizada no ponto de venda, para obter compreensões acerca das estratégias de divulgação, venda e alguns dos comportamentos dos consumidores; entrevistas com o setor administrativo e estratégico da empresa; netnografia, com o intuito de coletar e analisar informações online sobre a empresa e seu públicoalvo; análise de material comunicacional dos conteúdos impressos e digitais da empresa, sobretudo na rede social digital Instagram e no site www.vidacaboca.com.br e revisões de produções científicas e bibliográficas, O estudo baseia-se na análise dos processos de origem, produção e divulgação do chocolate, bem como dos demais produtos e experiências oferecidas pela Filha do Combu, e das estratégias de construção e divulgação da marca Filha do Combu ao inserir, nas suas ações comunicativas, de consumo e de construção de marca, conceitos de sustentabilidade, ambientabilidade e marketing de experiência. A pesquisa ainda apresenta alguns dos desafios e negociações mercadológicas que a empresa realiza ao considerar como o consumo do chocolate do Combu pode despertar memórias afetivas e de representatividade midiática, o que acaba por demarcar e construir conceitos, valores e status representados pela empresa e faz uso dos diferenciais de mercado advindos da própria marca representada pela Amazônia. 

  • NAIR SANTOS LIMA
  • Espetáculos Culturais Amazônicos: A festa como Resistência e Experiência Estética

  • Data: 24/03/2023
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  • A tese trata das festas da cultura amazônica com ênfase nos espetáculos culturais, as quais, ao longo do tempo, vêm sendo ressignificadas, a partir de seus lugares de tradição. A visibilidade desses eventos ocorre por meio da midiatização, processo auferido pelos meios tecnológicos de comunicação e potencializados por um modelo de globalização, que os naturaliza como produto mercadológico. Na condução da pesquisa evidenciou-se a diferença entre “festas amazônicas”, que são as manifestações culturais no âmbito do território brasileiro (Amazônia Legal), e “festas da cultura amazônica” – culminando com os “espetáculos culturais amazônicos”, que são aquelas constituidas da experiência estética do imaginário dessas populações e, portanto, próprias da cultura ribeirinha ou cabocla. Percebeu-se, ainda que o termo “caboclo” tem-se reconfigurado desde que os saberes desses povos revelou uma importância ímpar no contexto cultural e inseridos nos espaços acadêmicos das várias ciências, consubstanciado-se, sobretudo, na ideia de uma cultura amazônica específica, de características intrinsecas do ser amazônico, como também da compreensão de pesquisadores amazônicos sobre o tema. O lócus de enunciação ocorre nas cidades de Juruti e Santarém, no estado do Pará e na cidade de Parintins, no Amazonas, cujo corpus de análise são: a festa das tribos, o festa do Sairé, e o festival folclórico de Parintins. A pesquisa bibliográfica foi o procedimento que conduziu todas as fases desse estudo e a análise do fenômeno se fundamenta teórica e metodologicamente na conversão semiótica – atividade mental de natureza simbólica produzida pelo pensamento humano e que atua na produção de novos sentidos. O corpus tem por base três documentários contemplados pela lei Aldir Blanc referentes às três festas, porém, outros audiovisuais sobre o ambiente das festas postados no YouTube, e selecionados por critério de relevância, representatividade e participação dos organizadores e/ou “fazedores da festa” serviram de apoio para a análise. Sob essa perspectiva, compreende-se que os espetáculos culturais amazônicos são meios de expressividade e resistência de uma cultura que opera como forma de comunicação, e que por meio da plataforma YouTube e linguagens da comunicação digital ou midiatizada, transpõe-se o local, ganha visibilidade, lucro e produz novos sentidos, quer sejam pelo restabelecimento dos vínculos de pertencimento com a cultura local ou dos modos de festejar e de estar juntos. 

  • LUCAS GIL CORRÊA DOS SANTOS
  • ARRASTÃO DO PAVULAGEM E O “ESTAR JUNTO” EM BELÉM DO PARÁ DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: COMUNICAÇÃO, SOCIABILIDADES E CONSUMOS DA CULTURA MATERIAL

  • Data: 22/03/2023
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  • A presente dissertação de mestrado busca compreender de que forma as práticas de comunicação, consumos e sociabilidades, que envolvem o cortejo junino Arrastão do Pavulagem, realizado anualmente entre os meses de junho e julho, foram ressiginificadas, com o cenário de isolamento social, advindo da pandemia do vírus Covid-19. Para tanto, serão utilizados, como metodologia, o cruzamento dos seguintes procedimentos: análise netnográfica, conforme apontamentos de Kozinets (2014); entrevistas com roteiro semi-estruturado; amostragem em bola de neve, de acordo com estudos de Bockorni e Gomes (2021); e observação participante. A fim de embasar os eixos de análise, serão utilizados os apontamentos de França (2008) e Muniz Sodré (2008; 2012) sobre comunicação; Amaral Filho (2017; 2019) sobre espetáculos culturais e entretenimento; Santos (2010) e Castro (2012; 2020) acerca de Amazônia; Simmel (1983) e Maffesoli (2016) acerca de sociabilidades; Miller (2007) sobre cultura material; e de McCracken (2003; 2007), Barbosa e Campbell (2006) acerca do consumo. Destaca-se o caráter experimental e exitoso na preparação e realização das programações digitais do período analisado, o compartilhamento de sentimentos e sensações semelhantes que possibilitaram aos sujeitos conectar-se uns aos outros ainda que à distância, e as dimensões sensíveis que atravessaram as práticas de consumo dos arrastões e de seus aspectos materiais.

  • PAULA MARYSE HOYOS LIMA
  • SENTA QUE LÁ VEM HISTÓRIA: o Gambá de Pinhel construindo narrativas de cidadania.

  • Data: 15/03/2023
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  • Senta que lá vem história: o Gambá de Pinhel construindo narrativas de cidadania” tem o objetivo de mergulhar, por meio da entrevista narrativa de ex-moradores de Pinhel, no universo da Festa do Gambá para tentar compreender de que forma a festividade contribui para o processo de construção de sentidos de cidadania. Pinhel é um Distrito do município de Aveiro e fica localizado na margem esquerda do rio Tapajós, na Amazônia paraense. A Festa é uma tradição que sobrevive há mais de 300 anos e é marcada pelo som forte do tambor chamado gambá que dá nome à festividade e o tom às folias. A Festa do Gambá é a Festa de São Benedito, santo que se apresenta não como o padroeiro oficial de Pinhel, mas sim como o santo escolhido como protetor e que arrasta um grande número de devotos, muito mais do que São José, este sim, padroeiro oficial da Igreja Católica. Para situar a pesquisa partimos de um panorama histórico sobre a comunidade de Pinhel passando pelo período da colonização até os dias de hoje, momento em que os moradores atravessam um processo de reidentificação indígena que os conecta diretamente às tradições que haviam se perdido, como forma de resistência e proteção aos valores genuínos da comunidade. Para isso, vamos enveredar pelas narrativas orais e memórias de nossos interlocutores através da entrevista narrativa proposta por Jovchelovitch e Bauer (2002). Os relatos vão dialogar com os conceitos fundantes do pensamento de Walter Benjamin (1987) sobre narração e experiência, além da ótica indígena sobre narrativas orais propostas por Vaz Filho (2010, 2013, 2008) e Kopenawa (2015). Por fim, lançamos um olhar compreensivo sobre os relatos que apontam que a reconexão com Pinhel e a experiência coletiva da Festa do Gambá manifestam, em nossos interlocutores, os sentidos de luta e de uma cidadania diferenciada (Baniwa, 2002), fora dos recortes hegemônicos. Por isso, a Festa acaba operando como canal para uma emancipação social reinventada, onde a luta por igualdade é também a luta por reconhecimento da diferença (Santos, 2007), e que ganha corpo através de formas híbridas de conhecimento emancipatório e novos olhares que criam novas epistemologias.

  • YASMIN LUIZA DA COSTA FONSECA
  • VIVÊNCIAS NEGRAS AMAZÔNICAS: Interpretações comunicativas de jovens negras e negros da Amazônia urbana de Belém do Pará

  • Data: 14/03/2023
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  • Esta pesquisa apresenta como tema “Vivências Negras Amazônicas: Interpretações comunicativas de jovens negras e negros Belém do Pará”, por meio de relatos de um grupo de jovens negras e negros dos diversos contextos Na Amazônia urbana de Belém. Neste sentido, a pesquisa tem em sua centralidade os processos comunicativos desse grupo a fim de refletir sobre suas existências e resistências nos espaços ocupados por elas e eles. A questão norteadora da pesquisa foi: Como se constituem os processos comunicativos de um grupo de jovens negras e negros em relação às suas vivências e resistências raciais no espaço amazônico urbano de Belém do Pará? Por meio do percurso aqui chamado “(Afro)centrado nas sujeitas e nos sujeitos” utilizou-se a teoria da Afrocentricidade (ASANTE, 2009) juntamente com os métodos de pesquisa de Grada Kilomba (2019) de forma a abarcar, teórico e metodologicamente, a temática abordada. Por meio de 06 (seis) relatos de vivências, foi possível compreender a existência de dois tópicos centrais nos processos comunicativos abordados em relação a racialidade: uma em âmbito local, tendo a morenidade elencada ao povo e à cidade de Belém do Pará ter sido construída e empregada como ponto de aniquilação e distanciamento de um herança histórica e social negra, (CONRADO; CAMPELO; RIBEIRO, 2015; ALVES SARRAF, 2019) e uma em âmbito nacional, onde a divisão por “cor” ou “raça” do IBGE gera entendimentos controversos, e até o não entendimento acessível sobre ela, levando ao questionamento do quão válido seria definir-se racialmente com base nas diretrizes do órgão censitário. Ainda, a internet surge, nos relatos, como meio importante citado, permeando as vivências das sujeitas e sujeitos interlocutores. Desta forma, as relações comunicativas do grupo pesquisado iniciam impactados pelas construções sociais e simbólicas com base na diferença, no preconceito, na violência, na desigualdade e na segregação odienta social e espacial (SODRÉ, 2019; 2020), entretanto, foi possível verificar que grande parte dos relatos avança no movimento de libertação das consciências e de agência de si (ASANTE, 2009; MAZAMA, 2009), demonstrando que cada pessoa negra apresenta seu próprio ritmo e vontade em romper com os moldes de pensamento limitadores e racistas que impulsionaram/impulsionam a dinâmica da sociedade Amazônica belenense e brasileira.

  • CAMILA DE ANDRADE SIMOES
  • GERAÇÃO 60+ NA INTERNET: relações tecnológicas, tensões e produção de sentidos na pandemia de Covid-19

  • Data: 14/02/2023
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  • O presente estudo se interessa pelas relações de pessoas com 60 anos ou mais junto às tecnologias cotidianas, em especial, durante a pandemia de Covid-19. Os anos de referência (2020 e 2021) são marcados por uma crise de saúde vivida mundialmente, de administração ondulante, no que diz respeito aos Estados-Nação e, ainda, internamente. No Brasil, medidas de afastamento físico e orientações de higiene se tornaram assunto central e, nesse contexto, as tecnologias digitais de comunicação tomaram centralidade não antes vista. Ao considerar grupos de pessoas que eventualmente tenham apresentado afastamentos mais evidentes em relação às telas conectadas, independentemente da pandemia, o recorte da pesquisa parte da experiência da pessoa idosa. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que parte de uma visada meta comunicacional na tentativa de abarcar o fenômeno do fazer social ampliado, tendo como eixo explicativo as relações comunicativas cotidianas. Algumas das frentes teóricas ativadas durante a argumentação vêm de Vera França e Paula Simões (2016), como também de Vera França em reflexão solo (2018), de Jesús Martín-Barbero (1997), de Adriana Braga e Édison Gastaldo (2009), junto às contribuições de Stig Hjarvard (2015), de Vilso Junior Santi (2018), de José Luiz Braga (2007), de Göran Bolin (2020), além de Daniel Miller (2007), Paula Sibilia (2014 e 2019), Michel Foucault (2009) e Giorgio Agamben (2009), com outros e outras que contribuíram com a discussão. Em resumo, são conceitos e constructos no campo do envelhecimento (cronológico e social), das identidades (gerações), da cultura material e das relações de poder, partindo de um conjunto de sentidos produzidos pelos interlocutores e interlocutoras da pesquisa. Como métodos de coleta, o formulário digital e os grupos de foco foram utilizados. Nesse sentido, a Análise Temática (AT) se mostrou um caminho de interesse, com a flexibilidade necessária, na busca por padrões nas falas, a caminhos de significações e sentidos produzidos pelos investigados. No auxílio da tarefa, o software Iramuteq foi utilizado nas frentes de análises estatística, de similitude, na classificação hierárquica descendente e apresentação de nuvens de palavras. Ao abrir o leque dos achados, se reforça a preocupação de partida sobre a heterogeneidade das experiências dos sujeitos e sujeitas com mais idade. Condições de vida, de saúde, econômicas e de relação familiar, por exemplo, vão influenciar diretamente na chamada independência (mais conectada às questões físicas) e na almejada
    autonomia (tomada de decisão; autogoverno). Para eles e elas, a principal tela utilizada foi o telefone celular e para falar com familiares e amigos. Entre aqueles e aquelas que mantiveram relações profissionais ativas, durante o período verificado, foi possível perceber um menor campo de atritos. De modo geral, os sentidos que emergiram dessas relações são paradoxais – contém frentes, grosso modo, positivas e negativas – e traduzidos nas tecnologias vistas como acesso, porta para novos aprendizados e possibilidades, ao mesmo tempo que um conjunto de espaços de perigo, insegurança e mistério, principalmente, entre aqueles que utilizaram o termo medo para se referir às experiências e relações digitais.

2022
Descrição
  • LORENA CRUZ ESTEVES
  • ATIVISMO DE MULHERES INDÍGENAS EM AMBIENTES DIGITAIS: Diálogos sobre (de)colonialidades e resistências comunicativas.

  • Data: 20/12/2022
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  • A nossa investigação visa a compreender o ativismo digital de mulheres indígenas que estão na linha de frente do Movimento Indígena Brasileiro, protagonizando a luta coletiva contra opressões interseccionais que atravessam seus corpos-territórios. Para isso, propomos a identificação e análise dos sentidos produzidos por mulheres indígenas nos processos de resistência em ambiente digital, por meio do diálogo com e entre diferentes mulheres indígenas que participaram do Acampamento Terra Livre 2020, ocorrido em formato inédito,
    inteiramente digital. A análise do fenômeno empírico ocorre em um contexto histórico de crise humanitária, agravado com a crise sanitária, imposta pelo surgimento de uma pandemia, e da crise política, ocasionada pela ascensão de um governo de ultradireita declaradamente contrário aos direitos dos povos indígenas (2019-2022). As lentes de análise partem de uma proposta de “inversão do olhar”, na esteira das críticas ao pensamento ocidental eurocentrado e ao modo de fazer pesquisa e produzir conhecimento, especialmente ao tratar com grupos socialmente vulnerabilizados. Por isso, as bases do horizonte teórico utilizado ao longo do trabalho e que nos orientaram a inverter o olhar foram: a Epistemologia Feminista Decolonial que se constrói a partir das Teorias Feministas do Sul Global (negras, chicanas, indígenas, latino-americanas), a Interseccionalidade e a Teoria Decolonial, epistemologias não hegemônicas que lançam luz, críticas e modos outros de compreender os fenômenos sociais, as desigualdades, a busca por justiça social e a produção de saberes. A Comunicação, em sua vertente praxiológica, por sua vez, faz-nos compreender o fenômeno da interação social como mais do que receber/dar informação, é reflexivo e pressupõe a relação com o outro (outra), olhar e reconhecê-las em suas individualidades, ouvir e deixar-se afetar, num movimento dialógico. Partimos da premissa de que as mulheres indígenas vêm assumindo um papel central nas resistências dos movimentos indígenas, especialmente neste início do século XXI, lutando contra opressões sistêmicas e interseccionais e contribuindo para o fortalecimento do Movimento Indígena Brasileiro que se ressignifica na atualidade, acompanhando a midiatização da sociedade que opera sobre lógicas, linguagens e formatos híbridos, múltiplos e hiperconectados. A metodologia propõe um “desengajamento epistemológico” e o reconhecimento de “outros” saberes subalternizados. O corpus é composto por cinco lives do ATL 2020, escolhidas por critério de relevância, representatividade e participação de mulheres indígenas, além de rodadas de diálogo realizadas com quatro mulheres indígenas que participaram do ATL 2020. Por meio dos horizontes teórico-metodológicos adotados e da análise empreendida, compreendemos que os processos de resistências de mulheres indígenas são interseccionais e estão no âmbito de um movimento declaradamente decolonial, que se apropria das plataformas e linguagens da comunicação digital para amplificar suas vozes, mobilizar e enfrentar as colonialidades históricas que atravessam as relações sociais, em defesa do sagrado Território-Corpo-Espírito, produzindo diversos sentidos acerca da pluralidade de serem mulheres indígenas e suas lutas.

  • MARCUS VINICIUS PASSOS ARAUJO
  • QUESTÃO RACIAL NO INSTAGRAM: uma análise dos conteúdos publicados pelos vereadores da 19ª Legislatura de Belém

  • Data: 29/08/2022
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  • Esta pesquisa articula dois macros eixos: comunicação política e questão racial. A partir da análise das publicações dos vereadores de Belém (PA) no Instagram, busca-se compreender como estes dois campos se interrelacionam nos conteúdos desses parlamentares. Todos os 35 vereadores da 19ª Legislatura (2021-2024) de Belém estão presentes no Instagram. Durante a vigência do primeiro ano de mandato, estes vereadores postaram 8.696 publicações no feed especificamente no formato JPG (imagem). Neste cenário, essa mídia digital se mostra como uma ambiência que alia audiência, recursos e múltiplas possibilidades de difundir temas, dentre eles, o conteúdo racial. Para guiar essa discussão, formulou-se o seguinte questionamento: “Como são constituídas as ações dos vereadores da Câmara Municipal de Belém voltadas à população negra e de que forma a questão racial está representada nessas ações, divulgadas em seus perfis no Instagram?”. A busca por essa resposta passou pela contextualização do processo de apropriação das mídias digitais pelos agentes políticos. Pesquisas de Kahwage (2019), Gomes et al (2013), Vieira (2017) e Nunes (2013) vão mostrar que no uso dessa ambiência comunicativa os vereadores não se desvinculam das suas responsabilidades constitucionais. Já os conceitos de raça e racismo são fundamentais para compreender e analisar as questões que giram em torno do debate racial no Brasil. Trabalhos de Almeida (2020), Deus (2008), Munanga (2004), Gomes (2012) e Hall (2015) contribuem tanto para teorizar o cenário racial, como para ajudar na identificação de temáticas raciais, a exemplo do racismo, da discriminação e da representatividade. Os procedimentos metodológicos, amparados nos estudos de análise de conteúdo de Bardin (1977) e Sampaio e Lycarião (2021), possibilitaram identificar 382 publicações com referências a questões raciais. A partir das 20 categorias analíticas criadas nesta pesquisa foi possível compreender melhor o teor destas publicações. Entre os resultados revelados estão, por exemplo, quais os vereadores envolvidos com a causa racial, as principais temáticas raciais abordadas e se os conteúdos raciais estão atrelados, sobretudo, a datas comemorativas, conforme premissa formulada neste estudo. Porém, um dos resultados mais significativos foi ver que a maioria absoluta das publicações com questão racial é feita pelo seguinte perfil de vereador: mulher negra de esquerda com ensino superior como nível básico de estudo.

  • LAIZA MONIK DE OLIVEIRA MANGAS
  • AMAZÔNIA AMEAÇADA: análise do discurso jornalístico nos portais de notícias O Liberal.com – PA e A Crítica – AM sobre desmatamento e queimadas no contexto da pandemia da COVID-19

  • Data: 26/07/2022
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  • O ano de 2020 foi marcado pelo início da pandemia da COVID-19 e pelo aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia Legal Brasileira. Dados do Inpe (2020) registraram 10.312, 88 km² de desmatamento consolidado na região, além de 103.161 focos de queimadas durante o ano. Os meses de agosto e setembro foram os que apresentaram maior índice de queimadas e os estados do Pará, Mato Grosso e Amazonas responderam por 70% do desmatamento. Enquanto isso, “a boiada passava” com a aprovação de 593 atos pelo governo federal relacionados às mudanças de regras sobre a proteção ambiental no Brasil (OBSERVATÓRIO DO CLIMA, 2021). Em meio à crise sanitária, política e ambiental, o jornalismo desempenhou um papel importante no fornecimento de informação à população (CASERO-RIPOLLÉS, 2020). Nesse contexto, esta pesquisa busca analisar como foi a cobertura sobre desmatamento e queimadas em dois dos principais portais de notícias da região Norte do país: O Liberal.com – PA e A Crítica – AM, durante o mês de setembro de 2020, considerando o período pandêmico e suas adversidades. O principal referencial teórico-metodológico escolhido foi a Análise Crítica do Discurso - ACD (FAIRCLOUGH, 2001). A partir da análise realizada nos jornais pode-se concluir que o governo Jair Bolsonaro, em meio à pandemia da COVID-19, conseguiu ocupar um espaço privilegiado nas publicações, com um discurso voltado a amenizar os problemas na Amazônia e largamente reproduzido pelos dois jornais sem contrapontos expressivos. Foram utilizadas justificativas que atribuíam os desmatamentos e queimadas ao próprio clima na Amazônia e às atividades agrícolas realizadas tradicionalmente por comunidades rurais, indígenas e quilombolas. Além disso, colocou-se em dúvida a credibilidade de dados científicos sobre o tema divulgados por instituições como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE.

  • EDIPO DE QUEIROZ SANTIAGO
  • FESTIVAL RIO OURICURI – MÚSICA, ARTE E SUSTENTABILIDADE – SOCIALIDADES NO INTERIOR DA AMAZÔNIA PARAENSE

  • Data: 14/07/2022
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  • Este trabalho tem como objeto de pesquisa a compreender possíveis construções identitárias e de socialidades presentes na cidade de Capanema a partir da programação da 3ª edição virtual do Festival Rio Ouricuri. A pesquisa busca compreender os fenômenos comunicativos presentes na realização da 3ª edição do Festival Rio Ouricuri. Para a realização da pesquisa foram realizadas entrevistas estruturadas com diversos sujeitos envolvidos no processo de produção, apresentação musical e apresentação midiática do Festival. Buscamos recuperar brevemente, a partir de registros bibliográficos, a contextualização da formação cultural da cidade para apresentar o Festival em sua terceira edição. Tais entrevistas foram realizadas em fevereiro de 2022. Esta dissertação é motivada pela hipótese da existência de uma Amazônia existente em Capanema, cidade periférica e que é diversa da imagem tradicionalmente veiculada nos meios de maior alcance, sobretudo tv, rádio, mídia impressa e portais de notícias regionais. Isto é, ocorre a existência de uma Amazônia além das imagens reducionistas, urbana/floresta/ribeirinha, promovida por essas mídias. Em nossa compreensão tal dicotomia invisibiliza os sujeitos de Amazônia periférica urbana, de cidades média como Capanema. A pesquisa relaciona-se com a ideia do estar-junto enunciado por Maffesoli (2006), de processos de sociação de Simmel (1983), e utiliza uma metodologia que possui pesquisa bibliográfica, pesquisa qualitativa com instrumento de entrevista semiabertas a partir da coleta de registros orais e análise de conteúdo destas falas.

  • SAVIA MOURA DA SILVA
  • SER MULHER NO JORNALISMO PARAENSE: experiências comunicativas com o ambiente profissional

  • Data: 14/06/2022
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  • A presente pesquisa trata da relação entre mulheres e ambiente de trabalho. Desde 2017 com a campanha #MeToo, emergem no cenário mundial, movimentos insurgentes contra a violência sexual e a discriminação das mulheres nos espaços de trabalho. Em março de 2020, o coletivo Jornalistas Contra o Assédio mobilizou diversas jornalistas em todo o país através do Twitter para promover a hashtag #MulheresJornalistasEmLuta, com a intenção de alertar sobre os ataques e o assédio cometidos contra as mulheres dentro da profissão. A presente pesquisa se alinha a esses movimentos quando busca investigar as experiências profissionais das jornalistas no estado do Pará, para tanto apresenta a seguinte indagação: Como são as relações das jornalistas, enquanto mulher, em seus ambientes de trabalho? Parte-se da hipótese de que as redações dos veículos de comunicação são espaços de relação de poder, e enquanto tal, a violência de gênero se manifesta de forma mais latente. As relações de poder e violência são entendidas em Foucault (1979) e Bourdieu (2003). Ou seja, as relações de poder são relações entre sujeitos, assim como modos de ação que podem: induzir, separar, facilitar, dificultar, limitar, impedir, entre outros aspectos. E a violência impõe uma arbitrariedade pelo poder imposto e pelo modo de imposição. A pesquisa qualitativa é tomada como procedimento metodológico, com o uso de questionário com perguntas fechadas e abertas, que segundo Gil (1999), objetivam o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas.

  • JULIANE OLIVEIRA SANTA BRIGIDA
  • CIDADE (RE)VISTA: interpretação decolonial da fotografia de Naiara Jinknss em Belém do Pará

  • Data: 14/06/2022
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  • Esta pesquisa se debruçou sobre o trabalho imagético da fotógrafa documentarista paraense Naiara Jinknss, com foco no conteúdo postado em seu Instagram durante o ano de 2019, no intuito de compreender, a partir de uma interpretação decolonial, o papel de sua fotografia enquanto imagem de resistência. Deste modo, o objetivo geral procura responder a seguinte questão: “de que modo a produção fotográfica de Naiara Jinknss pode ser interpretada como imagem de resistência dentro das relações de poder presentes no discurso sobre a Amazônia?”. A partir da metodologia com inspirações netnográficas em Kozinets (2014) e uma abordagem fenomenológica decolonial, ancorada na sociologia fenomenológica de Schutz (1979), adota-se a compreensão de que a interpretação de fenômenos e experiências são condicionados ao social e, portanto, transmitidos em sociedade. Ao explorar objetos de pesquisa que estão imersos no contexto de um país construído pela colonialidade, é fato que os fenômenos e experiências analisados estejam também envoltos no que Quijano (1992) denomina de matriz colonial de poder. Busca-se, portanto, desenvolver a articulação dos conceitos de Kossoy (2001), Aumont (2002), Fairclough (2001), Bhabha (1998), Hall (2006), Quijano (1992), Mignolo (2015), Maldonado-Torres (2017), entre outros. A metodologia de pesquisa desenvolvida incluiu levantamento bibliográfico sobre Amazônia, Poder e Fotografia, na área das Ciências Sociais, e múltiplas etapas de coleta de dados online. Acredita-se que a relevância deste estudo está em destacar a produção fotográfica feita por uma profissional paraense que se identifica com diversos grupos minoritários frente a um campo tradicionalmente marcado por relações de poder que não contemplam estes grupos e que não está isento dos discursos e imaginário reproduzidos sobre a Amazônia.

  • ANA VICTÓRIA BOTELHO DE BRITO
  • Debaixo do mesmo teto: O feminicídio durante a pandemia e as narrativas telejornalísticas no Pará

  • Data: 13/06/2022
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  • Esta pesquisa tem o intuito de analisar as narrativas telejornalísticas exibidas no Pará durante a pandemia de Sars-CoV-2, vírus causador da covid-19. Nosso marco temporal de seleção das reportagens para desenvolver a pesquisa é de março de 2020 até abril de 2021, com reportagens selecionadas de duas emissoras do Pará: TV Liberal, afiliada à Rede Globo no Pará, e a TV Record Belém, da TV Record Brasil. Este trabalho traz como pano de fundo o período mais crítico da pandemia como cenário para discutir sobre como o feminicídio e a violência de gênero foram abordados e comentados durante esse tempo. Partindo disso, analisamos as matérias jornalísticas com enfoque nos testemunhos das vítimas, testemunho midiático segundo Chouliaraki (2006) e Frosh (2009), além de testemunho de segunda e terceira mão de acordo com Agamben (2008). Consideramos ainda todos os elementos que compõem uma reportagem para a televisão: imagem, áudio, gráficos e todos os outros elementos que possam surgir para prender a atenção do telespectador. Neste sentido, o presente trabalho se preocupa com o papel do testemunho para o futuro das políticas públicas do feminicídio, se o jornalismo é capaz de questionar, envolver e instigar a população a entender mais sobre o crime através dos testemunhos.

  • VALDECIR RAMOS DA SILVA JUNIOR
  • Audiovisual, resistência e educomunicação na Amazônia paraense: a experiência do Telas em Movimento.

  • Data: 13/06/2022
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  • Nesta dissertação compreende-se Festival Telas em Movimento de Belém do Pará, como um coletivo que contribui por meio de ações, vivências e atividades artístico-culturais, e de promoção do cinema e do audiovisual em comunidade de periferia, ribeirinhas, quilombolas e indígenas da Amazônia. As atividades do Telas em Movimento buscam formar jovens para a produção de conteúdo audiovisual que auxilie no desenvolvimento pessoal e social de suas comunidades. Tem como principal prática o diálogo entre audiovisual e resistência, por meio da difusão de técnicas e conhecimentos no fazer e no pensar cinematográfico. Neste trabalho evidencia-se e compreensão do processo educomunicativo no desenvolvido nas vivências do Coletivo, portanto objetiva-se compreender as dinâmicas comunicacionais, nas práticas educomunicativas do coletivo Telas Em Movimento. Uma das principais metodologias de trabalho utilizadas é a Pesquisa-Ação participativa no Brasil contextualizada por Cicília Peruzzo (2017) e pensada por Orlando Fals Borda (1989), visando construção, desenvolvimento e investigação colaborativa das problemáticas da pesquisa. Os conceitos base neste estudo encontram-se as perspectivas educacionais freirianas, tais como pedagogia do oprimido (FREIRE, 1987) e pedagogia da autonomia (FREIRE, 2021), a aplicabilidade dos conceitos de Educomunicação de Ismar Soares (2011) e decolonialidade como conceito enunciador, que por meio de metodologia e conceituação compõem a base teórica e metodológica deste trabalho, aqui apresentado por Walter Mignolo (2017), Catherine Walsh (2013, 2019), dentre outros. Os resultados demonstram que o Telas em movimento, as necessidade e práticas educacionais como ferramenta de emancipação social e que por meio de suas vivências proporciona possibilidades sociais e de formação.

  • GIOVANE SILVA DA SILVA
  • OS MODOS DE VER E VIVER: A violência e as sociabilidades comunicativas dos moradores das ilhas de Abaetetuba - PA

  • Data: 06/06/2022
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  • A presente proposta objetiva compreender as experiências comunicativas que emergem na vida dos moradores das ilhas de Abaetetuba, região Baixo Tocantins, a partir de duas questões centrais: a) a relação entre urbano e rural e; b) as práticas de violência vividas no cotidiano das ilhas. Percebe-se assim, que a violência atravessa as fronteiras da cidade e instala-se no ambiente rural, provocando mudanças e reconstruções de significados. Ou seja, a violência que amedronta e aterroriza as grandes cidades metropolizadas (TRINDADE JUNIOR, 2005) passa a fazer parte do cotidiano dos moradores das ilhas, principalmente pelas ações dos denominados piratas, mediante o uso do poder, da força física ou de qualquer forma de coerção. Essa prática de violência reduz a condição de sujeito frente ao outro. Neste sentido, a presente pesquisa concentra em entender: a) quais as experiências comunicativas dos moradores das ilhas na relação entre urbano e rural? e b) como a extensão da violência urbana tem transformado as sociabilidades dos moradores? Entende-se urbano e rural não como sentidos opostos, mas como ‘entre-lugares’, pelo hibridismo vivido, que ao mesmo tempo, separa e limita, distancia e aproxima, de tensionamentos e estranhamentos, mas que necessita de reelaboração dos seus sentidos e significados a partir das influências sofridas. Nossas reflexões, em trabalhar, as ilhas como entre-lugares ou continuum espacial (GRAZIANO, 2002), seja do ponto de vista de sua dimensão geográfica e territorial, seja na sua dimensão econômica e social, objetiva apontar as sociabilidades, em condições diferenciadas de um lá e um cá, ou seja, não relações separadas, mas experiências que são atravessadas por fenômenos sociais presentes no cotidiano da vida nas cidades urbanas, como a violência. Como aportes metodológicos optou-se pela pesquisa qualitativa e com ela a entrevista narrativa, uma vez que esta proporciona reconstruir os processos interativos, que produzem o sentido prático da vida (JOVCHELOVITCH; BAUER, 2002). Tal método proporciona a imersão nas experiências vividas pelos moradores das ilhas e, ao mesmo tempo, para a análise do sentido narrativo enunciado por esses sujeitos. Os resultados encontrados apontam que a violência mudou os modos de viver nas ilhas, interferindo nas sociabilidades e interações sociais dos moradores.

  • MARILIA SEVERO DE SOUZA ARGOLLO FERRAO
  • “O CRIME É O QUE IMPORTA, O RESTO É RESTO”: análises da performance midiática do apresentador nos programas televisivos populares do Pará

  • Data: 03/06/2022
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  • A presente pesquisa tem como objeto os programas televisivos paraenses Balanço Geral (versão Pará), Cidade Alerta Pará (ambos da Record TV), Brasil Urgente e Barra Pesada (veiculados pela Rede Brasil Amazônia de Comunicação - RBA / Band), e a construção de suas narrativas sobre a violência, em especial por parte de seus apresentadores. Nossa investigação articula a compreensão do que dizem suas narrativas para além de seus sentidos banalizadores do cotidiano. Como objetivo buscamos entender como a narrativa dos apresentadores de programas populares se configura e se há uma intenção estratégica comunicativa de aproximação e mediação com o público. Como hipótese enuncia-se que essas narrativas, mesmo apelando ao infotenimento e ao desprezo humano, se configuram como um jornalismo de proximidade e de visibilidade de sujeitos invisíveis à sociedade. A tessitura da pesquisa é motivada pela observação de alguns elementos, entre eles: o papel ainda da tevê aberta no Brasil, considerando a pulverização do público por outras modalidades de consumo do audiovisual; a inserção significativa de programas dessa natureza nas emissoras brasileiras de uma forma geral, e em específico, nas emissoras paraenses; o aumento do consumo da tevê em 37 minutos, saltando para 7 horas e 9 minutos por dia, desde o início da pandemia do novo coronavírus, em 2020, segundo dados da Kantar IBOPE Media (2021); a liderança em audiência e em cobertura geográfica (Ancine, 2015); e a mudança do perfil de público que assiste tevê (Brasil, 2016). Como procedimentos metodológicos recorre-se à pesquisa qualitativa e análise de conteúdo, com objetivo de desvelar o que está encoberto por alguma sombra (SILVA, 2010). Com a primeira intenta-se realizar entrevistas semi estruturadas com os apresentadores, uma vez que tanto textos como falas, “referem-se aos pensamentos, sentimentos, memórias, planos e discussões das pessoas, e algumas vezes nos dizem mais do que os seus autores imaginam” (BAUER, 2008, p. 189); e com a segunda, busca-se entender os fios tecidos pelas narrativas dos programas entre as inter-relações do que é dito ou escrito (BAUER, 2008).

