Notícias

Banca de DEFESA: ELIZAYNE YZA XAVIER FARIAS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ELIZAYNE YZA XAVIER FARIAS
DATA: 30/09/2022
HORA: 09:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO:

“Ser concheira é ser uma mulher independente”: saberes e práticas na coleta de conchas de moluscos bivalves no Baixo Tocantins (Abaetetuba-PA).


PALAVRAS-CHAVES:

Identidade coletiva, saberes tradicionais, grandes empreendimentos, moluscos


PÁGINAS: 89
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
RESUMO:

Esta pesquisa analisa o protagonismo de mulheres que por meio da identidade coletiva persistem em dar continuidade a uma prática realizada em ambiente de várzea no estuário amazônico. Trata-se das autodenominadas Concheiras, um grupo de mulheres que realizam a coleta de conchas de moluscos bivalves em áreas praianas no entorno da comunidade Palmar, região insular do município de Abaetetuba (nordeste paraense). A coleta de conchas é uma atividade realizada há gerações na comunidade e já foi considerada uma das mais relevantes no aspecto socioeconômico, sendo exercida tanto por homens quanto por mulheres. Após a implantação da UHE de Tucuruí, ocorreram mudanças que alteraram a dinâmica ambiental diminuindo a produção. Desde então, a atividade passou a ser realizada apenas por mulheres, o que lhes conferiu a identidade de Concheiras. Esse coletivo constitui interrelações com meio e com outros individuos de maneira que essas interações tem efeito preponderante na construção de suas territorilidades. A noção central é a territorialidade especifica que funciona como fator de identificação, defesa e força, mesmo em se tratando de apropriações temporárias dos recursos naturais (ALMEIDA, 2013). A pesquisa de natureza qualitativa, seguiu orientações teóricas da antropologia social e geografia humana, as quais nortearam o fazer etnográfico do modo de vida de mulheres ribeirinhas, tendo em conta não apenas o ponto de vista das mulheres investigadas, mas seus interesses, sua cultura, suas denúncias e reivindicações, dispondo assim o trabalho de pesquisa a serviço dos povos estudados (SOL TAX, 1975). O objetivo principal foi investigar saberes e práticas que norteiam a vida das concheiras e nessa perspectiva se analisa a apropriação da identidade relacionada aos recursos naturais, face ao contexto socioambiental afetado por grandes empreendimentos de capital nessa parte do estuário amazônico. Da atuação dessas mulheres emerge uma rede de significados do Ser-Concheira, incorporando-os ao território, ao estuário, ao clima, à maré e a uma forma de relação com o território que é complexa e heterogênea, mas que interconecta formas de produção e de conhecimento. Isto nos leva a concluir que o conhecimento não pode ser atrelado a algo fixo imutável, mas se configura em uma gama de significações e conexões múltiplas que existem entre o saber e a técnica, que no caso em estudo remete a liberdade de ser e viver.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2244124 - ELIANA TELES RODRIGUES
Externo à Instituição - ROSA ELIZABETH ACEVEDO MARIN
Interno - 2558010 - ROSANGELA DO SOCORRO NOGUEIRA DE SOUSA
Notícia cadastrada em: 22/09/2022 08:06
SIGAA | Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC) - (91)3201-7793 | Copyright © 2006-2024 - UFPA - morango.ufpa.br.morango1