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Banca de DEFESA: VONÍNIO BRITO DE CASTRO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: VONÍNIO BRITO DE CASTRO
DATA: 18/12/2017
HORA: 09:00
LOCAL: MINIAUDITORIO PPGA
TÍTULO:

A chegada das barragens e as transições nos modos de vida de “vazanteiros-pescadores” do Médio rio Tocantins


PALAVRAS-CHAVES:

agricultura de vazante, pesca tradicional, conflitos socioambientais, resiliência, adaptação


PÁGINAS: 495
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO:

O escopo da pesquisa foi analisar as transições nos modos de vida dos “vazanteiros-pescadores” do médio Tocantins causadas pelas barragens “Luiz Eduardo Magalhães (TO)” e “Estreito (TO/MA)”. Os estudos que dão corpo aos capítulos foram realizados sob a égide das abordagens metodológicas, a saber, a observação participante, entrevistas semiestruturadas e não estruturadas, etnografia de arquivos e a ecologia política. Tais abordagens foram cruciais na anotação do contexto geopolítico e especificidades locais alicerçadas na pesca tradicional e na “agricultura de vazante”. Também foram indispensáveis na análise dos conflitos socioambientais, compensações e programas de mitigações. A expressão nominal, “as transições nos modos de vida”, foi usada para explicar os processos de mudanças nos modos de vida local a partir da chegada da barragem. Nossas análises propagam que a implantação de hidrelétricas gera, inerentemente, transições que se perpetuam nas dimensões econômica e sociocultural dos povos situados nas áreas de influência do reservatório. Devido as alterações no curso do rio e na qualidade da água, a agricultura de vazante foi suprimida e a prática da pesca artesanal ficou comprometida.  A barragem, portanto, interveio nas representações socioculturais, sob as quais, os vazanteiros-pescadores e seus antepassados têm se autossustentado e autoidentificado como categoria e como povos tradicionais. Isto serviu de palco para práticas de injustiças demonstrando a incapacidade da concessionária em lidar com questões sociais atreladas ao barramento. As transições figuradas nos conflitos e resistências se prolongam e se multiplicam à medida que as diferenças sociais não são consideradas e direitos da participação local nas decisões tomadas e direitos ambientais e sociais não são respeitados. Por um lado, as injustiças justificam a rejeição local à barragem e o inconformismo com o poder público. Por outro, os conflitos gerados desse inconformismo com ambas entidades serviram como instrumento de unidade, (re)integração política local e articulação com outras categorias em defesa de seus direitos e reivindicações, o que evidencia o múltiplo papel dos conflitos. A adaptação, criatividade e a continuidade de atributos culturais remotos só reforça a capacidade de resiliência e superação dos povos tradicionais, sustentados no conjunto de experiências e de conhecimentos etnoecológicos acumulados. Isto, portanto, é um exemplo concreto de capacidade de absorção e adequação de novos atributos culturais e de desenvolvimento de novas fontes de subsistência e de reprodução de costumes e práticas tradicionais.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1805399 - AGENOR SARRAF PACHECO
Presidente - 1354943 - FLAVIO BEZERRA BARROS
Interno - 1297303 - HILTON PEREIRA DA SILVA
Externo ao Programa - 2178358 - NIRVIA RAVENA
Interno - 325725 - ROSA ELIZABETH ACEVEDO MARIN
Externo à Instituição - THEREZINHA DE JESUS PINTO FRAXE
Notícia cadastrada em: 13/12/2017 09:04
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