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Banca de DEFESA: LUCAS MONTEIRO DE ARAUJO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUCAS MONTEIRO DE ARAUJO
DATA: 25/05/2017
HORA: 15:00
LOCAL: Sala da Congregaçao IFCH
TÍTULO:

REPRESENTAÇÕES MARAJOARAS EM RELATOS DE VIAJANTES: Natureza, Etnicidade e Modos de Vida no Século XIX


PALAVRAS-CHAVES:

Literatura de Viagem. Representação. Arquipélago de Marajó.


PÁGINAS: 228
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO:

Durante o século XIX, o arquipélago de Marajó foi constantemente visitado por diversos viajantes brasileiros e, especialmente, estrangeiros que narraram suas aventuras em livros, diários, revistas e periódicos de circulação nacional e internacional. Vários aspectos da vida física, humana e cultural da região foram relatados nessa produção literária. Neste trabalho, analisamos representações forjadas pelos viajantes sobre rios, flora, fauna, vilas, moradias, habitantes e modos de vida locais, com destaque para as experiências de trabalho vivenciadas por indígenas, negros e mestiços. Nesse percurso antropológico e histórico, questionamos: que representações os viajantes do século XIX produziram sobre as populações marajoaras? Como o contato com a natureza e os habitantes foram descritos e, em que medida, essas relações afetaram estes encontros? Ainda, de que maneira os modos de vida foram vistos e registrados por homens e mulheres das letras? Quais aspectos são revelados e silenciados sobre a relação natureza e cultura na pena desses excursionistas? Á luz dos questionamentos, delimitamos dois grandes objetivos: a) analisar como foram representadas por homens e mulheres das letras as áreas de campos, florestas e vilas, bem como os habitantes locais, seus modos de vida e trabalho e b) desvelar aspectos centrais das narrativas que demonstrem os mecanismos utilizados na representação da realidade vivenciada pelos viajantes. Para alcançarmos tais intentos, buscamos suporte em autores que trabalham com literatura de viagem e o uso dos arquivos como fonte para a Antropologia. A fundamentação teórica tomou norte em premissas da Antropologia Pós-Moderna em diálogo com os campos dos Estudos Pós-Coloniais e Decoloniais. Como resultado, constatamos nestas narrativas uma diversidade de formas de ver e narrar a região marajoara. Os relatos revelaram-se multifacetados em expressões de encantamentos, conflitos e ambivalências. Com isso, intercalaram a exaltação das belezas naturais da região em descrições romantizadas ou em narrativas científicas pautada na razão ocidental, característica comum às incursões oitocentistas, com a exposição das mazelas sociais fruto de choques de concepções sobre vida e trabalho. Por fim, mergulhar nas narrativas dos excursionistas possibilitaram apreender diferentes concepções de mundo que se chocaram, estranharam-se e, em boa medida, contaminaram-se na região marajoara. O resultado foram relatos atravessados pela lógica capitalista, racional, romântica, iluminista e eurocêntrica dos viajantes e pelas narrativas moldadas à luz das relações estabelecidas nas zonas de encontro com indígenas, africanos e mestiços. Entre estranhamentos, assimétricas e trocas culturais compartilhados por viajantes e marajoaras, a literatura de viagem como produção coletiva revela-se campo etnográfico de muitas incursões, aqui tentamos construir e socializar uma delas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1805399 - AGENOR SARRAF PACHECO
Interno - 045.093.072-68 - AIRTON CHAVES DA ROCHA - UFAC
Interno - 1534733 - DENISE PAHL SCHAAN
Interno - 1349908 - FABIANO DE SOUZA GONTIJO
Externo à Instituição - GERSON RODRIGUES DE ALBUQUERQUE
Notícia cadastrada em: 16/05/2017 09:10
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