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ALESSANDRA QUARESMA GONCALVES
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A DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO EDUCACIONAL NA CIDADE DE IGARAPÉ- MIRI/PARÁ: POR MEIO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
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Data: 30/09/2022
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A pesquisa analisou a gestão da educação no município de Igarapé-Miri, como política pública inserida em um quadro normativo de metas e estratégias representado pelo Plano Municipal de Educação (PME), que é foco maior da implementação da política educacional municipal. O objetivo geral é analisar se a política educacional do município de Igarapé-Miri, implementada a partir do Plano Municipal de Educação, lei nº 5.098/2015, favoreceu a democratização da gestão educacional. A problemática é como democratizar a gestão educacional na cidade de Igarapé-Miri/Pará, por meio do Plano Municipal da Educação? A metodologia partiu da pesquisa virtual, bibliográfica e de campo, na qual ocorreu as entrevistas e a pesquisa documental, com dados qualitativos e descritivos. As teorias adotadas foram de políticas públicas e educacionais, justiça social, gestão da educação e outras. Os resultados mostram a corrupção na política governamental como fator decisivo para a baixa qualidade da educação formal, a fragmentação política como fator de descontinuidade governamental, a perda de direitos trabalhistas, a ausência da implantação do Conselho Municipal de Educação (CME) e do Sistema Municipal de Ensino (SME). Logo a gestão da educação não segue as normativas nacionais, porque o município não formou o CME e o SME a inexistência desses órgãos, associados a fragmentação governamental e as suspeitas de improbidade administrativa impedem a democratização da gestão educacional na cidade de Igarapé-Miri.
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DHEMERSON MARTINS GONCALVES
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TERRITÓRIO MINERO-METALÚRGICO: Um estudo de caso do município de Barcarena no estado do Pará.
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Data: 30/09/2022
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O compulsório objeto de análise deste estudo realizado é imprescindível no debate, no que concerne, a atividade de mineração e sua majoritária influência e interferência na dinâmica territorial amazônica. Neste intuito, aborda-se a dinâmica minero-metalúrgica no complexo industrial de Barcarena-PA, na incisiva inquisição dos impactos socioterritoriais derivados das atividades de transformação mineral no município. O objetivo é correlacionar a perspectiva de desenvolvimento ordenado pelos grandes empreendimentos de mineração e sua relativa influência, sobretudo, na dinâmica econômica regional, nacional e internacional. Contudo, cabe-se, essencialmente, diagnosticar as contradições e desigualdades socioterritoriais proveniente do vetor econômico mineral. Nesse aspecto é realizada uma análise, no que concerne, o vetor econômico mineral em Barcarena e seus instrutivos impactos que se correlacionam-se nas esferas econômicas, políticas e sociais, neste intuito, a coleta de dados, tornou-se, efetivamente, essencial, os dados das receitas dos municípios; Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto de Produtos Industrializados (IPI) e Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que consistem-se em meios de investigação para mensurar as arrecadações resultante direta e indiretamente do complexo industrial de bauxita-alumina-alumínio e, em contrapartida, é imprescindível o estudo de um Índice para mencionar uma possível qualidade de vida da população local e adjacentes. O Índice escolhido foi o Índice FIRJAN de desenvolvimento municipal de Barcarena, com o intuito de averiguar a qualidade de vida a partir das variáveis de Educação, Saúde e Economia, seguindo é claro a perspectiva da metodologia do índice, que visa, ser quanti-qualitativo, ou seja, um efetivo índice de mensuração da aplicabilidade dos recursos derivados da dinâmica minero-metalúrgica, no que tange, a uma efetiva destruição espacial e equânime, visando a qualidade de vida da população local, ou seja, considerar a contradição entre subdesenvolvimento econômico e desenvolvimento do lugar e para os anseios do lugar, a partir, essencialmente, das relações marcadas pelo poder, configurando-se em um território minero-metalúrgico.
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GLEYCE CARVALHO CASTRO
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TERRITÓRIO E EDUCAÇÃO: POLÍTICAS DE ENSINO MÉDIO PARA OS JOVENS DO CAMPO DA AMAZÔNIA PARAENSE
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Data: 30/09/2022
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O trabalho tem como tema: “Território e Educação: Políticas de Ensino Médio para os jovens do campo da Amazônia Paraense, cuja questão central é o acesso da juventude ao Ensino Médio Modular, a partir do questionamento específico se o SOME enquanto modelo de formação atende a realidade efetiva dos estudantes? Para fins de identificar se as políticas educacionais desenvolvidas pelo Estado Paraense para o campo, responde a realidade concreta da juventude campesina, a investigação objetiva analisar as políticas de Ensino Médio para o campo na Amazônia Paraense na perspectiva da formação da juventude; compreender o contexto histórico, político, social e econômico em que está estruturado o Ensino Médio do campo, na Amazônia paraense e a dinâmica de sua organização na modalidade SOME; caracterizar a política do Ensino Médio, nessa modalidade, para a formação da juventude do campo, na Amazônia Paraense e investigar sua efetividade para o atendimento da necessidade formativa da juventude campesina. O trabalho constitui-se em uma pesquisa qualitativa (Minayo, 1995), efetivada pela pesquisa bibliográfica, documental (Lakatos e Marconi, 2003) e de campo (Gil, 2002). O grupo focal (Kitzinger, 1999) e o questionário (Gil, 2011) foram as técnicas utilizadas para obtenção de dados empíricos. A referência teórico-metodológica que fundamenta a apreensão e análise do objeto foi, principalmente Arroyo (1999, 2007 e 2011), Caldart (2004, 2006 e 2012), Frigotto (2004, 2010 e 2016) Freire (1996 e 1987), Krawczyk (2013) e a Lei Estadual no. 7.806, que dispõe sobre a regulamentação e funcionamento do SOME. Os dados foram analisados com o auxílio da Análise de Conteúdo, Bardin (2004), a partir das seguintes categorias de análise: Política Educacional, Contexto regional e escolar; Ensino Médio no Campo na Amazônia Paraense e a realidade sociocultural dos sujeitos educacionais; Currículo, Trabalho e Formação Escolar. Os resultados evidenciam que o SOME apresenta dois aspectos antagônicos: por um lado é uma política importante para as comunidades devido ao acesso ao Ensino Médio para a juventude do Campo, por outro lado mostra descompasso entre a organização curricular e a realidade sociocultural dos sujeitos educacionais valorizando um modelo urbanocêntrico de educação, cujo modelo de formação não atende a realidade efetiva dos estudantes.
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ELIZAYNE YZA XAVIER FARIAS
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“Ser concheira é ser uma mulher independente”: saberes e práticas na coleta de conchas de moluscos bivalves no Baixo Tocantins (Abaetetuba-PA).
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Data: 30/09/2022
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Esta pesquisa analisa o protagonismo de mulheres que por meio da identidade coletiva persistem em dar continuidade a uma prática realizada em ambiente de várzea no estuário amazônico. Trata-se das autodenominadas Concheiras, um grupo de mulheres que realizam a coleta de conchas de moluscos bivalves em áreas praianas no entorno da comunidade Palmar, região insular do município de Abaetetuba (nordeste paraense). A coleta de conchas é uma atividade realizada há gerações na comunidade e já foi considerada uma das mais relevantes no aspecto socioeconômico, sendo exercida tanto por homens quanto por mulheres. Após a implantação da UHE de Tucuruí, ocorreram mudanças que alteraram a dinâmica ambiental diminuindo a produção. Desde então, a atividade passou a ser realizada apenas por mulheres, o que lhes conferiu a identidade de Concheiras. Esse coletivo constitui interrelações com meio e com outros individuos de maneira que essas interações tem efeito preponderante na construção de suas territorilidades. A noção central é a territorialidade especifica que funciona como fator de identificação, defesa e força, mesmo em se tratando de apropriações temporárias dos recursos naturais (ALMEIDA, 2013). A pesquisa de natureza qualitativa, seguiu orientações teóricas da antropologia social e geografia humana, as quais nortearam o fazer etnográfico do modo de vida de mulheres ribeirinhas, tendo em conta não apenas o ponto de vista das mulheres investigadas, mas seus interesses, sua cultura, suas denúncias e reivindicações, dispondo assim o trabalho de pesquisa a serviço dos povos estudados (SOL TAX, 1975). O objetivo principal foi investigar saberes e práticas que norteiam a vida das concheiras e nessa perspectiva se analisa a apropriação da identidade relacionada aos recursos naturais, face ao contexto socioambiental afetado por grandes empreendimentos de capital nessa parte do estuário amazônico. Da atuação dessas mulheres emerge uma rede de significados do Ser-Concheira, incorporando-os ao território, ao estuário, ao clima, à maré e a uma forma de relação com o território que é complexa e heterogênea, mas que interconecta formas de produção e de conhecimento. Isto nos leva a concluir que o conhecimento não pode ser atrelado a algo fixo imutável, mas se configura em uma gama de significações e conexões múltiplas que existem entre o saber e a técnica, que no caso em estudo remete a liberdade de ser e viver.
