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Banca de QUALIFICAÇÃO: BÁRBARA DE NAZARÉ PANTOJA RIBEIRO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: BÁRBARA DE NAZARÉ PANTOJA RIBEIRO
DATA: 10/12/2021
HORA: 14:00
LOCAL: AMBIENTE VIRTUAL
TÍTULO:

“Aqui é livre as relações”: uma etnografia sobre diversidade sexual entre os Assuriní da aldeia Trocará, Ti Trocará, PA.


PALAVRAS-CHAVES:

Povo Assuriní; diversidade sexual; aldeia Trocará; gênero, corpo e pessoa Assuriní


PÁGINAS: 158
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO:

Esta pesquisa analisa a diversidade sexual entre os Assuriní da aldeia Trocará, situada na Terra Indígena Trocará, que se sobrepõe aos territórios dos municípios de Baião e Tucuruí, no estado do Pará. O objetivo é compreender quais lugares as pessoas cuja identidade sexual e performances de gênero que divergem dos padrões sociais (em uma perspectiva ocidental) da heterossexualidade, ocupam nas socialidades dos moradores da aldeia. O problema central que norteia essa pesquisa parte do questionamento de como os interlocutores assuriní exercitam, afirmam e constroem sua identidade sexual e performances de gênero dentro da aldeia Trocará, além de compreender as estratégias usadas por eles para que sejam aceitos (ou não) e respeitados pelos demais moradores.  A tese que busco desenvolver neste texto é de que entre os Assuriní da aldeia Trocará os interlocutores centrais desta pesquisa exercitam sua sexualidade para além de um padrão ou classificação baseada em modelos de gênero e sexualidade usadas em contextos ocidentais. Como deixam evidente em suas narrativas, “as relações (afetivas e sexuais) são livres”, assim como, a maneira que exercem e afirmam suas identidades sexuais e performances de gênero. Interagem efetivamente nos diferentes lugares de sociabilidade, desenvolvendo funções e atividades fundamentais para a funcionalidade social e ritual assuriní. A pesquisa está ancorada em dois eixos metodológicos: 1º) revisão da literatura sobre sexualidade e diversidade sexual entre povos indígenas da Amazônia; 2º) pesquisa de campo, com uso de métodos e técnicas de diferentes áreas disciplinares como a pesquisa etnográfica, com observação participante/direta, realização de entrevistas e relatos orais na modalidade trajetória de vida. Com o advento da pandemia da Covid-19 e impossibilidade de ingresso na TI Trocará realizei entrevistas utilizando mídias digitais - por meio das redes sociais e aplicativos de mensagens Whatsapp com alguns interlocutores. As atividades de pesquisa de campo junto aos Assuriní da aldeia Trocará foram realizadas no ano de 2019, em diferentes momentos. Contudo, utiliza-se dados de pesquisas desenvolvidas entre 2013 e 2016 como parte dos projetos para elaboração de monografias de graduação e dissertação de mestrado. A análise das trajetórias de vida e experiências de seis interlocutores principais, que se dispuseram a falar sobre o modo como vivenciam suas sexualidades e identidades de gênero divergentes da matriz heterossexual e binária, dentro e fora da aldeia, assim como a observação de suas interações cotidianas com os outros moradores, me permitiram compreender os modos como esses interlocutores estão inseridos nas sociabilidades assuriní assumindo papéis importantes como o de lideranças nas práticas cotidianas, organização e coordenação de  eventos rituais e demais atividades realizadas na aldeia Trocará. Porém, algumas dessas pessoas encontram barreiras para atuar nas esferas politicas por imposição das lideranças mais idosas, que acreditam que suas identidades sexuais e performances de gênero divergentes seriam reproduções dos padrões de sexualidade adquiridos pelo contato com o mundo urbano/ocidental. Ou seja, pela influência de valores ocidentais a partir do contato com o contexto urbano e a influência dos dogmas e moralidades cristãs reproduzidas internamente na aldeia Trocará, os moradores reproduzem preconceitos de gênero transvestidos de “brincadeiras.” Para lidar com as diferenças geracionais no contexto étnico sem entrar em conflitos com seus familiares e com as lideranças idosas, e procurando serem aceitos e respeitados essas pessoas desenvolvem estratégias que consistem em manter privado seus relacionamentos afetivo/sexuais, sua identidade sexual e/ou performances de gênero. Assim como, procuram incentivar práticas ancestrais, se qualificar profissionalmente, auxiliar nas atividades de subsistência de seu núcleo de parentesco e, com isso, ganhar prestígio junto as suas famílias e ao coletivo.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2279514 - BEATRIZ DE ALMEIDA MATOS
Presidente - 2153603 - EDNA FERREIRA ALENCAR
Externo ao Programa - 1505830 - FLAVIO LEONEL ABREU DA SILVEIRA
Interno - 1553704 - JULIA OTERO DOS SANTOS
Externo à Instituição - PATRÍCIA DE CARVALHO ROSA
Notícia cadastrada em: 06/12/2021 08:34
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