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Banca de DEFESA: JAQUELINE GATO BEZERRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JAQUELINE GATO BEZERRA
DATA: 03/05/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Auditorio predio 2 NEAP/Link de Google meet
TÍTULO:

Ecologia funcional revela espécies de grande porte e de crescimento lento como as mais impactadas pela pesca artesanal na Amazônia


PALAVRAS-CHAVES:

: Pesca de pequena escala, atributos funcionais, recursos pesqueiros, serviços ecossistêmicos, Amazônia brasileira.


PÁGINAS: 60
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
RESUMO:

A pesca é uma atividade tradicionalmente exercida em toda a Amazônia, seja de subsistência ou comercial. A ecologia funcional é utilizada para entender o papel das espécies no ambiente, através de suas características morfológicas, fisiológicas, comportamentais e ecológicas. A sobrepesca pode afetar algumas funções ecológicas dos ecossistemas, como dispersão de sementes e ciclagem de nutrientes. Neste sentido, estudos sobre a diversidade funcional de peixes podem contribuir de forma mais eficaz para identificar os principais atributos funcionais dos peixes que vêm sendo explorados pelos pescadores. Esse estudo apresenta uma abordagem integrada e comparativa de duas bases de dados relacionada aos atributos funcionais dos peixes: i) coleta experimental representando a disponibilidade de peixes no ambiente e ii) dados de desembarques pesqueiros, representando a exploração local dos recursos pesqueiros. Assim, o objetivo do estudo é avaliar os principais grupos funcionais de peixes disponíveis explorados pela pesca artesanal em comparação aos grupos funcionais disponíveis no ambiente da região do Baixo e Médio Rio Tapajós, Amazônia brasileira. As coletas experimentais foram realizadas de forma padronizada com redes de diferentes malhas que ficaram na água durante 10 ou 24hs, resultando em 59 amostragens realizadas nas imediações das mesmas comunidades onde registrou-se a pesca. As coletas e registros de desembarques pesqueiros ocorreram nos anos de 2013, 2016 (Baixo Tapajós) e 2018/2022 (Médio Tapajós). A pesca foi quantificada por meio de monitoramento participativo onde os próprios pescadores registraram suas pescarias durante o período de um ano, que resultou na análise de 4542 desembarques pesqueiros registrados por 177 pescadores em 21 comunidades ribeirinhas durante os anos de 2013, 2016 (Baixo Tapajós) e 2022 (Médio Tapajós). Os trechos Baixo e Médio Tapajós constituíram a variável região utilizada em todas as análises. Os atributos funcionais utilizados foram de tamanho máximo, nível trófico, variáveis associadas ao uso de habitat e predições de história de vida. A abundância e as variáveis origem (dados de coleta experimental e desembarque pesqueiro) e região foram utilizadas para fazer uma Análise de Redundância Baseadas em Distância (dbRDA) para a composição das espécies. A diversidade funcional foi obtida com a construção de uma matriz de traços e uma de abundância, a partir das quais gerou-se o índice de riqueza funcional. A Riqueza Taxonômica foi obtida através de um modelo linear generalizado (GLM) e a Riqueza Funcional foi avaliada através de uma regressão linear. O diagrama de Venn foi construído para verificar a quantidade de táxons compartilhados entre coleta experimental e desembarques. A beta diversidade foi realizada para verificar a dissimilaridade da riqueza entre coleta experimental e desembarque (aninhamento) ou a diferença na substituição de espécies (turnover). Finalmente, realizou-se uma análise multivariada RLQ para verificar possíveis associações da composição das espécies com as características funcionais de peixes de coleta experimental e desembarque nos trechos do Baixo e Médio Tapajós. Os resultados indicaram que a composição é mais influenciada pela variável origem (df = 1; F = 26,9; p = 0,001) do que pela região (df = 1; F = 3,6; p = 0,01). As riquezas taxonômica (p = 0,0001) e funcional (p = 0,01), são menores em desembarques do que nas coletas experimentais, os maiores valores de aninhamento e a tendência de subconjunto resultantes de desembarques pesqueiros indicam a seletividade da pesca artesanal. As características das espécies foram associadas com as variáveis origem e região. Assim, nota-se grupos funcionais de peixes mais explorados e sensíveis a pesca artesanal, como espécies de grande e médio porte, crescimento lento e com maturação sexual tardia, como os bagres (Brachyplatystoma spp.) e também de menor porte como o detritívoro jaraqui (Semaprochilodus spp.) e o herbívoro pacu (Myloplus spp., Metynnis spp. e Myleus spp.), cuja funções ecológicas podem ser ameaçadas pela pesca excessiva. Portanto, com necessidade de uma gestão para conservação direcionadas a esses táxons.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1548215 - BIANCA BENTES DA SILVA
Interno - 022.913.690-75 - FRIEDRICH WOLFGANG KEPPELER - UFRGS
Presidente - 000.590.280-09 - GUSTAVO HALLWASS - UFOPA
Externo ao Programa - 2339351 - LUCIANO FOGACA DE ASSIS MONTAG
Externo à Instituição - PAULA EVELYN RUBIRA PEREYRA
Externo à Instituição - RENATO AZEVEDO MATIAS SILVANO
Notícia cadastrada em: 22/04/2024 10:12
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