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MAX JOSE COSTA E COSTA
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"A dedicação está no açaí”: a monocultura e seus efeitos na segurança alimentar em comunidades das ilhas de Abaetetuba-PA
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Data: 30/09/2022
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O presente trabalho estuda efeitos do aumento de cultivo de açaizais em áreas de domínio de várzea no estuário paraense. Especificamente se detém na parte insular do município de Abaetetuba, nordeste paraense, onde a palmeira (Euterpe oleracea Mart.) domina a paisagem, em substituição a vegetação original de várzea. Parte-se das seguintes questões: que efeitos a monocultura do açaí tem provocado nos territórios dos povos tradicionais da área insular do referido município? Estariam esses efeitos provocando insegurança alimentar, uma vez que já se percebe forte dependência do consumo de produtos comercializados na cidade, os quais antes eram encontrados localmente? As novas práticas de cultivo teriam alterado as relações ecológicas no ecossistema da várzea? Para responder essas questões buscou-se como objetivo central, analisar os efeitos da monocultura do açaí nos territórios tradicionalmente ocupados na área insular do município de Abaetetuba. Tomou-se como objetivos específicos: relacionar o uso ampliado de áreas cultivadas com açaizeiros e a segurança alimentar dos agentes sociais da pesquisa; identificar alterações físicas na área em estudo ligadas às práticas monocultoras de açaí, e por fim, verificar quais agentes da cadeia produtiva são mais afetados no processo de comercialização desse fruto. A pesquisa é de natureza qualitativa com aporte etnográfico, a fim de fazer uma “nova descrição” (ALMEIDA, 2018) com base no diálogo com agentes sociais diretamente envolvidos nesse sistema, por meio de oficinas de autocartografia desses territórios. O trabalho aponta como um dos resultados, a mudança no modo de vida, a qual se junta àquela expressa na forma de grandes empreendimentos intensivos de capital, que tem transformado a várzea em um território em disputa (ACSELRAD, 2013), cujo efeito maior é a desterritorialização (HAESBAERT, 2004) de povos tradicionais da várzea.
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RAFAEL BARRETO LIMA
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REPRESENTAÇÕES DISCURSIVAS SOBRE A EDUCAÇÃO DE SURDOS: DIRETRIZES E PRÁTICAS NO ENSINO REMOTO DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19, EM ABAETETUBA – PA.
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Data: 29/09/2022
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A adoção do ensino remoto apresentou-se como o melhor meio da escola possibilitar a continuidade ao ensino durante o período de maiores picos de infecção da pandemia da COVID-19 em todo território brasileiro. Nesse sentido, considerando o contexto pandêmico, a educação de alunos surdos tornou-se um importante assunto a ser discutido e verificado por profissionais da educação que mantiveram a responsabilidade em viabilizar a continuidade do ensino, agora por outras vias, destes alunos. Por isso, no que se refere a educação de surdos em tempos da pandemia da covid19, este trabalho possui como pergunta problema o seguinte questionamento: Como a educação de surdo no ensino remoto em Abaetetuba é representada nos discursos das diretrizes oficiais orientadoras do ensino remoto em Abaetetuba e nos discursos docentes de implementação? o objetivo geral dessa pesquisa instituiu-se em analisar os discursos das diretrizes orientadoras e dos professores sobre a educação de alunos surdos no ensino remoto durante a pandemia da COVID-19 no município de Abaetetuba – PA. Os objetivos específicos desmembram-se em comparar o discurso constante nas diretrizes com os discursos docentes do AEE sobre a educação de surdos, afim de verificar a garantia do direito de inclusão e acessibilidade desses, durante o ensino remoto em Abaetetuba – PA. Verificar os impactos da relação entre o discurso das diretrizes e os discursos docentes acerca do ensino remoto no AEE sobre a escolha das TIC utilizadas pelos professores para os alunos surdos em Abaetetuba – PA. E analisar de que maneira os discursos das diretrizes regulam o trabalho docente com os alunos surdos durante o ensino remoto em Abaetetuba – PA. No direcionamento metodológico, este trabalho se utilizou da Analise Critica do Discurso (ADC), a qual evidencia as propostas de práticas sociais desenvolvidas através do ensino remoto e implícitas nos discursos da diretriz orientadora e dos professores do AEE, tendo como subsidio o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), bem como seus efeitos sobre a aprendizagem dos alunos, considerando ainda o caráter inclusivo dos surdos através desta nova forma de ensinar. Apesar deste trabalho ainda se encontrar em fase de desenvolvimento, podemos considerar, de antemão, que o documento analisado não apresenta autossuficiência para regulamentar o trabalho dos professores que atendem os alunos surdos através do atendimento educacional especializado exercido nas salas de recursos multifuncional das escolas municipais do território que compõe o município de Abaetetuba. Assim, sinalizando, portanto, a necessidade dos professores do AEE em seguirem um plano com diretrizes e orientações mais especificas para a educação de alunos surdos que frequentam as SRM.
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MAURICEIA RODRIGUES BARBOSA
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ASSÉDIO SEXUAL NO ENSINO MÉDIO EM ABAETETUBA: VIOLÊNCIA DE GÊNERO, IDENTIDADES E RESISTÊNCIA JUVENIL
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Data: 22/09/2022
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O presente texto tematiza o assédio sexual no Ensino Médio em uma escola pública no Município de Abaetetuba, na perspectiva da violência de gênero, identidades e resistência juvenil. A problemática de pesquisa visa saber como se dá a interconexão entre violência de gênero, assédio sexual e identidades na escola básica? O objetivo geral é analisar a interconexão entre violência de gênero, assédio sexual e identidades na escola básica. Os objetivos específicos estão delineados: Analisar um caso de assédio sexual ocorrido em uma escola de Ensino Médio de Abaetetuba; investigar a postura da escola diante da denúncia de assédio sexual, bem como suas ações pedagógicas preventivas; refletir os efeitos do assédio sexual na identidade da aluna envolvida; visibilizar ações de resistência ao assédio sexual na escola. O aporte teórico exigiu a incursão em diferentes categorias como juventude, resistência e saber-poder, para isso acionei: Dayrell (2009), Altman (2003), Alves (2018), Butler (2008), Del Priore (1999), Louro (2003), Foucault (1998, 2014), Saffioti (1987, 2015), Scott (1990,1995), Paraíso (2012), entre outros/as. A decisão metodológica foi pelo estudo de caso etnografico/netnográfico. Inicia com a etnografia pós-moderna, e a partir do contexto pandêmico, incorpora elementos da netnografia. Os sujeitos da pesquisa são jovens alunas/os entre 18 a 23 anos de uma escola pública em Abaetetuba/PA.Os resultados da pesquisa apontam que na escola onde ocorreu a pesquisa, as identidades estão sendo construídas de modo relacional, nas formas pelas quais as experiências vividas constituem e medeiam certas relações da pessoa consigo mesma. Entre tais formas, há práticas e processos heterogêneos bem como estratégias que nomeiam, separam, categorizam, hierarquizam, normalizam e governam o sujeito.