  • NELSON ALEXANDRE ALCANTARA NUNES
  • MARCA LOBO: UMA ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS COMUNICACIONAIS E DE MARKETING VOLTADAS PARA O(A) TORCEDOR(A)-CONSUMIDOR(A).

  • Data: 02/06/2022
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  • O objetivo desta proposta de pesquisa é analisar as estratégias comunicacionais e de marketing e marketing esportivo da marca Lobo, a primeira marca própria de um clube de futebol do Norte do país, o Paysandu Sport Club, de modo que sejam consideradas as relações entre os resultados em campo e o aumento ou a diminuição do consumo do torcedor/consumidor. Teremos dois pensadores norteadores. Partiremos das palavras de Philip Kotler (2010), quando nos apresenta um dos momentos do marketing mundial, voltado para o ser humano, no qual as relações são uma via de mão dupla e todos precisam ser ouvidos e ainda do pensamento do sociólogo Zygmunt Bauman (2004) que nos aponta as paixões na sociedade líquida-moderna consideradas individualistas e efêmeras. Para isto, serão verificados os dados de consumo (venda) da marca, entre os anos de 2016 e 2019, e a relação do desempenho do Paysandu nos campeonatos disputados no período pesquisado. O percurso metodológico realizará uma pesquisa documental, uma pesquisa online quantitativa seguida de entrevista qualitativa semiestruturada.

  • KLEYSE COSTA VAZ SANTANA PRADO
  • A publiCIDADE IDENTITÁRIA NAS REPRESENTAÇÕES DA AMAZÔNIA PARAENSE NAS PROPAGANDAS DOS GOVERNOS DO ESTADO DO PARÁ EM 2017, 2020 E 2021

  • Data: 10/05/2022
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  • Esta pesquisa buscou realizar uma análise dos discursos presentes em dois vídeos-propaganda e seis cartazes publicitários de turismo de autoria dos Governos do Estado do Pará. O objetivo foi identificar e comparar as narrativas e argumentações, bem com as formas de representação das identidades culturais do Pará e do paraense afim de refletir sobre a construção de sentidos que possam reforçar estereótipos e discursos coloniais sobre a Amazônia Paraense. Além disso, buscamos refletir sobre a cidade, sua apropriação e a visibilidade dos espaços projetados pelas propagandas. Os objetos da pesquisa são o vídeo-propaganda “Pará te encantar” (comercial turístico de 2017), o vídeo-propaganda “Fique em casa” (comercial de 2020 com o alerta sobre aglomerações no contexto da pandemia da Covid19), e seis cartazes de divulgação da campanha “Redescobrir o Pará” (2020). Utilizaremos como referencial teórico autores como Stuart Hall, Homi K. Bhabha e Amaral Filho para dialogar sobre identidades culturais, estereótipos e colonialidade no contexto amazônico. Nosso referencial metodológico se baseia em Eni Orlandi, Martine Joly e Diana Rose para o desenvolvimento da Análise de Discurso e imagens em movimento. Também foi utilizado o conceito de publiCIDADE proposto por Santos (Luiz LZ Cezar), além de outros autores sobre Amazônia como Paes Loureiro, e sobre comunicação, como Martín-Barbero.

  • RAÍSSA ABRAÇADO PEREIRA
  • Entretenimento, consumo e sociabilidade no K-pop: construções e experiências sociais no fandom ARMY em Belém do Pará.

  • Data: 25/04/2022
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  • A presente pesquisa busca analisar, por meio do entretenimento enquanto experiência e
    construção do social, o consumo do pop sul-coreano e as práticas de sociabilidade no fandom
    Army, o qual é o fandom do principal grupo de K-pop da atualidade, o BTS (Bangtan
    Sonyeodan). A partir de uma abordagem comunicacional-antropológica netnográfica e com
    inspirações etnográficas, aderimos ao campo com observação participante do fandom Army,
    visando compreender como as práticas de consumo desses fãs impactam e contribuem para o
    desenvolvimento das sociabilidades e das práticas de interação entre a comunidade de fã e entre
    fã e grupo BTS. As análises se baseiam, principalmente, nos aportes teóricos sobre consumo,
    sociabilidade, cultura de fãs e cultura material. Os procedimentos metodológicos incluem a
    aplicação de questionários online, realização de entrevistas em profundidade via Google Meet
    e observações de campo nas redes sociais. Considera-se, a partir das análises dos relatos e
    observações de campo, a importância dos fãs para a indústria do entretenimento do K-pop, pois
    os identificamos como os principais agentes para a dinâmica da indústria e do consumo, assim
    como a sociabilidade que nessa esfera é necessária para que os códigos sejam familiares nos
    mais diversos contextos.

  • ADISON CESAR SOUSA DOS SANTOS
  • FOLIÕES MENSAGEIROS: Memórias e narrativas das comitivas de esmolação do Glorioso São Benedito de Bragança/PA.

  • Data: 31/03/2022
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  • O objetivo desta dissertação é compreender os processos de interação das comitivas de esmolação do Glorioso São Benedito de Bragança, município do nordeste paraense, suas memórias e narrativas. Caracterizada como uma manifestação de resistência da cultura popular na Amazônia Paraense, marcada pela sonoridade e o hibridismo entre o sagrado e o profano, esses grupos se configuram por meio de uma prática conhecida como esmolação do santo, na qual três cortejos, formados majoritariamente por homens, percorrem diversas localidades circunvizinhas à cidade de Bragança, situada a 210 quilômetros de Belém, levando imagens de São Benedito para as casas de devotos da região com cantos e orações, recepcionados em clima de festa. Para compreender a constituição da memória e das narrativas presentes nessa manifestação, a pesquisa utilizará as teorias de Le Goof (2003) e Motta (2013). Em relação à origem da devoção beneditina, significados, simbologias e conceitos desse rito tanto para os membros das comitivas como para os devotos do santo, o trabalho se aportará dos estudos de Silva (1997), Eliade (2010) e Fernandes (2011), além de outros autores que retratam a construção das representações sociais.

  • GABRIEL DA MOTA FERREIRA
  • CÍRIO DE NAZARÉ: experiências de sentidos e sociabilidades por meio da cultura material

  • Data: 14/03/2022
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  • Esta pesquisa busca refletir sobre o papel dos objetos na constituição de processos comunicacionais no Círio de Nazaré, considerando os impactos da pandemia da Covid-19 nas práticas de consumo e de sociabilidades dos participantes em meio à suspensão de procissões e eventos presenciais na manifestação religiosa/cultural em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré, realizada anualmente na cidade de Belém, Pará, durante o mês de outubro. Abordando a perspectiva relacional da comunicação, pretendeu-se acionar experiências dos sujeitos em anos anteriores à pandemia e compará-las com a vivenciada em 2020, para compreender como a cultura material e o consumo auxiliam na compreensão das principais relações que esses participantes desenvolvem com o Círio, entre si (sociabilidades) e com as materialidades. Os procedimentos metodológicos incluem a elaboração de questionários online e a realização de observações online com inspirações netnográficas, bem como a recuperação de observações participantes realizadas em pesquisas anteriores sobre o Círio. Considera-se, a partir das experiências analisadas, que os objetos são elementos (i)materiais do Círio, constituidores dos sujeitos e de suas práticas sociais ao presentificarem ausências que integram os processos comunicacionais do fenômeno empírico estudado.

2021
Descrição
  • ELISSANDRA CRISTINA BATISTA
  • COMUNICAÇÃO PÚBLICA DA CIÊNCIA NA AMAZÔNIA: uma análise dos processos comunicacionais do projeto Ciência na Ilha, em Cotijuba, Belém-Pa.

  • Data: 09/12/2021
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  • O eixo de investigação deste trabalho se propõe a compreender de que forma os processos comunicacionais do projeto “Ciência na Ilha: educação e divulgação científica na Amazônia” contribuem ao diálogo e a interação entre o conhecimento científico e os saberes da população ribeirinha da Ilha de Cotijuba, em Belém do Pará. Destacando-se o contexto da comunicação face a face em que o projeto de extensão do Clube de Ciências da UFPA se realiza, investiga-se os processos comunicacionais do evento à luz das teorias da Comunicação Pública da Ciência e do paradigma relacional da comunicação, caminho por onde a comunicação deixa de ser um processo recortado e restrito e é tomada como lugar de constituição dos fenômenos sociais. Na lógica da ecologia de saberes, defendida por Boaventura Santos e, ainda, do processo de aprender a desaprender, também analisa-se a feira de ciências pelas lentes das teorias decoloniais, que buscam romper com os métodos cartesianos do pensamento moderno abissal, o qual cria linhas imaginária de visibilidade e invisibilidade, desperdiçando a diversidade sociocultural do mundo. Considerando-se que uma das propostas da ação extensionista foco deste estudo é promover um encontro entre a ciência e as comunidades ribeirinhas e vice-versa, as premissas da ecologia de saberes se mostram essenciais nesta investigação. Nos procedimentos metodológicos faz-se uma análise de conteúdo da programação documental de 11 edições da feira, sendo 5 delas na ilha de Cotijuba; e ainda entrevistas semiestruturadas com alunos e professores da Escola Marta da Conceição, onde o evento já foi realizado seis vezes, e também com alunos e professores do Clube de Ciências da UFPA, que há 15 anos realiza a feira em escolas das ilhas mais populosas de Belém. Na metodologia inclui-se ainda a observação dos processos comunicacionais em duas edições do Ciência na Ilha, em Cotijuba. Assim, a feira revela-se neste estudo com características múltiplas da Comunicação Pública da Ciência, principalmente dentro das perspectivas dialógicas. Envolvendo pesquisas experimentais relacionadas ao cotidiano e as vivências dos estudantes da educação básica, aponta-se que o projeto contribui com o processo de desmistificação da produção científica. Enquanto um dispositivo interacional, o Ciência na Ilha cria pontes entre as diversidades e as assimetrias, atravessando o rio e buscando ultrapassar as linhas abissais do conhecimento. graduandos da UFPA e sócios-mirins do Clube de Ciências da UFPA. 

  • FABRICIO NATALINO BENTES QUEIROZ
  • CIÊNCIA, COMUNICAÇÃO E MEIO AMBIENTE: Processos comunicacionais e estratégias de socialização do conhecimento no projeto Espaço ITEC Cidadão na UFPA

  • Data: 03/12/2021
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  • A interação entre ciência e sociedade por meio de iniciativas de socialização do conhecimento tem se desenvolvido intensamente desde o século XVIII. Porém, em um cenário de transformações paradigmáticas na ciência (SANTOS, 2008; 2009), essas ações são reconfiguradas a partir da influência de diversos fatores, como a crítica aos princípios da modernidade, a valorização dos diferentes grupos sociais, seus saberes e suas culturas, além do fortalecimento do campo comunicacional. Esta pesquisa parte do entendimento desses fenômenos para discutir a interrelação entre ciência, comunicação (BRAGA, 2017; SODRÉ 2007; CASTRO, 2013) e meio ambiente (LEFF, 2006; 2009; BUENO, 2007; 2012) e investigar o papel da comunicação ambiental em uma ação extensionista denominada Espaço ITEC Cidadão, realizada nos bosques Camillo Vianna e Benito Calzavara, localizados no campus Guamá da Universidade Federal do Pará. O fio condutor é a noção de comunicação pública da ciência aplicada à questão ambiental, que, a nosso ver, dialoga com o debate crítico sobre as estratégias de dominação e colonialidade, em que a ciência e a comunicação estão envolvidas. A investigação de cunho exploratório se utiliza de informações de fonte secundária sobre as atividades realizadas no Espaço ITEC Cidadão ao longo de 15 meses e divulgadas no perfil do projeto na rede social Instagram. Além disso, a pesquisa com apoio de uma entrevista, levantamento de dados em registros das atividades e outros materiais que referenciam a atuação do projeto para, assim, compreender como se dá a dinâmica de interação entre os três campos nesse caso. Os resultados indicam que a interface entre ciência, comunicação e meio ambiente é constatada pelos paralelos existentes entre as diferentes perspectivas e modelos propostos em cada área. No caso do Espaço ITEC Cidadão, isso se manifesta na forma como o projeto articula concepções de teor instrumental até a promoção de um debate amplo sobre a sustentabilidade, englobando a ideia de resistência, coletividade e solidariedade, por exemplo. Logo, evidencia-se as tensões e negociações existentes nessa relação, bem como seu reflexo no debate sobre o papel social do conhecimento e das universidades.

  • KELVIN SANTOS DE SOUZA
  • O Instituto Evandro Chagas na grande imprensa do Pará: 80 anos de história

  • Data: 01/12/2021
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  • Criado em 10 de novembro de 1936, o Instituto Evandro Chagas (IEC) é um órgão de pesquisa ligado ao Ministério da Saúde do Brasil, reconhecido nacional e internacionalmente por sua atuação na área das ciências biológicas, meio-ambiente e medicina tropical. Todavia, não há pesquisas sobre o IEC que articulem os campos da comunicação e da história. O presente estudo tem como objetivo analisar como o Instituto é apresentado pela imprensa paraense, especificamente os jornais Folha do Norte e O Liberal, ao longo de 80 anos (1936-2016), entendendo a produção jornalística como resultado de processos comunicacionais em cada época. A amostra estabelecida para levantamento consiste nas edições da época de aniversário do Instituto, de 09 a 12 de novembro de cada ano durante o período da pesquisa. Foram encontradas 15 ocorrências sobre o IEC na Folha do Norte e 56 em O Liberal, constituindo um corpus de 71 textos analisados. Para o alcance do objetivo geral, foram estabelecidos como objetivos específicos: a) Identificar e analisar sentidos possíveis e suas dominâncias na cobertura jornalística sobre o IEC; b) Identificar e analisar os enquadramentos noticiosos provenientes dos efeitos de sentido das enunciações sobre o IEC; c) identificar e categorizar as fontes presentes nos textos dos jornais analisados relativos ao IEC. O material foi analisado qualitativamente a partir dos conceitos de efeitos de sentido, enquadramento noticioso e fontes jornalísticas, em diálogo com conceitos da História, por meio da enunciação jornalística. Os efeitos de sentido percebidos deram origem a três enquadramentos noticiosos predominantes no período analisado: O IEC como agente do Estado; O IEC e sua história e O IEC em ação. Em relação às fontes ouvidas pela imprensa para falar sobre o Instituto, foi detectada uma predominância de fontes oficiais; mas também um caráter de testemunha da história a outras fontes. Analisadas pela perspectiva de gênero, menos de 10% das fontes ouvidas eram do sexo feminino.

  • ROBERTA PINHEIRO MENDES
  • FEMININO PAU E CORDA NA AMAZÔNIA: AS SEREIAS DE VILA SILVA TOCADORAS DE CARIMBÓ

  • Data: 24/11/2021
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  • O presente texto utiliza a fotoetnografia e a curadoria coletiva com o objetivo de mapear narrativas visuais sobre mulheres tocadoras de carimbó na região norte do Brasil. Posto isso, neste trabalho buscamos superar a imagem essencializada e midiatizada da mulher carimbozeira proposta pelas mídias tradicionais. O grupo escolhido como fio condutor dessa narrativa decolonial que se realiza através de imagens é o grupo pioneiro, composto, prioritariamente, por mulheres oriundas do vilarejo Vila Silva, localizado em Marapanim, denominado Sereia do Mar. Apresentações musicais, articulações e o cotidiano da Vila, evidenciado a partir da perspectiva de um feminismo descolonial (LUGONES, 2010) são o foco deste trabalho que enseja discutir outras formas de narrativas provenientes da Região Amazônica.

  • DENISE CRISTINA SALOMAO CORREA
  • FENOMENOLOGIA DAS EXPERIÊNCIAS DOS JORNALISTAS NA COBERTURA DE VIOLÊNCIA NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM

  • Data: 23/11/2021
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  • Esta pesquisa tem como tema geral o universo da produção jornalística e os acontecimentos sobre a violência urbana na capital paraense. Nosso foco de apreensão são os jornalistas e suas experiências cotidianas sobre esses acontecimentos na Região Metropolitana de Belém. Entende-se a prática jornalística enquanto instância de construção social da realidade (BERGER, LUCKMANN, 2011; ALSINA, 2009), uma vez que esse campo de atividade profissional se institui como um dos processos pelos quais o conhecimento chega a ser socialmente estabelecido como “realidade”. O objetivo geral da pesquisa é compreender e desvelar os sentidos atribuídos pelos jornalistas sobre suas experiências com a violência a partir da produção jornalística cotidiana. O pressuposto para abordar as experiências desses profissionais e a relação específica com as notícias sobre violência urbana é de que por meio da compreensão dessa relação pelas múltiplas perspectivas contidas nas narrativas dos jornalistas podem ser desvelados novos sentidos que envolvem o próprio contexto da violência e também da sua produção jornalística, tendo em vista as diversas relações sociais presentes nessa construção e o papel específico exercido pelo jornalista de mediação e configuração narrativa da realidade através da notícia. Para tanto, optou-se pela entrevista-narrativa como instrumento metodológico não estruturado, que visa emergir tais experiências dos jornalistas entrevistados a fim de que neste processo eles possam realizar uma configuração narrativa sobre suas trajetórias profissionais com a cobertura dos acontecimentos violentos. As perspectivas narradas não são homogêneas e evidenciam ângulos variados sobre o processo jornalístico devido às diferentes posições sociais que ocupam, o tempo que estão envolvidos com esse contexto e as diferentes funções que esses profissionais exercem no processo de produção da notícia de violência, tais como repórter, apresentador, produtor, redator, fotógrafo e cinegrafista. Como método de análise dessas entrevistas, recorre-se à fenomenologia hermenêutica de Paul Ricoeur, para quem narrar é uma forma de compreensão da experiência humana e pesquisa qualitativa.

  • VALÉRIA DOS SANTOS DO NASCIMENTO
  • Uma análise da experiência do fazer jornalístico e sua reconfiguração diante das mudanças tecnológicas.

  • Data: 23/11/2021
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  • Esta pesquisa procura compreender o fazer jornalístico, a partir de quem se ocupa da atividade profissional afetada pelo acelerado processo de tecnologização da comunicação. Nossa reflexão se dá por uma abordagem hermenêutica do fenômeno da comunicação midiática, que envolve a atividade jornalística, interpretada sob o pensamento do filósofo Martin Heidegger, em sua analítica existencial do Dasein, o Ser-aí que inevitavelmente é um Mitsein, o Ser-com-outros e a questão da técnica. Também acrescentamos autores, como Muniz Sodré (2015), Fábio Castro (2013, 2015, 2016, 2017), Francisco Rüdiger (2014), José Salomão D. Amorim (2012), entre outros. O objetivo central é refletir sobre o fazer jornalístico contemporâneo, a partir da compreensão dos jornalistas sobre as práticas, de modo a entender como tornam possível tanto o legado social do ofício - o direito à informação -, quanto o atendimento aos novos hábitos de consumo de notícias em decorrência da propagação do uso de tecnologias digitais. Como metodologia para a discussão proposta, fez-se uma observação participante e entrevistas com profissionais que atuam para o jornal impresso O Liberal e o portal OLiberal.com, em Belém, entre os anos de 2019 e 2020. As informações e dados levantados são expostos a partir das constatações dos profissionais e de como eles elaboram caminhos para a atuação, confrontando empiria e teoria. Antecipadamente, é possível argumentar que há jornalismos em curso, sim, no plural, pois que o ofício, dependendo dos recursos investidos e da cultura das empresas, tem praticas diferenciadas na atualidade. No caso desta pesquisa, a prática observada reconfigura a rotina até então estabelecida, impactando, em grande parte, na capacidade do próprio jornalista de manter preceitos clássicos da profissão, frente às pressões da desenfreada concorrência de mercado.

  • FABIO RODRIGO DE MORAES XAVIER
  • Da estética da identificação comunicacional à dimensão sensível territorial da feira do Guamá, Belém – PA

  • Data: 22/11/2021
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  • Nesta pesquisa nós temos como percepção a estética da identificação comunicacional à dimensão sensível territorial no cotidiano da feira do Guamá, localizada em Belém no Estado do Pará Amazônia brasileira. Nosso objetivo é entender o funcionamento da movimentação que ocorre entre os frequentadores naquele cotidiano, na maneira que se constitui a comunicação encontrada naquela localidade. Nós utilizamos como nossa metodologia visitas à feira dentro do processo etnográfico, isso proporciona entender a estética como o estar-junto com outro na arte generalizada que ocorre naquele local e a identificação entre as pessoas que ali se encontram e constroem ligações que constituem a sensibilidade da feira que produz o território entre aqueles indivíduos. Nós observamos que a diversidade da feira do Guamá oferece diferentes expressividades e é construída em eventos de ligações que permeia relações existentes entre aquelas pessoas. A nossa reflexão proporciona o entendimento sobre a existência daquela realidade que é impulsionada na vivência presente daquele movimento que a feira do Guamá evidência.

  • RAPHAEL CASTRO DA CONCEICAO
  • COMUNICAÇÃO QUE SE FAZ COMUNIDADE NA PERIFERIA: ancestralidadee vinculação na passagem Limoeiro, bairro do Jurunas, Belém, Pará

  • Data: 18/11/2021
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  • Nas periferias a organização comunitária é fenômeno habitual, seja por meio demovimentos ou entidades políticas, como associação de moradores, centroscomunitários, etc., ou também por meio da amizade entre vizinhos, das festas juninas eblocos de carnaval nas comunidades, dos times de futebol, da solidariedade ecooperação que são geradas espontaneamente, no cotidiano e em momentos de crise, como vemos na pandemia de covid-19. Essa organização comunitária institucional ouespontânea produz outra ideia de periferia, bem diferente da perspectiva que só vê aperiferia como sinônimo de pobreza e violência. Esta pesquisa tem o objetivo decompreender criticamente os processos comunicativos que constroem, mantêm oureconfiguram a vinculação entre moradores de periferia, a partir da vivência eobservação participante na comunidade da Passagem Limoeiro, no bairro do Jurunas, periferia de Belém do Pará. Nosso referencial teórico começa com Sodré (2014a) eBuber (2001) abordando a ideia de Comum como fundamento da comunicação nasociedade. Também nos apoiamos na contribuição intelectual de autores como Jesus(2014), Deus (2019), Almeida (2021) Racionais MCs (2018), Borda (2008), Souza(2020) e Santos (2001; 2002) para discutir a experiência vivida na periferia, bem comoas questões de raça e racismo. Também discute-se, em diálogo com Castro (2008), Castro e Campos (2015), Rodrigues (2006, 2008a, 2008b) e Silva (2016), algumasdinâmicas de formação socioeconômica da Amazônia e do bairro do Jurunas. Em Sodré(2017) também nos apoiamos para a discussão da idéia de ancestralidade, a partir doconceito de arkhé africana. Consideramos que a Passagem Limoeiro realiza processoscomunicativos dinâmicos a partir da vinculação influenciada diretamente por essaancestralidade que atravessa a comunidade.

  • FABRICIO ROCHA DE SOUZA LEITE
  • PARTICIPAÇÃO SOCIAL E RADIODIFUSÃO PÚBLICA NO PARÁ: um estudo de caso do Conselho Curador da FUNTELPA nos anos de 2009 e 2010

  • Data: 17/11/2021
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  • A radiodifusão pública no Brasil começou como uma expressão estatal. Veículos de comunicação do sistema público eram vinculados diretamente ao órgãos do governo para divulgar suas pautas para população. No Pará, não foi diferente e a Fundação Paraense de Radiodifusão – FUNTELPA, que hoje abrange a TV Cultura, Rádio Cultura e Portal Cultura, foi criada em 1977 para os serviços de radiodifusão no estado. Com a criação da Empresa Brasileira de Comunicação – EBC, em 2007, e dois anos depois com a primeira Conferência Nacional de Comunicação, a radiodifusão pública ganha um protagonismo nunca antes visto. O Pará acompanhou este movimento nacional e cria em 2007 a Secretaria de Comunicação – SECOM e no ano seguinte reformula a FUNTELPA, criando uma estrutura colegiada com base em conselhos sociais. Partimos de aportes de teorias democráticas para investigar como se deu a atuação do Conselho Curador da FUNTELPA como instância de participação social, à luz de princípios consagrados do modelo de radiodifusão pública nos anos de 2009-2010. Este estudo de caso teve uma abordagem qualitativa, com coleta de dados e levantamento de evidências por meio de pesquisa documental, bibliográfica em diálogo com a metodologia da história oral, com a realização de entrevistas online em profundidade, via o aplicativo Zoom, com representantes da sociedade civil no Conselho Curador, trazendo à tona, no periodo analisado, os principais limitadores para a participação, as temáticas, debates, decisões e legado.

  • IGOR BLENDON DE SOUZA COSTEIRA
  • O SOM DAS MARCANTES: conexões sensíveis existentes entre a música brega paraense e seus ouvintes

  • Data: 17/11/2021
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  • O presente trabalho de pesquisa tem como objetivo estudar o universo cultural e sensível da musicalidade brega paraense. Busca-se tematizar e refletir acerca das experiencias sensíveis resultantes da relação entre esse estilo musical e as pessoas que o vivenciam em seu cotidiano. No geral, a música brega apresenta em suas composições mensagens que envolvem o dia a dia das pessoas e que despertam sentimentos nostálgicos, de pertencimento e identificação pessoal e cultural. A pesquisa é desenvolvida com base no conteúdo interativo extraído de um canal específico de brega na vídeos Youtube, a partir da formação e da análise de categorias tipificadas, via método das tipificações de Alfred Schutz (1979). Para construção de uma reflexão teórica, os conceitos do pensamento Heideggeriano de cotidianidade, banalidade, a perspectiva fenomenológica da Cultura de Alfred Schutz e o semiotical blues de Castro (2015), serão aplicações fenomenológicas que irão perpassar para consolidar a compreensão de realização desta pesquisa. Percebeu-se, portanto, um aspecto sensível, saudoso e intersubjetivo existente na peculiaridade temporal e nostálgica da música brega paraense que é presente no tecido social e no imaginário popular e garante a entrada, a passagem e a permanência do brega na cultura amazônica.

  • CLARISSA DA SILVA RAYOL
  • O aplicativo Alerta Clima Indígena: digitalização das Terras Indígenas à luz da Ecologia da Comunicação

  • Data: 17/11/2021
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  • O presente trabalho busca analisar, a partir de uma experiência imersiva da pesquisadora, a comunicação ecológica possibilitada pela digitalização das Terras Indígenas experenciada pelo aplicativo Alerta Clima Indígena, desenvolvido pelo Ipam junto ao Instituto Raoni, Conselho Indígena de Roraima (CIR) e Comissão de Caciques e Lideranças da Terra Indígena Arariboia (CCOCALITIA) cuja finalidade consiste na disseminação de informações sobre desmatamento, focos de calor, precipitação e demais características das Terras Indígenas aos povos indígenas da Amazônia. Nesse contexto, com base em acionamentos teóricos da Ecologia da Comunicação (DI FELICE; PEREIRA, 2017), esta pesquisa caracteriza-se como experimental e qualitativa, alinhada à perspectiva imersiva na qual a pesquisadora adentra à rede e integra as conexões ali empreendidas. No percurso investigativo, apresentamos a comunicação em contexto offline a partir da descrição das organizações indígenas parceiras do aplicativo e a construção colaborativa das oficinas enquanto espaços de interlocução. Posteriormente, nosso enfoque se dará a partir da imersão nas arquiteturas interativas digitais e os processos autônomos experenciados pelo povo Mẽbêngôkre Mẽtyktire (Kayapó), sob a ótica de dois entrevistados residentes da Terra Indígena Capoto/Jarina localizada no estado do Mato Grosso. Compreendemos que o aplicativo Alerta Clima Indígena, no processo de digitalização das Terras Indígenas, constitui-se de qualidade transorgânica e conectada, cujas transformações não são visíveis somente no clima em si, mas em toda a ecologia.

  • JEAN LUCAS TEIXEIRA BREMGARTNER
  • ARTISTAS VISUAIS E VÍDEO MAPPING: narrativas audiovisuais produzindo sentidos
    na Amazônia paraense

  • Data: 16/11/2021
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  • Nesta pesquisa, procuramos compreender o uso e o conceito de vídeo mapping para além da sua dimensão técnica, posto que ele pode ser considerado uma nova forma de expressão e interação contemporânea. Paralelamente a isto, nos concentramos na análise das produções e das experiências de quatro artistas visuais locais, que tem como principais características serem oriundos da Amazônia paraense e se expressarem por meio da tecnologia da artemídia. Para isso, foram realizadas entrevistas com cada um deles para que pudéssemos observar como eles entendem suas vivências, como se veem enquanto amazônidas e como suas produções são facilitadoras (ou não) de uma conexão entre arte e comunicação, através da interação gerada entre o artista e a arte por meio das projeções criadas. Neste processo, adentramos no universo do audiovisual buscando entendimento sobre como se dá a conexão entre arte, artista e tecnologia, como ocorre o uso de narrativas neste contexto, e quais narrativas são essas construídas. Como procedimento metodológico, utilizamos entrevistas com artistas visuais a fim de conhecer suas criações e produções de sentidos. Destacamos que o audiovisual que tratamos aqui, o video mapping, é um audiovisual expandido para além das telas do circuito cinematográfico, sendo este uma ferramenta de arte e comunicação que gera conexão com/entre as pessoas, fortalecendo o ambiente cultural, em constante movimento por meio das imagens.

  • ANA LETICIA LOPES TOSTES
  • O fantástico caso da médium Anna Prado nas páginas dos jornais paraenses no alvorecer do século XX na cidade de Belém pós belle époque.

  • Data: 11/11/2021
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  • Buscamos nesta dissertação, explorar as narrativas dos jornais paraenses nos anos de 1918-1920 que tinham como personagem principal uma médium chamada Anna Rebello Prado. Notícias que foram motivo de assombro para os leitores e incômodo para a igreja católica em virtude de a médium ganhar aliados e críticos ao permitir a cobertura da imprensa sobre seus feitos, principalmente a materialização de espíritos, e mostrando como o jornalismo rendia-se facilmente ao fantástico e ao insólito, no alvorecer do século XX na cidade de Belém do Pará. O objetivo da pesquisa é o de enxergar a cobertura jornalística de elementos fantásticos, como a médium e seus poderes, e a sua aceitação pelo jornalismo como componentes importantes da realidade social e da história de uma comunidade. Para entender sobre estes aspectos, vamos também realizar estudo sobre Belém nos anos 20, e quem eram os principais personagens da intrigante médium que despertou curiosidade e atenção dos leitores dos jornais diários em Belém.

  • ANA KAROLINE OLIVEIRA FIGUEIREDO BARBOSA
  • RESISTIR ATRAVÉS DA REDE: Análise netnográfica do movimento #adiaENEM no Norte do Brasil

  • Data: 09/11/2021
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  • A pandemia do coronavírus, mudou profundamente as relações e rotinas das pessoas ao redor do mundo. A impossibilidade de sair de casa e de ter contato direto com colegas, amigos e familiares devido ao isolamento social, recomendado pelas principais autoridades sanitárias, tem causado profundos impactos e consequências, ainda, impossíveis de serem concluídas. Nesse período pandêmico, vários setores foram afetados, visto que o isolamento social foi imposto em todo o mundo. Um evento em particular, o qual é objeto deste estudo, ganhou amplo debate não apenas na mídia, mas também nas redes sociais online: a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio. Surgiu, então, o movimento social online #adiaENEM, cujo objetivo era adiar a aplicação da prova que a princípio estava agendada para novembro de 2020 e foi transferida para janeiro de 2021. Diante desse contexto, o objetivo central deste estudo é analisar o movimento online #adiaENEM na rede social Twitter no período pandêmico da covid-19. Esta pesquisa propõe reflexão sobre a pandemia e as manifestações online, por intermédio do Twitter, sobre o adiamento da prova no Norte do país. Este estudo possui base teórica na compreensão dos movimentos sociais online (CASTELLS, RECUERO) e as relações de poder (FOUCAULT, SCOTT) construídas por intermédio das desigualdades, resistências cotidianas, lutas transversais e a autonomia do sujeito (MIGUEL). Tendo como proposta metodológica uma netnográfica (KOZINETS), dispostas em dois momentos, uma análise de conteúdo e uma análise de redes. Para analisar o conteúdo (BARDIN) dos discursos produzidos pelo movimento foi utilizado o software IRAMUTEQ, que possibilitou a investigação a partir do corpus de tweets que faziam menção à região Norte, aos estados que a compõem ou às capitais destes. Foram realizadas cinco tipos de análises (lexicográfica, fatorial de correspondência, classificação hierárquica descendente, similitude e nuvem de palavras). Já a análise de rede (RECUERO) foi feita através da análise do grafo gerado pelo VOSviewer buscando elencar os atores principais através dos perfis mais citados no movimento nacional #adiaENEM. Após essas análises foi realizado um estudo comparado (FACHIN) entre os dois momentos do movimento maio 2020 e janeiro 2021. Concluiu-se então que as duas ondas do movimento se diferem em argumentação e estrutura de rede, em que na onda de 2020 o ponto central era as desigualdades sociais e estruturais dos candidatos, já em 2021 se tratou sobre a crise de oxigênio no amazonas o risco a saúde pública com a execução do exame.

  • DANIEL DA ROCHA LEITE JUNIOR
  • A EMERSÃO DO CARIMBÓ URBANO: uma manifestação ilegítima ou marginal entre os estilos tradicional e estilizado

  • Data: 05/11/2021
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  • Essa pesquisa tem como objetivo demonstrar que o carimbó urbano emergiu nos últimos anos como um movimento e, também, um estilo de vida para os carimbozeiros da Região Metropolitana de Belém (RMB). Desta forma, a pretensão é mostrar porque esse tipo de carimbó se configura como um carimbó ilegítimo - a partir da patrimonialização da qual a manifestação atravessou dentro do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) durante os anos de 2008 a 2013 - por meio de um processo de pesquisa sobre a identidade do carimbó, que resultou no Dossiê Carimbó em 2014. Sendo assim, não há uma investigação sobre o carimbó produzido em espaços urbanos, portanto, essa pesquisa se debruçou sobre a ausência de registro e sobre a existência de uma ressignificação urbana do carimbó. Desta maneira, o foco dessa pesquisa foi reconhecer as matrizes que constituem as bases para a emersão do carimbó urbano, a partir de uma metodologia de observação participante, ancorada na etnografia multi-situada, focando o caráter subjetivo dos sujeitos e objetos analisados, através da análise da trajetória dos conjuntos de carimbó Caruana e Cobra Venenosa e assim demonstrar como esse movimento urbano do carimbó remodela a identidade da maifestação, ao desenvolver novas formas de socialidade.

