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Banca de DEFESA: TATIANE SILVA SOUSA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TATIANE SILVA SOUSA
DATA: 27/11/2023
HORA: 14:30
LOCAL: AMBIENTE VIRTUAL
TÍTULO:

Da seringa à farinhada: produção e modo de vida na Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade, Vale do Juruá – Acre


PALAVRAS-CHAVES:

Organização social. Socialidades. Borracha. Farinha de mandioca. Aviamento. Renda.


PÁGINAS: 220
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO:

Este trabalho tem como objetivo observar a dinâmica das redes de relações sociais de modo a verificar como pessoas e grupos constroem estratégias para assegurar a reprodução de suas práticas sociais, culturais e econômicas em comunidades da Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade, Alto Juruá, Acre. Para tal, utilizo o conceito de redes sociais como estratégia de método e técnicas como observação participante nas comunidades Morro da Pedra e Periquito, fotografias, entrevistas, genealogias, assim como mantive um caderno de campo. O Riozinho da Liberdade foi ocupado por não indígenas durante o primeiro ciclo de produção de borracha (Hevea brasiliensis) (1870- 1912), quando se estabeleceu o sistema de aviamento nos seringais. A produção ocorreu até meados da década de 1990, quando o governo brasileiro encerrou as políticas protecionistas que garantiram a produção de borracha amazônica. Ocorre a mudança dos interesses políticos e econômicos do governo brasileiro para com a Amazônia, passando a incentivar sua colonização e a financiar projetos de infraestrutura que vieram a ameaçar o modo de vida dos povos de comunidades tradicionais. A fronteira da exploração da pecuária, da madeira e especulação fundiária avançou na Amazônia Acreana e é quando surge o movimento social dos seringueiros. Organizados e representados inicialmente pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), fundaram delegacias sindicais nos seringais e posteriormente fundaram e atuaram através do Conselho Nacional de Seringueiros (CNS) e associações locais. Estabeleceram alianças com os povos indígenas, movimento ambientalista, organismos internacionais e outras instituições. Primeiro utilizaram os empates como uma estratégia local para frear o desmatamento e posteriormente, vieram a incorporar ao seu discurso a pauta ambientalista, pressionando o Estado brasileiro pelo reconhecimento dos seus direitos sociais, territoriais, pelo fim do sistema de barracões e criação das RESEX’S. Com o fim da atividade extrativa, os seringueiros passam a se dedicar a agricultura e principalmente a produção de farinha de mandioca. As famílias migram das colocações no interior da floresta e se aglomeram nas margens do Riozinho da Liberdade, onde instituições públicas começam a atuar e assim são formadas as comunidades que existem hoje em dia. Há continuidades estruturais na forma como os grupos domésticos constroem suas relações de troca e parentesco, entre o período de colocações para agora com as comunidades. Relações de aviamento ainda persistem, mas já não ocorre a imobilização da mão de obra como havia anteriormente nos seringais. A criação da RESEX assegurou direito territoriais, mas não novas fontes de renda baseadas no extrativismo vegetal, o que vem sendo trabalhado por novas associações, ainda que de forma incipiente. Redes fundamentadas no parentesco, reciprocidade, aviamento e ajuda são importantes para que se garanta a produção, comercialização, alimentação e assistência em momentos de dificuldade. Garantindo desta forma segurança e estabilidade social e econômica.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANDREA MARTINI
Presidente - 573.076.107-44 - ELIANE CANTARINO ODWYER - UFF
Interno - 2316255 - KATIANE SILVA
Interno - 325725 - ROSA ELIZABETH ACEVEDO MARIN
Notícia cadastrada em: 24/11/2023 08:37
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