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JOSIMERE SERRAO GONCALVES
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NARRATIVAS DE RESISTÊNCIAS DE MULHERES NEGRAS PROFESSORAS: UM ESTUDO EM IGARAPÉ-MIRI A PARTIR DA INTERSECCIONALIDADE
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Data: 08/09/2022
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Inscrevendo-se no campo dos estudos decoloniais esta investigação tem como objeto as narrativas de resistência de mulheres negras professoras. Busco problematizar as intersecções de marcadores sociais como o de gênero e o de raça presentes na constituição destes percursos identitários; outro objetivo é destacar a contribuição destas mulheres negras professoras para a educação miriense. Para tanto, algumas inquietações compuseram as questões norteadoras desta pesquisa: Como a opressão raça-gênero constituiu as identidades de mulheres negras professoras? Como as mulheres negras professoras resistiram a opressão raça-gênero? Quais as contribuições da mulher negra para a educação miriense? Essas questões norteadoras permitiram perseguir os seguintes objetivos: Analisar narrativas de resistência a opressão raça-gênero vividas por mulheres negras professoras em Igarapé-Miri/PA; analisar os efeitos da opressão raça- gênero nas identidades de mulheres negras professoras; visibilizar as contribuições da mulher negra para a educação miriense. A opção metodológica para a realização desta investigação foi pelo estudo dentro da teorização decolonial considerando o paradigma outro ou episteme-em-formação, o giro decolonial que analisa o sistema-mundo e sua intensa relação com o cotidiano e as identidades. Isso exigia um método que promovesse a coerência teórico-metodológica, então, como a história de vida também está inserida na realidade histórico e social, e, portanto, os relatos de práticas são relações sociais, esta me pareceu a mais indicada. Para tanto, o referido estudo seguiu os aportes teóricos orientados por autores/as como: Maria Lugones (2008); Akotirene (2019) Kimberle Crenshaw (2004); Giroux (1986); Quijano (2005); Hall (2000) e Kathryn Woodward; Priore (2016); Moore (2012), entre outros. Este estudo versar sobre as questões étnicorraciais, e expõe que sujeitos considerados fora da identidade padrão são deixados à margem e por esse motivo são invisibilizados como as mulheres negras professoras amazônidas, por exemplo. Mas estas possuem histórias, lutas, conquistas. Foram resistências. Resistências podem ser produzida em múltiplos espaços da vida cotidiana, desta forma, conhecer as narrativas de resistência de professoras negras que atuaram na educação do município de Igarapé-Miri, buscando por este viés, a decolonização do conhecimento e a produção de saberes outros negados por esta sociedade, configura possibilidades para o ecoar de outras vozes.
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ANTONIO GILSON BARBOSA AZEVEDO
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Dinâmicas socioprodutivas, culturais e políticas no assentamento Emanuel, em Igarapé-Miri/PA: experiências e percepções entre jovens agricultores familiares
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Data: 06/09/2022
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O presente estudo objetiva compreender os processos e as dinâmicas socioprodutivos, culturais e políticos e as suas relações entre jovens agricultores familiares, em contexto de assentamento, especificamente o assentamento Emanuel. A pesquisa é definida como um estudo de caso na perspectiva de Goldenberg (2004), de cunho qualitativo, a partir das entrevistas realizadas junto aos 22 participantes na faixa etária de 15 a 29 anos, sendo 08 homens e 14 mulheres, aos quais foi aplicado um questionário semiestruturado com 16 perguntas abertas. Esta pesquisa está estruturada em quatro seções; a primeira abordando os procedimentos metodológicos; a segunda tratando acerca das principais características do município de Igarapé-Miri; a terceira pontuando sobre a agricultura familiar (tanto no contexto local como no contexto amazônico) e o território/territorialidades; e a quarta apresentando a análise dos dados e resultados da pesquisa, seguida das considerações finais. Nos resultados desta pesquisa, constatou-se que os jovens se envolvem em várias atividades culturais, esportivas e religiosas, afetando suas percepções sobre o lugar. Em termos materiais, desenvolvem a produção, extração e comercialização junto às suas famílias tendo como principal produto o açaí, além da prestação de serviços. Em termos de anseios e projetos, são motivados pelo desejo de melhorias por meio da educação e, embora projetem sair do assentamento para formações, assumem o desejo de permanecer ou de retornar.
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MARCIO VALÉRIO DE OLIVEIRA FAVACHO
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FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NA ERA DA EDUCAÇÃO 4.0: SABERES, IDENTIDADE DOCENTE E AS PRÁTICAS PEDAGOGICAS
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Data: 31/08/2022
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O interesse pelo tema da pesquisa “Formação Continuada de Professores na era da Educação 4.0: Saberes, Identidade Docente e as práticas pedagógicas” sobreveio com base em indagações e reflexões pessoais sobre a formação continuada de professores no século XXI, onde há uma diversidade de tecnologias digitais de informação e comunicação – TDIC, e quanto ao uso pedagógico dentro do ambiente educacional. Assim, a presente pesquisa possui o objetivo de investigar em quais perspectivas a formação continuada de professores que fazem uso das Tecnologias da Informação e Comunicação influenciou nas práticas pedagógicas destes professores no ensino remoto durante o cenário pandêmico. O lócus da pesquisa foi uma abordagem Top Down de forma genérica dando ênfase ao município de Abaetetuba-PA, onde foi aplicado um questionário via google forms com perguntas diretas e outras de caráter subjetivo, no entanto obtivemos apenas 30 professores da educação básica distribuídos entre escolas Públicas e Privadas da zona urbana do munícipio. A pesquisa também abordou a visão da coordenação pedagógica de 04 profissionais de escola pública e 03 de escola privada para o fechamento do tema abordado. Além disso, foi realizado um levantamento bibliográfico onde os principais autores foram NÓVOA (1992), TARDIF (2002), MORIN (2000), FORMOSINHO (2002), THURLER (2002), GARRIDO; PIMENTA; MOURA (2000); KENSKI (2012), SCHWAB (2016); FUHR (2019); GAUER (2021); como resultados alcançados através da pesquisa constatou-se que tanto na visão dos professores quanto na visão gestacional a importância fundamental da formação continuada de professores no que diz respeito ao uso e melhor utilização das tecnologias da informação e comunicação – TICs no período pandêmico, principalmente no ensino remoto, desta forma concluiu-se que a pouca oferta de capacitação dos professores para o uso das TICs, e as dificuldades enfrentadas pelos alunos em relação a distância/localização de sua moradia ou equipamentos tecnológicos e principalmente as dificuldades financeiras para aquisição de dados móveis, desta forma podemos ressaltar a necessidade de avançarmos no propriamento da inserção dessas tecnologias através da formação continuada possibilitando com que a escola seja um local privilegiado para a formação de professores e desenvolvimento profissional.
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RICARDO COSTA AMARAL
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O TERRITÓRIO-LUGAR DOS CONHECIMENTOS ECOLÓGICOS TRADICIONAIS NA REM CAETÉ-TAPERAÇU - BRAGANÇA-PARÁ.