2020
Descrição
  • ANDRESSA ARIELLY DE SOUZA SANTOS
  • COMUNICAÇÃO E RESISTÊNCIA: Meios e usos da comunicação por grupos sociais atingidos pelo desastre da Hydro Alunorte em Barcarena, Pará


  • Data: 28/10/2020
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  • O objetivo desta dissertação é identificar e analisar os usos e meios de comunicação acionados pelos grupos sociais atingidos pelo desastre da Hydro Alunorte, em Barcarena, Pará, situado num histórico contexto de injustiça ambiental (ACSERALD, 2001) que atravessa os conflitos socioambientais na Amazônia. O que motivou nosso estudo foi o fato da cobertura midiática do desastre ambiental, denunciado pelas comunidades locais e ocorrido no início do ano de 2018, envolvendo o vazamento de rejeitos da empresa  norueguesa Hydro Alunorte, líder no mercado global de alumínio, ter alcançado repercussão nacional e internacional, porém com escasso espaço para as vozes populares e locais (STEINBRENNER, GUERREIRO NETO; BRAGANÇA; CASTRO, 2020). Assim, nosso intuito, a partir de um estudo exploratório de caráter qualitativo (YIN, 2016), considerando um período de 24 meses da ocorrência do desastre, foi justamente buscar as outras vozes, usual e historicamente  invisibilizadas, no sentido de compreender os processos e práticas  de comunicação (FRANÇA, 2016) para resistência (PERUZZO, 1998) que marcam nesse período as ações dos grupos sociais mobilizados, no que chamamos de campo da resistência comunicativa, em reação aos impactos ocasionados pelo desastre e na defesa de direitos e de seus territórios no município de Barcarena, entendido como "zona de sacrifício" da mineracão (CASTRO, 2019).

  • THAÍS CAVALCANTE REZENDE
  • DEBATE PÚBLICO, DESIGUALDADES E RELAÇÕES DE PODER: análise da PEC das Domésticas a partir dos jornais O Liberal e Diário do Pará

  • Data: 18/09/2020
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  • A presente pesquisa analisa os conteúdos dos dois principais jornais impressos paraenses – Diário do Pará e O Liberal – sobre a Proposta de Emenda Constitucional 66/2012, a PEC das Domésticas, que ampliou os direitos dos trabalhadores a partir de 2013, com sua promulgação. A investigação buscou apreender a abordagem da mídia jornalística local sobre o tema, o debate público gerado na mídia e também as relações de poder e reconhecimento da profissão, formada em sua maioria por mulheres, negras e pobres. O debate sobre a PEC das Domésticas é polêmico por atribuir direitos a um grupo socialmente marginalizado, além de ser um tema ainda pouco estudado no Pará. A partir de uma análise de conteúdo dos jornais, coletados na versão digital das edições no período de 2013 a 2015 (que vai da aprovação da PEC à regulamentação da Lei Complementar 150) buscamos entender quais são os discursos sobre o tema por meio das seguintes categorias de análise: 1) O posicionamento de patrões e trabalhadoras domésticas, no qual analisamos o lugar de fala de trabalhadoras e patrões, os discurso patronal, as desigualdades de gênero e as relações de poder expostas na cobertura midiática; e 2) Os direitos com a PEC das Domésticas, que expõe as desigualdades sociais e a conquista de direitos como um marco para alcançar emancipação e reconhecimento dessas mulheres. A pesquisa mostrou que a voz das trabalhadoras domésticas, assim como alguns direitos inerentes a mulher foram ocultados da pauta das discussões midiáticas, que, em geral, deram ênfase aos interesses dos empregadores.

  • JETUR LIMA DE CASTRO
  • “PODERIA TER SIDO VOCÊ”: Autorrepresentação, dimensão sensível e intersubjetiva da violência no bairro da Terra Firme, em Belém

  • Data: 21/07/2020
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  • A pesquisa aqui apresentada propõe-se a compreender de que maneira moradores do bairro da Terra Firme apreendem a narrativa do minidocumentário “Poderia ter sido você”, produzido pelo coletivo Tela Firme, após a chacina ocorrida na periferia de Belém em 2014, que vitimou jovens pobres e, em sua maioria, negros. Em uma perspectiva de autorrepresentação e contranarrativa, o vídeo visa a denunciar a insignificância das vidas dos sujeitos moradores do bairro da Terra Firme, vitimados na chacina, em uma ordem social profundamente desigual e excludente. No mundo marcado pela “tirania da visibilidade”, em que o sensível se autonomizou e se converteu em sensação, como propõe Haroche (2008), o minidocumentário tem claro sentido de manifesto contra essa ordem, buscando tocar a sensibilidade dos sujeitos que vivem por dentro essa realidade, de maneira a romper com a naturalização da violência de que são vítimas na sua vida cotidiana. A pesquisa tem como ponto de partida a dimensão intersubjetiva e comunicativa da experiência na produção de sentidos, construídos socialmente pelos indivíduos em diferentes contextos; neste caso, o contexto de violência urbana. De natureza qualitativa, a investigação alia a observação participante, sob uma perspectiva autoetnográfica, entrevistas com moradores do bairro, membros do coletivo que produziu o vídeo e mães de jovens assassinados na chacina. Examina- se em que medidas estes se reconhecem e veem sua realidade projetada na narrativa do minidocumentário e se ela é capaz de deslocar o olhar que têm de si próprios, em contraste com a representação hegemônica que circula massivamente no discurso midiático.

  • EMANUELE CORREA FERREIRA
  • DRAG O QUÊ?: relações de sociabilidades, resistências e comunicação no Movimento das Themonhas do NoiteSuja, em Belém do Pará

  • Data: 30/06/2020
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  • O presente estudo busca compreender e analisar, no contexto do movimento NoiteSuja, coletivo belenense que reúne as Drags Demonhas na cena artística local, como a experiência Drag constitui a vivência e construções desses sujeitos que performam drag. A partir dos estudos da Comunicação, em diálogo com as categorias da sociabilidade, da performance, do gênero e dos estudos acerca das mídias sociais digitais, a pesquisa de campo, com inspiração etnográfica, aconteceu no período de março a dezembro de 2018, abrangendo a análise de cinco festas do NoiteSuja e de entrevistas, com roteiro semiestruturado, com nove interlocutoras Drags Demonhas. Dessa maneira, foi analisado como as Demonhas, por meio de práticas de sociabilidades e de performances articulam-se em redes on-offline, agrupam-se também em suas Haus e investem seus corpos nas ruas, em um Megazord de Demonhas, compartilhando pautas e resistindo, em existências atravessadas por sanções que tendem a buscar a normatização de seus corpos e a negação de suas vidas.

  • ELSON SILVA DOS SANTOS
  • EU ENCONTREI ELE NO GRINDR: processos comunicacionais e sociais entre jovens gays em Belém

  • Data: 26/06/2020
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  • Esta dissertação tem como objetivo, a partir de inspiração antropológica, compreender as
    práticas comunicacionais e sociais de jovens gays no aplicativo de relacionamento Grindr,
    utilizado na cidade de Belém e sua área metropolitana. Os aplicativos fazem parte do contexto
    entre sujeitos e aparelhos tecnológicos que abrangem as dimensões da vida e suas práticas
    sociais, como os relacionamentos. Percebe-se como a usabilidade do app Grindr torna-se
    mediadora e facilitadora de vínculos sociais tanto em visibilidades corporais e estéticas, quanto
    de conteúdos e interesses afins. As análises da presente pesquisa estão baseadas na interlocução
    entre a área da Comunicação com as categorias de sociabilidade, tecnologia e gênero. A
    pesquisa de campo consistiu em observação participante de 28 dias, nos meses de julho e agosto
    de 2019, em que se utilizou perfil no Grindr criado com esse propósito. Realizaram-se também
    entrevistas com roteiro semiestruturado com jovens que já utilizaram o Grindr em seus
    dispositivos móveis e buscaram experiências com outros homens. Assim, foi possível
    identificar como as questões de gênero estão presentes nas experiências desses usuários e nas
    suas relações sociais que se manifestam no aplicativo, trazendo reflexões sobre a relação de
    poder produzido pela homofobia e masculinidades em uma sociedade heteronormativa, na qual
    negociações e códigos sociais atravessam as performances e as identidades dos sujeitos.

  • MILENE COSTA DE SOUSA
  • ANTI-HOMOFOBIA NO FUTEBOL PARAENSE: Engajamento social nas torcidas de Remo e Paysandu.

  • Data: 25/06/2020
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  • A presente dissertação aborda a configuração do engajamento social contra a homofobia por parte das torcidas de Remo e Paysandu e de ambos os clubes paraenses na internet. Como objeto empírico, foram selecionados os posicionamentos das torcidas barras bravas Camisa 33 e Banda Alma Celeste; e dos clubes Remo e Paysandu, publicados em suas páginas oficiais no Facebook. Os processos de sociação no sentido da visibilidade trazida pela comunicação têm possibilitado discussões sobre a homofobia, que em 2019 foi criminalizada no Brasil pelo Superior Tribunal Federal (STF). Tais discussões alcançaram as arenas de futebol e o espetáculo cultural do futebol, onde a homofobia frequentemente é realizada pelos torcedores. A pergunta norteadora é: como o processo de engajamento social anti-homofóbico está sendo realizado em meio ao espetáculo cultural do futebol paraense? O objetivo principal é explanar o engajamento social contra a homofobia no futebol paraense, que por sua vez é marcado pela rivalidade entre Remo e Paysandu e seus respectivos torcedores. A metodologia utilizada é a análise de conteúdo de acordo com Laurence Bardin, e a pesquisa qualitativa e bibliográfica para obter referências teóricas adequadas, como Édison Gastaldo (2005), Itamar Gaudêncio (2003), Georg Simmel (1983), Roberto DaMatta (1982), Manoel Tubino (2001), Frederico Coelho (2006) e Mauricio Murad (2012), para estudos que possibilitaram a abordagem sobre o assunto proposto. O resultado da pesquisa aponta que o engajamento contra da homofobia significa um novo contexto no futebol, que tem a internet como peça fundamental para que seja mais relevante e desenvolvido em meio ao espetáculo do futebol paraense e brasileiro.

  • LANNA PAULA RAMOS DA SILVA
  • AGÊNCIA DE NOTÍCIAS JOVENS COMUNICADORES DA AMAZÔNIA: Práticas de Comunicação Alternativa Em Defesa da Juventude Negra de Belém do Pará

  • Data: 22/06/2020
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  • Esta pesquisa tem como tema a comunicação produzida pela Agência de Notícias Jovens Comunicadores da Amazônia (Agência JCA), um espaço de mobilização em defesa da juventude negra da Região Metropolitana de Belém, Pará, por meio da comunicação alternativa. A questão-problema que guia este estudo é: Como configuram-se as práticas comunicativas alternativas da Agência de Notícias Jovens Comunicadores da Amazônia em defesa da juventude negra belenense? Portanto, o objetivo geral desta pesquisa é compreender como se constituem as dinâmicas comunicativas alternativas da Agência JCA, no exercício da comunicação alternativa. Como objetivos específicos tem-se a) identificar como se configura a Agência de Notícias Jovens Comunicadores da Amazônia tendo como centralidade as evidências comunicativas e educomunicativas presentes; b) compreender como o extermínio da juventude negra da periferia apresenta-se como problemática frente a Agência JCA ; c) investigar e analisar as estratégias comunicativas realizadas pela Agência JCA e a contribuição destas em defesa dos jovens negros moradores de áreas periféricas da Região Metropolitana de Belém. A metodologia utilizada baseia-se na pesquisa bibliográfica; na realização de entrevistas semiestruturadas individuais com os jovens que participaram/participam do meio de comunicação e coordenadores do projeto. Além disso, também se realizou a observação participante em atividades promovidas pela Agência JCA. A fundamentação teórica deste estudo contou com discussões acerca da comunicação alternativa (Peruzzo, 2008; 2009; entre outros; AMORIM et al, 2015) , educomunicação (Soares, 2011; 2002), juventude (PAIS, 1990; DAYRELL, 2003) e extermínio da juventude negra (NASCIMENTO, 1978; MUNANGA, 2003; ALMEIDA, 2018; GOMES E LABORNE, 2018). Consideramos que a Agência JCA desenvolve por meio de seus conteúdos alternativos críticos-reflexivos acerca das juventudes e periferias de Belém e de suas ações, caminhos de mobilização, conscientização e luta contra o extermínio das juventudes negras de Belém e também a ampliação de direitos de cidadania, assim se constituindo como uma importante articulação em defesa das juventudes negras de Belém do Pará.

  • LAÍS TEIXEIRA DA SILVA PELAES
  • O Canto de um presságio: a ressignificação de tradições socioculturais no Cordão de Pássaro Colibri

  • Data: 30/03/2020
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  • O presente trabalho propõe um estudo de comunicação sobre o Cordão de Pássaro Colibri, um grupo folclórico que pertence a uma tradicional manifestação da cultura popular da Amazônia durante os festejos juninos na cidade de Belém – PA, os Pássaros Juninos. As peças dos pássaros seguem as tendências dos teatros europeus e são compostas por uma dramaticidade que gira em torno da perseguição de um caçador a um pássaro: os personagens que mais costumam aparecer nas peças são membros da realeza, índios, feiticeiros e caboclos amazônicos, se concretizando em uma teatralização do imaginário amazônico. A manifestação é também caracterizada como um processo de resistência sociocultural das populações amazônidas, usando o conceito de espetáculo apresentado por Requena (1988) e o conceito de imaginário amazônico de Paes Loureiro (1995). O Cordão de Pássaro Colibri possui uma estrutura tradicional no fazer de seu próprio espetáculo, que na atualidade apresenta modificações como uma tentativa de não tornar a prática cultural obsoleta. O objetivo deste trabalho é compreender os processos de modernização do Cordão de Pássaro Colibri, durante as atividades do Point do Colibri, como motivo para sua ressignificação e convergência (CANCLINI, 2008) e construção da identidade do grupo, enquanto espetáculos culturais tradicionais na Amazônia, por meio da observação participante nos moldes da estrutura de Peruzzo (2017), para que haja imersão no universo do Cordão de Pássaro Colibri e com as pessoas que dele participam, o que acarretará em dados anotados em um caderno de campo e algumas entrevistas. As observações foram redigidas em um caderno de campo, atingindo as páginas da pesquisa sob a forma de descrição e, logo após, serão feitas entrevistas a Laurene Ataíde, coordenadora do grupo, e com Louriene Ataíde, sua filha, resultando assim em uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório (GERHARDT e SILVEIRA, 2009), por se tratar de objetivar a compreensão acerca das dinâmicas de um grupo social.

  • MARÍA ALEJANDRA ROMERO SILVA
  • Jornalismo Especializado em turismo: novos modelos de conteúdo e distribuição no Instagram

  • Data: 30/03/2020
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  • A presente pesquisa sobre o jornalismo especializado em turismo objetivo estabelecer patamares de discussão e de compreensão dos conteúdos especializados na área de turismo em dois veículos comunicacionais digitais conectados: Instagram. Como hipótese de trabalho acredita-se que existe presença de características do jornalismo especializado nos conteúdos sobre turismo que circulam nas redes sociais citadas, resultado da migração de um modelo de negócio, gestão e distribuição tradicional da mídia. A pesquisa é do tipo qualitativa. Na coleta de dados considerou-se a entrevista como instrumento a fim de conhecer a realidade sobre turismo na região desde a perspectiva das comunicações. É apresentado também o modelo da Espanha intitulado Conta de @Paconadal, como exemplo de um veículo comunicacional inovador com conteúdo especializado sobre turismo nas plataformas digitais Instagram e Essa plataforma foi comparada aos conteúdos das contas de Instagram sobre turismo que focalizam Belém do Pará, om o intuito de compreender as modificações e as relações dos públicos com as produções informativas especializadas. Para auxiliar na discussão e argumentação teórica, traz-se uma revisão teórica sobre Jornalismo Especializado a partir dos autores Fernandez del Moral e Esteves (1993) e Conde (2005); para dialogar sobre as plataformas digitais e os novos ecossistemas mediáticos são importantes as contribuições dos autores Canavilhas (2013), Jenkins (2009) e Scolari (2011).

  • PRISCILLA BRITO COSME
  • ENTRE A CULTURA POPULAR E A ARTE URBANA: A cidade de São Caetano de Odivelas-Pará nos murais contemporâneos de And Santtos e Adriano DK

  • Data: 30/03/2020
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  • As cidades e seus sujeitos são historicamente construídos, suas memórias são fraturadas e a depender das condições de possibilidades visibilizam e silenciam discursos. Nesse sentido, tomamos a cidade não como um espaço neutro, esvaziado de memória, ou ainda um cálculo urbanístico, mas sim como espaço interativo e comunicativo. A partir desta perspectiva, iremos analisar os murais contemporâneos com a imensidão de cores, pincéis, tintas, spray de graffiti e Boi de Máscaras desenvolvidos pelos artistas Adriano Dk e And Santtos,com a noção de “odivelismo” proposta por ele, um estudo voltado aos valores sociais e culturais da cidade de São Caetano de Odivelas ,no estado do Pará. Nosso objetivo é compreender como suas obras traduzem o espaço urbano, interagem com os moradores da cidade e deixam ver a diversidade étnica de seus moradores. Para tanto, o trabalho de campo com base em tonalidades etnográficas, envolve entrevistas semiestruturadas com atores sociais da cidade, mas se pauta, sobretudo, nas experiências vividas na cidade em companhia do artista. Nosso referencial teórico-metodológico se fundamenta na formulação de cidade comunicativa, proposta por Lucrécia Ferrara (2015) e Canevacci (2004), nos estudos de Foucault (1999) sobre saberes sujeitados e na definição de mural contemporâneo Gitahy (2012) e sobre a abordagem antropológica do graffiti por Campos (2017). Esta investigação identificou uma forma de etnomural ,constituída como uma expressão pautada no cotidiano do odivelense,na poesia singular ,no sentimento do morador às margens do Rio Mojuim revelada em ritmos,sons e cultura popular,o olhar do mangue e da pesca ,do brincar no cortejo Boi de Máscaras materializada nos muros da urbe.

  • PRISCILA DE SOUSA NERES
  • ENTRE A VIOLÊNCIA E A MÍDIA: Percepções dos policiais sobre si

  • Data: 30/03/2020
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  • A presente pesquisa se propõe a analisar a relação entre a polícia e a mídia, a partir da narrativa do policial, ou seja, como ele percebe a construção de si e de sua atuação no noticiário paraense. Observamos que o policial militar é o sujeito mediador entre violência e sociedade. Ele é fonte, quem chega ao fato, sendo a voz que fala, ao mesmo tempo, pelo Estado, pela vítima e pelo acusado. Violência, policial e mídia estruturam entre si uma relação comunicativa, marcada por interações sociais. Neste sentido, a presente pesquisa terá como espinha dorsal as perspectivas teóricas do interacionismo simbólico, que se baseia nas premissas de que os indivíduos agem em relação ao mundo fundamentado nos sentidos que este lhe oferece; os significados adquiridos provem da interação social. Como procedimentos metodológicos, utilizamos a pesquisa qualitativa, levando-se em conta o caráter subjetivo da investigação, assim como a análise narrativa que objetiva compreender os significados que as pessoas constroem de si e de seu cotidiano. Para a coleta de dados foram feitas 20 entrevistas semiestruturadas com policiais militares, praças e oficiais, com atuação na área de execução da Polícia Militar do Pará, no policiamento ostensivo. Para o contato com esses policiais escolhemos o 20º Batalhão de Polícia Militar, localizado no bairro do Guamá, em Belém. Nos resultados identificamos que os policiais militares percebem um noticiário de si desproporcional; apontam a preferência da mídia em noticiar somente aspectos negativos da atividade, de modo exagerado e sensacionalista, em decorrência da audiência. O noticiário sobre si é taxativo, generalizado, há o apagamento da individualidade do policial. A recorrência de notícias sobre a violência, é considerada prejudicial e reforça a necessidade de que a atuação policial de combate à criminalidade ocupe mais espaço na mídia.

  • LAZARO TAVARES DE MAGALHAES JUNIOR
  • O RELATO JORNALÍSTICO EM TRANSFIGURAÇÃO: discursos, ações de linguagem e contato com fontes no contexto da ubiquidade e da midiatização

  • Data: 26/03/2020
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  • Este estudo parte da questão-problema: que transformações, ligadas ao contato com fontes, já são apontadas por apurações jornalísticas em grupos no aplicativo WhatsApp? O objetivo é avaliar mudanças nas relações de poder entre jornalistas e fontes, a partir de experiência de O Liberal com relatos colhidos no grupo “Depoimentos”, em 2018. Para isso, três situações de conversação foram definidas como categorias de análise: estratégias relacionadas ao controle do contrato de comunicação; estratégias relacionadas às condições de contato com as fontes; e estratégias relativas a agendamento de trabalhos da redação. Com a Teoria dos Atos de Fala (AUSTIN, 1990), avaliamos proferimentos ilocucionários e efeitos perlocucionários (por identificação de verbos em uso). Para isso, extraímos dados de conversações com apoio de software de análise textual IRAMUTEQ (CAMARGO, 2013): as ocorrências, frequências e gráficos de similitudes apoiaram análise discursiva posterior, onde avaliamos estratégias definidas pelas fontes para conduzir e controlar os trabalhos no grupo “Depoimentos”. Para anáise, recorremos a conceitos sobre contrato de comunicação e contrato de informação (CHARAUDEAU, 2013); e sobre condições de acesso à produção jornalística e ao discurso público (DIJK, 2018). Por fim, para avaliar contextos e dinâmicas ligados a grupos de WhatsApp, procuramos referências sobre midiatização (SODRÉ, 2007), dispositivos (FOUCAULT, 2019), dispositivos interacionais e arranjos disposicionais (BRAGA, 2018), ubiquidade (PAVLIK, 2014, SCHMIDT; COHEN, 2013) e também sobre lugares de memória (PALÁCIOS, 2014), enunciados e comunicações de terceiro tipo (MAINGUENEAU, 2004, 2017). Como resultados, observamos que: a) arranjos disposicionais tensionam e redefinem regimes de contrato de informação e contrato de comunicação entre jornalista e fontes; b) a cointencionalidade exigida na rede favorece o exercício de maior poder por parte das fontes, com maior controle sobre a apuração e coleta de relatos; c) para as fontes, o contrato em arranjos disposicionais favorece o alcance de metas prescritivas (levar o interlocutor a agir de
    determinada maneira), informativas (transmitir um saber guardado), incitativas (“fazer crer” nos fatos) e dirigidas ao páthos (“fazer sentir”); d) arranjos disposicionais no WhatsApp favorecem o acesso a espaços das redações; e) favorecem a filtragem de informações falsas e incorretas; f) estreitam relacionamentos com fontes; g) potencializam coberturas especiais ou setorizadas; h) favorecem a produção de conteúdos em narrativas trasmidiáticas.

  • FABIA MARIA SEPEDA BRABO
  • A PERIFERIA E O JORNALISMO POLICIAL PARAENSE: As construções e percepções de moradores do bairro do Guamá

  • Data: 26/03/2020
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  • Do jornal impresso às mídias sociais, a presença do discurso da violência está intrínseca no cotidiano da população. Diariamente, as mazelas sociais, refletidas nas lutas e dores de parte da população, são expostas por veículos de comunicação, sendo que parte deles seguem sustentando um modelo de negócio a partir de notícias popularescas e sensacionalistas. Por isso, esta dissertação tem como objetivo compreender quais as percepções e construções desenvolvidas por moradores da periferia de Belém quanto ao jornalismo policial, considerando que são eles quem ocupam com notável frequência o protagonismo nas notícias policiais, tanto como vítimas quanto como geradores dessa violência. Para o desenvolvimento da pesquisa, foi escolhido o bairro do Guamá como representativo dessa periferia, levando-se em consideração sua densidade demográfica, índices de crimes e os recentes casos de violência explorados nacional e internacionalmente pelos veículos de comunicação, a exemplo da “chacina do Guamá”. Considera-se a pesquisa relevante e inédita ao apresentar o outro lado do jornalismo policial impresso distribuído na Região Metropolitana de Belém. Em outras palavras, dispõe-se a dar verdadeira voz aos moradores da periferia quanto às suas opiniões em relação às notícias veiculadas nos cadernos policiais, bem como suas percepções da periferia e de seus indivíduos. O trabalho possui como referência de veículo com noticiário de cunho policial, a construção das narrativas de dois dos principais jornais policiais da RMB: Diário do Pará e Amazônia. Na construção teórica, foi realizada uma revisão histórica do jornalismo policial e da violência, bem como uma reflexão quanto as relações existentes dentro do espaço urbano no que remete à periferia. Sendo assim, três importantes momentos são demarcados na escritura dos procedimentos metodológicos da pesquisa, em que métodos qualitativos são aplicados nas análises, ou seja: primeiro uma reflexão em torno do ambiente periférico; em seguida, a análise da pesquisa bibliográfica já existente sobre o jornalismo policial de periódicos paraenses, buscando aprofundar o entendimento quanto à este fazer jornalístico; por fim, a exposição do resultado da pesquisa de campo desenvolvida com um grupo de moradores do bairro do Guamá – constituído por jovens moradores e lideranças comunitárias –, por meio do método chamado "grupo focal", a fim de entender a percepção dessa parcela da população quanto às narrativas policiais presentes nos jornais. Desse modo, dissertar sobre a periferia e sua complexa relação com o jornalismo impresso dos cadernos de polícia se mostra necessário, a partir do olhar crítico da periferia sobre estigmas, espetacularização da violência, exposição inconsequente de seus moradores e no modo no qual a linha editorial policial interfere nas suas vivências dentro da periferia e fora dela.

  • ALESSANDRA NUNES DE OLIVEIRA
  • DO EMBUSTEIRO AO EMINENTE ÍDOLO PARAENSE: a disputa política entre Magalhães Barata e Paulo Maranhão nas manchetes dos jornais Folha do Norte e O Liberal

  • Data: 26/03/2020
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  • Investiga as narrativas jornalísticas descritas nas manchetes dos Jornais Folha do Norte e O Liberal relacionadas ao político Magalhães Barata durante o período em que foi Senador da República pelo Estado do Pará, na década de 1940. As relações de confrontos entre as manchetes jornalísticas sobre a imagem política de Magalhães Barata, em ambos os jornais, reportam para a importância da história da comunicação da recepção referente à imagem de figuras públicas e seus efeitos de representação em sociedade. Por essa razão, problematiza-se a discussão sobre a construção da imagem política negativa de Magalhães Barata por via das manchetes no jornal de oposição, a Folha do Norte, e da imagem positiva de apoio, O Liberal, respectivamente. Do ponto de vista metodológico, o estudo aqui delineado surge de uma pesquisa interpretativa e documental com base na bibliografia e é um procedimento pautado, antes de tudo, na Análise do Discurso Crítico (ADC) e das imagens midiatizadas de Magalhães Barata, que eram veiculadas em ambos os jornais para os leitores da capital Paraense. Nesse contexto, quando nos referimos à política de Magalhães Barata, reportamo-nos à sua importância e legado histórico a partir de um recorte nas manchetes jornalísticas pelas quais será analisada a construção de enunciados, enunciações e imagens nos concernentes jornais.

  • ÂNGELA MÁRCIA BAZZONI REYER
  • DA “MORTE SOCIAL” À “MORTE PÚBLICA”: Midiatização da violência e o caso da jovem Senhorita Andreza, em Belém-PA

  • Data: 26/03/2020
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  • A presente pesquisa objetiva analisar a violência urbana e os processos de exclusão/inclusão na contemporaneidade, a partir do caso da jovem Andreza Ariane Castro de Sousa, de 23 anos, conhecida como “Senhorita Andreza”, desde sua aparição midiática, em 2016, até seu assassinato, em 2017. A jovem era negra, pobre, moradora da periferia e se envolveu com o tráfico de drogas e outras ilicitudes. Nosso objetivo, a partir dessa microssituação comunicativa, foi compreender como as pessoas constroem os sentidos e reagem às narrativas de violência urbana sobre a jovem paraense e suas manifestações nas redes sociais institucionais na internet, por meio da fanpage do Portal de notícias Diário Online - DOL no Facebook. Selecionamos como procedimentos metodológicos a conciliação entre Análise de Conteúdo e Análise de Enquadramento, tendo como perspectiva a compreensão das representações que as pessoas fazem em relação a sua realidade e a interpretação que faz dos significados a sua volta. A comunicação é explorada como um processo através do qual a experiência é possível e se constitui. Nas análises identificamos como jovens em condições semelhantes à de Andreza vivem em situação de invisibilidade, ou de “morte social”, pois a eles são negados todo e qualquer direito, assim como são colocados na categoria de indivíduos do mal contra os indivíduos de bem, sendo esses últimos os que devem ser protegidos e defendidos. Vimos que os discursos de ódio estão enraizados na cultura contemporânea e ganham novos desdobramentos com o reforço de ideias cruéis de senso comum e a legitimação da violência; porém precisam ser controlados, selecionados, organizados e redistribuídos com apoio de procedimentos que eliminem os seus perigos e poderes. Uma das verificações deste estudo foi a de que, quando a violência que envolve adolescentes e jovens é pautada pela imprensa, esta continua tendo dificuldades em alcançar uma informação de qualidade, diversa e propositiva; faltam opinião, contestação e argumentação profundas. 

  • MAYRA LEAL DO NASCIMENTO
  • TORCIDA, SUBSTANTIVO FEMININO: interações e relações de gênero nas torcidas do clássico Remo x Paysandu

  • Data: 26/03/2020
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  • A dissertação traz uma análise das relações de gênero e interações das torcidas do Clube do
    Remo e do Paysandu Sport Club, a partir de metodologia de inspiração antropológica. Com o
    objetivo de analisar como as questões de gênero se manifestam nas interações constitutivas
    do ser torcedora destes clubes e nas performances das torcidas do clássico, a pesquisa alia
    observação participante nas arquibancadas em dias de RexPa a entrevistas semiestruturadas
    com torcedoras que frequentam o estádio. A observação participante foi realizada em ambas
    as torcidas, durante clássicos disputados no Estádio Mangueirão, em Belém, nos anos de
    2018 e 2019, permitindo a apreensão de fenômenos e experiências coletivas. Já as entrevistas
    foram feitas com oito interlocutoras - quatro torcedoras do Remo e quatro do Paysandu - com
    trajetórias e perfis diferentes, considerando suas subjetividades e experiências pessoais e
    articulando-as com os dados observados em campo. A perspectiva de análise adotada parte de
    uma abordagem relacional da comunicação e de gênero e permite identificar práticas e rituais
    coletivos e individuais de torcida, interações construídas no âmbito do torcer, relações sociais
    e de afeto que envolvem as experiências e como questões de gênero e poder estão implicadas
    em todo esse processo. Entre os principais conceitos acionados estão os de performance e
    performatividade; de comunicação e interação tendo o corpo como cerne; o de poder e
    matrizes de dominação; e discussões sobre gênero. Compreende-se o estádio como ambiente
    comunicacional que permite a vinculação entre os corpos e evidencia-se a relação entre
    mulheres e futebol ao longo da história até os dias atuais, discutindo-se as relações de poder
    construídas nesse esporte e as estratégias de resistência adotadas. Assim, foi possível
    identificar que as questões de gênero se manifestam nas trajetórias individuais das torcedoras,
    ora por meio de adequação a uma performatividade masculina dominante, ora pela utilização
    de estratégias para demarcar o lugar da mulher no futebol. Estas estão presentes nas
    experiências tanto de afeto quanto de desrespeito e em situações estruturais do estádio de
    futebol. Em relação às performances da torcida, foi possível verificar como as opressões de
    gênero aparecem por meio de silenciamentos, masculinidades e homofobia. O percurso de
    pesquisa também permitiu visualizar o papel dos afetos no torcer e a dimensão sensível que
    envolve esta prática.

  • BIANCA CONDE LEAO
  • TIPOLOGIA DAS RELAÇÕES SOCIAIS DE SCHÜTZ E A ÉTICA DA ALTERIDADE: a experiência urbana do jornal “A verdade rua e crua”

  • Data: 25/03/2020
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  • Desde novembro de 2015, a Região Metropolitana de Belém conta com um jornal cujo conteúdo é elaborado exclusivamente por pessoas que vivem ou vivenciaram a situação de rua: o jornal “A verdade rua e crua”. Mas quais as potências das “narrativas errantes” (JACQUES, 2012) expressas nestas páginas? Esta inquietação, ou questão-problema motivou a proposta desta dissertação de mestrado. Nos propomos a observar as práticas sociais intersubjetivas destes jornalistas de rua e apreender seus relatos a fim de perceber as produções de sentido que se revelam por meio desta experiência. Para isso, recorremos à tipologia das das relações sociais de Schütz (1979; 2012) a fim de sistematizar os relatos de experiências obtidos por meio dos impressos e de entrevistas semiestruturadas com alguns dos integrantes do projeto. Tomamos como base transversal a ética da alteridade de Lévinas (1980) para levantar a hipótese de que o jornal funciona como um espelho que pode revelar o Rosto do Outro, Rosto este entendido como o um caminho para o exercício da ética da alteridade. Como procedimento metodológico, além das entrevistas semiestruturadas em profundidade, usamos a observação participante e análise de conteúdo dos textos dos exemplares do jornal. Esperamos que, por meio desta dissertação, seja possível fazer uma interpretação crítica sobre esta experiência da população de rua da Grande Belém em fazer um jornal, bem como partir do Rosto destas pessoas para levantar reflexões sobre a responsabilidade ética de cada um diante das pessoas em situação de extrema vulnerabilidade.

