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Banca de QUALIFICAÇÃO: JOSINEIDE PANTOJA DA COSTA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSINEIDE PANTOJA DA COSTA
DATA: 30/06/2015
HORA: 14:00
LOCAL: ICB
TÍTULO:

EFEITO IMUNOMODULADOR E LEISHMANICIDA DO 5-HIDROXI-2-HIDROXIMETIL-GAMA-PIRONA
SOBRE MONÓCITOS E MACRÓFAGOS HUMANOS


PALAVRAS-CHAVES:

Monócitos, macrófagos, diferenciação celular, HMP, ação leishmanicida, L. (L.) amazonensis.


PÁGINAS: 110
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Parasitologia
RESUMO:

As Leishmanioses são doenças infecto-parasitárias de caráter antropozoonótico cuja etiologia está
associada a protozoários kinetoplastidas. Estão entre as seis enfermidades de maior expressão nas
Américas. As leishmanioses, podem manifestar-se em diferentes formas clínicas, dentre as quais
destacam-se as formas cutânea, mucocutânea e visceral, cuja manifestação vai depender da espécie
de Leishmania envolvida e da relação estabelecida entre parasita e hospedeiro. No Brasil, a
Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) representa um grave problema de saúde pública,
havendo registro de sua ocorrência em todos os Estados brasileiros. Os medicamentos utilizados
para tratamento das leishmanioses como os antimoniais, as pentamidinas e as anfotericinas não têm demonstrado eficácia devido à resistência criada contra essas drogas em espécies causadoras de
Leishmaniose. Além disso, os efeitos colaterais como pancreatite, náusea e dor abdominal, são
constantemente relatados em pacientes tratados por longos períodos, uma vez que os tratamentos
são invasivos. O 5-hidroxi-2-hidroximetil-gama-pirona (HMP) é um metabólito secundário
sintetizado por algumas espécies de microrganismos, sobretudo por fungos dos gêneros
Aspergillus, Penicillium e Acetobacter e tem várias aplicações, sendo utilizado como antioxidante,
inibidor da tirosinase, agente protetor contra a radiação e antitumoral. Recentemente, foi também
demonstrado que esse metabólito atua como ativador de macrófagos além de apresentar atividade
leishmanicida. No entanto, o efeito do HMP em monócitos e macrófagos humanos, assim como
durante a infecção com o protozoário Leishmania (L.) amazonensis é desconhecido. Assim, o
objetivo deste estudo é avaliar os efeitos de HMP sobre monócitos e macrófagos humanos e
durante interação com Leishmania (L.) amazonensis in vitro. Para tanto, leucócitos humanos do
sangue periférico foram obtidos a partir de bolsas de concentrado de leucócitos provenientes da
Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (HEMOPA). O isolamento das células
foi realizado por meio de gradiente de densidade com Histopaque®1077. Deste modo, a análise de
monócitos tratados por 48 horas com o bioproduto por meio da microscopia óptica (MO) mostrou
que essas células apresentaram expressivo aumento da área citoplasmática, aumento do número de
projeções citoplasmáticas e intensa vacuolização. A análise por microscopia eletrônica de
varredura (MEV) mostrou com maiores detalhes o espraiamento citoplasmático e formação de
filopódios, que a partir da análise morfométrica mostrou que essas células aumentaram
significativamente sua área. A análise por microscopia eletrônica de transmissão (MET) revelou
que os monócitos tratados com HMP apresentaram conteúdo citoplasmático aparentemente com
maior número de organelas em compração aos não tratados, além de intensa vacuolização, dentre
os quais se incluem os vacúolos autofágicos com dupla membrana. Alterações sugestivas de
ativação celular como espraiamento, formação de filopódios e vacuolização foram observadas em
macrófagos tratados com o HMP . A citometria de fluxo mostrou um aumento da marcação para a
proteína LC3b em monócitos tratados com HMP, indicando processo autofágico. O aumento na
expressão da proteína F4/80, bem como redução das proteínas CD11b e CD14, sugerem que o
HMP induz a diferenciação de monócitos em macrófagos, porém não estimula a diferenciação em
células dendríticas (CD11c). A análise da resposta microbicida de monócitos e macrófagos
humanos tratados com HMP, mostrou pela citoquímica do nitro tetrazólio azul (NBT) que o
bioproduto não induz a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) em monócitos, ao passo
que em macrófagos ocorre produção desses radicias de oxigênio de forma significativa, o que se
confirmou pelo ensaio com o marcador CellROX, não havendo entretanto produção de óxido
nítrico (NO) nos dois tipos celulares. No que se refere a ação do HMP sobre o protozoário
Leishmania, foi observado que o HMP apresentou atividade leishmanicida nas formas
intracelulares de L. (L.) amazonensis, visto que ocorreu uma redução de 78.11% em monócitos e
79.80% em macrófagos humanos tratados com HMP por 24h na concentração de 50 μg/mL após a
ainfecção. A avaliação da produção de ERO e NO em macrófagos infectados e posteriormente
tratados com HMP, mostrou uma elevação na produção de ROS, mas não de NO. A ação do HMP
em formas promastigotas de L. amazonensis mostrou por meio dos ensaios de anexina e thiazolyl
blue (MTT), redução significativa da viabilidade, sugerindo que o HMP atua ativando a via de
apoptose no protozoário. É importante frisar que o HMP não reduziu a viabilidade de monócitos e
macrófagos humanos. Em conjunto, os resultados preliminaries deste estudo demonstram que o
bioproduto HMP parece ter efeito imunomodulador por promover a diferenciação de monócitos na
ausência de estímulos e por ser capaz de ativar macrófagos através da via de radicais de oxigênio e
aumento da fagocitose, além de apresentar efeito leishmanicida em formas amastigotas e
promastigotas do protozoáro L. amazonensis.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 2434806 - CHUBERT BERNARDO CASTRO DE SENA
Presidente - 2189846 - EDILENE OLIVEIRA DA SILVA
Externo ao Programa - 1774934 - FRANCISCO ACACIO ALVES
Interno - 2178281 - JEANNIE NASCIMENTO DOS SANTOS
Notícia cadastrada em: 26/05/2015 08:50
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