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Data: 26/08/2022
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As relações econômico-naturais são dicotômicas no modelo de desenvolvimento atual, o que provoca degradação ambiental e desigualdades sociais, esse processo intensifica-se e assume dimensões globais, pois, a racionalidade contemporânea é estruturada pela lógica capitalista que se consubstancia em práticas insustentáveis para os ecossistemas locais. Para o enfrentamento dessa realidade é primordial o ordenamento territorial e ambiental de áreas estratégicas para a manutenção de recursos naturais, nesse contexto é importante o estudo do processo de criação e de gestão de unidades de conservação. No Brasil o processo de criação e de gestão das unidades de conservação fundamenta suas ações em parâmetros institucionalizados e modelos internacionais, resultando em políticas públicas que desconsideram a existência de comunidades tradicionais residentes nesses territórios as quais possuem conhecimentos ecológicos tradicionais locais. Nessa realidade a Reserva Extrativista é uma das categorias de unidades de conservação do grupo das unidades de uso sustentável do Sistema Nacional de Unidades de Conservação do Brasil - SNUC, cujo objetivo básico é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. No município de Bragança, estado do Pará, foi criada a Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu (REM Caeté-Taperaçu) pelo Decreto Federal s/nº de 20 de maio de 2005, e que abrange exclusivamente áreas costeiro-estuarinas e manguezais. Assim sendo, o problema de pesquisa aqui investigado parte do seguinte questionamento: “os conhecimentos ecológicos tradicionais das comunidades tradicionais usuárias da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu podem colaborar com a redução de processos antrópicos que refletem no uso insustentável dos recursos naturais nesse território?”. O objetivo geral dessa pesquisa é analisar se os conhecimentos ecológicos tradicionais podem colaborar com a sustentabilidade socioambiental e a gestão da REM Caeté-Taperaçu no município de Bragança, estado do Pará.A fundamentação teórica dessa pesquisa é interdisciplinar, sendo constituída de conceitos, percepções e por autores que convergem dialeticamente para o objeto desse estudo. Nessa vertente, a vida cotidiana, a experiência vivida, a aprendizagem experiencial e a realidade, a fenomenologia e a abordagem histórico-cultural, o território e o lugar, as comunidades tradicionais e os conhecimentos ecológicos tradicionais são os fundamentos teóricos e metodológicos para o constructo epistemológico relacionado a temática, objetivos e a problematização aqui investigados. A estratégia metodológica utilizada é a pesquisa qualitativa com enfoque no método fenomenológico e na abordagem histórico-cultural. A relevância desse trabalho é demonstrada na análise da política pública que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação do Brasil e particularmente na gestão da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu, na qual são identificadas relações de poder institucionalizadas, além de uma problemática socioambiental que avança sobre os territórios das comunidades tradicionais objeto dessa pesquisa o que provoca mudanças em seu modo de vida e de suas relações com o meio ambiente, porém, nesse estudo é compreendido que os conhecimentos ecológicos tradicionais estão relacionados às atividades cotidianas dos membros dessas comunidades e definem como esses sujeitos elaboram suas ações, concebem estratégias, buscam alternativas tecnológicas e dessa forma transformam e conservam de maneira sustentável a natureza e a si próprios por meio de suas práxis culturais.
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RAIANE RIBEIRO CARDOSO
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UM ESTUDO DE CASO DOS IMPACTOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E AMBIENTAIS PROVOCADOS PELO ARREFECIMENTO DA ATIVIDADE OLEIRA NO RIO BAIXO AJUAÍ (ABAETETUBA-PA)
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Data: 15/07/2022
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As olarias situadas nas ilhas do município de Abaetetuba, na região do Baixo Tocantins (no Estado do Pará) ocupam posição de destaque na economia regional, tendo também relevância socioeconômica em função da geração de receitas, postos de trabalho e da fabricação de produtos fundamentais para o setor da construção civil. Esta investigação apresenta e discute, a partir da realidade dos trabalhadores oleiros da comunidade ribeirinha do Baixo Ajuaí, os impactos socioambientais dessa atividade econômica e o arrefecimento da mesma. Vale ressaltar que este processo já vem sendo observado há cerca de uma década, quando as principais olarias da comunidade começaram a encerrar suas atividades. O objetivo deste estudo é analisar a dinâmica de organização do trabalho oleiro, considerando sua origem, seu desenvolvimento, suas implicações para o ambiente, bem como a vida social e as perspectivas de futuro dos trabalhadores, visto que é observado um “efeito dominó”, pois em pouco tempo uma nova olaria deixa de existir. A abordagem é de cunho predominantemente qualitativo, incluindo também o mapeamento digital através de softwares livres de cartografia, como o QGIS, o TrackMaker e o Google Earth. Para a construção do trabalho foi necessário recorrer à pesquisa bibliográfica, à pesquisa documental e à pesquisa de campo. A pesquisa de campo foi realizada em dois momentos distintos: o primeiro, executado ainda no início de 2020, na comunidade que é o locus da pesquisa, diretamente nas olarias, sendo verificado e mapeado via coleta de pontos de GPS o quantitativo de olarias que já existiram e quantas ainda estão em funcionamento; e no segundo momento foram feitas visitas nas residências de ex-trabalhadores oleiros e ex-donos de olarias, assim como de pessoas que ainda atuam no ramo, a fim de entender os fatores que levaram ao fechamento da atividade e quais as perspectivas futuras para aqueles que perderam seus postos de trabalho. Uma das principais dificuldades da coleta de dados foram as restrições sanitárias impostas amplamente em todo o mundo por causa da pandemia de COVID-19, e por isso a segunda parte do trabalho de campo foi possível de ser realizada com segurança no início de 2022, tendo sido inviabilizado por um período de quase dois anos. Como instrumentos de coleta de dados foram adotados questionários e roteiros de entrevistas semiestruturadas. De acordo com critérios previamente estabelecidos, o questionário, com perguntas abertas e fechadas, foi aplicado aos trabalhadores de diferentes olarias e com seus respectivos donos, com o propósito de compreender suas condições de trabalho e de vida, suas impressões sobre as consequências da atividade oleira para o ambiente e suas perspectivas de futuro. Para cada tipo de sujeito foi elaborado um roteiro específico buscando elucidar questões importantes para a compreensão do objetivo da dissertação. Durante a pesquisa de campo foi utilizada a técnica de observação participante, a qual possibilitou a aproximação e a vivência com os sujeitos da pesquisa. Além disso, também foram realizados registros fotográficos e anotações em um diário de campo, que subsidiaram a elaboração final do texto. Como principais resultados, a pesquisa demonstrou os fatores mais importantes que estão influenciando negativamente para o arrefecimento da atividade oleira, o desenvolvimento da mesma na comunidade, as particularidades da organização do trabalho nas diferentes fases do processo produtivo, as fragilidades das relações de trabalho, bem como as formas de acesso e uso aos recursos naturais, seus impactos socioambientais e, por fim, quais as novas alternativas de trabalho que os sujeitos da pesquisa estão buscando frente ao arrefecimento progressivo dessa atividade.
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SAMARA DE SOUZA MACHADO
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TRANSFORMAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS DOS QUINTAIS AGROFLORESTAIS NA AMAZÔNIA ORIENTAL: FITOTERAPIA E SEGURANÇA ALIMENTAR OBSERVADAS NA COMUNIDADE GUAJARAZINHO, ILHAS DE ABAETETUBA-PA.
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Orientador : YVENS ELY MARTINS CORDEIRO
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Data: 15/07/2022
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Os quintais agroflorestais na Amazônia constituem-se como meio de subsistência, preservação de traços do passado e geração de renda as populações. Sistemas agroflorestais são representados pelo múltiplo uso da terra, podendo incorporar espécies florestais, cultivos agrícolas e espécies animais. Assim, a preservação desses territórios, tem um papel fundamental no desenvolvimento socioeconômico local, sobretudo, na geração de renda e na fixação do homem ao campo. Neste contexto, o presente estudo, objetiva analisar as transformações ocorridas nos quintais agroflorestais e como isso vem refletindo na fitoterapia local e na segurança alimentar dos sujeitos da comunidade Guajarazinho, ilhas do município de Abaetetuba. Sendo esta, uma das 72 ilhas existentes nesse município. Foram utilizados como métodos de pesquisas a abordagem qualitativa por meio de um estudo de caso. Os instrumentos utilizados para coleta dos dados de campo, foram: entrevistas, observação, questionários, diários de campo etc. A amostragem dos dados foi constituída por 20 entrevistados donos de quintais agroflorestais, aos quais foram submetidos ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que informa a que se refere a pesquisa e autoriza a divulgação dos resultados, completando a coleta de dados, ainda foram utilizados mapas cognitivos. Os resultados mostram que na comunidade, a diversidade de quintais agroflorestais sempre foi bastante observada pelos moradores, os quais consideram as culturas locais importantes para a saúde da população e a complementação alimentar, com isso, constatou-se que ocorreram diversas mudanças nesses quintais nas últimas décadas, sendo elas negativas e positivas. A pesquisa ainda apontou que os moradores da comunidade possuem um vasto conhecimento tradicional e empírico sobre as plantas medicinais, e esses saberes milenares são transmitidos entre gerações. Esses quintais, ainda apresentam uma variedade de produção que proporcionam aos ribeirinhos uma melhoria nos âmbitos alimentares. Diante disso, destaca-se que estudos como esse se faz necessário como forma de valorização dos quintais agroflorestais e de preservação dos conhecimentos dos moradores da comunidade Guajarazinho.