  • MARIANA PEREIRA DA SILVA
  • MANSU NANGETU: território comunicacional de lutas e resistências do candomblé

  • Data: 24/03/2020
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  • Esta pesquisa tem como título “Mansu Nangetu: território comunicacional de lutas e resistências do candomblé”. O Mansu Nangetu é um terreiro de candomblé Angola e também Instituto voltado ao desenvolvimento social situado na cidade de Belém do Pará. A questão problema está assim estabelecida: como se constituem os processos comunicacionais do Mansu Nangetu para disputar territórios e demarcar a resistência político-religiosa em favor dos povos de terreiro em Belém do Pará? Como hipótese considera-se que o Mansu Nangetu é um complexo território comunicacional, com interações que se realizam tanto no campo físico, material, do ativismo político como também por meio da relação imaterial. Um território comunicacional em que se desenvolvem sentimentos, curas, identidade, bem-estar, tensões, lutas, que culminam na organização dos povos de terreiro enquanto indivíduos políticos reivindicadores de direitos na sociedade. A metodologia é feita através da experiência proporcionada pela imersão no campo junto a entrevistas dialógicas com a mãe de Santo Mametu Nangetu. O trabalho tem como aporte teórico autores como Jesús Martín-Barbero (1997), Cecília Peruzzo (2014), Vagner Gonçalves da Silva (2005) e Muniz Sodré (2017) para falar sobre comunicação e afro-religiosidade e os tenciona com os autores Yi-Fu Tuan (1983) e Milton Santos (2002) para construir o entendimento de território comunicacional. A pesquisa pretende acrescentar na bibliografia sobre comunicação, afro-religiosidade e direitos de cidadania.

  • VANESSA MONTEIRO DA SILVA
  • UM AMOR SEM FIM: interações e afetos entre ouvintes de um programa romântico de rádio em Belém, no Pará

  • Data: 24/03/2020
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  • O objetivo desta pesquisa é compreender a dinâmica de interações em grupo de whatsapp que leva à construção de vínculos afetivos entre ouvintes e programas de rádio, a partir do estudo do programa Amor Sem Fim. O programa é transmitido desde 1993 pela rádio 99FM, em Belém, no Pará. O Amor Sem Fim se propõe a embalar “os corações apaixonados” e, mais do que apresentar uma produção musical romântica, também faz as vezes de correio amoroso entre seus ouvintes. Por meio de um quadro chamado Clube da Amizade, os ouvintes têm a chance de se conhecer, e, a partir daí, desenvolver (ou não) algum tipo de relação. Em todo esse tempo de duração, vários casais já se formaram por intermédio do programa, e o Amor Sem Fim continua desempenhando seu papel de cupido. Desde 2014, o programa passou a ter uma nova forma para interação com o ouvinte: o whatsapp. Sem ter mais espaço para falar ao vivo durante o Amor Sem Fim, a inclusão do aplicativo como forma de participação na rádio fez com que os ouvintes avançassem em suas formas de interação, criando grupos de whatsapp formados somente por pessoas que gostam de ouvir o programa. Com isso, eles passaram a interagir independente do horário de transmissão do Amor Sem Fim e da mediação do Clube da Amizade. Um desses grupos é o “Amigos do Aelson”, cujas interações saíram do campo virtual e foram para o presencial, com os ouvintes promovendo encontros em shoppings, clubes e restaurantes. Com essa interação, os integrantes do grupo acabam por estabelecer laços, que vão de amizades a romances. Este estudo se propõe a ter uma concepção relacional (FRANÇA, 2016; SODRÉ, 2006), tendo como teorias norteadoras os estudos das interações (LEMOS, 1997; THOMPSON, 1998, 2018; PRIMO, 2007) e das relações de afeto estabelecidas entre ouvintes (RECUERO, 2005, 2009; RUDIGER, 2013; GRISA, 2003). Para isso, é necessário compreender as especificidades do meio rádio, desde os estudos clássicos (LOPES, 1988; BACHELARD, 2005; MCLEISH, 2001), até a atualidade, com suas novas características e transformações (KISCHINHEVSKY, 2007, 2016; PRATA, 2002, 2008; QUADROS, 2003, 2017). Para alcançar o objetivo desta pesquisa, a metodologia adotada seguiu uma abordagem qualitativa, com a utilização de técnicas como a realização de entrevistas, diário de campo, observação participante e pesquisa documental. A partir dos dados obtidos e da teoria consultada, a análise dos dados mostrou que o ouvinte apresenta diversas formas de interação, confia na amizade com o locutor, cria vínculos afetivos no grupo e percebe o programa como laço que une todos eles.

  • GERSIKA DO NASCIMENTO BEZERRA
  • MÍDIA E DIÁSPORA VENEZUELANA: Recepção dos leitores sobre a migração no G1 Roraima

  • Data: 20/03/2020
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  • A presente dissertação faz um estudo de recepção nos processos comunicacionais sobre a migração transnacional Venezuela-Brasil, com foco sobre a fronteira Norte do país pelo estado de Roraima. A análise se constrói mediante a produção jornalística do portal G1 Roraima no período de janeiro de 2016 a agosto de 2018. A Venezuela tem um histórico de oscilação da economia e atravessa um colapso político, econômico e social, havendo grande desabastecimento de alimentos e remédios, entre outros produtos de primeira necessidade, bem como uma superinflação, ocasionando a intensificação do fluxo migratório de venezuelanos que têm se mudado para Roraima e outros lugares em busca de sobrevivência e melhores condições de vida. Com isso, a diáspora venezuelana entrou na pauta do jornalismo mundial, nacional e local, sendo que este tem lançado olhar atento, particular e especializado ao tema, aumentando o número de publicações sobre o assunto. A pesquisa tem como objeto empírico o estudo dos comentários das publicações do site jornalístico G1 Roraima sobre a migração dos venezuelanos. Assim, busca-se verificar quais sentidos são elaborados nos comentários deixados pelos leitores nas matérias jornalísticas acerca do tema da migração recente para Roraima. A base teórica aborda as migrações transnacionais e seus conceitos, os estudos de recepção latino-americanos e a internet como dispositivo cultural. Partimos de uma revisão bibliográfica que inclui George Simmel, Jesus Martín-Barbero, Néstor Garcia Canclini, Stuart Hall, Denise Cogo e Vilso Santi Junior. O procedimento metodológico consiste em pesquisa empírica, multimetodológica de cunho qualitativo, com sustentação dos estudos culturais de vertente latino-americana, além da análise de conteúdo, utilizando como métodos de coleta as pesquisas bibliográfica e documental, a entrevista em profundidade e o levantamento de comentários de leitores das notícias sobre a migração. Como resultados apontamos os comentários como espaços de negociação de sentidos, com exposição de opiniões que abordam desde o contexto político atual brasileiro até o debate sobre diversos aspectos da cultura nacional, fragilidades internas do Brasil, e da geopolítica mundial, passando por temas que envolvem valores, como solidariedade e compaixão, além de repulsas como aporofobia e xenofobia.

  • SUZANA DE CASSIA SERRAO MAGALHAES
  • COMUNICAÇÃO E PEDAGOGIA DELIBERATIVA: diálogos e tensionamentos em uma escola pública

  • Data: 13/02/2020
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  • Experiências em pedagogia deliberativa vêm sendo realizadas em escolas e Universidades dos Estados Unidos e Europa. No Brasil, trata-se de uma iniciativa inédita, chamada de “Deliberação em escolas públicas: criando capacidades deliberativas” (UFMG, UFPA, Universidade de Berna - Suíça e Universidade da Carolina do Norte – EUA, financiado pela CAPES e CNPq), denominada simbolicamente de “Compartilha”. A presente dissertação tem como problema de pesquisa compreender como se deu a prática da pedagogia deliberativa na fase piloto do Compartilha em Belém, e tem como objetivo analisar as interações, tensionando teoria e prática. Para isso, partiu-se da fundamentação teórica da comunicação de abordagem relacional, por meio dos conceitos de reflexividade e dupla afetação (MEAD, 1937), agir comunicativo orientado para o entendimento mútuo (HABERMAS, 2003) e comunicação tentativa (BRAGA, 2017). Traz-se, também, um debate sobre a pedagogia deliberativa, o ambiente escolar, a teoria deliberativa e as relações entre comunicação e deliberação. O percurso metodológico foi uma participação observante realizada em cinco encontros em uma turma de 1ª série do Ensino Médio, de uma escola pública estadual de Belém-PA. Como resultados, verificou-se que as dinâmicas proporcionaram tanto momentos dialógicos quanto momentos reflexivos, bem como a aprendizagem dos princípios deliberativos. Esse trabalho se constrói na interface entre comunicação, deliberação e educação e contribui para esses campos, assim como para o próprio “Compartilha”, ao discutir que a pedagogia deliberativa rompe em algum grau com a pedagogia disciplinar, mas não totalmente. 

2019
Descrição
  • PATRICIA TEIXEIRA AZEVEDO WANDERLEY
  • Alô, Alô Amazônia: o rádio que o ouvinte também faz

  • Data: 20/12/2019
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  • Esta pesquisa se propõe analisar o discurso produzido pelos ouvintes da Rádio Difusora de Macapá, buscando compreender de que forma se dá a interação entre os ouvintes e a rádio. Ao abordar as características do sujeito amazônico, a partir da análise de seus recados e mensagens, divulgados no programa Alô, Alô Amazônia, procuramos analisar o texto, suas marcas e suas características. O referencial teórico e metodológico principal traz autores como Benetti, Bakhtin e Bourdieu. Constatamos a importância do rádio para as comunidades ribeirinhas dos estados do Pará e Amapá, mesmo em tempo de efervescência das redes sociais, com ênfase para a relação estabelecida entre ouvintes e locutores. A análise quantitativa de 117 mensagens nos mostrou também que o público feminino é o que mais envia mensagens e o público masculino o que mais recebe. Os textos chamam a atenção para as relações de parentesco que precedem seus nomes; para o rio, sua principal avenida; para malha fluvial, principal meio de transporte; e para as diferentes religiões, que fazem parte do cotidiano e dos hábitos dos ribeirinhos.

  • FLAVIA CELEIRA CORTEZ
  • Luta por Reconhecimento: uma análise intersubjetiva das histórias de vida de catadoras de materiais recicláveis.

  • Data: 30/09/2019
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  • Os catadores de materiais recicláveis enquanto categoria trabalhista configuram um
    fenômeno social do sul global e explicita contradições econômicas, sociais e ambientais
    na dinâmica do capitalismo global. Na América Latina, essa categoria se organiza por
    meio da Rede Latino Americana e do Caribe de Recicladores – RedLacre, em escala
    nacional pelo Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis – MNCR, e
    no Pará pelas redes: Rede Recicla Pará, Rede CataPará e Rede CentPará, compostas por
    diversas cooperativas e associações na Região Metropolitana e interiores. No decorrer
    da pesquisa se percebe que a luta por reconhecimento é o enunciado que une tanto o
    discurso do movimento social quanto a história de vida e subjetividade destas pessoas, o
    eixo em que se funde trabalho e vida. A partir dessa percepção, o objetivo desta
    pesquisa foi compreender como a relação entre as dimensões da luta por
    reconhecimento proposta por Axel Honneth (2009) dialoga e explicita as relações de
    colonialidade do poder (Quijano, 2005) a partir das narrativas de histórias de vida das
    catadoras. A pesquisa apresenta no capítulo 1 a contextualização dos catadores hoje
    dentro de cooperativas e associações a partir de pesquisas realizadas na Universidade
    Federal do Pará, e discute potencialidades de pesquisa dentro deste contexto. No
    capítulo 2 aborda a colonialidade do poder a partir de Quijano e Mignolo (2005) para
    compreender outras perspectivas de interpretação das complexidades subjetiva e
    material na América Latina. No capítulo 3 se presenta o conceito de luta por
    reconhecimento em Honneth (2009) a partir das dimensões amor, direito e estima social,
    como conceitos para se analisar as histórias de vida das catadoras de materiais
    recicláveis a partir de uma perspectiva de como essas falas abordam a luta por
    reconhecimento e perpassam a construção de subjetividades na colonialidade.

  • NATHÁLIA LIMA KAHWAGE
  • REPRESENTAÇÃO POLÍTICA, GÊNERO E RELAÇÕES DE PODER: Análise de aspectos discursivos da atuação das vereadoras de Belém e de Manaus no Facebook

  • Data: 30/04/2019
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  • A sub-representação e a marginalização feminina na política formal são achados recorrentes em pesquisas e estudos de diversos países, incluindo o Brasil. São fatores que indicam uma relação de poder fundamentada na dominação masculina sobre as mulheres e estruturada pela divisão sexual do trabalho. No entanto, tais dados revelam apenas uma face do poder comumente associado ao exercício de governo, mas que, nesta pesquisa, é analisado sob outras nuances: empoderamento, resistência e solidariedade. A tentativa de silenciamento histórico da voz pública da mulher nos espaços públicos e a utilização de estereótipos nas carreiras políticas possibilitam que mulheres eleitas ressignifiquem o exercício da atividade política, em ambientes comunicacionais menos convencionais, como as mídias digitais. Nosso problema, nesta pesquisa, é investigar, a partir dos vídeos do Facebook das vereadoras de Belém e de Manaus, como as relações de poder (power over, power to e power with) atuam na configuração da representação discursiva das parlamentares, em um ambiente comunicacional em que elas têm domínio do próprio discurso, seja recorrendo, negando ou ressignificando estereótipos. Para tanto, analisamos um corpus de 210 vídeos postados em perfis sociais e fanpages das vereadoras da Câmara Municipal de Belém, Marinor Brito (PSOL), Simone Kahwage (PRB) e Blenda Quaresma (MDB), e nos da Câmara Municipal de Manaus, Glória Carratte (PRP), Joana D‟arc (PR), Professora Jacqueline (PHS) e Professora Therezinha (Democratas), no período de 04 de agosto de 2015 a 08 de março de 2018. Os dados obtidos foram submetidos à análise de conteúdo, sendo geradas 13 categorias: informações gerais; formato do vídeo; função do vídeos; projetos de autoria; onde está a vereadora; atual gestão municipal; gestão estadual; temática central; partido político; estereótipos (principal e secundário); relações de poder (principal e secundária). Além da apresentação de dados gerais quantitativos dos achados nessas categorias, realizamos discussões específicas sobre o referencial bibliográfico envolvendo representação política, gênero e comunicação.

  • ROBERTA ARAGAO MACHADO
  • Belém a partir das margens: Mulheres negras em marcha

  • Orientador : OTACILIO AMARAL FILHO
  • Data: 04/04/2019
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  • As novas tecnologias de comunicação possibilitam um redimensionamento dos modos de organização de inúmeros movimentos sociais como, por exemplo, o feminismo que, a partir da popularização de redes como Facebook, Instagram e Youtube, apresenta uma prática denominada Ciberfeminismo. Esta pesquisa pretende investigar como a organização em redes eletrônicas permite aos grupos ciberfeministas novas construções acerca de quem são as mulheres da/na Amazônia, o corpus da pesquisa centra-se na atuação das Ciberativista negra do Pará, serão investigadas aqui como fenômenos sociais e manifestações dos novos discursos feministas sob o viés das teorias da comunicação, além da observação de como elas se organizam politicamente e mesclam ativismo e arte. Do ponto de vista teórico, a pesquisa se apoia na Teoria do Ciborgue de Donna Haraway (1984), nos estudos sobre Cibercultura de Lemos (2004), Jenkins (1992) e Sodré (2002). Revisitando também as teorias de transformação da cidade e apropriação do espaço público sob a ótica da desigualdade de gênero. Do ponto de vista metodológico utilizamos a revisão bibliográfica sobre o tema de ciberfeminismo circunscrevendo a temática da Amazônia. Buscaremos também utilizar a técnica de entrevistas com perguntas semi-estruturadas a fim de lançar luz sobre as diferenças existentes entre o ciberfeminismo negro na/da Amazônia. O objetivo é exaltar a marcha feminina como um ato político que não necessariamente está dissaciado das manifestações no ambiente virutal. Pretende-se assim apresentar os fenômenos descritos acima tanto em âmbito teórico quanto empírico, procurando investigar as diferentes problemáticas levantadas pelas ciberfeministas na sua relação com a tecnologia e com a Amazônia.

  • BARBARA LEAO SILVA
  • PARTILHA DA INTIMIDADE E BUSCA DE ACOLHIMENTO
    Testemunhos e interações da comunidade LGBTI no grupo Lana Del Ray Vevo

  • Data: 28/03/2019
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  • Na pesquisa aqui apresentada discutimos as formas de exposição do eu e a busca por acolhimento nas interações da comunidade LGBTI no grupo secreto Lana Del Ray Vevo, no Facebook. Ele foi criado em 2013, com o objetivo de somente produzir conteúdo para a página homônima a ele no Facebook. Atualmente, após atingir quase um milhão de membros, o LDRV ganhou inédita popularidade na rede social em que está hospedado. O grupo tem sido palco para a representatividade da comunidade LGBTI, da qual a maioria de seus integrantes faz parte. Frente às demandas por escuta e acolhimento dessa comunidade, revelou-se um ambiente propício para os testemunhos e compartilhamento de experiências delas. A pesquisa dialoga com Goffman (1985), Giddens (2002), Papacharissi (2011) e Sibilia (2004) para compreender as representações do eu nesse ambiente da rede social e do grupo LDRV, bem como recorre a Queré (1991) e França (2004) para entender os princípios norteadores das interações no grupo. A fluidez de fronteiras e as interpenetrações entre o púiblico, o privado e as relações que se estabelecem e o íntimo nas interações ocorridas no ambiente virtual são discutidas com base em Winocur (2011, 2012) e Arfuch (2010), enquanto que os papéis sociais desempenhados no grupo e as relações que se estabelecem nas redes sociais da internet são observados a partir de Recuero (2009). Para mais, Ricoeur (2014) nos permite compreender a construção da imagem de si. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa tem como recorte postagens com testemunhos sobre o momento da “saída do armário” de membros do LDRV, entendendo-o a partir das formulações de Sedgwick (2007) sobre a “epistemologia do armário” e se aliando em pesquisas recentes sobre o tema como Silva Filho (2012), Reis (2017) e Serejo (2018) para montar o contexto que permeia a pesquisa. Vale-se da netnografia, tal como proposta por Kozinets (2014), para analisar as postagens, combinando-a com entrevistas semiestruturadas com membros da comunidade LGBTI autores das postagens selecionadas. Busca-se compreender porque o LDRV se tornou, em meio às banalidades do cotidiano compartilhadas no grupo, um ambiente em que os participantes expõem a vida pessoal, privada e íntima, no afã de ali terem atenção e serem acolhidas.

  • MARCIO MONTEIRO DIAS
  • Pink Money e Comunicação: análise de narrativas publicitárias e das interações em pontos de vendas de consumo LGBTI na cidade de Belém

  • Data: 28/03/2019
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  • Esta pesquisa analisa as estratégias de comunicação do mercado para o segmento LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros e Intersexuais), bem como o papel da publicidade e propaganda como construtora de significados e suas contribuições na representação e firmação desse segmento, especialmente a partir das contribuições dos estudos de consumo, de gênero e sexualidade, das representações sociais, do marketing e da comunicação. Para isso, considera-se o potencial de compra e a emergência das discussões sobre as questões de gênero e sexualidade, neste sentido contextualizadas para o cenário das novas formas de comunicação e das narrativas publicitárias, a partir da observação de alguns exemplos publicitários direcionados ao referido público. Além disto, busca-se traçar uma investigação, em paralelo com o cenário vivenciado nas peças publicitárias, com as formas pelas quais os pontos de venda estão recebendo e lidando com a diversidade de seus clientes/consumidores, atuais e potenciais, utilizando estudo etnográfico realizado em dois shoppings da cidade de Belém – Pará, por meio de uma simulação de compra. Dessa forma, a experiência da divulgação e da compra são compreendidas, neste estudo, não apenas como troca de valor mercadológico e monetário, mas como uma das possibilidades de debates, vivências e trocas simbólicas que ocorrem com interferência e influência dos demais aspectos que tecem o tecido social da vida, em determinados contextos, como a construção de estereótipos e de preconceitos sociais, entendidos pelo prisma do consumo e das relações sociais e comunicacionais daí advindas.

  • NATHAN NGUANGU KABUENGE
  • O IMAGINÁRIO SOBRE A CIDADE: entre experiências e socialidades nas narrativas de mídia e dos indivíduos em Belém do Pará

  • Data: 21/03/2019
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  • A presente proposta objetiva analisar as experiências e socialidades entre a cidade de Belém, os indivíduos e a mídia, a partir do imaginário construído nas narrativas cotidianas de (des)construção e (res)significações da cidade, considerando que este imaginário, em certa medida, se constituiria como elemento estruturador das socialidades na contemporaneidade. A perspectiva de análise parte de uma abordagem da hermenêutica compreensiva, procurando entender como as narrativas cotidianas da cidade, ou aquelas que resultam do poder de construir o que é a realidade na experiência de um indivíduo ou de uma comunidade. Considera-se assim, a conversa na mesa do bar, na rua, no comércio, na praça, na mesa do jantar, no taxi, na mídia, entre outras conversas, como narrativas cotidianas. A partir de duas perspectivas: a) as narrativas dos jornais Diário do Pará e O Liberal, com o uso da técnica “semana construída”, em suas edições publicadas de 2000 até 2017. A seleção desses dois periódicos paraenses foi motivada pela representatividade sociopolítica e cultural de ambos na construção de experiência e da intersubjetividade entre indivíduos, principalmente dos belenenses; e, b) as narrativas dos taxistas de Belém, considerando que parte deles são leitores potenciais dos jornais, assim como ‘transitam’, devido sua atividade, pela cidade. No percurso metodológico fez-se uso de entrevista semiestruturada, na qual foram selecionados 15 (quinze) taxistas de três bairros: Cidade Velha, Jurunas, Marambaia, que exercem a profissão há mais de 18 (dezoito) anos no intuito de perceber as manifestações do imaginário da cidade. O corpus da pesquisa possibilita observar nas duas narrativas, certas regularidades de (des)construção de Belém o que é fundamental para a análise. Assim, falar da cidade geralmente remete à problemática da urbanização, mas nesta pesquisa, nosso olhar se volta a compreender a relação dos produtores do urbano (cidade) e os processos comunicativos.

  • ANDRÉ LUIZ PALMEIRA DA SILVA
  • O DISCURSO MIDIÁTICO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS:
    Análise da cobertura ambiental de O Liberal e Folha de S. Paulo

  • Data: 21/03/2019
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  • O objetivo do estudo foi analisar o discurso sobre mudanças climáticas produzido nas coberturas sobre meio ambiente dos jornais O Liberal e Folha de S. Paulo, no ano de 2015, quando ocorreu a Conferência do Clima em Paris conhecida também como COP-21. Foi realizada uma análise comparativa entre os discursos dos jornais, abrangendo o mesmo período e utilizando o mesmo referencial teórico-metodológico, tendo por base principal a Semiologia dos Discursos Sociais, por meio de conceitos encontrados nas obras de autores como Eliseo Verón e Mikhail Bakhtin. A metodologia da pesquisa está ancorada na Análise do Discurso de vertente francesa. Trabalhamos também com o conceito de Formação Discursiva, de Michel Foucault. Para operacionalizá-la, recorremos à plataforma on-line dos respectivos jornais, para consulta das edições e análise dos textos jornalísticos. No total foram analisados 38 textos do jornal Folha de S. Paulo e 27 textos de O Liberal.

  • JESSE ANDRADE SANTA BRIGIDA
  • DE MOÇOS ALEGRES A LGBTs: Explorando memórias e história sobre os homens homossexuais na produção  enunciativa dos jornais Folha do Norte e O Liberal (1901-2011) em Belém, Pará

  • Data: 20/03/2019
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  • O trabalho tem o objetivo de explorar os enunciados e as enunciações elaboradas pelos jornais Folha do Norte e O Liberal sobre os sujeitos homossexuais em Belém, Pará, entre os anos de 1901 e 2011, com a finalidade de perceber as memórias sobre os sujeitos homossexuais. O estudo é pertinente diante do momento atual em que os mais variados sujeitos sociais buscam se autoafirmarem como sujeitos de direitos. Devido ao grande percurso, elaboramos um procedimento metodológico de fazemos coleta de dez em dez anos, nos meses de fevereiro e/ou março (Carnaval) agosto, setembro e/ou outubro (Festa da Chiquita Bacana e Paradas LGBTs de Belém), sempre observando sete edições da semana do mês dos eventos que, a partir do levantamento bibliográfico, mostraram-se uma maior possibilidade de emergência de enunciados/enunciação a respeito de homossexuais. Para não deixar nenhuma década descoberta, nos anos sem recorrência de textos sobre homossexuais, observamos três anos seguintes. Foram 18 anos, sete edições de cada evento, que somam 147 edições. Desse total, coletamos 53 textos que tinham alguma menção explícita ou sugestiva sobre homossexuais, sendo 12 da Folha do Norte e 41 de O Liberal. Para auxiliar na contextualização da sociabilidade homossexual em Belém, entrevistamos três homens homossexuais com idades entre 50 e 70 anos, moradores de Belém desde 1960. A pesquisa se apoia nos estudos dos historiadores James Green (2000), Petter Fry (1986) e João Silvério Trevisan (2000) para entender a história dos homens homossexuais no Brasil no século XX. Discutimos, ainda, ao longo do trabalho, o enlace entre memória, comunicação e enunciado/enunciação nos jornais impressos, articulando as posturas teórico-metodológicas de Jacques Le Goff (2013), Maurice Halbwachs (1990), Jan Assman (2008), Marialva Barbosa (2009), Antônio Fausto Neto (2016; 2010; 1999), Marcia Benetti Machado (2006), entre outros. Tendo isso em vista, discutimos e apresentamos os dados partir das seguintes categorias: a) de moços alegres a travestis; b) Homossexuais, gays e LGBT’s; c) Ênfase na enunciação; d) Homossexualidade e religião; e) Histórias carnavalescas; e, f) O filme Giselle. Categorias que nos possibilitaram perceber, a partir dos enunciados\enunciações, as memórias sobre os homossexuais nos jornais Folha do Norte e O Liberal, memórias cristalizadas sobre a homossexualidade masculina na imagem da travesti como símbolo que estrutura boa parte das memórias a respeito dos homens homossexuais.

  • CAMILA DE ANDRADE SIMOES
  • IDOSOS E INTERNET: mediações nos usos de serviços bancários digitais

  • Data: 14/03/2019
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  • Em um contexto de popularização da internet, principalmente através de dispositivos móveis, inclusão digital é uma expressão ligada à democracia de uso de tais meios. Entre os grupos denominados de excluídos, a pessoa idosa é notada e a problematização segue na relação de interação instrumentalizada que mantém com
    empresas privadas e os aparatos tecnológicos conectados colocados em circulação. Vale destacar o envelhecimento da população mundial e brasileira, além da constatação tímida em direção a literacia digital da pessoa idosa – do âmbito acadêmico ao doméstico. Adiante acreditou-se necessário olhar de perto para um ator
    tecnológico que apresentasse proximidade considerável com a sociedade brasileira, de modo geral. Assim, a categoria instituição financeira foi selecionada por representar aquela por meio da qual uma sociedade do capital realiza suas principais transações, constantes e obrigatórias (recebimentos e pagamentos). É um tipo de ator social que tem em sua história, íntima ligação com os avanços tecnológicos e de comunicação, que envolve, hoje, a maioria dos serviços oferecidos. Assim, coloca-se frente à frente dois atores sociais com interesses diversos, afim de verificar esta relação a partir da recepção. Isto posto, como objetivo central, quer-se compreender quais os sentidos produzidos pela pessoa idosa sobre os meios digitais bancários. De forma específica, (1) verificar como se dá a relação entre o grupo de pessoas idosas investigado e a instituição, (2) levantar quais os dispositivos mais utilizados pelos idosos e pelos bancos para este fim e (3) buscar compreender quais fatores mediam os usos que os idosos fazem de tais serviços e dispositivos. Tendo como proposta metodológica a entrevista semiestruturada, aplicada aos grupos de pessoas idosas, e a observação
    direta a cursos de informática oferecidos para pessoas idosas no centro da cidade de Belém do Pará. Os resultados indicam o pouco ou nenhum uso dos aplicativos bancários pela pessoa idosa investigada. Entre os que utilizam, a entrega e confiança é menos restrita. Entre os que não utilizam aplicativos para fins bacários, a insegurança, nos processos e em si, e a falta de conhecimentos sobre os meios digitais de maneira
    geral parecem impedí-los de seguir. Em maioria, a pessoa idosa prefere procedimentos em agências físicas. O estudo também reafirma o protagonismo dos telefones celulares como principal meio de comunicação com o mundo somado à feminização da velhice.

  • NARA CRISTINA MOURA PESSOA
  • INTERAÇÕES COMUNICATIVAS DE MULHERES EM PRISÃO DOMICILIAR: Entre sociabilidades, aprisionamentos e resistências

  • Data: 14/03/2019
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  • Esta pesquisa apresenta o tema ―Interações comunicativas e mulheres em prisão domiciliar: Entre sociabilidades, aprisionamentos e resistências‖. Essas mulheres, em sua grande maioria, apresentam situações de vulnerabilidade social, cometeram crime, passaram pelo regime fechado do cárcere e agora enfrentam o desafio de retornar ao ―convívio social‖. Mas só podemos entender este desafio a partir das interações comunicativas estabelecidas com as próprias mulheres. Por tal motivo esta pesquisa tem na sua centralidade o estabelecimento de processos comunicacionais com cinco mulheres que cumprem pena em prisão domiciliar em Belém do Pará, para que possamos compreender não só suas histórias de vida como também a sociabilidade construída nos espaços de sociabilidade. Nesse sentido, o problema da pesquisa apresenta o seguinte questionamento: Como são construídas as interações comunicativas das mulheres em prisão domiciliar nos espaços de sociabilidade em que circulam? Desse modo, parte-se da hipótese de que as mulheres em prisão domiciliar estabelecem nos espaços de sociabilidade em que convivem interações comunicativas de constantes tensionamentos, vivenciadas entre situações de exclusão/estigmas e situações de resistência. Trata-se de um constante jogo para sobreviverem numa sociedade desigual e injusta. Assim, o referencial teórico que nos permitiu refletir sobre comunicação e sociabilidade foi Freire (1983), Mead (1973), Simmel. Em relação à questão de gênero e cárcere recorremos a Davis (2016) e Artur (2011), e para discutir sobre as prisões nos ancoramos em Goffman (2004), Foucault (2011) e Thompson (2002). Quanto ao percurso metodológico, adotou-se o método comunicativo-dialógico usado em rodas de conversa com as cinco mulheres acusadas de terem cometido crime, além de entrevista formal com o juiz responsável pelo projeto ―Começar de Novo‖, ao qual elas estão vinculadas por meio do trabalho. Como resultado da pesquisa observamos que as relações comunicativas estabelecidas são de constantes tensionamentos, ora o diálogo e o entendimento são limitados pelos estigmas de condição de presa, ora elas rompem com essa relação de poder que tenta colocá-las num lugar de exclusão.

  • SERGIO DO ESPIRITO SANTO FERREIRA JUNIOR
  • CONFIGURAÇÃO DO ACONTECIMENTO VIOLENTO EM NARRATIVAS JORNALÍSTICAS:
    Chacina da Região Metropolitana de Belém em Diário do Pará e O Liberal

  • Data: 19/02/2019
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  • Chacinas urbanas são parte de um contexto de violência e mortes violentas por grupos de extermínio que, no Pará, têm recorrência desde a década de 1990. Dentre as mais recentes, a chacina da Região Metropolitana de Belém (RMB), que ocorreu em 20 e 21 de janeiro de 2017, mobilizou ostensiva cobertura jornalística e um quadro social de disputas de sentido sobre o que aconteceu e com quais consequências. Em razão desse processo, esta dissertação analisa a configuração dessa chacina como acontecimento nas narrativas jornalísticas dos impressos paraenses Diário do Pará e O Liberal. Ao longo do trabalho, dialogamos com teorias do acontecimento e as articulações possíveis entre acontecimento e narrativa, com ênfase do papel da mise en intrigue na constituição de acontecimentos na vida social. Efetuamos ainda uma incursão ao contexto e aos campos problemáticos das chacinas em Belém a fim de apresentar os marcos de compreensão nos quais o acontecimento chacina é inscrito. Analisamos as narrativas de ambos os jornais sobre a chacina da RMB a partir de uma aproximação entre os conceitos de percurso acontecimental e cenas do acontecimento a fim de compreender como se dá essa configuração da chacina. Identificamos três ordens cênicas ao longo da configuração do acontecimento: a) cenas do crime; b) cenas político-institucionais; e c) cenas de contestação. Em Diário do Pará, a chacina é tematizada como parte de um conflito político entre a gestão estadual da segurança pública e os diversos sentidos que o jornal propõe a partir das mortes e dos demais agentes. Em O Liberal, a chacina é inserida em um contexto difuso de violências letais ou mortes violentas, com forte ênfase na criminalização das vítimas e no eco à perspectiva da gestão estadual de Segurança. Com isso, os resultados da pesquisa apontam para um percurso acontecimental que apresenta a chacina a) tanto a partir das mortes do policial e das demais vítimas nas periferias da RMB; b) quanto por meio de um quadro de consequências político-institucionais que sinaliza para as disputas de sentido nas narrativas e pelos agentes sociais e políticos que são convocados a elas.

  • MOISES TAATE ALVES SARRAF
  • BELÉM TAMBÉM É AFRO: Tensões discursivas na Amazônia urbana

  • Data: 13/02/2019
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  • Esta dissertação busca percorrer o tema aniversário de 400 anos de Belém, comemorado em 2016, para compreender como se dá a construção do discurso sobre o aniversário da cidade, bem como os temas, os enunciados e outros discursos com os quais traça vizinhanças e relações. Para isso, vamos procurar materialidades na imprensa da cidade, traçando um paralelo entre os anos de 1966 e 2016, de modo a caracterizar o discurso em seu movimento em dois momentos de comemoração da cidade. Por fim, vamos procurar grupos políticos que fugiram a uma comemoração oficial da festa. Assim, conduziremos uma pesquisa de caráter etnográfico junto a um grupo que compõe a comunidade afrorreligiosa de Belém, procurando compreender quais os sentidos e significados que tal grupo atribui à festa do aniversário da cidade para contrapor os resultados. Nosso aporte teórico-metodológico está baseado na análise do discurso, especialmente na arqueologia do saber de Michael Foucault, bem como na utilização desta metodologia no estudo de materialidades midiáticas em Maria do Rosário Gregolin. Nossa pesquisa de campo conta ainda com a interpretação das culturas de Clifford Geertz, a etnografia urbana de Massimo Canevacci e a história oral de Alessandro Portelli. Vamos nos apoiar também em um aporte teórico da História Social e da Antropologia para discutir os resultados. O objetivo principal é, portanto, caracterizar as tensões discursivas que se desenrolam na Amazônia urbana durante a comemoração do aniversário de Belém, demonstrando seu caráter político e relacional entre diferentes projetos, que reverbera em temas como cidadania e o direito à cidade.

