Notícias

Banca de DEFESA: JAQUELINE PEREIRA DE SOUSA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JAQUELINE PEREIRA DE SOUSA
DATA: 10/09/2018
HORA: 09:00
LOCAL: MINIAUDITORIO PPGA
TÍTULO:

 

A lida com a morte e o evocar dos mortos: experiências fúnebres no Norte do Piauí, Brasil


PALAVRAS-CHAVES:

 

Antropologia da morte; etnografia dos mortos; agência dos objetos.


PÁGINAS: 200
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO:

Essa tese analisa as formas de lidar com a morte e o morrer, evocada ou personificada nos mortos de comunidades rurais de forte tradição católica situadas no Norte do Estado do Piauí, Brasil. As análises foram construídas a partir de dados coletados em pesquisa etnográfica realizada em duas comunidades, Laranjeira e em Água Viva, entre os anos de 2009 e 2018, com uso de uma abordagem metodológica qualitativa. O objetivo principal na tese é mostrar que a presença dos mortos emerge não só durante os rituais fúnebres, mas também nas práticas cotidianas de manutenção dos vínculos sociais familiares dos [que permanecem] vivos. Durante a pesquisa observei que as atitudes dos interlocutores em relação a morte revelavam uma forte tendência de renovação dos laços familiares e apaziguadora dos conflitos porventura existentes. As narrativas sobre os antepassados indicam a existência de uma fronteira estabelecida entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, instituída pelas ações rituais com o intuito de afastar a morte e reaproximar o morto. Nesta tese considero os objetos associados à morte imprescindíveis na realização dos rituais fúnebres, através do seu poder de agência, como o caixão, a cruz, o terço, as velas, a coroa de flores. Por sua vez, os objetos deixados pelos mortos adquirem sua agencia através de um processo de transvaloração ao serem distribuídos entre os familiares dado o grau de importância de cada um. Os cemitérios são tomados como lugares relevantes para demarcar os lugares dos mortos, em contraponto com a descrição da demarcação também do lugar da morte, como no caso de óbito por acidente no trânsito, quando as cruzes e miniaturas de túmulos são vistos à beira da estrada, permitindo elaborar uma reflexão sobre o modo como os enlutados constroem essas duas categorias: morto e morte. Conclui-se, nesse sentido, que as maneiras particulares de lidar com a morte nessas comunidades incluem especialmente as práticas de presentificação dos mortos como antepassados, no contexto das quais as memórias sobre os mortos são construídas como um recurso de produção da honra familiar.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2153603 - EDNA FERREIRA ALENCAR
Interno - 002.150.551-95 - ERICA QUINAGLIA SILVA - UnB
Externo ao Programa - 2351146 - LUIS FERNANDO CARDOSO E CARDOSO
Interno - 1640279 - MARCIA BEZERRA DE ALMEIDA
Externo à Instituição - MARIA LÍDIA MEDEIROS DE NORONHA PESSOA
Interno - 325725 - ROSA ELIZABETH ACEVEDO MARIN
Externo ao Programa - 1206611 - ROSANGELA MARQUES DE BRITTO
Notícia cadastrada em: 31/08/2018 09:52
SIGAA | Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC) - (91)3201-7793 | Copyright © 2006-2024 - UFPA - castanha.ufpa.br.castanha1