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MERIAN NASCIMENTO DE ABREU
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Arranjos Produtivos Locais e sua relação com o Território: As estratégias de produção da Comunidade Quilombola Santo Antônio em Concórdia do Pará
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Orientador : ALEXANDRE AUGUSTO CALS E SOUZA
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Data: 15/07/2022
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A importância em refletir sobre a formação territorial e a forma de apropriação e uso do espaço na Amazônia paraense e a necessidade de organização de novos sistemas produtivos associados a biodiversidade, motivou este estudo que busca compreender as estratégias territoriais recentes e os arranjos produtivos locais–APLs na comunidade quilombola Santo Antônio em Concórdia do Pará. O foco de nosso estudo está no processo de desenvolvimento dos arranjos produtivos locais como estratégia de organização econômica, social e ambiental do território com vistas a sustentabilidade. A pesquisa exploratória de abordagem qualitativa foi realizada em quatro fases distintas e complementares: a primeira fase compreendeu o levantamento e análise bibliográfica para a caracterização dos APLs; a segunda fase se constituiu da caracterização da comunidade, destacando as formas de produção, organização do território e o potencial para o desenvolvimento de APLs considerando as características socioambientais; a terceira fase foi o momento da pesquisa com observação participativa, conversas formais e informais, reuniões com o grupo de agricultores que mudaram a produção do sistema de roças para os APLs e entrevistas estruturadas e semiestruturadas para conhecermos e analisarmos as estratégias de produção, a organização social, econômica e ambiental, as relações internas e externas e a importância dos vínculos de cooperação, interação e aprendizagem entre os membros da comunidade, da ARQUINEC, ABAA e instituições que garantem apoio técnico e financeiro para a consolidação dos arranjos produtivos locais. Na quarta etapa realizamos a análise dos dados e como resultado apresentamos a transição do sistema de roça para a Consolidação dos APLs de frutíferas na comunidade, destacando as transformações socioespaciais, socioeconômicas e socioambientais observadas que dão uma nova espacialização da produção e uma nova configuração ao território.
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DALGISA DA CONCEICAO ARAUJO DA SILVA
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NA ‘BEIRA’ DO CAIS, O CENTRO ENGLOBADOR EM RISCO: O PROCESSO DE REQUALIFICAÇÃO DA ORLA DE ABAETETUBA/PA
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Data: 09/06/2022
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Este trabalho propõe-se a analisar o processo de transformação que vem se desenhando ao longo da orla fluvial urbana do município de Abaetetuba/Pa. Ocupações em paisagem amazônicas, em áreas afetadas por curso de marés e matas ciliares em áreas que deveriam ser de proteção. Essas ocupações vão-se constituindo em áreas de vulnerabilidades, onde os riscos, estão presentes nas moradias construídas em áreas de cursos d’água, em áreas de solo erosivo, construídas de forma inadequada e sem infraestrutura de proteção. Como aconteceu em 2014 no bairro de são João, um colapso de aterro que destruiu 13 (treze) casas em decorrência da construção de moradias em áreas sem infraestrutura urbana adequada e como consequência disso 51 (cinquenta e uma) famílias foram afetadas pelo desastre com problemas, que também abalou outras áreas da orla, principalmente a orla do centro comercial, o cais de arrimo. Este fato que acompanhei trabalhando na Coordenadoria Municipal da Defesa Civil, pude ver o sofrimento das pessoas com perdas de toda a natureza, não puderem mais voltar para suas casas, isso me motivou a analisar as áreas de riscos e suas territorialidades para elaboração de uma proposta de planejamento para orla fluvial de Abaetetuba, que evitem que novos desastres aconteçam. O cenário de risco acontece em áreas de diferentes usos e ocupações do solo, áreas vulnerabilidade social, fragilidade ambiental, área de supervalorização comercial, fluxo comercial, concentração de equipamentos urbanos e área de memória histórica. Desta forma pretendo analisar o processo transformação na orla fluvial de Abaetetuba na formação de áreas de risco e a obra de proteção do cais de arrimo, e propor um planejamento que considere os riscos e as vulnerabilidade presentes. Com base nos resultados da pesquisa, constatou-se que tanto a gestão municipal como as categorias presentes na orla, não compreendiam a obra do cais de arrimo, como uma de urbanismo, mas também como uma obra de proteção para evitar risco de desabamento e que precisava ter um planejamento que proteja a sua estrutura e evite que novos desastres aconteçam. É necessário levar em conta as possibilidades de intervenção pública a partir dos instrumentos de planejamento urbano com a participação da sociedade A pesquisa foi realizada através de levantamento de dados, pesquisa de campo e aplicação de questionários semiestruturados com agentes do setor público e sociedade civil, para possibilitar uma proposta de planejamento mais eficiente. A pesquisa é pensada em uma análise multidisciplinar, em que são articuladas contribuições dos planos municipais e de estudiosos das áreas da geografia, meio ambiente, ciências sociais e política urbana.
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ANA MARCIA GONZAGA ROCHA
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POLÍTICA EDUCACIONAL DE MUNICIPALIZAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL EM TOMÉ-AÇU/PA E SEUS REFLEXOS NA EDUCAÇÃO DO CAMPO
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Data: 30/05/2022
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A pesquisa que traz como título “Política Educacional de Municipalização no Ensino Fundamental em Tomé-Açu/PA e seus Reflexos na Educação do Campo”, busca analisar como o processo de municipalização do Ensino Fundamental de Tomé-Açu – município do estado do Pará –, se efetiva nas escolas do campo em respeito às suas peculiaridades indenitárias garantidas por lei. A partir dessa incursão, o estudo se volta para uma análise de como a política de municipalização da educação tem acontecido no cenário educacional brasileiro, mostrando que fatores foram levados em consideração para o ato de municipalizar o processo educativo, tendo como grande incentivador a aprovação do FUNDEF. Diante desse cenário de reformas educacionais, temos a Educação do Campo, que tem tomado grandes proporções no Brasil, onde se fortaleceram as discursões dos movimentos sociais, organizações sindicais e estudiosos de diversas áreas do conhecimento, entorno da luta pela educação básica do campo, diferenciando totalmente da Educação Rural. Os movimentos sociais do campo tomaram frente na busca por novas demandas para a Educação do Campo, a partir disto foi possível realizar duas Conferências Nacionais por essa modalidade da educação, nos anos de 1998 e 2004, sendo fundamentais para o seu fortalecimento, bem como programas e projetos destinados para as escolas do campo. Portanto, em busca de debater esta problemática no âmbito educacional, este estudo utilizou-se de procedimentos metodológicos empregues inicialmente, quais sejam: pesquisas bibliográficas tendo como embasamento teórico as principais formulações de autores como Bolth (1997), Ávila (1997), Caldart (2001; 2004; 2008; 2009), Fernandes (1999; 2004), Arroyo (2006) e Lakatos e Marconi (2003), além da análise documental e entrevistas semiestruturadas, realizadas com oito sujeitos, subdivididos em: secretaria de educação, coordenação municipal da Educação do Campo, diretor e vice, coordenação escolar e professores, numa abordagem exploratória e descritiva. Espera-se como resultado desta pesquisa, contribuir para melhor compreensão da política de municipalização e consequentemente clareza de seus reflexos na Educação do Campo no Município de Tomé-Açu.
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ANTONIA CORREA NOVAES
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ANÁLISE DA POLÍTICA PÚBLICA DE NUCLEAÇÃO VOLTADA PARA AS ESCOLAS DO CAMPO NO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA, PA: desafios e perspectivas em curso.
