Banca de QUALIFICAÇÃO: DANILO NASCIMENTO DOS ANJOS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DANILO NASCIMENTO DOS ANJOS
DATA: 30/04/2024
HORA: 10:00
LOCAL: PPGEAA
TÍTULO:

(DE)COLONIALIDADE E ANTROPIZAÇÃO EM UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA NA
AMAZÔNIA ORIENTAL SOB O OLHAR DA FILOSOFIA DA LIBERTAÇÃO

PALAVRAS-CHAVES:

Decolonialidade. Filosofia da Libertação. Enrique Dussel. Comunidade
quilombola.

PÁGINAS: 156
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Multidisciplinar
RESUMO:

O pensamento decolonial busca modificar, por meio da produção do conhecimento e
autoafirmação cultural, a visão estigmatizada que os países que sofreram o processo assolador conhecido
por colonização estão vinculados. Direcionando-se para o continente americano, é perceptível a herança
deixada pelo dominador, todavia, este contato remete a momentos de dor e violência, em que a América
foi invadida pela Europa, sofrendo imposições culturais e estruturais. Esta imposição foi de tão grande
proporção que ainda é evidenciada na contemporaneidade. Entre um dos autores que fundamentam este
processo de mudança de perspectiva, destaca-se o argentino Enrique Dussel e a sua filosofia da libertação.
Com uma ética voltada para o povo oprimido, o Outro é evidenciado como o caminho para a revolução que
a sociedade contemporânea necessita, percurso este que precisa ser traçado com urgência, emergindo como
uma utopia possível, não só para a América, mas sim para o mundo como um todo, por isso evidenciamos
neste trabalho a filosofia da libertação dusseliana com foco nas influências que provocaram o surgimento
de uma nova perspectiva que antes era despercebida pelo próprio autor, isto é, as diferenças e a distância
que existe entre o dominado e o dominador, mascarada por uma visão eurocentrista que é propagada como
a superior e, para alguns defensores, como a única possível de ser aceita e legitimada. Nesse sentido, este
trabalho tem como interesse a discussão da (de)colonialidade e da antropização em uma comunidade
quilombola dentro da esfera dos estudos decoloniais em sua relação com as questões de alteridade para o
reconhecimento do Outro, implícitas nessas práticas. Para tal, a pesquisa foi feita através do levantamento
bibliográfico qualitativo em autores como Assis (2021), Oliveira e Ramos (2020), Ramos (2012), Dussel
(1977/1980/2012), Quijano (2005) entre outros, e teve como objetivo perceber quais práticas (de)coloniais
são produzidas na Comunidade Quilombola São Pedro e que implicações elas apresentam em relação às
continuidades coloniais e/ou processos de transgressões indicadoras de marcas da libertação na perspectiva

Dusseliana. A pesquisa de campo foi feita por meio da análise de narrativas orais de cinco comunitários
quilombolas com influência na comunidade e que sempre viveram naquele local. Desse modo foi possível
denotar que a comunidade quilombola São Pedro vem promovendo resistência por meio das práticas
experimentadas nesse território através da aproximação à ancestralidade africana e afro-brasileira e como
resultado dessas resistências tem reavivado o seu próprio encontro com o passado que também atua nos
seus processos de libertação propriamente dito, estando dessa forma na vanguarda das lutas por
reconhecimento e libertação na região do nordeste paraense. Além disso por meio desse processo tem
acessado/produzido saberes e práticas singulares que nos parecem se sustentar na visão decolonial, ou seja,
comprometida com a libertação das amarras dos processos de colonização.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2183638 - JOAO BATISTA SANTIAGO RAMOS
Interno - 2191145 - JOSE GUILHERME DOS SANTOS FERNANDES
Externo ao Programa - 1231638 - RAQUEL AMORIM DOS SANTOS