2018
Descrição
  • FELIPE JAILSON SOUZA OLIVEIRA FLORENCIO
  • DEPOIS DE TODO ESSE TEMPO? SEMPRE.
    Um estudo de interações e experiências estéticas de fãs brasileiros e belgas da saga Harry Potter

  • Data: 27/09/2018
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  • Esta pesquisa teve o objetivo de compreender como as interações e experiências de fãs brasileiros e belgas com a saga Harry Potter constituem processos de comunicação, tendo como ponto de partida suas práticas nas redes sociais na Internet. Para isso, realizamos um estudo comparativo com dez participantes brasileiros e oito participantes belgas, por meio de arranjo metodológico construído com inspiração em princípios da etnografia para a Internet (HINE, 2000; 2015), a partir da combinação de métodos de pesquisa qualitativa, sendo eles a observação online das redes sociais dos participantes durante 30 dias, entrevistas semiestruturadas (BLANDFORD; FURNISS; MAKRI, 2016) com esses participantes, descrição e comparação dos dados obtidos na observação online e articulação dos mesmos com a análise temática (BRAUN; CLARKE, 2006) dos dados obtidos nas entrevistas. A pesquisa possui como principais aportes teóricos a abordagem relacional da Comunicação (FRANÇA, 2016a; 2016b; 2018a) e os estudos em Estética da Comunicação (BARROS, 2016; BRAGA, 2010; CARDOSO FILHO, 2011, 2016; DEWEY, 2010; DUARTE, 2012, 2014, 2016; GUIMARÃES, 2016; JIMENEZ, 1999; MARQUES, MARTINO, 2015; MARTINO, 2016, PICADO, 2014, 2016), redes sociais na Internet (RECUERO, 2014; 2017), fãs (COSTA, 2018; HILLS, GRECO, 2015) e mediatização (BRAGA, 2011). Como resultado do estudo, obtivemos um comparativo entre os tipos, formatos, referências, elementos e sentimentos envolvidos nas interações online coletadas nas redes sociais dos participantes, bem como identificamos, a partir da análise temática das entrevistas, sete dimensões dos processos de comunicação desses sujeitos, relacionadas a essas interações online: contextos, sentimentos, relações, práticas, temporalidades, ser fã e experiências. Realizamos ainda a análise de uma atividade de definição de palavras-chave com os participantes nas entrevistas, pela qual foi possível relacionar os sentimentos envolvidos em suas interações online com as suas experiências.

  • VICTOR LOPES DE SOUZA
  • BELÉM METROPOLITANA:
    Representações midiáticas sobre o modo de vida urbano belenense nas webséries de comédia “A Solteirona” e “Sampleados”

  • Data: 03/05/2018
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  • Este trabalho aborda as representações midiáticas sobre a cidade de Belém presentes nas produções “A Solteirona” (2013) e “Sampleados” (2015). Partimos do pressuposto de que as representações midiáticas hegemônicas apresentam elementos que invisibilizam as populações e os núcleos urbanos, e valorizam o vazio demográfico e a biodiversidade da região amazônica. Deste modo, defendemos que as webséries apresentam uma abordagem diferenciada ao tornar os ambientes urbanos como os protagonistas de suas narrativas. Sendo assim, estabelecemos como problema de pesquisa “como as webséries belenenses representam o modo de vida urbano de Belém?” O nosso objetivo geral é identificar as representações midiáticas sobre o modo de vida urbano de Belém nas webséries belenenses e os objetivos específicos são: identificar o núcleo central das representações no contexto midiático ficcional de Belém, a partir da análise de comentários nas postagens dos websódios; identificar o sistema periférico das representações no contexto midiático ficcional sobre a cidade de Belém, a partir da análise de comentários nas postagens dos websódios; identificar os temas os quais as webséries belenenses elaboram para representar o contexto urbano da cidade de Belém. Neste estudo, utilizamos duas abordagens metodológicas. A primeira consiste em observar as representações midiáticas. Para isso, ancoramo-nos na proposição de análise de S. C. Cole a partir das dimensões pragmática e cognitiva das representações. A segunda abordagem tem o objetivo de identificar o núcleo central das representações pesquisadas a partir dos comentários publicados nas postagens dos websódios; para tanto, utilizamos os procedimentos metodológicos de J. C. Abric, a partir dos escritos de C. P. Sá. Como resultado, observamos que as duas webséries apresentam abordagens diferentes sobre a cidade de Belém. Identificamos também que os comentários destacam a música como principal elemento do núcleo central.
  • REBECCA DOS SANTOS LIMA
  • EXPERIÊNCIA COMUNICATIVA NA PRÁTICA DO CROSSFIT: Processos intersubjetivos e estéticos

  • Data: 18/04/2018
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  • Esta pesquisa parte da inserção da pesquisadora em um box de CrossFit, observando e experienciando os momentos pré, durante e pós-treinos, na busca por compreensões que apreendam as experiências comunicativas produzidas entre os praticantes do esporte. Estas interações simbólicas da vida corrente de uma microssociedade urbana contemporânea serão descritas por meio de relato etnográfico. A partir da percepção de dimensões intersubjetivas de pertencimento e de produção de significados afetivos, discutiremos os dados de campo a partir de um referencial teórico que compreende as noções de Estética (Maffesoli), Intersubjetividade (Schutz), Tipificação (Schutz) e Conflito (Simmel), relacionadas aos usos do Corpo (Mauss) e suas Performances (Schechner). Esse referencial teórico nos parece propício para interpretar os fenômenos comunicativos percebidos durante a pesquisa de campo, já que o estudo da intersubjetividade corresponde a uma perspectiva nova de análise de fenômenos comunicacionais. Essa abordagem compreende a comunicação como o fenômeno estruturante das mediações culturais da vida social. Portanto, aqui intencionamos abordar a comunicação enquanto conhecimento que se insere na esfera da ação da experiência humana, atrás daquilo que é relacional e compartilhado.

  • TARCIZIO PEREIRA MACEDO
  • Like a Pro:
    Dinâmicas Sociais no e-Sport

  • Data: 04/04/2018
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  • Partindo de um entendimento do social advindo da obra simmeliana, esta pesquisa procura compreender as dinâmicas sociais de uma equipe de jogadores semiprofissionais do Multiplayer Online Battle Arena (MOBA) League of Legends (League ou LoL) na comunidade competitiva local de Belém, no Pará. Por meio de uma abordagem microssociológica, objetiva-se depreender o processo de formação e manutenção do tecido social entre jogadores que se engajam no jogo digital competitivo organizado, também conhecido como esporte eletrônico (e-sport) ou jogo pro. Este estudo concentra-se na compreensão de como as dinâmicas grupais entre os jogadores e entre as equipes é manifesta nesse contexto competitivo particular, de como o tecido social é criado e desenvolvido no cerne desse grupo, procurando entender de que modo ele constitui uma variedade de nuances nas dinâmicas sociais, e mais estreitamente na comunicação, na camaradagem e na organização do time. Para tanto, a partir de um estudo etnográfico realizado com uma equipe da cidade, privilegia-se um arcabouço teórico que se vale de uma matriz teórica multidisciplinar, engendrando elementos dos campos dos estudos da Comunicação, Game Studies, dos esportes e das ciências sociais, articulando estes por meio de uma sensibilidade antropológica e sociológica. Em termos gerais, conclui-se que o caminho para a progressão competitiva na carreira para profissional se encontra dependente de um ativo processo de socialização entre jogadores e equipes em uma identificação profissional decorrente de toda uma série de atores e forças. Ademais, a pesquisa demonstra que, embora um viés funcional seja o responsável por estimular a formação do tecido social na maioria dos times do cenário local, subsiste uma particular experiência social de relevância crescente, um ethos de camaradagem criado tanto entre jogadores em um time, quanto entre equipes, que opera como um poderoso vetor seja para a manutenção do tecido social, seja para um fim instrumental/funcional – da progressão competitiva – diante dos desafios rumo à profissionalização. O período de convivência, observação e contato com os interlocutores data de junho de 2016 a fevereiro de 2018.

  • RODRIGO WALLACE CORDEIRO DOS SANTOS
  • Pioneiros e duendes: desenvolvimento e integração da Amazônia a partir dos filmes documentários de Jean Manzon

  • Data: 03/04/2018
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  • Do final dos anos de 1940 até os dias atuais, a Amazônia brasileira recebeu várias ações do governo federal que, entre outras razões, possuem o objetivo de trazer progresso e desenvolvimento para a região. O ponto de partida desta pesquisa é a construção da estrada Belém-Brasília no final dos anos 1950, inserida num grande plano de desenvolvimento nacional, o Plano de Metas do governo do presidente Juscelino Kubitscheck. Durante o período de construção da estrada, havia uma legislação que incentivava a produção de pequenos documentários no país. O cineasta francês Jean Manzon foi um dos principais realizadores desses documentários de propaganda e sempre esteve muito próximo aos núcleos de poder do país. Aqui vamos analisar duas de suas produções sobre a construção da Belém- Brasília, Amazônia vai ao encontro de Brasília (1958) e Coluna Norte (1960) e procurar visibilizar os povos indígenas que viviam nesta região. Estes filmes são carregados de discursos sobre a Amazônia caracterizada pelo exotismo, ufanismo e ainda pela ausência de populações indígenas e outros povos. A partir dos estudos do discurso, tomando como referência as formulações de Michel Foucault e de Rosário Gregolin e de autores interessados em discussões decoloniais como Ivânia Neves e Aníbal Quijano, analisaremos quais as condições de possibilidades históricas que permitiriam que alguns discursos sobre a Amazônia fossem visibilizados e outros silenciados nestes filmes.

  • RAONI LOURENCO ARRAES
  • LENTES INTERSUBJETIVAS: ESTUDO ETNOGRÁFICO DO MOVIMENTO FOTOGRÁFICO DE BELÉM/PARÁ

  • Data: 28/03/2018
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  • Este estudo tem por objetivo analisar os processos intersubjetivos que envolvem os fotógrafos do movimento fotógrafico da cidade de Belém do Pará. A proposta é compreender como trajetórias sociais, a partir de histórias de vida, constroem um movimento fotográfico, que se constitui a partir de um circuito, definido por Magnani (2005) como uma relação entre sujeitos e espaços, a partir de processos socioculturais comunicativos, que funcionam como mediadores de uma experiência coletiva. A partir de uma etnografia que comporta uma autoetnografia de perto e de dentro, com observação participante e entrevistas semiestruturadas, utilizando o questionamento ―porque Fotografar?”, posso compreender as relações existentes entre a intersubjetividade e sociabilidades envolvidas no ato fotográfico. O estudo ainda discute uma proposta de uma Etnografia da Comunicação, a partir das relações intersubjetivas.

  • MARILIA JARDIM DE FIGUEIREDO
  • EXPERIÊNCIA COMUNICATIVA NA AMAZÔNIA PARAENSE:
    As relações de socialidades no Espaço São José Liberto

  • Data: 27/03/2018
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  • A presente pesquisa objetiva analisar as experiências comunicativas das pessoas com o Espaço São José Liberto, localizado na cidade de Belém, enquanto espaço turístico, cultural e de economia criativa na Amazônia paraense. Compreendemos que esse espaço foi reconfigurado pelo governo do Estado do Pará com a finalidade de construir uma ‘nova identidade’ ao antigo prédio e dotá-lo de uma representação cultural enquanto espaço amazônico. Nesse sentido, observamos um embate nesse reconhecimento entre direção, produtores e visitantes, que percebem o lugar de forma diferenciada. No diálogo teórico refletimos sobre a sociabilidade e a dualidade da vida social a partir de Simmel, que entende que os indivíduos desejam pertencer a um grupo ao mesmo tempo em que buscam se destacar individualmente. Do mesmo modo, sua sociologia se aporta na interação, na intersubjetividade, na relação sujeito e objeto. Como procedimentos metodológicos trabalhamos com a pesquisa qualitativa, com o método de entrevistas semiestruturadas com 19 pessoas, entre visitantes, produtores e designer, além da pesquisa de observação-participante, com inspiração etnográfica, no acompanhamento da rotina do espaço. Observamos que o Espaço São José Liberto é construído entre duas percepções: o da lembrança, com os visitantes rememorando o espaço enquanto presídio, no passado, mesmo a direção do ESJL tentando apagar essa memória, e por outro lado, os produtores fortalecendo a imagem de um espaço amazônico, com produção de materiais que valorizam matéria-prima local. Ao mesmo tempo em que é reconhecido como um ponto turístico de Belém, ainda não é identificado como lugar da Amazônia.

  • MARIANA COSTA CASTRO
  • ENTRE CONCEPÇÕES E EXPERIÊNCIAS: ELEMENTOS PARA UM CONCEITO DE JORNALISMO TRANSMÍDIA

  • Data: 26/03/2018
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  • A presente pesquisa consiste na proposição de elementos para um conceito de jornalismo transmídia, situado na perspectiva de uma narrativa jornalística expandida, construída a partir da discussão de referencial teórico pertinente à temática e análise de experiências de transmidialidade no jornalismo. A discussão proposta parte das abordagens de convergência (GORDON, 2003; JENKINS, 2009a, CANAVILHAS, 2012; PRIMO, 2013; JENKINS, GREEN e FORD, 2014; CASTELLS, 2015), narrativa (MOTTA, 2005, 2013; LEAL, 2011; LAGE, 2013), narrativa transmídia (JENKINS, 2009a, 2009b, 2009c; SCOLARI, 2009, 2013) e jornalismo transmídia (RENÓ;
    FLORES, 2012; MARTINS, 2012, 2013, 2015b; ALZAMORA; TÁRCIA, 2012; TÁRCIA, 2013; CANAVILHAS, 2013; MOLONEY, 2015; GAMBARATO; TÁRCIA, 2016; ROST; BERGERO, 2016; MARTINS; CASTRO; FECURY, 2017), e amplia-se com a observação direta e exploratória de narrativas transmidiáticas no jornalismo. Assim, além de pesquisa bibliográfica e discussão teórica, adota-se a observação e análise de experiências jornalísticas que se definem transmidiáticas. Os produtos observados foram a reportagem “100” (2016), produzida pela Agência Pública, e o telejornal Jornal da Record News, que se autointitula  o primeiro jornal transmídia do
    Brasil. Os procedimentos metodológicos incluem, ainda, a realização de entrevista estruturada com o jornalista Heródoto Barbeiro, editor e apresentador do telejornal, a fim de identificar as manifestações e/ou os impactos da convergência e de estratégias transmidiáticas na produção das narrativas e nas dinâmicas dentro da redação do JR News. Parte-se, ainda, de duas premissas em relação aos desdobramentos de tal conceito. A primeira delas consiste na proposição de que algumas das características da narrativa transmídia elencadas por Jenkins (2009b, 2009c, 2009d) correspondem à práticas já existentes no jornalismo. E a segunda premissa sugere que a reportagem é o formato mais adequado para a utilização do jornalismo transmídia.  Dessa forma, acredita-se que a pesquisa poderá propor elementos e especificidades que ajudem a entender  o conceito de jornalismo transmídia, contribuindo, assim, para a compreensão das reconfigurações do jornalismo contemporâneo.

  • ELAYNIA CRISTINA VICENTE ONO
  • BOLETINS DO MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI:
    institucionalização e comunicação científica na Amazônia

  • Data: 23/03/2018
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  • A presente dissertação objetiva entender a relação entre os Boletins do Museu Paraense Emílio Goeldi, concebido como elemento da comunicação científica, e o processo de institucionalização da ciência na Amazônia, mais precisamente na cidade de Belém. Este periódico atualmente é desmembrado em duas revistas, com escopos em áreas distintas: Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas (ISSN 1981-8122) e Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Naturais (ISSN 1981-8114). Esta é uma pesquisa documental, com abordagem de análise mista e exploratória de conteúdo, baseada no período de 1894 a 2015. Buscou-se conceber a dimensão na qual estes periódicos estão inseridos enquanto empreendimento humano e comunicacional, atravessados pelos processos dinâmicos que constituem uma cultura científica, a fim de compreender também os processos particulares segundo os quais a ciência local se solidificou. Para estabelecer essa relação, foi necessário estudar o cenário onde os Boletins se consolidaram, observando quais os atores envolvidos e as influências internas e externas ao Museu Paraense Emílio Goeldi que interviram direta e indiretamente na produção deles, possibilitando visualizar os contextos em que o movimento de institucionalização da comunicação científica foi se configurando. Dessa forma, foi possível perceber elementos que permitiram a criação de marcadores como parâmetros para a análise das fases temporais pelas quais esta histórica revista passou. Foram considerados como marcadores: I) gestão e administração da instituição; II) condições financeiras; III) contextos socioeconômicos e políticos; IV) disciplinarização ou sistematização do conhecimento; V) produção gráfica/editorial ;VI) periodicidade e circulação. Assim, em uma análise final, foi possível delinear os caminhos trilhados pela ciência local em sua consolidação e o papel da comunicação científica como alicerce deste processo.

  • THAIS CHRISTINA COELHO SIQUEIRA
  • FOTOJORNALISMO EM CENÁRIOS DE CONVERGÊNCIA: reconfigurações, inovação, cultura participativa e práticas profissionais

  • Data: 22/03/2018
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  • Esta pesquisa tem por objetivo investigar as reconfigurações pelas quais passa o fotojornalismo a partir do contexto da cultura da convergência (SILVA JUNIOR, 2012), caracterizada por transformações tecnológicas, mercadológicas, sociais e culturais (JENKINS, 2009). Tais mudanças alteram as formas de produzir e consumir conteúdos, levando muitas empresas de comunicação a investirem em inovação e a repensarem suas práticas. Nesse cenário, a fotografia, que desde o início do século XX acompanha o texto escrito na constituição da notícia dos impressos, ganha maior autonomia informativa, tornando-se, muitas vezes, protagonista da informação. Parte-se do pressuposto de que, nesse cenário, o fotojornalismo passa a ocupar um lugar de destaque na construção da notícia. Em vista disso, este estudo está centrado em três questões: que mudanças podem ser observadas no fotojornalismo atual, em termos de inovação em linguagens e formatos? Como se dá a participação dos usuários na produção fotográfica para os portais de notícia? E como essas transformações afetam as práticas profissionais dos fotojornalistas? Para melhor compreender esses processos, ampara-se nos conceitos de cultura da convergência e, mais especificamente, convergência jornalística (SALAVERRÍA; NEGREDO, 2008; SALAVERRÍA, 2010; SALAVERRÍA, AVILÉS E MASIP, 2010); discutindo as características dos cibermeios (HERSCOVITZ, 2009; ZAMORA, 2011); a reprodutibilidade e multiplicação das imagens técnicas (BENJAMIN, 2012; 2014); os tipos de imagem presentes na imprensa (BAEZA, 2001); as características do fotojornalismo na web, sobretudo em sua etapa convergente (SILVA JUNIOR, 2012); os gêneros fotojornalísticos (SOJO, 1997); os formatos da fotografia usados pelo jornalismo na contemporaneidade (PEREIRA, 2016); a inovação no jornalismo (MACHADO, 2010; FUCK; VILHA, 2011; BARBOSA, 2011; FONTOURA, 2015; MARTINS, 2017); e a cultura participativa (JENKINS, 2009; JENKINS; GREEN; FORD, 2014). Além disso, discute-se ainda os conceitos de narratividade (MOTTA, 2013); de narrativa fotográfica na cultura da convergência (SALLET, 2015; HENN; SALLET, 2012); e das implicações da cultura da convergência nas práticas profissionais dos fotojornalistas (SILVA JUNIOR, 2011; 2012; SOUSA, 2013; SALLET, 2014; FERREIRA, 2014; RAMOS E MAROCCO, 2017). Parte-se da observação direta e análise de conteúdo para examinar o fotojornalismo nos portais Diário Online (DOL), UOL e Clarín, com base nas categorias fotográficas elaboradas por Pereira (2016). A metodologia também inclui entrevistas semiabertas com fotojornalistas e editores de portais de notícias, além de um fotojornalista e pesquisador, buscando discutir as experiências profissionais e as visões desses sujeitos sobre a produção fotojornalística no contexto convergente. Os resultados deste estudo apontam que os portais têm buscado adotar a inovação no fotojornalismo, investindo em recursos multimídia que possibilitam explorar o potencial informativo da fotografia, como galerias, slideshows e imagens em 360º. Observa-se também uma reconfiguração nas formas narrativas do fotojornalismo, com destaque para a produção fotográfica em sequência, a crescente participação do público na produção das imagens que compõem as notícias e o aumento gradativo do espaço para essa participação, com vistas ao engajamento dos usuários. Por fim, identifica-se que, em geral, os profissionais chegam a apontar essas transformações até mesmo como um processo natural no desenvolvimento do fotojornalismo e acreditam que, com estratégias, treinamentos e maior valorização de seu trabalho por parte das empresas, tendem a expandir seu repertório nesse contexto.

  • ANA CAROLINY DO NASCIMENTO PINHO
  • ÓDIO LÍQUIDO:
    Confrontos entre o bem e o mal na mídia paraense

  • Data: 21/03/2018
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  • A presente pesquisa se propõe a analisar a construção do ódio líquido na sociedade contemporânea e a maneira como ele é reproduzido na mídia paraense, considerando a desconstrução dos direitos humanos e a acentuação da insensibilidade ao outro. Para isso, tomamos como ponto de partida o pensamento de Zygmunt Bauman. Faz parte da mostra desta pesquisa o caderno Polícia do jornal Diário do Pará, o Linha de Frente, veiculado na Rádio Clube Pará AM e o programa Metendo Bronca, que é exibido pela Tv RBA. Todos esses meios pertencem ao político paraense Jader Barbalho, logo são veículos de comunicação com ligações político-partidárias. Para compor a mostra, selecionamos edições publicadas/exibidas entre outubro de 2016 e dezembro de 2017. O desenvolvimento desta pesquisa teve início com a caracterização da sociedade líquida e da relação com o outro. Em seguida, mostramos como se dá a construção histórica do ódio na humanidade, para então mostrá-lo a partir da sua banalização e as características do ódio líquido. A mídia é configurada como relevante na representação da realidade, uma vez que faz circular informações e produz novas formas de interação social, assim como nos dá uma mostra de comportamentos sociais que precisam ser debatidos. Como aporte metodológico, foram utilizadas a Análise de Conteúdo, a Análise Pragmática da Narrativa, assim como os critérios de análise de violação dos direitos humanos propostos nos relatórios de monitoramento midiático da ANDI – Comunicação e Direitos. O objetivo deste trabalho é mostrar como as notícias podem construir uma sociedade pautada no medo, na insensibilidade ao outro e na banalização do mal a partir da disseminação, implícita ou explicita, do ódio líquido em narrativas jornalísticas.

  • ANA PAULA DE MESQUITA AZEVEDO
  • TROCAS COMUNICATIVAS SOBRE A VIOLÊNCIA:
    Experiências intersubjetivas do Movimento pela Vida

  • Data: 21/03/2018
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  • A presente pesquisa busca compreender a experiência comunicativa ou trocas de experiências estabelecidas, no cotidiano, pelas pessoas afetadas pela violência, a partir de integrantes do Movimento pela Vida e suas narrativas da dor. Partimos da reflexão sobre o mundo da vida cotidiana em Schtuz (2012), em que a realidade é construída socialmente através do conhecimento e das diferentes atribuições de sentidos dadas pelos indivíduos em determinados contextos. Nesta perspectiva, a intersubjetividade se constitui em elemento essencial na construção social dos sentidos. Na pesquisa, tomo as narrativas da dor das integrantes do Movimento pela Vida (Movida), entidade criada, informalmente em 2005, com a finalidade de acolher vítimas de violência em busca de justiça. Observo, assim, que essa relação das integrantes do Movida ocorre pelas narrativas da dor e por recursos comunicacionais que esse movimento social utiliza para as suas trocas de experiências intersubjetivas. Esses recursos ou estratégias comunicacionais utilizadas pelo grupo são mediadores das subjetividades, tendo papel central na construção da realidade, ao evidenciar alguns acontecimentos do mundo da vida. Para compor esta compreensão de sobre essa troca de experiência, buscamos em Simmel (2006) o conceito de sociação, no qual os indivíduos se aproximam uns dos outros na busca de um mesmo fim. E na compreensão da narrativa do testemunho, para entender a necessidade da divulgação da dor narrada pelo grupo. Na escuta de cinco participantes do Movida, trabalhamos com a pesquisa qualitativa, que tem como objetivo a compreensão como princípio do conhecimento e a interpretação da construção da realidade, considerando aspectos da fenomenologia, conjugando métodos da pesquisa de observação participante e entrevista em profundidade. Dessa forma, percebemos nas entrevistas que as integrantes consideram o Movida como um lugar onde elas podem compartilhar a dor e encontrar pessoas que entendam a situação em que elas se encontram. No grupo, elas localizam indivíduos semelhantes, com quem as trocas de experiências são realizadas a cada encontro do Movida.

  • ADRIANA DO SOCORRO CAMPOS DE LIRA
  • COLETIVO TELA FIRME:
    Comunicação e cidadania na periferia

  • Data: 16/03/2018
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  • Esta pesquisa aborda as temáticas de comunicação, cidadania e periferia, entendidas como conceitos fundamentais para melhor compreensão das práticas comunicativas do Coletivo Tela Firme, objeto de estudo desta investigação. O grupo atua na periferia, especificamente no bairro Terra Firme, em Belém, estado do Pará. O trabalho dos jovens consiste na produção audiovisual que circula na internet e também em ações de cidadania diretamente em bairros periféricos da cidade. Esse trabalho está assentado na matriz da comunicação popular, alternativa, comunitária, por atuar de dentro da periferia, para a periferia, na conscientização e na transformação social. O resultado tem sido uma referência no campo político e educacional em Belém. Dessa forma, esta pesquisa se propõe a investigar como se configuram as práticas comunicativas do Coletivo Tela Firme na periferia da capital paraense. A hipótese levantada na investigação é a de que o ativismo do grupo nas comunidades onde atua, tem como propósito estimular e promover o engajamento político-social das pessoas que vivem nesses espaços, de forma a contribuir com a ampliação de seus direitos de cidadania. Diante do exposto, propõe-se no presente estudo a realização de um mapeamento e análise dos vídeos alternativos e das ações realizadas em bairros periféricos da capital, por iniciativa própria ou em parceria com outros movimentos e organizações engajados em lutas políticas e sociais. Os referenciais teóricos que sustentam a presente investigação são Peruzzo (2009), Gohn (2010), Gonczevski e Martin (2011), Pinsky e Pinsky (2013), Mouffe (2013). O trabalho do grupo se iniciou nas redes digitais que, na concepção de autores como Castells (2005), Lemos (2006) e Primo (2013), trata-se de uma plataforma que favorece processos de participação política, social e contribui para a articulação com outros movimentos de resistência. Sendo assim, esta dissertação utiliza-se de pesquisa bibliográfica, além da qualitativo-descritiva, com base na análise de conteúdo e a entrevista para atingir os objetivos, que entre outras pretensões, está a de identificar nas práticas comunicativas do Tela Firme alternativas de cidadania na periferia.

  • LARISSA PEREIRA SANTOS
  • JUSTIÇA NOS TRILHOS:
    Redes comunicativas de comunidades e movimentos sociais em defesa das atingidas e dos atingidos pela Vale S.A. na Amazônia

  • Data: 16/03/2018
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  • Este trabalho tem o objetivo de analisar a Justiça nos Trilhos como uma rede comunicativa de comunidades e movimentos sociais que atua em defesa das atingidas e dos atingidos pela Vale S.A. na Amazônia. Partimos da hipótese de que a Rede Justiça nos Trilhos é uma articulação comunicativa de comunidades e movimentos sociais que, ao desenvolver atividades nos espaços físicos e virtuais, denuncia impactos e promove direitos por meio de ações locais, nacionais e internacionais. A Rede surgiu em 2007, como uma campanha internacional realizada para buscar apoio às pessoas atingidas pela Vale S.A., e ganhou adesão de vários movimentos sociais, comunidades, sindicatos e organizações durante o Fórum Social Mundial (FSM), em 2009, na cidade de Belém do Pará. Diante disso, tomamos por base o seguinte questionamento: como ocorrem as articulações comunicativas da Rede Justiça nos Trilhos com as diferentes comunidades e movimentos sociais para fazer frente às ações da Vale S.A.? Outras inquietações também foram necessárias: Quais são seus objetivos? Quais atores sociais compõem a rede? Quais processos comunicacionais podem ser observados face a face e na internet como forma de articulação em rede? Na busca de respostas, dialogamos com as contribuições teóricas de Freire (1983), Wolton (2010), Gohn (2013, 2014), Scherer-Warren ( 2006, 2011), Castells (2013, 2015), Melucci (1989), Touraine (1989, 1998), Pinsky e Pinsky (2013), Mouffe (2003, 2015), Buber (1982), Peruzzo (2005, 2009, 2013, 2017), Paiva (2003) e Amorim (2018), dentre outros, para adentrarmos nos estudos sobre movimentos sociais, redes de movimentos sociais, formas de mobilizações sociais, ações coletivas, comunicação, cidadania e comunidade. A metodologia se constitui de uma abordagem qualitativo-descritiva, com o uso do método de Análise de Conteúdo para estudarmos as formas de organização da Justiça nos Trilhos na internet. Como técnicas de pesquisa, realizamos rodas de conversas, observação participante, seguidas de entrevistas abertas e semiestruturadas no Encontro da Juventude Atingida pela Mineração (Maranhão), no Encontro Regional dos Atingidos pela Mineração (Pará e Maranhão) e na Exposição e Ciclo de Debates “Do rio que era doce ao outro lado dos trilhos, os danos irreversíveis da mineração” (Pará), para entendermos suas redes de comunidades e movimentos sociais. Os encontros e o ciclo de debates ocorreram em junho, julho e agosto de 2017. Durante os meses de junho e julho de 2017, também monitoramos a página no Facebook e o site da Rede Justiça nos Trilhos, com o intuito de perceber as articulações em redes manifestadas na internet. Consideramos que as redes comunicativas da Justiça nos Trilhos são processos desenvolvidos no âmbito da comunicação comunitária, alternativa, popular e dialógica, tendo a transformação das comunidades atingidas pela Vale S.A. como objetivo central, ajudando, por meio do desenvolvimento de suas práticas nas redes sociais ou na internet, na construção e ampliação da cidadania.
  • NATALIA CRISTINA RODRIGUES PEREIRA
  • DESIGN VERNACULAR: A comunicação visual informal no cotidiano da Amazônia 

  • Data: 15/03/2018
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  • Esta pesquisa busca refletir sobre o design vernacular como uma experiência comunicacional na Amazônia. Trata-se de uma forma de comunicação materializada em desenhos de letras (lettering) pintados manualmente em placas, fachadas, faixas e outras superfícies espalhadas pela região que, baseados na cultura popular, objetivam suprir as necessidades comunicacionais do comércio informal onde se originam. O foco da investigação partiu da seguinte pergunta: quais as inspirações, particularidades e estratégias que permeiam o universo material e simbólico dessa forma de comunicação visual informal, sem perder de vista o seu potencial mercadológico e suas relações com a comunidade? Para isso, o trabalho apoiou-se em conceitos de Benjamin (1987), Braga (2011), Canevacci (1997), Schutz (2012), Dewey (1980), Durand (1996), Flusser (2013), Kant (2012), Maffesoli (1998) e Paes Loureiro (2008; 2001), dentre outros. A hipótese defendida nesta dissertação é a de que a comunicação visual informal, permeada pelo universo da cultura amazônica, contribui no âmbito simbólico e econômico diretamente para a realidade da comunidade na qual está inserido. A metodologia teve um foco qualitativo a partir de pesquisas de campo, sendo que a coleta de material (registro fotográfico e entrevistas) aconteceu de agosto de 2015 a janeiro de 2018, compreendendo duas visitas em cada uma das três ilhas do município de Belém escolhidas: Cotijuba, Caratateua (Outeiro) e Mosqueiro. Acredita-se que a importância deste trabalho se centra na possibilidade de contribuir com estudos que vão além dos aspectos tecnológicos da comunicação, voltadas assim para o homem em sociedade, assim como, em longo prazo, poder colaborar para uma possível desmistificação de estereótipos sobre a Amazônia.
  • LUCIANA GOUVÊA HAGE DE CASTRO
  • GÊNERO E O IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEF:
    Uma análise de páginas de Facebook Feministas e de Mulheres Ativistas na Amazônia

  • Data: 14/03/2018
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  • O processo político do impeachment da então Presidenta Dilma Rousseff, primeira mulher eleita ao mais alto cargo do executivo no Brasil, é a moldura contextual da pesquisa aqui apresentada, que analisará as comunicações de quatro comunidades do Facebook, administrados por mulheres a partir de Imperatriz (Feministas de Imperatriz – Fórum de Mulheres e Afim - Articulação Feminista de Imperatriz), Manaus (Feminismo em Manaus) e Rio Branco (Bate Papo Feminista Acre). A análise temporal foi delimitada a partir das três principais fases do processo de impeachment, são elas: a aceitação da denúncia pelo então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha; a votação deste processo na referida Câmara; e o veredicto final dado pelos Senadores. Como questão problema apresenta-se: De que forma foi abordado o impeachment de Dilma Rousseff nas construções comunicativas nos perfis feministas/ de mulheres ativistas amazônidas? A hipótese parte do pressuposto de que as comunicações dos perfis, embora tenham na centralidade um ativismo político para a causa da mulher, não discutiram a questão de gênero no processo de afastamento de Dilma Rousseff, houve na realidade um silenciamento no que diz respeito a esse tema. Como metodologia, parte-se para a pesquisa qualitativa, tendo como base a análise de conteúdo à luz de Laurence Bardan (2002). Tais elementos científicos irão possibilitar as bases necessárias para a melhor compreensão da questão problema e dos objetivos propostos, embasados nas discussões sobre o movimento político de mulheres, movimento feminista, cidadania, ciberfeminismo e ativismo político. Sendo assim, os autores que fundamentaram a investigação foram: Simone de Beauvoir (1949); Judith Buther (2003); Maria Luzia Álvares (1995,1997;2001); Manuel Castells (2015); Flávia Biroli (2014), dentre outros. Essa pesquisa pretende ser uma colaboração para o melhor entendimento da participação política da mulher amazônida diante do cenário vivido no impeachment da presidenta Dilma Rousseff; e de um modo geral, das causas das mulheres, que diariamente lutam por um espaço mais igualitário na sociedade, especialmente na Amazônia.

