Notícias

Banca de DEFESA: TEREZA BEATRIZ LIMA DOS SANTOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TEREZA BEATRIZ LIMA DOS SANTOS
DATA: 20/02/2020
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório Paulo Mendes - ICB UFPA
TÍTULO:

Padrões de distribuição espacial da meiofauna e nematofauna numa ilha estuarina amazônica (Ilha de Cotijuba, Pará, Brasil)


PALAVRAS-CHAVES:

Praias estuarinas, planícies de maré, distribuição vertical, estuário amazônico, Nematoda


PÁGINAS: 55
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
RESUMO:

As características das partículas de sedimento representam um fator determinante na estruturação da comunidade meiobentônica, de modo que esta costuma diferir entre substratos arenosos e lamosos tanto em termos de distribuição espacial quanto em relação à densidade, riqueza e composição de grupos. O estuário amazônico é um ambiente complexo que apresenta formações fisiográficas muito peculiares. Entretanto, pouco se conhece sobre como e quais fatores controlam os padrões ecológicos da comunidade da meiofauna nestes ambientes, principalmente em regiões de mesomaré. Deste modo, objetivo deste estudo foi comparar a estrutura da comunidade da meiofauna e das associações de Nematoda quanto à composição de grupos, riqueza e densidade em quatro ambientes com características sedimentológicas distintas: duas praias arenosas (Arenoso A e Arenoso B) e duas planícies de maré com sedimento lamoso (Lamoso A e Lamoso B) em uma ilha estuarina situada em uma região de mesomaré. Em cada um dos ambientes foi demarcado um transecto perpendicular à linha da maré alta de sizígia, ao longo do qual, três pontos de coleta foram estabelecidos representando as zonas da região entremarés (médiolitoral superior, médio e inferior). Para as coletas de material biológico e sedimentológico foi utilizado um desenho amostral estratificado em 0-2, 2-4, 4-6, 6-8 e 8-10 cm. A densidade e a riqueza da meiofauna e de Nematoda foram comparadas entre áreas de amostragem, zonas e profundidades do sedimento utilizando análises univariadas (ANOVA’s ) e multivariadas (PERMANOVA, nMDS, SIMPER e BIOENV). Como esperado, a densidade da meiofauna foi significativamente mais alta nos ambientes lamosos do que nos arenosos, uma vez que a disponibilidade de alimento nestes ambientes é maior. A densidade e a riqueza da meiofauna não diferiram entre os estratos de ambos os ambientes arenosos, sugerindo que os indivíduos devem ter migrado para estratos mais profundos que 10 cm, afim de evitar a re-suspensão que ocorre nos estratos superiores pela energia das ondas. Por outro lado, nos ambientes lamosos as maiores densidades e riquezas ocorreram nos estratos superiores do sedimento, pois a disponibilidade de alimento e de oxigênio é maior nos estratos superficiais do sedimento e tende a diminuir com a profundidade em substratos com grãos finos. A ocorrência de afloramentos rochosos em Arenoso A e a presença de vegetação próxima aos pontos de coleta em Lamoso B parecem ter criado condições de heterogeneidade ambiental, afetando positivamente a riqueza da meiofauna que foi mais alta nestes ambientes. Os ambientes Lamoso A e Lamoso B diferiram significativamente de ambas as praias por apresentarem as maiores densidades e riquezas de gêneros de Nematoda, o que pode ser explicado pelo alto enriquecimento por nutrientes nestes ambientes. Não houve diferença significativa na densidade e na riqueza de Nematoda entre as zonas de nenhum dos ambientes provavelmente devido à pequena extensão do médiolitoral, que não favorece a alta variabilidade espacial dos gêneros de Nematoda. A densidade de Nematoda foi significativamente mais alta nos estratos de 0-2 cm de todas as zonas de ambos os ambientes lamosos. Novamente, a disponibilidade de oxigênio e alimento são os fatores mais frequentemente associados a esse padrão. Os gêneros comedores de depósito foram mais abundantes ao longo de todos os estratos de Lamoso A e Lamoso B, pois em planícies de maré, altas concentrações de silte, matéria orgânica e fitopigmentos tendem a favorecer a ocorrência de gêneros desse grupo trófico. Em ambientes com condições ambientais estressantes, como praias, os fatores abióticos tendem a ser mais importantes na estruturação das associações de Nematoda do que a disponibilidade de alimento, por isso a distribuição dos tipos tróficos nos arenosos foi mais equitativa, não havendo um grupo que predominasse a maior parte dos estratos. Estes resultados corroboram a importância das características do hábitat intersticial na estruturação das assembleias do meiobentos e sugerem que condições que criem heterogeneidade ambiental ou que restrinjam a distribuição dos organismos são igualmente importantes.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANDRÉ RINALDO SENNA GARRAFFONI
Externo à Instituição - CLEVERSON RANNIERI MEIRA DOS SANTOS
Externo à Instituição - DAIANE EVANGELISTA AVIZ DA SILVA
Interno - 2434430 - JUSSARA MORETTO MARTINELLI LEMOS
Interno - 2117827 - MARCELO PETRACCO
Presidente - 1755204 - VIRAG VENEKEY
Notícia cadastrada em: 03/02/2020 14:23
SIGAA | Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC) - (91)3201-7793 | Copyright © 2006-2024 - UFPA - castanha.ufpa.br.castanha2