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Data: 29/04/2022
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A pesquisa faz uma abordagem acerca do empobrecimento educacional que tem se ampliado no campo em decorrência da política de nucleação que levou ao fechamento de escolas multisseriadas, interferindo, assim, na realidade social dos educandos. O objetivo do estudo se pautou em analisar as estratégias organizacionais das unidades educativas no município de Abaetetuba-Pará pelo fato de apresentar os desdobramentos mais significativos da Política de Nucleação da Educação local. O estudo está ancorado nas discussões dos principais aportes teóricos que subsidiaram o desenvolvimento da pesquisa e deram embasamento e consistência à investigação, a saber: Arroyo (2004); Hage (2001); Molina (2008) e Caldart (2002). O procedimento metodológico adotado foi a pesquisa documental, a qual possibilitou o levantamento do número de escolas da Rede Municipal de Ensino e dos dispositivos legais (Decretos, leis, resoluções e Plano Municipal de Educação); além disso, por meio de pesquisa de campo, realizou-se entrevistas semiestruturadas com os membros da Coordenação de Educação do Campo municipal e lideranças comunitárias, para uma melhor percepção dos processos organizacionais, sociais e educativos que envolvem as questões da política em questão. Foi possível constatar, preliminarmente, a escassez das informações sobre a Política de Nucleação que foi implantada no ano de 2005. Evidencia-se ainda, que a Educação do Campo em Abaetetuba precisa ser refletida a partir das dinâmicas dos movimentos sociais e das comunidades, mediante seus modos de vida, dos saberes, das questões socioeconômicas e ambientais. Nesse sentido, pensar a escola do campo é compreender o conjunto de transformações que a realidade vem exigindo. Logo, a nucleação sem planejamento, sem o reconhecimento de todos os condicionantes e determinantes contextuais não é a melhor opção, pois fechar as escolas é violar os direitos dos grupos sociais, tendo em vista que geralmente é uma das formas pelo qual o poder público se faz “presente” na comunidade. Desse modo, uma proposição que pode contribuir com o desenvolvimento da educação nessas localidades é reforçar o protagonismo desses sujeitos para a construção de um projeto político educacional que possa abranger as especificidades dos povos do campo.
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FRANCILENE FARIAS VALENTE ARAÚJO
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POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR: O CASO DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA) NO MUNICÍPIO DE IGARAPÉ-MIRI (PA)
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Data: 29/03/2022
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Esta pesquisa teve como objetivo investigar a implementação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) no município de Igarapé-Miri, no Estado do Pará, através de um estudo de caso, no sentido de contribuir com o fortalecimento da Agricultura Familiar. O PAA é uma política pública que foi regulamentada pela Lei nº 10.696, de 02 de julho de 2003, com a função de beneficiar dois públicos, a saber: de um lado, os Agricultores Familiares, comprando sua produção e consequentemente, gerando mercados para esses alimentos oriundos da Agricultura Familiar e, de outro lado, as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade alimentar, fazendo a distribuição dos alimentos comprados da Agricultura Familiar a esses indivíduos, através das suas organizações sociais. Para subsidiar os aportes teóricos conceituais, foram escolhidos como principais autores: Souza (2006), Muller e Surel (2002), Wanderley (1996; 2014), Grisa (2010; 2012; 2014; 2015) e Schneider (2006; 2015). Como estratégias metodológicas, a pesquisa se apropriou do estudo de caso, centrando especificamente no caso de um determinado local, o Município de Igarapé-Miri, no Estado do Pará. Quanto ao tipo da pesquisa, utilizou-se a abordagem qualitativa e participante, de cunho descritiva e explicativa. Para a coleta de dados, foi feito o uso dos seguintes instrumentos: observação participante, entrevistas, aplicação questionários e análise de dados secundários na Plataforma PAA/DATA. As entrevistas foram realizadas com os atores públicos representantes dos órgãos públicos, responsáveis pela implementação do PAA: SEDET, EMATER e SEMAS, totalizando em quatro entrevistas. Os questionários foram aplicados para os agricultores familiares, totalizando vinte e quatro questionários, em oito organizações, sendo três questionários em cada organização. Os resultados indicam que embora PAA esteja em vigor desde 2003, foi somente em 2010 que sua implementação foi possível no município de Igarapé-Miri. E embora haja regras e um conjunto de orientações vinculadas à formulação e implementação desta Política Pública em Igarapé-Miri, o PAA vem sendo implementado de formas diversas e os resultados são particulares em cada governo municipal. Assim, de acordo com os sujeitos da pesquisa, a questão das relações entre governo e atores sociais vem interferindo desde 2013 na implementação do programa no município. Os Agricultores Familiares consideram o PAA um importante programa que contribui com o incentivo à produção, geração de renda, mudanças para o bem-estar social e econômico, autonomia, diversificação na matriz de produção, aproximação entre produtor e consumidor e entre outros. Por outro lado, apesar da relevância deste programa, os dados sintetizam que as limitações e as dificuldades de acesso ao Programa de Aquisição de Alimento ainda são constantes, mesmo em meio às lutas e resistências no meio rural.
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THIAGO MACIEL VILHENA
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Transformações urbanas em cidades ribeirinhas a partir do processo de construção de grandes empreendimentos portuários: o caso de Abaetetuba/PA, de 2016 a 2019.
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Data: 28/03/2022
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O presente trabalho analisa as transformações urbanas na cidade de Abaetetuba, estado do Pará, tendo como recorte temporal os anos de 2016 a 2019, quando se fez a atualização do Plano Diretor Municipal. Neste documento, o macrozoneamento de áreas do município explicita alguns pontos propícios de urbanização e instalação de grandes empreendimentos com zona destinada a projetos portuários, dando assim, início ao processo de institucionalização do referido Plano no município. Diante disso, em 2017, a empresa graneleira Cargill S. A, por intermédio da empresa Brick Logística adquire áreas na ilha do Xingu, para a construção de um Terminal de Uso Privado (TUP). Por sua vez, no mesmo ano, a empresa Terminais de Líquidos da Amazônia LTD (TLA), protocolou o processo de autorização de um TUP na região de Guajará de Beja, distrito municipal, localizado nas cercanias da cidade. Tais aportes modificaram o uso do espaço urbano alterando os fixos e o fluxo do território, e consequentemente, a feição da cidade ribeirinha. Diante desta problemática, esta pesquisa tem como objetivo analisar a estruturação de um novo centro da cidade de Abaetetuba, desde a territorialização do grande capital e seus efeitos na vida cotidiana da cidade ribeirinha. A metodologia adotada compreende as dimensões teórica e empírica, sendo a primeira de fundamentação teórica, com técnicas de revisão bibliográfica, subordinada a análise crítica no campo da pesquisa interdisciplinar; a abordagem empírica abrange os desdobramentos dos empreendimentos portuários na cidade de Abaetetuba, demonstrados por meio do mapeamento do território. Os resultados demonstram que empreendimentos de porte menor começaram a se instalar na cidade e com isso tem transformado a configuração espacial já existente, onde a cidade por ter características ribeirinhas, como uma feira de produtos de origem extrativista à margem do rio, passa a ter o seu processo de urbanização acelerado, principalmente ao longo da rodovia Dr João Miranda e PA 252, via de ligação do município a cidades fronteiriças. Este recorte geográfico e suas áreas adjacentes ganham novos empreendimentos que vão dar nova significância a esta parcela da cidade, produzindo um novo centro urbano de serviços e assim territoralizando ainda mais o capital dentro da estrutura da cidade.