2017
Descrição
  • DOMINIK COSTA GIUSTI
  • ESTRATÉGIAS TRANSMÍDIA NO ATIVISMO INDÍGENA: O caso dos Tembé-Tenetehara

  • Data: 21/09/2017
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  • Esta pesquisa tem o objetivo de analisar como o ativismo transmídia (SRIVASTAVA, 2009, 2013, 2016) ocorre por meio das articulações e mobilizações sociais dos Tembé-Tenetehara, etnia indígena que se localiza na Terra Indígena Alto Rio Guamá (TIARG), na região nordeste do Pará, a partir de projetos desenvolvidos em parceria com empresas internacionais, a Rainforest Connection e o Google – que continuam em curso. Nosso referencial teórico abrange a Cultura da Convergência e a Narrativa Transmídia (JENKINS, 2009a) e o conceito de organização transmídia (COSTANZA-CHOCK, 2014), em consonância com os pilares da cultura participativa e distribuição de narrativas em múltiplas plataformas. A orientação metodológica buscou a compreensão da pesquisa de interface (BRAGA, 2004), a partir da observação do objeto e seu contexto, em uma pesquisa qualitativa, tendo como referência de análise o estudo de caso (YIN, 2001). Notamos que para os Tembé, manter-se em meio à uma rede de visibilidade, tendo a sua própria história sendo contada, tanto pela mídia alternativa quanto pela grande imprensa, permite além de uma legitimação étnica para garantia de direitos, uma narração de seu histórico de lutas e resistências.

  • CAMILLE NASCIMENTO DA SILVA PINTO
  • A PRESENÇA INDÍGENA NOS GRAFITES DE BELÉM: ENTRE FRATURAS E RESISTÊNCIAS

  • Data: 05/04/2017
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  • A motivação para esta dissertação é o silenciamento das sociedades indígenas. Seja na mídia televisiva, imprensa ou na internet, os discursos produzidos sobre estas sociedades são carregados de estereótipos, dando a elas o lugar do incivilizado, do estranho, do diferente da sociedade ocidental. Começamos a pesquisa a partir da observação do aumento do número de grafites na cidade de Belém nos últimos dez anos, mais precisamente com a figura indígena. Observamos também o deslocamento desta materialiade discursiva, o grafite, para outros espaços além da rua, como as galerias de arte e a internet. Nossa pesquisa busca analisar a construção dos discursos e enunciados sobre as sociedades indígenas nesta intervenção urbana. Como suporte teórico, optamos por aliar ao nosso objeto de estudo o método teórico da Análise do Discurso de vertente Francesa, com conceitos como discurso, enunciado, recorrências e dispersões, propostos por Michel Foucault, Jean-Jaqcques Courtine e Rosário Gregolin. Além disso, outros teóricos que tomam a cidade como seu objeto de pesquisa se fizeram presente em nossa análise, a saber, Massimo Canevacci e Lucrécia D’Aléssio Ferrara, que consideram a cidade como meio comunicativo. Utilizamos também a análise de Walter Mignolo sobre a enunciação fraturada decorrente do processo de colonização

  • THATIANNE SILVA SOUSA
  • A CIBERPUBLICIDADE E AS INTERAÇÕES EM REDE: estudo exploratório sobre práticas de consumo no Facebook

  • Data: 31/03/2017
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  • Esta dissertação tem por objetivo estudar as interações e as práticas de consumo cultural e midiático que se estabelecem no espaço das mídias sociais na internet, mais especificamente no Facebook, a partir de ciberpublicidades. Trata-se de uma pesquisa teórica e empírica de natureza exploratória, com uso de observação não-participante e de análise de conteúdo para compreensão da relação entre redes sociais na internet, interação, ciberpublicidade e consumo. Parte-se da premissa de que, com as tecnologias digitais, há uma reconfiguração nas relações comunicacionais e no ciberespaço: os sujeitos adquirem novos papéis, ampliando suas possibilidades de falas; há crescente presença das marcas; e a apresentação de novas estratégias publicitárias – a ciberpublicidade – na tentativa de dialogar com esse novo sujeito – o ciberconsumidor. Foram selecionadas quatro publicidades, sendo duas de atuação nacional e duas de atuação local (em Belém-PA), para a análise das interações dos sujeitos nas respectivas fan pages das marcas. Essas dinâmicas relacionais entre sujeitos, marcas e publicidade se constroem a partir das interações mediadas pelo computador, apontando novas práticas de consumo cultural e midiático. De acordo com a análise dos resultados, foram identificados distintos tipos de interações: as que tratam sobre a ciberpublicidade; as que estabelecem relação com o anunciante; as que se caracterizam pela marcação interagente; e as interações reativas simbólicas. Essas diferentes interações refletem o funcionamento das redes sociais na internet quando os sujeitos interagem com a ciberpublicidade e demonstram que há oportunidade para as marcas se manifestarem e apresentarem seus conteúdos publicitários aos ciberconsumidores, independente do tamanho da empresa e do local de atuação, como ocorre com as marcas locais. A partir da análise dessas interações em redes, destacam-se a importância e o desafio desta investigação, ao considerar todos os interagentes (humanos e máquinas) e tendo a ciberpublicidade como mediadora nesse processo.

  • ERIKA SIQUEIRA BARBOSA
  • FESTA E FÉ. O AFETO COMO PROPULSOR DA COMUNICAÇÃO MIDIÁTICA NO ESPETACULAR ÇAIRÉ DE ALTER DO CHÃO

  • Data: 31/03/2017
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  • Esta dissertação reflete sobre o fenômeno comunicacional que se dá a partir do sentido que a comunidade de Alter do Chão confere ao espetáculo cultural do Çairé. Analisa a cultura na pós-modernidade, a tradição e invenção da festa nas atividades cotidianas e rotineiras num estudo de interações. Baseado no estudo do vivido humano, busca a compreensão da comunicabilidade dos sentimentos sob a perspectiva do sensível, do que afeta o outro, da mudança de sentido de vida e das transformações sofridas na comunidade com o consumo cultural do Çairé. Através da observação participante antes, durante e depois do evento, investiga as mudanças enfrentadas na comunidade, a midiatização da festa e a introdução de lendas amazônicas, como a dos botos, no Çairé, que tem os primeiros registros de sua origem nas missões evangelizadoras dos padres das ordens religiosas com os índios Borari, há 350 anos, na vila de Alter do Chão, em Santarém, no oeste do Pará.

  • LIDIA KAROLINA DE SOUSA RODARTE
  • A AMAZÔNIA CODIFICADA: A configuração narrativa da comunicação institucional

  • Data: 29/03/2017
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  • Nesta dissertação temos o objetivo de compreender como se configuram as narrativas institucionais de sustentabilidade sobre a Amazônia na revista Amazônia Viva, periódico institucional que trabalha a sustentabilidade na relação entre empresa e sociedade. Buscamos também analisar a dimensão comunicativa presente nesta relação, a dimensão simbólica de representação do imaginário amazônico e os códigos estéticos de identificação da Amazônia na narrativa textual e imagética do periódico. Partimos da análise dos mecanismos de construção da narrativa sobre a Amazônia a partir da perspectiva apresentada pela revista Amazônia Viva, publicação mensal, produzida e encartada no jornal paraense O Liberal, das Organizações Rômulo Maiorana, com patrocínio da mineradora Vale S/A, maior empresa privada brasileira e segunda maior mineradora do mundo. Como procedimentos teóricos-metodológicos, recorremos à análise narrativa, com inspiração na fenomenologia hermenêutica proposta por Paul Ricoeur, e procedimentos metodológicos baseados nos sete movimentos de análise da narrativa propostos por Motta. Como corpus de análise selecionamos 14 capas e matérias de capa, escolhidas pelo seu nível de relação com a empresa patrocinadora e com o desenvolvimento do tema sustentabilidade, de forma a entender a tessitura da narrativa institucional no contexto social em que está inserida.

  • ALINE MERIANE DO CARMO DE FREITAS
  • NÃO É SÓ FUTEBOL: uma análise dos laços de afeto que envolvem os torcedores do Clube do Remo, a partir de processos socioculturais comunicativos

  • Data: 24/03/2017
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  • Nesta dissertação proponho uma etnografia da intersubjetividade, isto é, uma análise dos processos socioculturais comunicativos com o objetivo de compreender a sensibilidade e produção de sentidos “sensíveis” que envolvem os torcedores do time de futebol Clube do Remo, a partir de uma dimensão afetiva e coletiva. O amor, a alegria, a dor, a excitação, a raiva e, em alguns momentos, a decepção são alguns dos sentimentos partilhados, afetivamente, pela torcida e fundamentais para a compreensão dos processos de socialidade que os envolvem. Apoiada em uma etnografia densa (GEERTZ, 1989) verifiquei a relação existente entre intersubjetividades e socialidades enquanto prática social do viver coletivamente a emoção. Esta metodologia permitiu maior liberdade entre a pesquisadora e os interlocutores em virtude de possibilitar a vivência, observação e interação. A própria percepção a um olhar, um gesto, um sorriso ajudou na compreensão pretendida e, assim, tudo se tornou relevante durante a pesquisa. A escolha de fazer uma etnografia utilizando como objeto de estudo a torcida do Clube do Remo, com foco na barra brava Camisa 33, ocorreu por motivos singulares. A barra tem como premissa não ter a burocracia das organizadas, possui forte presença na internet e acompanha o Remo em qualquer modalidade que ele estiver participando, inclusive, no esporte amador. Por meio da etnografia foi possível estabelecer uma relação direta com marcadores sociais da diferença e perceber que a torcida é caracterizada por ser classe média, boa parte dos integrantes, são jovens e universitários. Neste sentido, para analisar as relações que o futebol evoca durante os jogos e, para além deles, utilizei a fenomenologia proposta por Alfred Schutz (1967) e que possibilitou a categorização das tipificações engendradas pelos torcedores visando compreender experiências vivenciadas, por eles, em sua quotidianeidade e, portanto, práticas sociais que refletem a dimensão comunicacional do processo intersubjetivo, com foco na dimensão sensível da interação social. Dessa maneira, verifiquei de que modo o afeto, o gosto, o ethos e a empatia são tipificados e se fazem presentes na vida social quotidiana da torcida remista. Para fazê-lo, dialogo com um referencial teórico-metodológico com foco na perspectiva da intersubjetividade no qual utilizo conceitos de Alfred Schutz, Arlei Damo, Gilberto Velho, Michel Maffesoli e Roberto DaMatta.

  • HANS CLEYTON PASSOS DA COSTA
  • O ARRASTA POVO DO PARÁ: A experiência comunicativa e estética nas festas da aparelhagem Super Pop

  • Data: 24/03/2017
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  • As aparelhagens nasceram nas periferias de Belém entre os anos de 1940 e 1950, com estruturas simples e de caráter familiar. Eram compostas de um projetor de som, também conhecido como “boca-de-ferro”, que era ligado a um ou dois toca-discos. Dentre as 868 aparelhagens registradas junto ao DPA/PA, selecionamos as festas sonorizadas pela aparelhagem Super Pop. À luz da pesquisa em Comunicação, o presente trabalho tem como objetivo analisar a experiência comunicativa, abordada enquanto experiência estética, presente nos elementos intersubjetivos que são partilhados ao longo das festas da aparelhagem Super Pop, realizadas em Belém e região metropolitana. O trabalho foi conduzido a partir de uma perspectiva fenomenológica, por meio da qual se procura destacar a experiência do encontro do pesquisador com o objeto como processo compreensivo e hermenêutico. As materialidades intersubjetivas são analisadas a partir da abordagem fenomenológica presente em Maffesoli e das orientações metodológicas de Schutz. Para tal, concentro-me na análise de três eventos sonorizados pela aparelhagem Super Pop Live, à medida que os elementos observados no conjunto das festas podem ser compreendidos como sínteses das formas sociais e da experiência social da festa de aparelhagem.

  • WEVERTON RAIOL GOMES DE SOUZA
  • PUBLICIDADE E CIÊNCIA: NARRATIVAS NA TV ABERTA

  • Data: 22/03/2017
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  • O objetivo desta dissertação é compreender como a ciência é utilizada nas narrativas dos anúncios publicitários televisivos veiculados, no período de junho a novembro de 2013, nas emissoras TV Liberal e Record Belém, ambas localizadas em Belém do Pará. Nossa proposta é delineada como um desdobramento da pesquisa Representações da Mulher Cientista na TV Brasileira e no Imaginário de Adolescentes, na qual percebemos a recorrência da utilização da ciência em anúncios publicitários na grade de programação da TV aberta. Com base no que foi coletado naquela pesquisa, configura-se um novo corpus composto por 83 anúncios publicitários, com objetivo de analisar como a ciência configura as narrativas publicitárias. A partir de pesquisa e revisão bibliográfica discutimos a publicidade como narrativa fortemente articulada ao mercado e ao nosso cotidiano, revelando-se uma mediação de processos comunicacionais e construtora de modelos (TOALDO, 2005; GOMES, 2008; PIEDRAS, 2009; TRINDADE, 2012; MOTTA, 2013). Para analisar o uso da ciência nessas narrativas e discutir a relação que esse uso estabelece com a sociedade, seguimos a proposta analítica de Motta (2013), composta por sete movimentos. Esses movimentos analíticos nos permitem decompor e recompor as narrativas com foco nos processos de comunicação que perpassam os anúncios publicitários televisivos. Identificamos e discutimos nove estratégias de utilização da ciência na construção das narrativas publicitárias, que são: (i) o componente científico; (ii) o ambiente científico; (iii) o convite à experimentação; (iv) a relação com a inovação; (v) a ficção e a realidade; (vi) as animações e ilustrações científicas; (vii) os cientistas e especialistas como personagens; (viii) as celebridades como personagens; (ix) os não especialistas como personagens. Tais estratégias estabelecem uma noção de que o conhecimento científico é fonte de soluções para problemas cotidianos ao propiciar um ambiente de criação e inovação capaz de gerar tecnologias que promovem novas práticas sociais e se incorporam ao dia a dia dos sujeitos sociais.

  • LORENA DE MEIRA RODRIGUEZ
  • A GUERRILHA DO ARAGUAIA: meios de comunicação contra-hegemônicos da Amazônia para a Europa

  • Orientador : CELIA REGINA TRINDADE CHAGAS AMORIM
  • Data: 22/03/2017
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  • Este estudo, intitulado “A Guerrilha do Araguaia: meios de comunicação contra-hegemônicos da Amazônia para a Europa”, tem como objetos empíricos de análise os seguintes meios de comunicação alternativos: rádio Tirana (Albânia), jornais Frente Brasileño de Informaciones (1968-1973) (Chile), Politique Hebdo (1970-1978/1982) e Liberatión (1973) (França), A Classe Operária (1925), O Araguaia (1974-1975), Coojornal (1976-1983) e Resistência (1978-1983) (Brasil). Para este fim foram selecionadas veiculações que abordassem a Guerrilha, sendo uma de cada meio, dando-se prioridade à primeira identificada segundo a ordem cronológica. Estes veículos de comunicação alternativos referiram-se sobre a Guerrilha do Araguaia, movimento de resistência armada à ditadura militar brasileira (1964-1985) que aconteceu entre as décadas de 1960 e 1970, no sudeste do Pará, enquanto esta ainda se encontrava em curso e sob a mordaça do Estado brasileiro. A hipótese apreciada é a de que, mesmo essas mídias tendo sido produzidas em âmbitos e locais distintos, eram alimentadas por uma ou mais redes de informações, preocupadas em divulgar o conflito. O problema que originou esta pesquisa foi: como as notícias da Guerrilha chegavam à mídia contra-hegemônica internacional se o conflito era negado pelo Regime Militar Brasileiro e pouco foi divulgado na imprensa chamada “oficial”, à época de sua ocorrência)? O objetivo geral aqui perseguido é o de refletir sobre o papel das mídias contra-hegemônicas na divulgação de notícias sobre a Guerrilha do Araguaia nas dimensões internacionais, nacionais e regionais. De modo a poder desvelar o objeto de estudo preterido buscamos como referências conceitos fundamentais ao tema tais como o de hegemonia proposto por Antonio Gramsci (1999), que aborda o domínio de um grupo detentor de capital financeiro e/ou intelectual sobre outro o qual detém a condição de oprimido, este logo alude à contra-hegemonia, aqui ancorada por Denis de Moraes (2011). Outros preceitos foram fundamentais como a censura à imprensa debatida por Karl Marx (2006), em âmbito internacional, e por Beatriz Kushnir (2015) e Anne-Marie Smith(2000) , no plano nacional. Nos debruçamos ainda sobre a mídia tida como radical e alternativa, contestadora do status quo, através de John Downing (2002) e Cecília Peruzzo (2006) dentre outros. Logo, para a Guerrilha, estudamos as obras de Fernando Portela (1986), Élio Gáspari (2002) e Paulo Fonteles Filho (2013). A pesquisa mostrou-se relevante uma vez que levantou meios de comunicação alternativos que abordaram a temática da Guerrilha e, todavia, não haviam sido trabalhados anteriormente. Para além do ineditismo, o estudo fez-nos perceber que, mesmo estando a imprensa nacional censurada sobre o assunto, a temática alcançou inclusive veículos internacionais, sendo estes fundamentais para que o conflito fosse registrado e legitimado. Inferiu-se que as notícias eram partilhadas por redes de informações. A pesquisa foi feita a partir do víes qualitativo proposto por Ortez e Gonzáles e das técnicas de análise de conteúdo propostas por Laurece Bardin (1979).

  • LÁZARO CARDOSO DE MORAES
  • ANTAGONISMO POLÍTICO NA ARENA MIDIÁTICA: ESCÂNDALOS NA ELEIÇÃO AO GOVERNO DO PARÁ EM 2014

  • Data: 20/03/2017
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  • Esta pesquisa analisou as matérias jornalísticas publicadas durante o período eleitoral de 2014 para governador do Pará, nos jornais locais O Liberal e Diário do Pará, com vistas a identificar frases, palavras-chave e outros recursos editoriais – como manchetes, legendas, fotografias, infográficos e fac-símiles – com o intuito de verificar se os dois jornais participaram da construção de escândalos políticos midiáticos com o objetivo de prejudicar o capital simbólico dos adversários visando influenciar a opinião do eleitorado. Considerandose que O Liberal declarou apoio à reeleição do governador Simão Jatene e o Diário do Pará, à eleição de Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho e ex-prefeito do município de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. Foram coletadas 100 reportagens publicadas pelos dois jornais, analisadas com base em dois formulários sobre cada uma dessas matérias: um relativo a questões sobre dados quantitativos – se a matéria foi manchete do jornal, abertura de página, se teve chamada na capa, se foi publicada em página par ou ímpar ou se apresentava elementos gráficos; e outro, relativo aos dados qualitativos: se os dois lados envolvidos na matéria foram ouvidos; se a reportagem atingia o governo dos candidatos, parente seu ou aliado político; se a matéria se enquadrava na categoria de escândalo político ou, ainda, se houve omissão de agentes públicos diante de denúncias apresentadas. Entre os autores que forneceram o referencial teórico que sustentou a pesquisa citamos Thompson (2002), Bourdieu (1998), Bakhtin (2006) e Mainguenau (2013), sobre os quais se baseou a análise de discurso das matérias publicadas nos dois jornais. A partir da leitura dos dados, não somente quantitativos, mas também qualitativos, partimos para a análise sobre como fazem os jornais para dizerem o que dizem, analisando-se as estratégias discursivas de cada um deles na construção de escândalos políticos midiáticos com vistas a conquistar o poder político. Ao final, concluímos que os dois jornais não somente trabalharam na tentativa de influenciar o eleitorado, como também adotaram estratégias discursivas semelhantes, caracterizando uma forma sui generis de antagonismo político entre os veículos de comunicação que deram sustentação às respectivas candidaturas ao governo do Estado.

  • PATRÍCIA DE NAZARÉ NOGUEIRA NOGUEIRA
  • A COMUNICAÇÃO E O EMPODERAMENTO SOLIDÁRIO E FEMININO NO PARÁ

  • Orientador : LUCIANA MIRANDA COSTA
  • Data: 20/03/2017
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  • Esta pesquisa tem como tema a comunicação do projeto Rede de Economia Solidária e Feminista (projeto Resf) para o empoderamento de artesãs que compõem a Rede Arte na Praça, seis grupos de empreendimentos econômicos solidários femininos que vivem no município de Marituba, no estado do Pará. O projeto Resf foi uma política pública nacional, realizada nos anos de 2013 a 2016, como resultado da parceria entre a entidade de apoio Guayí e a Secretaria Nacional de Economia Solidária. O projeto costumava adotar o discurso feminista como tema estruturante no intuito de prover o empoderamento feminino aos empreendimentos econômicos solidários. Por isso, esta pesquisa pretende compreender as estratégias e os sentidos relacionados ao discurso feminista (envolvendo a produção, circulação e apropriação de informação), que estava constantemente presente nos materiais comunicacionais produzidos e/ou distribuídos pela entidade de apoio às artesãs e também na interlocução delas durante as reuniões do projeto. As artesãs eram consideradas vulneráveis socialmente e desarticuladas politicamente pelas técnicas do projeto, no entanto, as vertentes política e a econômica eram consideradas essenciais para a conquista do empoderamento feminino. Nesse sentido, um dos principais objetivos do projeto era auxiliar as empreendedoras a conquistarem sua autonomia econômica e, para isso, tornava-se primordial estimular sua consciência crítica para superar as dificuldades e incentivar a mobilização das artesãs de forma coletiva. Para atingir esses objetivos, estratégias de comunicação eram utilizadas nas práticas discursivas da Guayí e sua equipe de assessoramento técnico no Pará com o intuito de produzir nas artesãs os efeitos de sentido desejados pela entidade de apoio. No entanto, a análise do discurso de vertente francesa revela que os sentidos das palavras não estão nelas mesmas e mudam conforme as condições de produção dos discursos e as redes de memórias dos interlocutores. Por isso, apesar das estratégias utilizadas na prática discursiva pelo projeto Resf, os sentidos produzidos pelas artesãs permaneceram imprevisíveis até o fim do projeto e geraram resultados parciais em relação ao empoderamento feminino a partir do discurso da economia feminista. 

  • JUSSIA CARVALHO DA SILVA VENTURA
  • CARTOGRAFIA SENSÍVEL
    Televisão, interação e afetividade entre público e o programa
    Sem Censura Pará

  • Data: 10/03/2017
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  • O objetivo desta pesquisa é compreender os modos de interação e laços de afeto tecidos entre o telespectador e o programa Sem Censura Pará, da TV Cultura do Pará. Parte-se da seguinte questão-problema: como se estabelecem os modos de interação e os laços de afetividade entre o programa Sem Censura Pará e seu público? O percurso metodológico segue em busca de um mapeamento dessa relação. Para isso, são adotadas três rotas: uma pela observação participante, outra pela análise dos programas de janeiro a agosto de 2016 e uma última com base em entrevistas (em profundidade e questionários) com telespectadores e profissionais que fizeram e fazem parte do SCPA. A partir das falas dos entrevistados, da observação participante e da análise dos programas, os três caminhos permitem ajudar a tecer a afetividade e os processos de interação com o SCPará O mapeamento feito pela conexão de três categorias (temporalidade, quotidiano e cooperação) que dá forma ao que chamo de uma cartografia sensível.

     

2016
Descrição
  • OTONIEL LOPES DE OLIVEIRA JUNIOR
  • Etnografia em quadrinho: subjetividades e escrita de si Tembé-Tenetehara

  • Data: 31/03/2016
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  • A linguagem dos quadrinhos utiliza recursos textuais e imagéticos para a produção de sentidos. Mais do que só a soma destes recursos, os quadrinhos são um híbrido singular com características expressivas únicas para a produção de discursos e enunciados. Como um veículo da indústria cultural, mas não apenas contido nela, os quadrinhos desempenham o papel duplo de, ao mesmo tempo em que agem como um meio de comunicação de massa, também são uma linguagem que, devido suas condições de possibilidades históricas, propiciam o aparecimento de saberes sujeitados. Historicamente, as sociedades indígenas brasileiras sofrem um processo de ajustamento a uma cultura homogênea colonialista, seja ela histórica, seja ela cultural, seja ela etnocida. A representação dos indígenas em materialidades da indústria cultural é comumente marcada pela uniformização de subjetividades e estereotipação de imagens. Ao apresentar a linguagem dos quadrinhos e suas características, este trabalho analisará, por meio do método arquegenealógico, se tais processos de subjetivação dos povos indígenas estão presentes em um recorte de materialidades em quadrinhos produzidas na indústria cultural. Também se discutirá o processo de aparecimento dos saberes sujeitados indígenas por meio da construção autoral Tembé-Tenetehara de enunciados em quadrinhos, feitos a partir de oficinas ministradas na Aldeia Sede Tenetehara como parte de uma pesquisa de campo participante apresentado aqui por meio de uma etnografia desenhada e em quadrinhos.

  • MARCUS DICKSON OLIVEIRA CORREA
  • INSURREIÇÃO NAS RUAS
    Uma Anarqueologia do Poder e Resistência nas Jornadas de Junho.

  • Data: 31/03/2016
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  • Esta dissertação, intitulada “INSURREIÇÃO NAS RUAS: Uma Anarqueologia do Poder e Resistência nas Jornadas de Junho” tem como objetivo discutir a relação do sujeito, poder e resistência, a partir do pensamento de Michel Foucault. Abordaremos a contraconduta dos jovens nos acontecimentos das Jornadas de Junho, através da ótica analítica da anarqueologia do saber, termo inventado por ele no curso ‘do governo dos vivos’ proferido em
    1980, que enfoca a inter-relação entre discurso e história, nas práticas de governo através de processos históricos pelos quais verdade e subjetividade são indexadas para a produção da obediência no exercício do poder, o qual Foucault vai instrumentalizar no conceito de governamentalidade. Discute-se, a partir de condições de possibilidades históricas abertas pela “desobediência dos sujeitos” nas ruas uma cultura de oposição e resistência de cidadanias potencialmente insurgentes. O problema que nos propomos, se configura na seguinte premissa: o que é que esse sujeito pode dizer sobre, para ou contra o poder que o assujeita? De fato, como o poder que se exerce sobre a indisciplina, a rebeldia, a insurreição produziu o discurso verdadeiro da liberdade, do prazer e da política? Nesta perspectiva os acontecimentos de junho estruturam e reestruturam as ordens do discurso numa postura de transgressão anárquica frente aos regimes de verdade.

  • NATHÁLIA MARIA COHEN PINHEIRO
  • Kyikatejê: entre o campo e a aldeia

  • Data: 30/03/2016
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  • Esta dissertação tem o objetivo de analisar os discursos sobre o time de futebol indígena Gavião Kyikatejê que circulam nos produtos audiovisuais. Nosso corpus de análise engloba matérias veiculadas nos programas SporTV Repórter, A Liga, Esporte Espetacular, Esporte Tv Repórter e uma matéria do site da Uol. Verificamos nestas produções que elas atualizam discursos coloniais sobre as sociedades indígenas. O sujeito indígena parado no tempo, vivendo em uma aldeia distante, sem conhecimento das técnicas utilizadas no futebol e fazendo uso apenas da força física e não intelectual no momento do jogo de futebol são algumas das recorrências presentes nesses vídeos, os quais falam sobre o time de futebol indígena Gavião Kyikatejê. Para esta pesquisa, utilizamos a pesquisa bibliográfica e a análise do discurso francesa. Os conceitos norteadores da análise são os propostos Michel Foucault (2013), na qual identificamos as recorrências e dispersões e as redes de memórias que compõem nossa materialidade.

  • DILERMANDO GADELHA DE VASCONCELOS NETO
  • Pensar a comunicação, repensar a moda

  • Data: 30/03/2016
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  • Este trabalho busca investigar a interface entre moda e comunicação. Parte da conceituação de interface proposta por Braga (2004), que a considera como uma cooperação entre disciplinas ou campos de saber que vai além da subordinação dos postulados de uma disciplina a outras, ou da criação de uma disciplina nova a partir de diversos enunciados de disciplinas mais consolidadas. Pressupõe, mesmo, que as disciplinas utilizem seus aportes no sentido de endereçar problemas de pesquisa diferenciados. Para investigar as interfaces entre os dois campos de saber, utilizamos o aporte metodológico da arqueologia postulada por Foucault (2013a) e também o “modelo teórico de apreensão” dos processos comunicacionais proposto por França (2001). Nesse sentido, realizamos uma breve arqueologia dos domínios discursivos da moda e da comunicação, buscando perceber como são formados os objetos, conceitos, temas e teorias; além de buscar perceber, especificamente no campo da comunicação, como se constitui o olhar lançado aos processos comunicacionais nos vários estratos históricos de desenvolvimento do campo. Por fim, considerando a recorrência de uma preocupação com as relações/interações estabelecidas entre os sujeitos ou grupos nos estudos em moda, utilizamos os postulados do modelo relacional/praxiológico da comunicação (QUÉRÉ, 1991; FRANÇA, 2003) a fim de desenvolver a interface entre a moda e a comunicação. Utilizamos dois enunciados que emergem no cenário paraense, cujas análises embasam a nossa investigação.

  • LUCIMERY RIBEIRO DE SOUZA
  • O MUSEU NA ERA VIRTUAL: Uma análise sobre os processos comunicativos online do Museu da UFPA

  • Data: 30/03/2016
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  • Objetiva-se analisar como a instituição museológica interage por meio de redes sociais online com seus públicos e como os agentes responsáveis compreendem esse processo comunicativo levando em consideração a função social dos museus e a necessidade de promoção do diálogo com a sociedade. Para realizar essa reflexão, investiga-se o Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), situado em Belém (PA). Como fundamentação teórica, recorre-se às reflexões feitas a partir de literaturas referentes aos campos da Comunicação (BRAGA; FRANÇA; MARTINO; RECUERO) e da Museologia (CARVALHO; CURY; GUARNIERI; MUCHACHO; SCHEINER). Como procedimentos metodológicos para coleta de dados, destacam-se duas técnicas principais: a observação direta assistemática e sistemática nas redes sociais online Facebook e Instagram apropriadas pelo Museu da UFPA e entrevistas a partir de roteiros semiestruturados junto aos sujeitos envolvidos na produção e circulação dos conteúdos publicados nos ambientes virtuais ligados ao MUFPA. Conclui-se que o modo como o MUFPA faz uso dos ambientes online estudados proporciona ampliação e fortalecimento dos laços sociais locais estabelecidos virtualmente, por meio da prática de postagens cujos conteúdos retratam aspectos regionais e cenas do dia-a-dia do museu. A manutenção dessa prática pode proporcionar que os laços estabelecidos no ciberespaço sejam redimensionados ao espaço físico do museu, com potencial em ressignificar a dinâmica de visitação presencial do circuito de museus na cidade de Belém. Analisar o museu como objeto permite um alargamento das perspectivas da área de Comunicação e Museologia, e aponta a necessidade de pesquisas posteriores que investiguem de modo mais amplo as instituições museológicas como medium, por exemplo, a comunicação na experiência de visita ao museu, as dinâmicas e o museus e seus diferentes públicos, dentre outras possibilidades.

  • NASSIF RICCI JORDY FILHO
  • Narrativas Orais Tembé-Tenetehara: percursos etnográficos, memórias e resistências

  • Data: 28/03/2016
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  • Em 1996, na Terra Indígena Alto Rio Guamá, setenta e sete Tembé-Tenetehara foram sequestrados, aprisionados e torturados por fazendeiros invasores. Submetidos durante três dias a condições sub-humanas, sem comida, sem água e num espaço mínimo, onde não podiam todos deitar ou até sentar ao mesmo tempo, os 77 indígenas foram ameaçados de morte e obrigados a assinar documentos onde abririam mão de suas terras. Em 2014, quase vinte anos depois, um desses 77 Tembé-Tenetehara, o cacique Naldo Tembé, nos conta essa história silenciada por todo esse tempo, inclusive pelos próprios Tembé. As narrativas orais Tembé-Tenetehara, tanto as cosmológicas quanto as políticas, fazem parte da cultura deste povo, e é através delas que eles resistem, travando uma batalha em busca da verdade. Esta pesquisa de dissertação pretende analisar as narrativas orais, contadas por Naldo Tembé, cacique da Aldeia Sede e vereador na cidade de Santa Luzia do Pará, Lourival Tembé, maior autoridade para contar as narrativas cosmológicas, Bewãri Tembé, professor de língua Tenetehara, América Tembé, liderança feminina nas aldeias Tembé, Kudã Tembé, professora de língua Tenetehara e Edmilson Tembé, guerreiro deste povo. Nestas narrativas orais, Lourival, com destreza de exímio contador de histórias, entra em outro tempo, diferente do nosso (judaico/cristão), o kwehê Dekwehê, ou “no tempo dos ancestrais”, para atuar em uma lógica outra, bem distinta da lógica ocidental e eurocêntrica. Enquanto Naldo, com a firmeza de uma liderança, nos conta histórias bem diferentes das histórias oficiais, que conhecemos através dos documentos da FUNAI. Dentro do discurso deste povo, séries de acontecimentos são silenciados pelo discurso oficial. A análise das narrativas orais propostas aqui vê e trata essas histórias como acontecimentos (FOUCAULT, 2013) que modificam as relações de poder entre os indivíduos dessa sociedade, evidenciando uma memória subterrânea (POLLAK, 1989) e um sujeito no presente de uma trama histórica (FOUCAULT, 2005), considerando assim, principalmente, a constituição dos poderes e saberes Tembé-Tenetehara.

  • LÍVEA PEREIRA COLARES DA SILVA
  • Trilha das letras no Pará: o caminho percorrido pela literatura no jornalismo paraense

  • Data: 14/03/2016
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  • Este trabalho tem como objetivo entender de que forma os jornais paraenses Folha do Norte (1896 – 1974) e O Liberal (1946 – atual) atuaram na cobertura de temas do universo literário, sejam eles nacionais ou regionais. A partir da Análise de Conteúdo, a pesquisa, de cunho exploratório, envolveu 110 anos de produção jornalística desses periódicos, desde 1896 até 2006, com recortes de dez em dez anos, nos meses de janeiro e julho. Para a análise, foi utilizado um protocolo com categorias relativas à temática literária e ao fazer jornalístico, a fim de possibilitar a captura de dados nas edições a serem analisadas e permitir que se entendesse melhor a atuação dos jornais. A procedência da obra é um dos focos da pesquisa, ao lado dos recursos utilizados pela imprensa para tratar dos assuntos do cotidiano. Foram analisadas 175 edições da Folha do Norte e 189 edições de O Liberal. O levantamento deu origem a um corpus composto por 588 textos jornalísticos sobre literatura, sendo 201 publicados pela Folha do Norte e 387 por O Liberal. Esses textos passaram por um processo de codificação a partir da aplicação do protocolo. Logo após, os dados gerados foram interpretados e contextualizados, tendo como base o histórico dos períodos analisados. Os contextos foram compreendidos a partir dos estudos realizados por autores como Geraldo Mártires Coelho e Vicente Salles, no âmbito regional, e Nelson Werneck Sodré e Marialva Barbosa, no panorama nacional. Para interpretar os aspectos ligados ao fazer jornalístico, como a noção de acontecimento e os gêneros utilizados pela imprensa, a pesquisa teve como base os estudos de autores como Adriano Duarte Rodrigues, Jorge Pedro Sousa, Nelson Traquina, Mauro Wolf e José Marques de Melo. A intenção foi compreender o que é pauta e valor-notícia quando se trata de cobrir assuntos literários e perceber como isso se dá, que formatos e gêneros são mais empregados e o que eles dizem a respeito da importância dada à literatura, pela imprensa. A justificativa para este estudo consiste em entender um aspecto da história da imprensa paraense ainda pouco explorado, a sua relação com a literatura ao longo do tempo, tendo em vista a escassa produção acadêmica com abordagem longitudinal, como este mapeamento.

