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Banca de QUALIFICAÇÃO: MARIA ALICE COSTA DE OLIVEIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA ALICE COSTA DE OLIVEIRA
DATA: 10/08/2018
HORA: 14:30
LOCAL: MINIAUDITORIO PPGA
TÍTULO:

Benhadjuire Nire: processos de agência política e agências outras das mulheres Mebengokré/Kayapó


PALAVRAS-CHAVES:

Mulher Mebengokré/Kayapó; agência; feminismo decolonial.


PÁGINAS: 151
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO:

O povo Mebengokré/Kayapó do lado leste do Rio Xingu, em especial as nire Mebengokré, são o foco do olhar desta pesquisa. O ponto de partida é a crítica a padrões antagônicos que têm sido estabelecidos em diversas produções teóricas sobre relações de gênero e povos indígenas, que replicaram (e ainda o fazem) padrões de comportamento dicotomizados, binários, estabelecendo polos distintos, naturalizando um “domínio masculino” sobre o feminino e ignorando que estas relações de gênero podem ser complementares e duais, onde o homem não é o antagonista, mas sim um par. A formalização recente de cacicas, mulheres Mebengokré que representam suas aldeias em diversas arenas políticas, também motiva esta caminhada acadêmica, desvelando a existência de diversas outras agências que são acionadas por essas nire seja em suas aldeias, em órgãos públicos, na participação em eventos diversos ou em sua própria trajetória enquanto mulher indígena. Nesta etapa, a pesquisa apresenta um histórico das relações sociopolíticas do grupo antes e após as relações de contato direto com não indígenas e com o Estado, destacando processos de resistência, reação e agência. Também faz um exercício de desvelar agências por meio da pintura corporal Mebengokré, onde a mulher é a detentora dos saberes e técnicas que fazem da pintura um elemento para além do estético, mas permeada de simbolismos que conferem a esta pintura valor xamanístico, cosmológico, socializante, configurador de corporalidades e de sujeitos. A perspectiva decolonial é fundante para as discussões teóricas sobre gênero e mulheridade, uma vez que as teóricas feministas brancas, dos países do centro, de classe média alta, que debatem demandas resultantes de suas trajetórias e de seu lugar no mundo não oferecem uma base segura para pensar gênero na perspectiva Mebengokré. A reflexividade necessária à pesquisadora, que também é servidora do órgão indigenista oficial e, portanto, faz uma imersão reversa no campo, é um dos temas de debate teórico e de reflexão que acompanhará toda a caminhada acadêmica pretendida. Esta pesquisa, então, pretende realizar uma etnografia das agências políticas das nire Mebengokré. Conhecer mulheres, ouvir mulheres, falar com elas e não sobre elas; destacar as diversas categorias de lideranças políticas e lideranças outras; compreender suas agências diversas a fim de desvincula-las de posições de mulheres subalternas, inferiores, dominadas ou relegadas à periferia do seu e de outros mundos; desvelar suas perspectivas sobre as relações de gênero dentro de seu povo e como estas afetam a constituição de sua mulheridade; são alguns dos desafios que essa pesquisa se propõe, considerando a interseccionalidade de gênero e etnicidade, a desconstrução que a decolonialidade propõe, especialmente quanto à valorização das categorias êmicas do povo Mebengokré e, acima de tudo, o respeito e o destaque às nire Mebengokré, suas narrativas, trajetórias e formas próprias de mulheridade.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 573.076.107-44 - ELIANE CANTARINO ODWYER - UFF
Externo ao Programa - 2541304 - FRANCILENE DE AGUIAR PARENTE
Presidente - 2316255 - KATIANE SILVA
Externo à Instituição - ROSANI DE FATIMA FERNANDES
Notícia cadastrada em: 07/08/2018 10:03
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