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RENATO MATOS MARQUES
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Modos de vida na Comunidade São José: Conflitos, Territórios e Territorialidades frente a Implantação do Projeto Albras/Alunorte (Barcarena-Pará)
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Data: 22/03/2022
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A presente pesquisa intitulada “Modos de vida na Comunidade São José: Conflitos, Territórios e Territorialidades frente a Implantação do Projeto Albras/Alunorte (Barcarena-Pará)”, apresentada ao Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Cidades, Territórios e Identidades (PPGCITI), da Universidade Federal do Pará (UFPA), Campus Universitário de Abaetetuba, especificamente, na Linha de Pesquisa: Políticas Públicas, Movimentos Sociais e Territórios, busca contribuir com reflexões acerca dos impactos causado pela implantação de um grande projeto industrial sobre os modos de vida de uma população tradicional na Amazônia paraense. Originou-se da seguinte questão-problema: De que forma os modos de vida dos moradores da Comunidade São José e suas territorialidades foram alteradas após o período de implantação das ações do Projeto Albras/Alunorte no município de Barcarena, no Pará? Objetiva de forma geral: analisar os modos de vida dos moradores da comunidade São José e suas novas territorialidades, considerando o período pós-implantação das ações do Projeto Albras/Alunorte no município de Barcarena, no Pará, até os dias atuais. Afim de subisidiar as investigações, desenvolveu-se os seguintes objetivos específicos: Estudar o ideário de desenvolvimento no Brasil que propiciou a instalação do complexo Albras/Alunorte; Apresentar um breve histórico da ocupação do território onde situava-se a comunidade São José; identificar, através de mapeamento, os moradores da comunidade São José afetados com a implantação do Projeto Albras/Alunorte; Coletar, por meio de entrevistas semiestruturadas, informações sobre os modos de vida dos moradores da comunidade São José e suas territorialidades no período precedente às ações de implantação do Projeto Albras/Alunorte; e por fim, Analisar as relações existentes entre as ações de implantação do Projeto Industrial Albras/Alunorte e o processo de ocupação/desocupação territorial pelo qual passaram os moradores da Comunidade São José no município de Barcarena, no Pará. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo historiográfica acionando o percurso metodológico da História Oral segundo as premissas de Alberti (1996) e Portelli (1997) e outros. Para tanto, realizou-se um levantamento bibliográfico e documental em acervos e sítios eletrônicos, fazendo uso, também, da entrevista semiestruturada como técnica de coleta de dados juntos aos moradores, sujeito da pesquisa, com a finalidade de estabelecer relação entre história e memória para compreensão do processo histórico de ocupação/desocupação territorial pelo qual passaram os moradores da referida comunidade. Nesse sentido, recorreu-se as contribuições teóricas de alguns autores como: Saquet (2011), acerca das territorialidades; Santos (1994; 1998 e 2000), sobre território; Thompson (1987; 1998; 2001), sobre experiência vivida e experiência percebida; Hall (2005) e Sahlins (2003), tocante à dinâmica de mudanças e atualizações das identidades; Rostow (1974), sobre as etapas do desenvolvimento econômico; Sarmento (2008), quanto ao desenvolvimentismo brasileiro; Oliveira & Carleal (2013), ao desenvolvimentismo na Amazônia; Pinto (2010), Silva et al (2017), sobre a implantação do complexo industrial Albras/Alunorte em Barcarena. Fundamentou-se nas concepções epistemológicas do Materialismo Histórico-Dialético para analisar as relações existentes entre as ações de implantação do Projeto Industrial Albras/Alunorte e o processo de desterritorialização e reterritorialização pelo qual passaram os moradores da Comunidade. Conclui-se que, por meio das análises, foi possível identificar mudanças sinificativas nos modos de vida dos moradores da Comunidade São José no município de Barcarena, no Pará, como por exemplo, a necessidade de seguidos deslocamentos: para alguns, houve um agravamento nas condições de moradia e acesso a emprego e renda; para outros, uma visão de melhoria nas oportunidades quanto ao acesso à educação e emprego e renda, realidade aproximada aos demais desapropriados pelas ações de implantação do Projeto Industrial Albras/Alunorte.
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JOANICE RODRIGUES DE SOUZA
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MEMÓRIAS DE PROFESSORES: UMA ANÁLISE SOBRE A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DOCENTE EM ABAETETUBA
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Data: 16/03/2022
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O objeto de estudo desta dissertação são as identidades profissionais docente de professores/as na cidade de Abaetetuba-Pa. Nessa perspectiva, o objetivo geral é analisar como os professores constroem sua identidade profissional docente. Nesse contexto, as Histórias de Vida e narrativas de memória se inserem nesse estudo como possibilidade de conhecer os caminhos da trajetória profissional dos professores e o processo de construção da identidade profissional docente. Os interlocutores são professores que trabalharam nas escolas públicas na cidade de Abaetetuba. Assim, evidencia-se como problema de pesquisa a seguinte questão: Como o professor (a) constrói a sua identidade profissional docente? Na realização desta pesquisa buscou-se como objetivos específicos: identificar quais os elementos que contribuem para a construção da identidade profissional docente; analisar como a identidade profissional docente é construída a partir das percepções e experiências dos professores (as) por meio das análises das narrativas (auto) biográficas; e refletir sobre os aspectos que fazem parte da construção da identidade profissional docente construída nas trajetórias profissionais. O estudo tem como método o uso da História de Vida como fonte de obtenção as informações sobre a construção da identidade profissional dos professores. O lócus da investigação limita-se ao município de Abaetetuba-Pa. Para a coleta de dados foram utilizadas entrevistas semiestruturadas. O referencial está ancorado nos estudos de Nóvoa (1992, 2000, 2009, 2010, 2013, 2014); Tardif (2005, 2008, 2014); Dubar (1997, 2005); Bosi (1994,1995,2003); Josso (1999,2002,2004); Ludke e André (2020); e outros. Para a análise das narrativas foram utilizadas a Análise de conteúdo segundo Bardin (1979). Como resultados preliminares a pesquisa revela que as identidades profissionais docentes são construídas nas experiências de trajetória profissional no exercício da profissão e no fazer docente. Essa construção se dá nas relações que os professores estabelecem no cotidiano do trabalho escolar, nos saberes adquiridos na formação inicial e continuada e, principalmente, nos sentidos que cada professor atribui à profissão, na maneira de ser e estar na profissão. As reflexões sobre as Histórias de Vida dos professores nos propõem pensar a formação de professores como um elemento importante para a construção da identidade profissional docente diante das exigências da profissão, considerando as transformações contemporâneas.
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MARILIA DO SOCORRO OLIVEIRA ARAUJO
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A TERRITORIALIDADE DA COMUNIDADE SURDA EM ABAETETUBA, NO PARÁ: O CENTRO E AS FRONTEIRAS EM DISCURSO
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Data: 28/02/2022
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A pesquisa toma como tema a condição surda na vivência com os pares e com o outro – o ouvinte –, dentro da conjuntura social em que, majoritariamente, esse último domina. Especificamente, trata da territorialidade de surdas e surdos no município de Abaetetuba, no Estado do Pará, em uma perspectiva discursiva. Considera-se que, historicamente, sempre houve uma relação de poder demarcada pela dominância de um grupo majoritário sobre um minoritário. E, nessa dinâmica de mobilização social, seguem produzindo novas formas de territórios nos quais um coletivo busca assegurar a sobrevivência, afirmar um pertencimento ou assegurar uma territorialidade. Nesse sentido, a problemática investigativa originou-se do seguinte questionamento: como a comunidade surda está delimitada no espaço sociopolítico em Abaetetuba, no Pará? Com a finalidade de responder à questão de investigação, estabelecemos o seguinte objetivo geral: descrever a territorialidade da comunidade surda no município de Abaetetuba a partir do cruzamento do mapeamento dos espaços de agência e os discursos das lideranças desses espaços. Como objetivos específicos, busca-se: mapear os espaços de agência da comunidade surda em Abaetetuba; analisar os discursos das lideranças nos espaços mapeados e discutir a construção discursiva de territorialidade da comunidade surda em Abaetetuba, no Pará, a partir da compreensão de como essa comunidade está delimitada no espaço sociopolítico. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa segundo Minayo e Sanches (1993); e perspectiva etnográfica (MAGALHÃES, 2017), estando fundamentada à luz dos pressupostos teóricos da Análise de Discurso Crítica (ADC) de vertente britânica, tendo Fairclough (2016) como principal referência para abordar os significados do discurso, que dentro do nível social constitui-se em práticas sociais, dando ênfase à categoria conceitual Interdiscursividade. Para tanto, utilizou-se como instrumento e técnica de coleta de dados a entrevista semiestruturada com as lideranças dos grupos organizados, a saber, Associação de surdos de Abaetetuba (ASABAE), ACESSO CURSOS e Grupo de Estudos de Libras (GELIBRAS), para constituir o corpus da pesquisa. As reflexões realizadas nesta pesquisa, fundamentam-se nas contribuições teóricas de alguns autores, como Haesbaert (2021), acerca de territorialidade. Para discutir acerca de comunidade, Anderson (2008), e comunidade surda, os estudos de Strobel (2018) e Perlin (2013). Sobre territorialidade de resistência como estratégia política que remete ao uso sociopolítico do espaço, os estudos de Silva (2014). As análises demonstraram que a agência da comunidade surda em Abaetetuba é constituída por meio das estratégias de ação dos grupos organizados, sendo a ASABAE caracterizada como o centro da territorialidade surda, devido ser um ambiente de usufruto de pessoas surdas onde a convivência é puramente pautada na cultura visual; o ACESSO CURSOS, como um espaço que garante a integração linguística, buscando diminuir as barreiras de comunicação e desconstruir a hegemonia do “ouvintismo” sobre a surdez; o GELIBRAS como um espaço de agregação e diminuição das barreiras entre surdos e ouvintes, por ser um grupo com ações voltadas para a visibilidade das pessoas surdas. Portanto, todos os espaços citados criam integração à comunidade surda, demonstrando como esta exerce uma territorialidade de resistência no município de Abaetetuba, no Pará, na luta pela garantia de direitos das pessoas surdas.