  • MARCILENE DO CARMO DE OLIVEIRA MIRANDA
  • PRÁTICAS COMUNICATIVAS EM AMBIENTES PERIFORMAIS DE APRENDIZAGEM: UM ESTUDO COM JOVENS EM CAMETÁ

  • Data: 10/03/2016
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  • O foco central desta pesquisa nos orientou a observar e analisar as práticas comunicativas tecidas em duas escolas públicas de ensino médio na cidade de Cametá: a Escola Estadual de Ensino Médio Júlia Passarinho e o Centro Integrado de Educação Profissional de Cametá/Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Secretaria Estadual de Educação (CIEP/SENAI-SEDUC). Ao longo desse movimento, sentimos a necessidade de eleger uma nova ambiência para observação, os ambientes periformais de aprendizagem, por entendermos que, nos espaços escolares formais, as práticas de comunicação ainda estão pautadas em uma visão transmissiva do ensino-aprendizagem. Esses lugares periformais compreendem os espaços de circulação e de parada dos alunos, como: cantinas, corredores, pátios, halls de entrada, quadras, arquibancadas, jardins, enfim, espaços nos quais se concretizam as heterogêneas relações dos grupos discentes. Para analisar as práticas comunicativas, percorremos as pistas metodológicas da abordagem interacionista, na tentativa de perceber os principais movimentos dos estudantes, atravessados pelas reflexões de importantes autores da Comunicação, bem como de outras áreas. As atividades empíricas, exploratórias e de contato direto no campo foram responsáveis pela organização da amostra da pesquisa e das estratégias metodológicas mais pertinentes. Assim, a partir de observações e rodas de conversa com os estudantes (que aconteceram nos momentos de intervalos e folgas dos jovens), reunimos um eixo de significações agrupado em algumas categorias específicas de análise: “a interação face a face” foi articuladora central em todo o processo; os “laços”, as “panelinhas” e o “isolamento” constituíram as formas de relações e ajuntamentos percebidos; o “entretenimento”, a “fuga da rotina”, o “preconceito” e as “máscaras” foram operadores que fundamentaram outras discussões no universo investigado. Nesse movimento, compreendemos que o processo educativo é essencialmente comunicativo, no qual se tensionam elementos importantes, como: o outro, a reciprocidade, o engajamento, a mútua afetação, a constituição dos sujeitos em comunicação etc. Dessa forma, visualizamos a escola como um espaço cênico onde interagem atores que, em determinados cenários, representam diferentes papéis. A dinâmica das práticas comunicativas observadas durante a pesquisa revelou características de um processo que se estrutura e se movimenta na centralidade do face a face, no qual visualizamos uma sutil incidência de dispositivos tecnológicos presentes em algumas situações de comunicação. Os ambientes periformais de aprendizagem mostraram-se espaços, por excelência, da comunicação, pois neles foi possível observarmos sujeitos que se constituem mutuamente.

  • LORENA CRUZ ESTEVES
  • MÍDIA E IDEOLOGIA: OS DISCURSOS CONSTRUÍDOS PELO PROGRAMA DE RÁDIO ESTAÇÃO DIREITOS SOBRE MAIORIDADE PENAL

  • Data: 01/03/2016
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  • Inúmeras publicações brasileiras denunciam o tratamento fragmentado, superficial e descontextualizado da mídia quando trata sobre adolescentes autores de atos infracionais (CARLSON & VON FEILITZEN, 1999; 2002; BALAS..., 2000; NJAINE & VIVARTA, 2005; ANDRADE, 2006; NERY, 2008; ANDI, 2005, 2011, 2012a, 2012b, 2013; ROTHBERG, 2014; VARJÃO, 2015; ESTEVES et. al, 2015). Ao analisar a pesquisa bibliográfica, constata-se que a cobertura midiática é tendenciosamente negativa e comumente viola os direitos humanos dos adolescentes, garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990). Esse tipo de cobertura acaba gerando diversos sentidos sobre a percepção que a sociedade brasileira tem com relação aos adolescentes em conflito com a lei, influenciando o debate público acerca da redução da maioridade penal. Partindo desse contexto, esta pesquisa definiu como objeto de estudo o programa de rádio Estação Direitos, produzido pela Organização Não-Governamental Rádio Margarida, por apresentar-se com uma proposta diferenciada da mídia dita comercial. Nesse sentido, o objetivo geral foi identificar se e, principalmente, de que forma o programa se contrapôs a um discurso dominante, que permeia o imaginário coletivo, sem repetir os discursos mais comuns utilizados pelos meios de comunicação, conforme literatura já existente, na cobertura sobre ato infracional e maioridade penal. Como metodologia, o corpus da pesquisa foi delimitado a partir do recorte dos 5 programas que trataram diretamente sobre a temática e também questões relacionadas a ela. O método de análise foi a Análise do Discurso de vertente francesa (BRANDÃO, H., 2012; ORLANDI, 2001; FOUCAULT, 1995; MAINGUENEAU, 1987). Tomando como base a metodologia adotada, a intenção foi fazer uma correlação entre as formações discursivas encontradas com a formação ideológica, já que o discurso é uma das instâncias em que a materialidade ideológica se concretiza (FIORIN, 1995). Portanto, esta é uma pesquisa ex-post-facto, que estuda o fato já acontecido (PANCERA, 2009), mas que ajuda a mapear a memória discursiva a respeito de um já-dito sobre o tema, podendo contribuir para futuras pesquisas na área. As considerações finais indicaram que o programa de rádio Estação Direitos, ao tratar sobre maioridade penal, conseguiu alcançar o objetivo proposto que foi abordar o tema de uma maneira diferenciada do encaminhamento empreendido pela grande mídia, trazendo à luz, outras perspectivas de enquadramento, com um direcionamento que foi ao encontro do Estatuto da Criança e do Adolescente, apesar de exaltar alguns discursos, em detrimento de outros, e pouco abordar a violação de direitos cometida pela grande mídia. De uma forma geral, pode-se constatar que os programas analisados, priorizaram uma abordagem diferenciada, contemplando discursos que possuem pouco espaço na cobertura midiática.

  • RAÍSSA LENNON NASCIMENTO SOUSA
  • A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DA MULHER NO CINEMA DE FICÇÃO PRODUZIDO NA AMAZÔNIA PARAENSE 

     

     

     

  • Data: 01/03/2016
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  • O objetivo principal dessa pesquisa foi analisar a construção da imagem da mulher presente nos filmes de ficção produzidos na Amazônia paraense, a partir dos discursos constantes nas tramas e de seus principais elementos icônicos. Entende-se que a presença da mulher no cinema é muito significativa, assumindo personagens relevantes na contemporaneidade. Desse modo, foram selecionados filmes contemporâneos que as colocam como sujeito principal das tramas. O corpus de análise é composto por curtas-metragens lançados em um período de efervescência do cinema paraense, entre os anos de 2010 e 2012: "Matinta" (2010), de Fernando Segtowick; "Ribeirinhos do Asfalto" (2011), de Jorane Castro; “Pássaros Andarilhos e Bois Voadores” (2011), de Luiz Arnaldo Campos; e “Juliana Contra o Jambeiro do Diabo pelo Coração de João Batista” (2012), de Roger Elarrat. Autores ligados à área da Comunicação e, especialmente, do Cinema, além da Linguística e Filosofia foram utilizados na construção analítica do corpus escolhido, como Michel Courtine (2005), Jacques Aumont (2002; 2008), Walter Benjamin (1994), Michel Pêcheux (1995; 1997) e Michel Foucault (2000; 2008). Tendo por base os quatro filmes analisados podemos concluir que a imagem da mulher amazônida contemporânea no cinema de ficção é a de mulheres, que apesar de manterem elementos de submissão em relação ao homem, conquistam com enfrentamento, coragem, trabalho, sedução e feminilidade, espaços de atuação e emancipação nos ambientes que vivem (urbanos ou rurais).

  • MONIQUE FEIO IGREJA
  • TECNOLOGIA E INTERAÇÕES NA AMAZÔNIA PARAENSE: um estudo com jovens da ilha de Murutucu – Belém/PA

  • Data: 29/02/2016
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  • A presente pesquisa objetiva analisar as formas que se estabelecem as interações mediadas pelo smartphone entre jovens moradores da ilha de Murutucu, localizada no município de Belém, estado do Pará, que vivem em uma realidade marcada pela transição entre urbano e rural na Amazônia paraense. Na escuta dos jovens, realizamos uma pesquisa qualitativa, composta por observação direta participante, entrevistas e questionários semiestruturados, envolvendo questões relativas às interações (GOFFMAN, 2012), contempladas em três níveis analíticos: socioculturais, espaço-temporais e tecnológicas. A rotina dos componentes deste estudo se desdobra entre Murutucu e Belém, para onde precisam se deslocar cotidianamente com o objetivo de estudar, adquirindo, assim, diferentes percepções espaço-temporais e novas formas de socialidades (SIMMEL, 2006). Nesse sentido, os jovens estão inseridos no contexto das novas ruralidades (CARNEIRO, 2012), entendidas a partir da junção entre elementos presentes na cultura local e a incorporação de novos hábitos e técnicas. Murutucu tem dinâmicas particulares em seu contexto: é entrecortada pelos chamados furos, não conta com ruas que conectem suas residências, nem possui espaços de lazer que integrem os jovens locais. Dessa forma, o acesso à Internet, facilitado com o uso dos smartphones, adquire um papel fundamental nas interações tecidas pela população juvenil, pois este dispositivo permite uma mobilidade informacional que não é limitada pela mobilidade física. O smartphone, com sua característica ubíqua, portátil e móvel, insere os jovens de Murutucu em uma mobilidade ampliada e é entendido como uma forma de midiatização, que configura usos diversificados. Porém, a utilização de aparatos tecnológicos e a consequente ampliação de formas de interação não implicaram na perda de vínculo dos jovens com o espaço habitado. A ilha lócus desta pesquisa é considerada como detentora de elementos essenciais ao modo de vida dos jovens, tais como a segurança, a tranquilidade e o silêncio, que revelam sentidos de intenso pertencimento ao local de origem. Para os sujeitos que compõem este estudo, a tecnologia é tida como uma verdadeira redentora, que traz a salvação da manutenção de suas relações interpessoais, mas não é utilizada para reverberar as problemáticas existentes em Murutucu, que não tem acesso a serviços que satisfaçam as necessidades humanas básicas, como educação, saúde, sistema hídrico e de saneamento. O smartphone é relacionado pelos entrevistados como um meio de comunicação e transpõe as limitações físicas presentes no território da ilha. Dessa forma, a juventude costuma interagir amplamente no ambiente virtual.

2015
Descrição
  • ARCÂNGELA AUXILIADORA GUEDES DE SENA
  • O INDÍGENA NOTÍCIA NA TV LIBERAL
    Corpos de memórias coletivas

  • Data: 24/11/2015
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  • Esta dissertação analisa a presença indígena no telejornalismo da TV Liberal, emissora com sede em Belém, capital do Pará, afiliada à Rede Globo de Televisão, que se constitui como uma das maiores audiências do País. Analisaremos quatro materialidades, três (03) reportagens e uma (01) vinheta institucional da emissora, veiculados entre abril de 2012 e dezembro de 2014. Esse período foi recortado a partir de três acontecimentos bastante significativos para os povos indígenas que vivem no estado do Pará: a realização das edições dos Jogos Indígenas no Estado, os trabalhos envolvendo a construção de Belo Monte e o conflito entre Tembé e colonos na Terra Indígena Alto Rio Guamá. Desde o início da programação televisiva, no Brasil, em 1950, os telejornais começaram a se constituir como um significativo formador de opinião entre os brasileiros. No entanto, não são homogêneos, pois estão intrinsicamente associados aos grupos políticos ou/e econômicos a que estão ligados. A televisão, na condição de um significante dispositivo de produção de identidades, ou seja, um instrumento de controle do poder e de controle da circulação dos saberes, trabalha de maneira a ordenar os discursos, a partir de diferentes perspectivas e o telejornalismo está vinculado à ideia de tradução da realidade, ele representa a não ficção. Analisaremos o telejornalismo da TV Liberal tomando como perspectiva a descrição dentro do universo multifacetado e complexo da Amazônia. Procuraremos observar suas práticas discursivas, seus movimentos de regularidades e dispersões e as redes de memórias dos sujeitos históricos que colocam em circulação os discursos comprometidos com o sistema colonial e suas atualizações. Tomaremos o corpo indígena, apresentado nos jornais da TV Liberal, como objeto central de nossa análise. Para isso, vamos considerar o corpo indígena como principal enunciado visual das reportagens e os processos de intericonicidade que estabelecem (COURTINE, 2011). Serão também delineadores de nosso percurso analítico os conceitos de história descontínua e acontecimento, formulados por Foucault (2014). Este corpo indígena, como notícia, apresentado nas telas de TV, está imbricado com as condições de possibilidades históricas de quem produziu os telejornais e procura forjar uma “realidade” sobre os povos indígenas em uma materialidade audiovisual associado à verdade de uma história regular, que silencia os saberes ou quando aparecem, recorrentemente retomam memórias estabelecidas a partir do discurso colonial, ainda no século XVI, que se insurgiram através da literatura ou de iconografia de viagens cheias de desdobramentos morais e filosóficos, em diferentes materialidades como cartas, relatórios internos ou descrições de uma figura ideal para a sociedade àquela época. Nas pesquisas com telejornais locais, o funcionamento discursivo, muito recorrentemente atualiza esta memória colonial sobre os indígenas. Desejamos, portanto, com esse trabalho participar do debate acadêmico sobre telejornalismo, uma vez que o estudo do gênero, numa perspectiva Amazônica ainda é algo pouco explorado.

  • VIVIAN DE NAZARETH SANTOS CARVALHO
  • O INDÍGENA NA TELENOVELA BRASILEIRA: discursos e acontecimentos.

  • Data: 07/04/2015
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  • Esta dissertação analisa os discursos que circulam nas telenovelas brasileiras sobre as sociedades indígenas. Para isso, nos apropriamos das formulações propostas por Michel Foucault, em “A Arqueologia do Saber”, com o objetivo de investigar as regularidades e dispersões nos discursos sobre os povos indígenas presentes nestas ficções televisivas seriadas. Partimos, principalmente, da análise de cenas das telenovelas “Aritana” (1978), “Uga Uga” (2000) e “Alma Gêmea” (2005). Mostramos como estas produções, que apresentam tramas diferentes e foram exibidas em épocas distintas, apresentam regularidades na construção de seus protagonistas indígenas. Em uma perspectiva foucaultiana, procuramos entender como os personagens indígenas são construídos nestas narrativas televisivas, quais enunciados relacionados a eles aparecem nestas produções e a que redes de memórias eles se filiam. Tomamos a categoria analítica de intericonicidade, proposta por Jean Jaques-Courtine (2013), com o objetivo de compreender a construção das imagens dos personagens indígenas presentes nestas telenovelas. Para analisar em que momentos históricos os discursos sobre as sociedades indígenas ganharam destaques nas telenovelas brasileiras, realizamos, no período de fevereiro a julho de 2014, um extenso levantamento das telenovelas que foram exibidas, ao longo de 50 anos, nas principais emissoras de televisão. A partir deste levantamento, chegamos a três grandes acontecimentos bastante imbricados com produções que trouxeram personagens indígenas em papéis de destaque: a demarcação, em 1978, do Parque do Xingu, a comemoração, no ano 2000, dos 500 da chegada dos europeus ao Brasil e o momento atual, em que acompanhamos as discussões sobre a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

  • THAIS LUCIANA CORREA BRAGA
  • NEM EU, NEM O OUTRO; QUALQUER COISA DE INTERMÉDIO

    Estudo exploratório de formas simbólicas sobre o plebiscito para a criação dos Estados de Carajás e de Tapajós

  • Data: 26/03/2015
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  • Realizado em 11 de dezembro de 2011, o plebiscito propunha a criação dos Estados de Carajás e de Tapajós a partir da divisão territorial do Estado do Pará. O total de 66% dos eleitores paraenses que compareceram à consulta pública votou contrário às duas propostas, enquanto que 33% deles votaram favoráveis à criação dos dois Estados. A partir desse acontecimento histórico para a população paraense, a pesquisa objetiva compreender os sentidos produzidos pelos jornais impressos O Liberal e Diário do Pará sobre o plebiscito no Pará a partir da definição de formas simbólicas. Utilizo o referencial metodológico da hermenêutica de profundidade (HP), proposto por J. B. Thompson, aliado às técnicas da análise histórica e da análise de conteúdo. A amostra da pesquisa é composta por 135 edições, 57 de O Liberal e 78 do Diário do Pará. Para a composição da amostra, considerei todas as edições dos dois jornais publicadas nos meses de junho, julho, novembro e dezembro de 2011. No entanto selecionei, apenas, aquelas em que havia alguma informação sobre o plebiscito no Pará, independente do gênero jornalístico. O desenvolvimento inicia-se com a caracterização histórico-geográfica dos territórios de Carajás e de Tapajós a fim de situar a proposta de divisão do Pará ao longo do tempo. Em seguida reflito sobre o caráter comunicacional da atividade jornalística: a correlação estabelecida entre o eu e o outro faz com que toda informação seja uma comunicação em potencial. O outro representa tanto aquele a quem o eu se dirige, como o terceiro sobre quem se fala. A comunicação de massa, ainda que de forma mediada, recorre a essa dimensão e, por isso, é capaz de colocar em contato falas distantes. O poder simbólico da comunicação de massa consiste em visibilizar ou silenciar essas falas. As interpretações/re-interpretações do que os jornais impressos produziram sobre o plebiscito no Pará, identificadas na pesquisa, finalizam o estudo exploratório. Algumas delas são: o plebiscito foi tratado como eleição partidária, garantindo vitória ao “Não” e derrota ao “Sim”, quando, na verdade, tratava-se de consulta popular; Carajás e Tapajós uniram-se em oposição à Belém, contudo os dois territórios possuíam razões diferentes para a divisão; a imagem associada à Carajás e a Tapajós são de políticos homens; os dois jornais impressos viram o plebiscito como quebra, divisão, recorte e perda econômica, principalmente.

  • ANTONIO CARLOS FAUSTO DA SILVA JUNIOR
  • CANÇÃO PARA INGLÊS VER: gêneros, identidades e relações de poder no carimbó e no brega

  • Data: 27/02/2015
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  • Intitulada Canção pra inglês ver: gêneros, identidades e relações de poder no carimbó e no brega, esta dissertação objetiva analisar os sentidos sobre identidades culturais no carimbó e no brega, divulgados junto ao mercado global como música autenticamente paraense. Partimos da natureza comunicativa (MARTÍN-BARBERO, 2001) e do caráter de processo comunicacional (FRANÇA, 2001) do carimbó e do brega para identificarmos as estratégias (CERTEAU, 2012) discursivas acionadas na configuração comunicacional desses gêneros musicais (JANOTTI JÚNIOR, 2006), a fim de discutirmos, a partir delas, os sentidos sobre identidades culturais (HALL, 2011). Para tanto, recorremos à Análise de discursos e a Iconografia e Iconologia, dois métodos de pesquisa importados do campo da História da Arte. Combinação metodológica que nos possibilita trabalhar junto ao caráter discursivo do carimbó e do brega, cuja configuração comunicacional, atravessada por assimétricas relações de poder cultural, mercadológico e político, prevê o acionamento de estratégias discursivas com o intuito de domesticar o sentido sobre identidades, em detrimento de algumas hibridações culturais capazes de prejudicar a visibilidade de artistas, produtores culturais, empresários e políticos em um mercado simbólico global afeito ao consumo de regionalismos (HALL, 2011).

  • BRUNO MONTE DE ASSIS
  • Amazônia Virtual no game Brasil Ragnarök Online: representações, construção e circulação de sentidos sobre a região

  • Data: 27/02/2015
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar a presença de representações amazônicas em Brasil Ragnarök Online (BRO), um jogo digital para milhares de participantes simultâneos. A investigação foi fundamentada em pesquisa documental e bibliográfica para embasar as discussões a respeito de processos de representação, construção e circulação de sentidos nos jogos, sobretudo em jogos digitais, além de apresentar brevemente o processo de transformação das capacidades representativas desses produtos midiáticos ao longo de sua história. Para a descrição e análise do objeto empírico, buscou-se a construção do modelo analítico de representações nos jogos digitais, embasado nas contribuições teóricas de Denise Jodelet (1989), Mikhail Bakhtin (1995), Stuart Hall (2003, 2005) e José Luiz Braga (2012) e nas propostas metodológicas direcionadas a jogos digitais de Ian Bogost (2007, 2008), Cristiano Pinheiro (2007) e Felipe Teixeira (2007), respectivamente, a retórica processual, o modelo de jogo digital e a hermenêutica dinâmica. Buscou-se, seguindo o modelo de análise proposto, realizar um levantamento dos jogos digitais que apresentaram representações da Amazônia em seu conteúdo para verificar aspectos relacionáveis às encontradas em BRO. Verificou-se que os sentidos construídos em BRO reforçam inúmeros estereótipos sobre a região amazônica, de modo a apresentar circularidades com os sentidos existentes nos jogos digitais descobertos no mapeamento. Apesar disso, acredita-se que os jogos digitais se configuram como uma mídia potencial para valorizar e debater acerca da região amazônica, evidenciando uma realidade que possibilita pesquisas futuras.

  • EVELYN CRISTINA FERREIRA DE AQUINO
  • SIM OU NÃO? O plebiscito no Pará em 2011, estratégias discursivas e sentidos nas campanhas televisivas

  • Data: 20/02/2015
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  • A proposta deste estudo foi observar como se constituíram as estratégias discursivas nas campanhas televisivas das frentes pró e contra a criação dos estados do Carajás e do Tapajós no plebiscito de 2011, no Pará, e quais os sentidos ofertados por essas estratégias. Em 2011, a população paraense foi às urnas com uma grande responsabilidade em mãos: foi a primeira vez que o cidadão foi chamado para decidir sobre a criação de estados. Previsto pela Constituição de 1988, fundamentado pela lei 9.709, que prevê a participação da população para decidir sobre desmembramentos de territórios e criação de novos estados e pela Resolução 23.354, que dispôs sobre a organização e conduta da campanha plebiscitária, o plebiscito marcou a história do país. Os antigos anseios de reordenamento territorial na Amazônia vêm desde sua própria constituição como sociedade, fundada no mito da unidade territorial. Os debates sobre a necessidade de reconfigurar o mapa do estado para viabilizar uma administração que alcance sua extensão territorial e proporcione desenvolvimento local serviram também para dar corpo aos preceitos de uma divisão política, com diversos tipos de interesses em jogo. A campanha na televisão começou no dia 11 de novembro e encerrou no dia 7 de dezembro. Ao todo, foram produzidos 80 programas, veiculados às 12h-12h10 e às 19h30-19h40. Foram analisados 20 programas, 10 do "sim" e 10 do "não". A análise teve como base as premissas de que as frentes pró e contra a criação dos estados do Carajás e do Tapajós no plebiscito de 2011 apresentaram seus programas em um processo de interação, um em resposta ao outro, e, a partir disso, construíram suas estratégias e seus discursos, e que as campanhas se apropriaram de um processo histórico e cultural de (re)produção discursiva sobre o Pará para construir seus argumentos. Os procedimentos metodológicos envolveram o uso do método da análise do discurso na vertente dialógica de Mikhail Bakhtin. Outros autores importantes foram Antonio Fausto Neto, para compreender as estratégias discursivas; Eliseo Verón, sobre discurso político, enunciação e enunciado; Vera França e Adriano Duarte Rodrigues, acerca da discussão sobre interação comunicacional. A análise mostrou que as frentes de campanhas trabalharam com estratégias discursivas que ofertaram dois macrodiscursos: o discurso da integridade e união da população contra a divisão, por meio de apelos à cultura (frentes do "não") e o discurso dos novos estados como única solução para todos os problemas do Pará, por meio da apresentação de fatores econômicos (frentes do "sim"). Outros discursos encontrados foram o da integridade regional; do desenvolvimentismo; dos estados que deram certo; da extensão territorial; do abandono e da ingovernabilidade; da ingerência externa e dos estados inviáveis. Mesmo com a vitória do "não" à divisão, as consequências desse resultado e sua discussão estão longe de se estagnar. Analisar as campanhas televisivas do plebiscito foi uma forma de compreender a Amazônia. Para uma região complexa e heterogênea com dificuldades de ser pensada, só uma metodologia conjuntural e amplificada pode dar conta de sua extensão não só territorial, mas, sobretudo, histórica, social, política e discursiva.

  • DANIELLA DE GOIS ARISTON BARION
  • OS DISPOSITIVOS E EPISÓDIOS INTERACIONAIS DO PROJETO NEWTON DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

  • Data: 30/01/2015
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  • Esta dissertação aborda a análise dos Dispositivo e Episódios Interacionais que configuram os processos comunicacionais do Projeto Newton, em busca de compreender de que forma esses processos demonstram a participação das tecnologias na construção de sentidos por parte dos participantes dos sistemas de relação estabelecidos. Tais processos são denominados, por Braga (2012c), como Invenção Social de Direcionamento Interacional, quando a tecnologia agrega valor para a sociedade, evidenciando que a importância não está no aparato e sim nos processos comunicacionais. O Projeto Newton é uma ação experimental, da Universidade Federal do Pará, para a qualificação do ensino de Cálculo, para alunos de Engenharia. Elegemos esse Projeto como objeto empírico para tensionamento da teoria por considerarmolo uma proposta inovadora, do campo da educação, ao combinar práticas canônicas e contemporâneas tecidas a partir do midiático. Dessa maneira, utilizamos conceitos de Braga (2011c; 2012b) Dispositivos Interacionais, lugares nos quais podemos explicitar o sistema de relações e perceber os Episódios Interacionais, a partir dos quais desenvolvemos a metodologia da descrição e observação indicada pelo autor. Assim, analisamos o sistema de relações constituidores e constituintes dos processos comunicacionais no Projeto Newton, em quatro dispositivos identificados: a Aula-Programa, que se configura como o dispositivo central da tecitura dos processos comunicacionais, no Projeto, assim, como a Tutoria, o Moodle e o Facebook, esses denominados por nós como ambientes estendidos de interação. Na análise, percebemos que os processos de interação são tentativos e sua intensidade e dimensão, dependem das articulações, trocas e negociações realizadas pelos sujeitos. Apesar de os alunos, como jovens, estarem acostumados ao uso das TICs no cotidiano, há uma enorme dificuldade de rompimento de hábitos educacionais culturalmente constituídos. Isso não ocorre só com os alunos, mas também com professores, tutores e outras pessoas da equipe do Projeto com formações diferentes. Dessa forma, enquanto percebermos a educação distante do sentido da vida, será impossível transformá-la em Invenção Social de Direcionamento Interacional.

2014
Descrição
  • DANIELLE DOS REIS BLANCO
  • A Vitrine Facebook: uma análise do consumo online a partir de três espetáculos culturais de Belém-PA.

  • Data: 17/03/2014
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  • Este trabalho busca compreender a relação de consumo online estabelecida entre os espetáculos culturais de Belém (Arraial do Pavulagem, Felipe Cordeiro e Dirigível Coletivo de Teatro) e seus consumidores-fãs, na rede social digital Facebook. Para tanto, a pesquisa prevê a discussão de conceitos que norteiam essas práticas de consumo como: espetáculos culturais, rede social digital e consumo online, além de aprofundamento em temas como online e off-line, bios midiático, consumidores-fãs, o Facebook como mídia de consumo online, entre outros. Para a realização desta pesquisa, optou-se como pela metodologia proposta por Muniz Sodré (2007), o modelo tripartite, que propõe a descrição, análise e interpretação dos fenômenos comunicacionais; e como método de procedimento a netnografia (Amaral, Recuero e Fragoso, 2011), própria para pesquisas em ambiências online. A observação e análise da pesquisa estão sendo realizada no período de novembro de 2012 até dezembro de 2013.

  • DIOGO SILVA MIRANDA DE MIRANDA
  • Palafitas Digitais: comunicação, convergência cultural e relações de poder em Afuá.
  • Data: 17/03/2014
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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar as questões de comunicação na Amazônia. Para isso, procuro discutir os usos sociais que os sujeitos atribuem às diferentes tecnologias envolvidas nesse processo e as relações de poder que se estabelecem nesse ambiente. Para tal exercício, entre os diferentes teóricos que subsidiam essa pesquisa, parto da proposta teórico-metodológica de Jesús Martín-Barbero (2004), que identifica na cartografia uma perspectiva de estudo mais aberta e rigorosa e que possibilita ao pesquisador experienciar as dinâmicas do objeto. Essa vivência seria a chave para apreender a materialidade social, que necessita ser experienciada para, enfim, ser analisada. E, para observar esse cenário contemporâneo, também busco apoio na obra de Henry Jenkins (2012) a fim de entender que a cultura está passando por transformações e as diferentes Tecnologias da Comunicação e Informação (TICs) estão se articulando e proporcionando aos indivíduos uma experiência diferente de interação em sociedade. Contudo, é preciso ter em vista que nem todos participam da mesma forma e, nesse sentido, Michell Foucault (1996; 2008) dá suporte a essa investigação para compreender as questões analíticas do poder em sociedade, a maneira como se manifestam as disputas em pequenas ações e como os indivíduos exercem pequenas formas de dominação entre si. A partir dessas questões é possível afirmar que a Amazônia apresenta um contexto multifacetado, onde as diferenças se inscrevem em cada parte de seu território. Afuá é um exemplo da complexidade que existe na região. Localizada no extremo norte do Arquipélago de Marajó, na Amazônia paraense, a “Veneza do Marajó” (como a cidade é chamada pelos seus moradores) tem suas ruas, casas e construções elevadas sobre palafitas que sustentam a cidade inteira sobre o leito dos rios. Neste lugar particular, a web se popularizou há poucos anos pelo sinal da telefonia móvel e proporcionou um novo cenário de interação entre os seus moradores. Mas é preciso destacar que seu sucesso está fortemente atrelado à importância que as rádios possuem no estabelecimento das relações sociais dessa comunidade. Por esse fenômeno é possível perceber como cada forma de uso das TICs está ligada as experiências que se estabelecem em sociedade. Nesse sentido, pensar a comunicação na Amazônia é um exercício que exige olhar a “natureza comunicativa” dos fenômenos sociais (FRANÇA, 2001), sem perder de vista que esses acontecimentos (FRANÇA, 2012) traduzem contextos específicos, que particularizam o lugar onde se realizam. São esses contextos que possibilitam as práticas de apropriação e os usos sociais diferentes das mídias que estão à disposição dos sujeitos, que tornam a experiência dos indivíduos um acontecimento único e singular e que permitem compreender a amplitude do processo comunicativo, que vai além da simples interação social.
  • LUCIVALDO BAIA COSTA
  • Interações nas Danças Circulares do Mana-Maní em Belém do Pará

  • Data: 14/03/2014
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  • Esta pesquisa prioriza abordagens que estudam a comunicação enquanto interação entre pessoas. O
    objetivo geral foi identificar, compreender e interpretar as interações que ocorrem nas danças
    circulares do Mana-Maní em Belém do Pará. Especificamente buscou-se identificar a dimensão
    comunicativa das ações individuais e coletivas que ocorrem na dança circular e verificar de que
    maneira a dimensão comunicativa das interações favorecem as interações simbólicas na dança
    circular, além de descrever as interações comunicativas que ocorrem nas danças circulares do Mana-
    Maní. O aporte teórico fundamentalmente discutiu dispositivos interacionais em José Luiz Braga;
    Espírito Comum e Sociedade Midiatizada em Raquel Paiva e Muniz Sodré e Comunidade Emotiva e
    Percepção do Mundo Sensível em Michel Mafessoli. Desse modo fez-se um tencionamento entre
    teorias e pesquisa empírica, sobre as observações em um contexto compreendido a partir de
    interpretações do pesquisador. Ao nível da abordagem metodológica, utilizou-se um enfoque
    prevalentemente qualitativo (interpretativo), que se pautou na abordagem fenomenológicopragmática,
    buscando revelar características intrínsecas, ações e reações que ora promovem, ora
    decorrem das interações observadas no contexto do grupo. Trabalhou-se com pesquisa bibliográfica
    e de campo, com a observação participante, diário de campo, entrevistas em profundidade e não
    estruturadas, aplicação de formulário semiestruturado e coleta de depoimentos de participantes e exparticipantes.
    Quanto às implicações práticas, buscou-se compreender formas de comunicação
    ocorridas partir de uma vivência sociocultural, dentro de um contexto especificamente observado,
    reconhecendo influências externas e internas que propiciam interações comunicativas. Quanto aos
    resultados, compreendeu-se que as interações ocorrem nas danças circulares do Mana-Maní a partir
    da inter-relação entre cinco elementos: 1) o eu, parte fundamental e insubstituível, que agrega
    motivações pessoais para vivenciar as danças circulares; 2) o outro – matéria-prima para as diversas
    interações, sempre de forma assimétrica, conforme o cabedal de conhecimento de cada um. Sem o
    outro, não há interação; 3) a ritualística das danças circulares no Mana-Maní, inspirada nas matrizes
    culturais da Amazônia, que com sua filosofia estimula e permite um espírito mais meditativo e
    interativo entre os participantes; 4) o cotidiano, por conta do reencantamento, a partir do prazer de
    participar e de ter inspirações para enfrentar dificuldades, desafios, limites físicos, psíquicos e
    comunicativos do comportamento pessoal; 5) a intersubjetividade, que ocorre de forma relevante e
    intensa, partir das dimensões simbólica e intersubjetiva, onde cada participante projeta seu mundo,
    sua subjetividade e entra em contato com a subjetividade dos demais, criando e ressignificando
    interações.

