Banca de QUALIFICAÇÃO: TATIANE SILVA SOUSA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TATIANE SILVA SOUSA
DATA: 29/08/2023
HORA: 15:00
LOCAL: AMBIENTE VIRTUAL
TÍTULO:

O movimento social dos seringueiros e a criação das Reservas Extrativistas (RESEX’S) do Alto Juruá e Riozinho da Liberdade - Alto Juruá, Acre

PALAVRAS-CHAVES:

Acre; seringais; movimento social dos seringueiros; reserva extrativista.

PÁGINAS: 70
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO:

Os seringueiros da Amazônia estiveram por muitas décadas subordinados aos patrões seringalistas. Residiam nas colocações e extraíam borracha, a qual deveria ser entregue no barracão do patrão em troca de mercadorias; este sistema de aviamento os deixava endividados e presos aos patrões. Desde o final do segundo ciclo da borracha, o governo sustentou a economia extrativista com políticas protecionistas, mas a partir da década de 1980 passou a retirar esses subsídios a abrir mercados. No Vale do Purus no Acre, isto ocasiona a venda dos seringais para empresários sulistas interessados em investir na criação de gado e exploração madeireira. Enquanto no Vale do Juruá, empresas sulistas arrendam os seringais para patrões locais interessados em lucros rápidos e exploração madeireira. É nesse contexto de avanço do capital sobre a Amazônia Acreana, que surge o movimento social dos seringueiros, o qual resistiu e lutou pela regularização fundiária de seus territórios. Dito isto, o objetivo deste trabalho é abordar como se deu o processo que culminou na criação da Reserva Extrativista do Alto Juruá em 1990 e da Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade em 2005, ambas localizadas no Alto Juruá – Acre. Busco mostrar como estes processos estão conectados por meio da ação de suas lideranças protagonistas, instituições chaves e estratégias acionadas para que a “reforma agrária do seringueiro” fosse concretizada. Para tal, foram realizados levantamentos bibliográficos focados em artigos publicados em revistas por antropólogos(as) e disponibilizados nas plataformas SciELO e Google Acadêmico, análise de documentos como relatórios, memorandos, atas de reuniões, laudos biológicos, mapas, escrituras de cartório, despachos, entre outros, assim como entrevistas realizadas com lideranças históricas e minha experiência etnográfica no Vale do Juruá. O movimento social dos seringueiros inicialmente se deu através do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) e posteriormente com o Conselho Nacional de Seringueiros (CNS), o qual veio a potencializar sua luta, assim como através da ação de associações de seringueiros e agricultores. Diversas lideranças tem importante papel nesse cenário, como João Claudino, Antônio Macedo e Chico Ginu no Vale do Juruá e Wilson Pinheiro e Chico Mendes no Vale do Purus. Chico Mendes em particular foi uma estrategista, estabelecendo alianças com organização ambientalistas nacionais e internacionais, antropólogos, com o movimento indígena etc., que deram ao movimento poder de pressão política. A luta dos seringueiros culmina com a criação das primeiras Reservas Extrativistas do Brasil e do mundo em 1990, conceito inovador que conectou justiça social com conservação da natureza. 

MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANDREA MARTINI
Presidente - 573.076.107-44 - ELIANE CANTARINO ODWYER - UFF
Interno - 2316255 - KATIANE SILVA
Interno - 325725 - ROSA ELIZABETH ACEVEDO MARIN