  • MANOEL EDNALDO RODRIGUES
  • Recepção radiofônica: o rádio no cotidiano de uma comunidade rural na Amazônia paraense

  • Data: 13/03/2014
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  • O enfoque desta dissertação foi investigar, por meio da audição radiofônica, a importância do rádio no cotidiano dos moradores de Vila Brasil, na região do Rio Arapiuns, em Santarém - Pará. A construção teórica e metodológica teve como base os estudos culturais latino-americanos propostos por Jesús Martín-Barbero, Néstor García-Canclini e Guillermo Orozco Gómez, com direcionamento teórico ao estudo da comunicação. Partindo das contribuições desses pesquisadores e de autores brasileiros, entre outros, Ana Carolina Escosteguy, Nilda Jacks, Maria Itânia Gomes, Mauro Wilton de Sousa, Luiz Artur Ferraretto, discute-se a noção de recepção radiofônica sobre a importância do rádio em uma comunidade rural na Amazônia paraense. A pesquisa de recepção foi realizada em seis visitas à comunidade, nos meses de julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro de 2013, totalizando seis semanas in loco, intercaladas, além de visitas exploratórias anteriores à data inicial das atividades em campo. Nesse processo, foi constituído o corpus de estudo e analisado um conjunto de informações, obtido a partir de entrevistas, questionários e outras abordagens, como a observação participante e a história oral, por meio de depoimentos dos comunitários. Vila Brasil possui 329 moradores, dos quais 219 fizeram parte do estudo. A pesquisa foi desenvolvida sobre três grupos – adolescentes, adultos e idosos - para se levantarem informações no que se refere à importância do rádio no cotidiano dos moradores de Vila Brasil. Identificou-se que o rádio ainda possui importância relevante aos comunitários em diversos segmentos organizacionais, com a irradiação de, entre outros, conteúdos noticioso, educacional, esportivo, sindical e religioso como parte integrante da cultura de uma comunidade tradicional católica, mesmo considerando a forte presença de outras mediações. Constatou-se também que a televisão está presente na comunidade e que a programação noturna exerce papel de elemento aglutinador da família, mas o rádio ainda é o meio de comunicação que dinamiza o cotidiano dos moradores, indicando elementos pontuais para a compreensão do rádio na contemporaneidade e seu papel como um dos meios de comunicação mais importantes na Amazônia. Os suportes de comunicação existentes na comunidade são o rádio (à pilha e à eletricidade), a televisão (via parabólica) e o telefone celular da operadora Vivo, acessado por meio de antenas improvisadas, funcionando de forma precária.

  • ALINNE KELLEN PASSOS DO NASCIMENTO
  • Balanço Geral Pará: estrutura de sentimento, gênero televisivo e modos de endereçamento

  • Data: 11/03/2014
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  • Este trabalho investiga como o programa Balanço Geral Pará, exibido pela TV Record Belém, relaciona-se com o padrão técno-estético da Rede Record de televisão, construindo dessa forma sua relação com o público paraense. Partiu-se dos conceitos metodológicos de Estrutura de Sentimento, Gênero Televisivo e Modos de Endereçamento, para compreender-se de que forma esse vínculo é estabelecido, analisando o telejornalismo como instituição social e como construção, o que significa entender o jornalismo não como cristalização, mas como um processo ativo e dinâmico na sociedade contemporânea. Articulou-se a essa proposta a reflexão sobre a televisão como um fator de laço social nas sociedades individualistas de massa a partir de estudiosos como Dominique Wolton. Com base em levantamento documental, refletiu-se sobre a trajetória da televisão brasileira, especificamente, em Belém, considerando a situação de desequilíbrio do sistema audiovisual no país. Nessa abordagem, discutiu-se a inserção da TV Record no mercado televisivo paraense, bem como as estratégias implantadas pela emissora na disputa por audiência na região por meio da incorporação de um padrão técno-estético. A perspectiva dos Estudos Culturais foi adotada nesse exame, observando-se além da utilização dos recursos técnicos da linguagem televisiva, as condições históricas, sociais e culturais em que acontece o fazer jornalístico no contexto amazônico. A discussão sobre o popular ativado por meio do massivo delineou o estudo. Nesse processo verificou-se que há embaralhamento de fronteiras entre informação e entretenimento, percebendo-se também que os modos de endereçamento contribuem para a realização do Gênero Televisivo como estratégia de comunicabilidade. No âmbito dessas especificidades constatou-se que a incorporação de traços da cultura amazônica, como a música e os costumes, são acionados pelo programa jornalístico na relação de proximidade com o público, tornando-se assim estratégicos na disputa por audiência na região.

  • AVELINA OLIVEIRA DE CASTRO
  • “Crias do Abuso na Amazônia”: os (ab)usos discursivos da imprensa paraense na cobertura de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes
  • Data: 10/03/2014
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  • Esta Dissertação de Mestrado problematiza como os jornais paraenses, O Liberal e Diário do Pará, dois dos mais importantes periódicos da Amazônia na atualidade, produzem discursos sobre casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Tomamos, como suporte de pesquisa, notícias publicadas nas páginas policiais e em diversas editorias, ao longo da trajetória dos dois jornais, além de enunciados jornalísticos produzidos durante a vigência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA), entre 2008 E 2010. Para tornar possível a análise discursiva sobre essa complexa temática, adotamos como metodologia a Análise do Discurso (AD) de vertente francesa, especialmente os postulados de Michel Foucault sobre discurso, história e poder, a fim de efetuarmos as leituras do corpus selecionado. Para aprofundarmos a nossa análise, fizemos um trabalho arqueológico da história da imprensa paraense para observarmos a atualização de redes de memória e as relações de poder que atravessam os discursos dos jornais sobre a temática, pois na microfísica de poder midiático amazônico ambos travam uma ”guerra discursiva” registrada de forma peculiar em suas páginas. Assim, fizemos uma aproximação dos estudos da análise do discurso com os do jornalismo, por meio de teóricos do campo da Comunicação, como Nelson Traquina. Além disso, nossa pesquisa considerou nas análises as peculiaridades da Amazônia, região ao norte do país que sofre diversos apagamentos discursivos midiáticos nacionais ao longo da história e onde também observamos, em meio a sua diversidade, a prática cultural das “crias”, realidade que nossos estudos mostraram como secular e que até hoje retira crianças de cidades do interior parar morar e estudar na capital. Essa e outras dinâmicas que envolvem o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes nos levaram à percepção de uma série de (ab)usos discursivos sobre o tema na imprensa paraense.
  • ELIELTON ALVES AMADOR
  • A Cena Fantasma: um olhar sobre a experiência da música popular massiva da Amazônia

  • Data: 10/03/2014
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  • Este trabalho analisa a cena musical da cidade de Belém, estado do Pará, Amazônia, Brasil, a partir do conceito de Will Straw (1991). Desse ponto de partida, o estudo faz uma abordagem sensível e discursiva da cena, com base na fenomenologia de Alfred Schutz (2012) e Michel Maffesoli (2001), considerando seu espectro intersubjetivo entre os atores deste fenômeno, seus mediadores e uma audiência ―nacional‖. Tomando como base autores como Jacques Derrida (1994), Fabio Castro (2011), Frédéric Martel (2012), Renato Ortiz (2006) e Marcel Mauss (2004) analisa-se a presença de uma fantasmaticidade ―nativista‖ que interfere na sociabilidade e na economia total da dinâmica territorializada da cena, com reflexos em sua projeção midiática. Tomando também como base a experiência vivida do autor, e análises de amostras, são estudados produtos e materialidades gerados nesta cena durante o período que compreende o final dos anos 1960 até os anos 2000. Introdutoriamente, discute-se a fenomenologia como metodologia de pesquisa na Amazônia.

  • THIANE DE NAZARE MONTEIRO NEVES
  • O MUSEU CONECTADO: as estratégias de Comunicação da Ciência do Museu Paraense Emílio Goeldi nas mídias sociais

  • Data: 07/03/2014
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  • O presente trabalho objetivou compreender as estratégias de Comunicação da Ciência articuladas pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) em seus perfis nas mídias sociais Twitter, Facebook e YouTube. Para isso, foi feito um breve percurso sobre a história do Museu no contexto da institucionalização da ciência na Amazônia, seu movimento tecido em redes até que se construísse em um sujeito amazônico, e sua presença nas ambiências online e offline. Com apoio nos estudos culturais latino-americanos, a pesquisa inicia na teoria da dupla ruptura epistemológica proposta por Santos (1989) e das interações como constituintes do processo comunicativo que propõe a criação de “algo novo”, conforme apresentado por Braga (2012). O suporte metodológico visou dialogar com os aspectos quantitativos e qualitativos, por meio da análise de conteúdo e da etnografia virtual. Durante a coleta de dados, foi feita uma imersão nos perfis do Museu nas mídias sociais para compreender suas articulações ao abordar Ciência, Tecnologia e Inovação, além de sua trajetória em cada um dos espaços analisados, durante três períodos distintos (diferentes para cada mídia social). Os resultados mostram que falar ou escrever sobre ciência é da essência do MPEG, seja em texto ou em vídeo; a Amazônia é frequentemente apresentada como o local de fala do Museu; o volume de interações é maior nas estratégias que envolvem imagem e vídeo; nos posts e tweets o MPEG articula muito bem a utilização de mais de uma estratégia simultaneamente; quanto mais o Museu se apropria da complexidade de cada mídia social, mais os seguidores interagem nas publicações. Como conclusão ficou nítida que nessa ambiência os processos de comunicação também são muitas vezes ininterruptos e que alguns movimentos iniciados pelo MPEG nas mídias sociais interferem direta ou indiretamente em seus processos da ambiência offline.

2013
Descrição
  • FERNANDA CHOCRON MIRANDA
  • Cartografia Movente: uma postura de pesquisa em comunicação na Amazônia.
  • Data: 30/08/2013
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  • Nesta dissertação, proponho uma discussão sobre o que denomino de cartografia movente, que é resultado de diversas articulações traçadas nos caminhos e recaminhos que estabeleci ao "mergulhar" na obra de Jesús Martín-Barbero em busca de marcas de sua trajetória de pesquisa-vida e da chamada "cartografia que se move". Ao longo desse enfrentamento, que se deu em diálogo com autores como Edgar Morin, observei que a cartografia movente se apresenta como postura de pesquisa-vida, em que o investigador se permite afetar pelo que estuda, revelando as diferentes faces de uma ciência diurna e noturna, a partir da qual se é pesquisador integralmente e aquilo que o constitui socioculturalmente integra a investigação e conduz seus caminhos. Como elemento central para as discussões sobre cartografia movente estão algumas situações chave que experienciei em cenários empíricos específicos do estado do Pará e que delinearam minha formação acadêmica antes mesmo do ingresso na Pós-Graduação. No exercício de ser pesquisadora e parte da pesquisa, comento os desafios e singularidades que delineiam os cenários empíricos da região, em especial a partir do conceito de cidades-florestas observado por Pacheco (2006), um dos exemplos que percebo como realidades comunicacionais (logo, socioculturais), por entender, a partir de autores da área da comunicação, como Vera França e José Luiz Braga, que a comunicação se constitui como a força que dá liga ao social, aquilo que conecta as pessoas culturalmente. Assim, também demarco meu posicionamento frente à discussão epistemológica da área da Comunicação, que chama a atenção dos pesquisadores para a importância de estabelecer um “ângulo especial para olhar a sociedade”, o que, por sua vez, não inviabiliza a cartografia movente e sim delimita seu ângulo de entrada. Nesse sentido, o trabalho se aproxima da discussão do que seria investigar o objeto de estudo da comunicação e qual a contribuição da nossa área para a compreensão das realidades comunicacionais (logo, socioculturais) que observamos na paisagem movente da Amazônia.
  • EVERALDO DE SOUSA CORDEIRO
  • Da Teoria à Prática: uma análise das ações da ONG Projeto Saúde e Alegria no Telecentro Comunitário de Suruacá no Rio Tapajós.
  • Data: 19/08/2013
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  • Este estudo é o resultado de uma pesquisa que analisou a relação entre teoria e prática das ações propostas pela Organização Não Governamental Projeto Saúde e Alegria (ONG-PSA), na localidade de Suruacá, no rio Tapajós, no município de Santarém, oeste paraense. A problemática de investigação foi conduzida a partir de dois questionamentos centrais: Como se dá a relação entre teoria e prática no que se refere ao trabalho desenvolvido pelo Projeto Saúde e Alegria no Telecentro Comunitário de Suruacá? E qual o impacto que o uso de novos meios comunicacionais causou na vivência cultural na área pesquisada? A análise dos dados foi produzida, a partir do levantamento bibliográfico e documental sobre as ações da ONG, de dados disponibilizados no site oficial do PSA, do vídeo institucional da ONG, do que se viu e ouviu na localidade Suruacá e da visão de pesquisadores e agentes das áreas de Comunicação, Cultura e Educação que atuam fora do PSA. Entre os resultados da pesquisa, constatou-se que a proposta publicizada pelo Projeto corresponde com a descrição da entrevista realizada com os moradores do local que nos últimos 25 anos têm acompanhado, trabalhado e recebido as ações do PSA. Percebeu-se que há uma práxis convergente presente na relação comunicacional e educacional entre o PSA e Suruacá, não de natureza exclusivamente dialética, mas também dialógica, no sentido de complexidade entendida no pensamento de Morin (1991), das mediações do pensamento de Martín-Barbero (1997) e da dialogicidade profunda no pensamento de Freire (1996), em processos envolvendo Comunicação, Cultura e Educação em Suruacá, mas pondera-se que a presença desta ONG no interior da Amazônia brasileira não dispensa a ação do estado na efetivação de políticas públicas nas áreas de comunicação, cultura, educação e saúde.
  • GLEIDSON WIRLLEN BEZERRA GOMES
  • A natureza comunicativa da cultura: pesquisa exploratória sobre a Festividade de Carimbó de São Benedito de Santarém Novo – Pará.
  • Data: 16/08/2013
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  • Esta dissertação tem como título A natureza comunicativa da cultura: pesquisa exploratória sobre a Festividade de Carimbó de São Benedito de Santarém Novo – Pará. O objetivo da pesquisa é compreender a natureza comunicativa dessa festividade, observando as características que a constituem e nelas buscando elementos que são interpretados como processos comunicativos. A proposta parte das noções de natureza comunicativa da cultura em Martín-Barbero (2006) e França (2001), além da concepção de processo comunicativo desta pesquisadora. Delineamos, assim, os contextos nos quais a pesquisa está inserida, refletindo sobre a “invenção” da Amazônia (ARAGÓN, 2007; MAUÉS, 1999; DUTRA,2009) e sua formação sócio-histórica (BEZERRA NETO, 2001; BECKER, 2009) e cultural (SALLES, 2004; ALVES FILHO, 2001; LOUREIRO, 2000). No que se refere à comunicação, buscamos sua “perspectiva antropológica” (WOLTON, 2006) aliada às relações entre mídia e modernidade (THOMPSON, 2011). Entendendo a Comunicação a partir da cultura, discutimos, observando a experiência cultural que a festividade representa (RODRIGUES, 1994), as relações entre a tradição e a modernidade (THOMPSON, 2011) em seus processos de hibridação (GARCÍA-CANCLINI, 2008). Além disso, refletimos sobre a “herança funcional” das pesquisas em Comunicação (WOLF, 2008; MARTÍN-BARBERO, 2004, 2006, 2009a; MARTINO, 2004, 2006) e nossa perspectiva de natureza comunicativa da cultura (MARTÍN-BARBERO, 2006; FRANÇA, 2001), relacionando-a aos conceitos de “mediações comunicativas da cultura” e de “midiatização” (BRAGA, 2012; SODRÉ, 2011). Para desenvolvermos a pesquisa de campo, além da pesquisa bibliográfica, utilizamos técnicas de etnografia para a coleta de dados, tais como: a observação participante, a entrevista em profundidade com os integrantes da festa e o diário de campo. Compreendemos, assim, a natureza comunicativa da festividade a partir dos elementos que a constituem destacando o seu caráter comunitário e de tradição, o que nos levou a evidenciar a comunicação em seu sentido de compartilhamento e de comunhão.
  • TALITA CRISTINA ARAUJO BAENA
  • Música e Tecnointerações na Amazônia Paraense: Retóricas e identificações culturais em materialidades do Terruá Pará e da Banda de Thrash Metal Antcorpus.
  • Data: 09/08/2013
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  • Há tempos a humanidade tem vivenciado um longo processo de midiatização social, intensificado com o advento das técnicas de reprodução da arte e da cultura. Este processo, na contemporaneidade, possibilitou a transformação da experiência real-histórica da música em experiência midiática. Neste contexto, cultura e negócios se fundem e se mundializam, reestruturando-se mutuamente. Na Amazônia paraense, a complexidade e as possibilidades dessa experiência midiática da música têm conduzido a região a mais uma onda de adequações a contextos globais. A dissertação trata dos processos comunicacionais e de identidade cultural por meio das materialidades de dois fenômenos da experiência da música contemporânea percebida na Amazônia paraense: o projeto de divulgação de música – Terruá Pará – e a banda de thrash metal Antcorpus. As análises partiram da reflexão de que a comunicação pode ser entendida como uma hermenêutica da existência, atravessada por uma ambiência midiática. Dentre as observações verificadas, destacaram-se, pela importância: a midiatização social por meio de interações tecnológicas, isto é, tecnointerações, que vetorizam apropriações, e as incorporações de expressões musicais, tanto de agrupamentos de jovens quanto de profissionais relacionados às indústrias culturais locais. Ao vetorizar esses processos por meio de imagens midiáticas das experiências musicais, de identidade e diferença cultural, as tecnointerações exibem experiências sonoras da urbe, que em alguns casos sofreram processos metonímicos que evidenciam um sistema de norma do sentir, que aqui denominamos política de estesia.
  • EDENICE PEREIRA DA SILVA
  • Processos Comunicacionais em Cajazeirinha: estudo exploratório em ilhas do lago da Usina Hidrelétrica de Tucuruí.
  • Data: 31/07/2013
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  • Esta pesquisa aborda processos comunicacionais em uma comunidade amazônica, denominada Cajazeirinha, situada no Lago da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no estado do Pará. O objetivo central da investigação foi identificar e analisar os processos comunicacionais das crianças no cotidiano da Cajazeirinha. Esta comunidade tem a especificidade de localizar-se a poucos metros da usina hidrelétrica e, contraditoriamente, não ter acesso ao fornecimento de energia elétrica, o que faz com que a população busque fontes alternativas de eletricidade (bateria de carro, placa solar ou gerador) para, entre outras coisas, utilizar meios de comunicação, como a televisão, o rádio e o celular. Inicialmente, partiu-se do pressuposto de que, para se analisar a comunicação de uma comunidade ou grupo de pessoas é necessário compreender o seu campo de ação e sua constituição, e então observar a realidade de maneira contextualizada, não dissociada no tempo e no espaço. Assim, procurou-se compreender os processos comunicacionais da comunidade, baseando-se nos conceitos teóricos de processos comunicativos de Vera França, processos comunicacionais de José Luiz Braga, no conceito de mediações de Jesús Martín-Barbero e nas bases teóricas dos Estudos de Recepção Latino Americano, a partir das autoras Ana Carolina Escosteguy e Nilda Jacks, além da noção de interação social, de John Thompson. O caminho metodológico trilhado tem como perspectiva a pesquisa exploratória com análise de dados qualitativos, a partir de pesquisas bibliográficas, de entrevistas em profundidade (com crianças, mães e formadores de opinião), da observação não participante sistemática e do diário de campo. O intuito foi identificar e analisar os processos comunicacionais da comunidade Cajazeirinha e mapear os meios de comunicação massivos existentes em Tucuruí e nas ilhas dessa comunidade. Nessa pesquisa, verificou-se que na Cajazeirinha os processos comunicacionais são constituídos a partir de mediações socioculturais, com destaque para a família, a igreja e a escola. Também foram observadas as interações comunicacionais que ocorrem em momentos de lazer e a presença dos meios de comunicação no cotidiano da comunidade, principalmente no que concerne a conteúdos como telenovelas, telejornais e desenhos animados. Por fim, verificou- se que os modos de recepção na Cajazeirinha são permeados por características espaço-temporais locais, por conta do ritmo do rio que determina a vida da comunidade.
  • SUZANA CUNHA LOPES
  • Ciência em comunicação: estudo exploratório sobre os processos comunicacionais no Clube do Pesquisador Mirim do Museu Paraense Emílio Goeldi.
  • Data: 05/07/2013
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  • A divulgação científica é comumente associada aos conteúdos e formatos midiáticos que contemplam a temática da ciência. Além da centralidade midiática, as concepções e práticas de divulgação científica geralmente estão baseadas em um modelo linear e difusionista que separa, como que em polos opostos, os indivíduos que “têm conhecimento” (cientistas) e a sociedade em geral. Nesta dissertação, porém, questionamos o que há de comunicacional nas relações entre ciência e sociedade, que percebemos estar além da presença de um aparato tecnológico, assim como envolve relações mais complexas do que uma simples transferência de conhecimentos. Investimonos, então, a compreender as dimensões comunicacionais de uma experiência amazônica desenvolvida pelo Museu Paraense Emílio Goeldi: o Clube do Pesquisador Mirim. O Clube tem a proposta de oferecer a estudantes da educação básica vivências de compartilhamento e produção de conhecimento científico, de maneira interativa e colaborativa. Desafiamo-nos a realizar uma pesquisa de cunho exploratório, a partir de uma perspectiva transmetodológica, congregando procedimentos qualitativos e quantitativos na construção de um objeto de estudo na área da Comunicação. Nesse percurso, a análise dos processos comunicacionais desenvolvidos no e desencadeados pelo Clube se deu a partir da relação constante de nossos referenciais com o que o empírico nos possibilitava observar e interpretar. Trabalhamos com uma metodologia dialógica e colaborativa, por meio de procedimentos de recepção, que nos permitiram analisar os processos comunicacionais no Clube também a partir da própria percepção dos sujeitos participantes, além de poder experienciar as dimensões comunicacionais em nosso próprio processo de pesquisa. A partir de uma discussão mais ampla sobre ciência e comunicação, também realizamos a crítica da divulgação científica e de outras denominações afins, que nos levaram a trabalhar com o conceito de comunicação da ciência como processo que coloca em circulação práticas e concepções diversas, agregando o funcional e o normativo, o positivista e o pós-moderno, o funcionalista e o dialógico, o simples e o complexo, o sujeito e o objeto, em medidas e proporções variadas, em tempos imediatos e infinitos. Encontramos, na experiência do Clube, algumas dimensões comunicacionais (compartilhamento, sedução, afeto, convicção e convencimento, negociação e convivência, apropriação, papel atuante do sujeito e incomunicação) que se constituem como elementos que promovem o início e a continuidade dos fluxos comunicacionais da ciência. Compreendemos, assim, que a contribuição de nossa área para a discussão da temática da divulgação científica é refletir, evidenciar e problematizar que a comunicação não está apenas na difusão dos resultados de uma pesquisa, mas é inerente ao processo de construção de conhecimento científico, sobretudo, na contemporaneidade.
  • VANESSA BRASIL DE CARVALHO
  • A ciência na imprensa paraense em 130 anos: um estudo de três grandes jornais diários.
  • Data: 04/07/2013
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  • Esta dissertação se constitui em um estudo exploratório para reconhecimento de cenário sobre a cobertura de temas científicos em jornais do Pará, por isso, nossa atenção se voltou para a análise de três importantes jornais diários paraenses ao longo de 130 anos: A Província do Pará (1876-2002), Folha do Norte (1896-1974) e O Liberal (1946-atual). Para selecionar os textos sobre ciência desses periódicos, investigamos as edições de janeiro e julho de dez em dez anos de cada jornal, desde 1876 até 2006. Foram feitas adaptações no protocolo da Rede Ibero-Americana de Monitoramento e Capacitação em Jornalismo Científico – voltado para materiais televisivos – para tornar possível a pesquisa em jornais impressos. O protocolo se baseia no método de análise de conteúdo e possibilitou a caracterização e sistematização de informações dos 496 textos encontrados com questões científicas a partir da metodologia escolhida. Identificamos dados como a data de publicação do material, a presença de manchetes e chamadas na primeira página do jornal, o gênero jornalístico dos textos, a área do conhecimento predominante, os recursos visuais utilizados, os enquadramentos, a contextualização das questões científicas, as explicações de termos científicos, os benefícios e malefícios e as promessas e riscos da ciência, as controvérsias científicas e não científicas, fontes e vozes, e os locais das pesquisas e dos pesquisadores presentes nos textos selecionados. Os dados evidenciaram que a ciência já era pauta dos jornais paraenses no fim do século XIX, mas ganharam mais espaço a partir da segunda metade do século XX. Houve um grande destaque para as questões científicas relacionadas à saúde, apesar das pesquisas espaciais também terem tido forte presença. Observamos ainda expressiva contextualização e explicações de termos científicos. De forma geral, a ciência foi divulgada a partir do seu lado “positivo”, mostrando os seus benefícios, e com ênfase nas descobertas científicas. Por outro lado, foi dado pouco espaço para a discussão de suas controvérsias. Os recursos visuais também foram raros. As principais fontes e vozes identificadas no corpus foram dos cientistas e instituições de pesquisa e a maioria dos pesquisadores foi constituída por homens. Houve ainda um equilíbrio entre as pesquisas e pesquisadores do Brasil e aqueles de fora do país. A Província do Pará destacou temas da saúde, de forma predominante, mas também das ciências exatas e engenharias e deu espaço diferenciado a fontes e vozes não científicas. A Folha do Norte publicou textos mais longos e com bastante contextualização. Já O Liberal enfatizou questões de medicina e ciências humanas e foi o único periódico que deu mais destaque à pesquisa e aos pesquisadores brasileiros e, em especial, aos paraenses.
2012
Descrição
  • DAYANE CORREA PANTOJA BAIA
  • POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A COMUNICAÇÃO NA AMAZÔNIA: O caso do Programa NavegaPará
  • Data: 31/08/2012
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  • O Programa NavegaPará, desenvolvido pelo Governo do Estado do Pará, desde 2007, configura-se como uma política pública com o objetivo de garantir acesso à Internet de forma gratuita nos municípios paraenses, através de uma ampla rede de fibra óptica própria. Observando além da infraestrutura básica, buscou-se compreender o NavegaPará acima de tudo como uma política de comunicação, baseando-se na discussão sobre comunicação, informação e incomunicação. À luz da Economia Política da Comunicação, buscou-se compreender o contexto e de que maneira a metodologia do programa é aplicada em três infocentros distintos na capital Belém, a partir da análise de seus condicionantes político-sociais, materiais, institucionais-metodológicos e ideológicos. O método de abordagem é indutivo de enfoque qualitativo, com aplicação de entrevistas semi-estruturadas a três grupos de agentes sociais pertencentes à dinâmica. A pesquisa encontrou despadronização na metodologia dos infocentros, contribuindo para que a questão cultural da comunicação fosse preterida em relação ao aspecto tecnicista do acesso aos microcomputadores e à Internet.
  • TAMILES DO ESPIRITO SANTO COSTA
  • AMAZÔNICOS E TECNOLÓGICOS: OS SURUÍS DE RONDÔNIA E SUAS ARTICULAÇÕES GLOBAIS
  • Data: 03/08/2012
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  • Esta pesquisa objetiva descrever e analisar a experiência da comunidade indígena do povo Paiter-Suruí, situada entre os Estados de Rondônia e Mato Grosso, a qual vivencia um processo de inserção tecnológica. Com base em materiais divulgados na internet sobre as parcerias firmadas pelos suruís, com destaque para a formalizada com a multinacional Google, é realizado um estudo da mudança de posição do índio amazônico, relegado historicamente à subalternidade e que, nesse novo cenário tecnológico, ganha voz e capacidade de interferência em sua própria narrativa, em especial, com a utilização da internet. A partir dos conceitos de “ver” e “olhar”, “capital social” e de um apanhado sobre o imaginário construído acerca do indígena, pretende-se subsidiar uma breve análise fenomenológica apoiada pela realização de pesquisa de campo, que busca responder como os suruís enxergam subjetivamente os fenômenos objetivos que vivenciam. Além disso, outras discussões periféricas serão levantadas no decorrer do trabalho, como o pós-colonialismo, o diálogo entre tradição e modernidade e a hibridização das culturas.
  • ELIDA FABIANI MORAIS DE CRISTO MIRANDA
  • ORALIDADE EM UMA COMUNIDADE AMAZÔNICA: comunicação, cultura e contemporaneidade
  • Data: 01/08/2012
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  • A oralidade, diferentemente da fala, corresponde a um processo social: é comunicação. Portanto, vai além de uma modalidade de uso da língua ou uma forma de difundir informação. É busca do outro, e se dá de forma situada, de acordo com os diferentes contextos socioculturais. Dessa forma, esta pesquisa propõe investigar a oralidade amazônica a partir da comunidade Andirá, município de Curuçá-PA, na qual a oralidade contemporânea não abriu mão de seu caráter popular tradicional, pois permanece ainda vinculada à cultura e ao imaginário amazônicos, mas agora interage com os meios de comunicação midiáticos. Dessa interação resulta uma oralidade multiterritorializada, na medida em que os contextos trazidos pelos meios de comunicação contemporâneos, sobretudo pela televisão, são os mais diversos e passam a compor o imaginário local. Propõe-se um estudo de uma interface entre Comunicação e Cultura, para o qual se mostra essencial a perspectiva dos Estudos Culturais britânicos e o entendimento da modernidade enquanto processo histórico que tem no desenvolvimento da comunicação um facilitador e ao mesmo tempo uma de suas consequências.
  • JOSIELE SOUSA DA SILVA
  • DESENVOLVIMENTO & SOCIOAMBIENTALISMO: UMA ANÁLISE DO DISCURSO JORNALISTICO DE O LIBERAL E DIÁRIO DO PARÁ SOBRE A USINA HIDREELÉTRICA DE BELO MONTE

  • Data: 24/07/2012
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  • O debate em torno da viabilidade da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, na região Xingu do estado do Pará, voltou a ocupar as páginas de dois principais jornais paraenses, O Liberal e Diário do Pará, após 30 anos de criação do projeto pelo governo federal brasileiro. No período de 1°/05/2009 a 30/09/2010, as publicações reconstituíram o ambiente de embate instaurado entre diversos agentes e instituições sociais a respeito do empreendimento hidrelétrico, com a publicação da mais de 475 textos jornalísticos sobre o tema, entre editoriais, entrevistas, artigos, notas, manchetes, noticias factuais e reportagens. Para compreender o processo comunicativo/discursivo de produção e reiteração de sentidos materializados nos textos jornalísticos dos periódicos, optou-se pela metodologia de análise do discurso de vertente francesa, com atenção para as relações existentes entre comunicação e discurso, as formações discursivas presentes nas matérias, assim como a manifestação da interdiscursividade. Como resultado da análise, exemplificada com a apresentação de sequências discursivas de 32 textos selecionados do corpus principal e divididos em subtemáticas, constata-se a predominância do discurso desenvolvimentista em detrimento do socioambiental, apresentando fortes vínculos com outros discursos já proferidos pela Amazônia, esta ainda vista como um local repleto de riquezas a serem exploradas para atender aos interesses externos à região. Percebe-se também a valorização das declarações de fontes oficiais e de representantes de ONGs preservacionistas, artistas e pesquisadores, sendo que os povos da floresta permanecem em um plano de visibilidade inferior na reconstrução da polêmica sobre a Usina de Belo Monte.

  • ROSA LUCIANA PEREIRA RODRIGUES
  • RÁDIO E EDUCAÇÃO POPULAR NA AMAZÔNIA: o processo comunicacional do Projeto Rádio pela Educação
  • Data: 19/07/2012
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  • O processo comunicacional que se observa no Projeto Rádio pela Educação, da Rádio Rural de Santarém, no centro da Amazônia, é o objeto deste relatório de pesquisa. O objetivo foi investigar como acontece esse processo no movimento existente entre a produção de um programa de rádio, as orientações dadas aos professores por meio de um guia pedagógico e as ações realizadas na escola, analisando a relação da comunicação radiofônica com as práticas educativas desenvolvidas. O trabalho seguiu o paradigma culturológico, entendendo a presença do rádio como parte de um processo de interação, de troca simbólica. Os procedimentos metodológicos tiveram abordagem indutiva, formando um conjunto de procedimentos com os métodos histórico e etnográfico, além de aspectos da pesquisa de recepção. As principais técnicas utilizadas foram pesquisa documental e bibliográfica, pesquisa de campo e observação, tomando como referência o enfoque qualitativo na observação, na descrição e na análise dos fenômenos a partir de algumas categorias: os agentes envolvidos, a escuta do programa, as mediações no conjunto do processo, a participação dos professores como mediadores e a perspectiva dialógica na dinâmica observada. Verificou-se que o processo comunicacional analisado se desenvolve em movimento de constante mudança, segue um ritmo que o transforma ao longo do tempo, a partir dos olhares e das intervenções de seus agentes ou mesmo das próprias motivações provocadas por sua ação no ambiente educacional, apresentando a coexistência do instrumental e do dialógico, tendo o rádio como um mediador no processo de aprendizagem.
  • RONALDO DE OLIVEIRA RODRIGUES
  • TV aberta no Marajó: usos e apropriações pelos moradores da comunidade São Pedro em Breves - Pará - Amazônia

  • Data: 25/06/2012
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  • O foco desta pesquisa foi investigar o papel dos meios massivos e suas produções nos processos comunicacionais a partir da análise dos usos e apropriações dos conteúdos da TV aberta pelos moradores da comunidade São Pedro (Breves-Marajó-Pará). A partir de estudo de recepção realizado durante três meses, além de visitas anteriores à data oficial das atividades em campo, foi constituído o corpus de análise, que reúne um conjunto de depoimentos dos moradores da comunidade, em que o registro foi feito ora explorando as deixas “simbólicas” a partir da técnica da observação etnográfica da comunicação, ora considerando técnicas como história oral ou grupo focal. Elegeram-se três grupos - crianças, adolescentes e adultos - para que se pudesse comparar e problematizar os resultados da pesquisa no que se refere aos usos e apropriações dos conteúdos dos programas televisivos. Quanto a este processo, identificou-se que a televisão assume importância religiosa em uma comunidade tradicional católica, mesmo considerando a forte presença de outras mediações. Além disso, os gêneros e formatos televisivos configuram, de forma determinante, os processos comunicacionais de cada grupo investigado. Verificou-se ainda que a telenovela é a programação que atua como elemento comunicacional aglutinador da família dinamizando não somente o cotidiano dos moradores, mas, incidindo, inclusive, na recepção de outros produtos midiáticos, indicando questões significativas para compreensão do papel dos meios massivos nos processos de comunicação na Amazônia.

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