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PAULO EMIL RODRIGUES CHAVES
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FACES E INTERFACES DO GENERO: Imaginário social e poder em um território de educação do campo na Amazônia
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Data: 25/02/2022
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Este trabalho trata das relações de gênero no programa saberes da terra no município de Igarapé-Miri/Pá, que tem como método a pedagogia da alternância. A pesquisa de cunho qualitativo busca compreender, como as concepções e o imaginário de gênero presente nas práticas pedagógicas e as condicionantes sócias do território em que essa dinâmica educacional se insere, conformam as faces e interfaces das relações de Gênero? Para essa analise utilizamos a pesquisa teórica e de campo privilegiando-se o estudo de caso. Os principais procedimentos utilizados serão questionários, observações e conversas ocasionais. A amostra será constituída por alunos(as), devidamente matriculadas, desistentes ou que já concluíram, assim como, as suas famílias, professores do programa, e lideranças do movimento social que protagonizaram as primeiras experiências de educação do campo no município lócus da pesquisa.
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BENEDITO DE JESUS SERRAO RODRIGUES
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Apartação e indiferença: desígnios de apatia em Dois irmãos, de Milton Hatoum.
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Data: 24/02/2022
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Este trabalho procura interpretar Dois irmãos, de Milton Hatoum, a partir da hipótese de narrador apático, buscando encontrar nessa noção uma perspectiva de interpretação capaz de dialogar com a forma de composição do romance à narrativa de seu narrador Nael e às condições de uma falta mediada por um “trauma” (tal como postulado por Freud em Uma Neurose Infantil e Outros Trabalhos). Para tanto, o trabalho parte de uma hipótese de leitura de Dois irmãos, mapeando o testemunho de Nael, personagem e narrador do romance, em relação a um excesso de eventos e personagens, entre os quais se destacam: Domingas, Yaqub e Omar, com os quais se aparta sistematicamente. Se o testemunho constante dos próprios traumas parece suficiente para qualificarmos Nael enquanto apático, aprofundando a noção de apatia, a partir de Freud, se reforça essa qualificação, à medida que lhe exige uma mediação de caráter filosófico e psicológico. Assim, enquanto atitude apática, na qual um indivíduo se define apartado e indiferente de um outro, a apatia parece estar de acordo com a narrativa subjetiva de Nael, em suas constantes fronteiras, silêncios e tentativas de esquecimento. Por outro lado, como fenômeno social típico da modernidade, a apatia nos leva a problematizar o narrador de Dois irmãos enquanto apático, tendo em vista sua inserção em uma ordem social nova articulada por fenômenos da modernidade em que pressupostos comportamentais parecem conjugar uma atitude blasé frente a esfera do urbano e das pessoas. A partir dessa premissa surge a seguinte pergunta: como se forma e se expressa, na espreita de um trauma, a apatia do narrador de Dois irmãos? Buscando responder a essa questão central, o trabalho desenvolveu-se no sentido de investigar a designação de apatia de Nael, tendo em vista a história de sua origem social e a sua forma de manifestação narrativa. Essa investigação nos levou a concluir que, formando-se no decorrer de uma apartação parcial e sistemática aos gêmeos, a apatia do narrador Nael se manifesta enquanto subjetivação da indiferença de um trauma, em que a constante necessidade de distancia entre os irmãos, parece depender de designações que o torne apático, convertendo-se assim em uma forma resistência.
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MARLÉA DE NAZARÉ SOBRINHO COSTA
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OS CORDÕES JUNINOS COMO PRÁTICA DE INTERVENÇÃO SOCIAL DOS CENTROS DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL - CRAS NOS TERRITÓRIOS DE ABAETETUBA.
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Data: 23/02/2022
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O Festival de Cordões juninos adaptados com base em levantamentos realizados por técnicos, educadores e usuários dos cordões, feitos no passado, figura como uma das principais estratégias de intervenção social dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) nos territórios do município de Abaetetuba. Durante o primeiro semestre de cada ano (2010-2016), técnicos e educadores sociais, além de crianças, adolescentes e seus familiares (usuários dos programas sociais), realizaram o trabalho de pesquisa em seus respectivos territórios. Textos teatrais e composições musicais foram criados fundamentados em um conjunto de temáticas sociais já exploradas em reuniões pelos grupos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Objetivamente, as temáticas de maior relevância nos grupos foram: a) combate ao trabalho infantil; b) violência doméstica e familiar; c) sexualidade; d) cultura de paz; e) meio ambiente. Nesse sentido, o Festival de Cordões Juninos se apresentou como modelo de intervenção que visava promover a convivência e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários da valorização da arte e da cultura popular no município de Abaetetuba, sem perder de vista a preocupação central, que se traduzia pela expectativa de minimização das situações de violência, vulnerabilidade e exclusão social. Não obstante essa finalidade, até o momento não se tem conhecimento de nenhum estudo diagnóstico sobre os resultados esperados do projeto com o seu público-alvo. Apenas comentários difusos de atores geralmente ligados à coordenação e à organização do festival foram constantemente produzidos após a realização de cada edição, porém sempre relacionados a experiências empíricas. Referente a esse contexto, importa perguntar: oscordões juninos utilizados como prática de intervenção social dos Centros de Referência da Assistência Social-CRAS contribuíram para o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários intergeracionais, para a reconstrução da memória coletiva, para a reafirmação e desestigmatização da identidade e para o enfrentamento das violações de direitos nos territórios de Abaetetuba? Especificamente, o estudo se detém na análise de três Cordões: Cordão Boi Pai do Campo Ribeirinho (CRAS Angélica), Cordão Junino Boi Pingo de Ouro (CRAS São Sebastião) e Cordão da Arraia (CRAS Beja). A presente proposta de pesquisa é pensada em uma perspectiva interdisciplinar, em que são articuladas contribuições de estudiosos das áreas de Serviço Social, Letras, Filosofia, Sociologia e Cultura, tais como Marilda Iamamoto, Alfredo Bosi, Marilena Chauí, Nestor Garcia Canclini, entre outros.
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JANETE RODRIGUES BOTELHO
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AGROEXTRATIVISMO, SISTEMA DE PRODUÇÃO DO AÇAÍ E COMERCIALIZAÇÃO: O CASO DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DO RIO IPANEMA, ABAETETUBA (PA).
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Data: 15/02/2022
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A crescente demanda pela polpa do fruto do Açaizeiro, (Euterpe oleracea) tem aumentado o interesse dos agricultores familiares e das agroindústrias, pela exploração agroextrativista desse fruto, uma vez que este, apresenta-se como um produto de grande valor econômico para estas populações. E na busca por maiores produções, os agricultores do Ipanema começaram a realizar os sistemas de produção cultivo. Diante desse contexto, o objetivo desse trabalho é estudar as ações desse sistema de produção cultivo adotadas pelos quilombolas no sistema de produção agroextrativista do Açaí na comunidade do Ipanema. Como aporte teórico foram utilizados os autores: Porto(2003), Mazoyer & Roudart (2009), Dufumier (1996), Wünsh (1995), Lamarche (1994), Nogueira e Homma (1998), Farias (2012) Grossmann (2004), Drummond (1996), Gusmão (2019), Freitas (2010), Tagore (2017), Pagliarusse (2010), entre outros. O ambiente determinado como lócus da pesquisa, é a Comunidade Quilombola do Rio Ipanema, a qual está localizada no município de Abaetetuba-PA. Sendo uma das 72 ilhas existentes nesse município. No que se refere a metodologia, partiu-se da abordagem qualitativa, pesquisa exploratória descritiva e a entrevista semiestruturada, realizada com doze sujeitos, subdivididos em quatro grupos distintos, que envolvem: agricultores adultos/idosos, agricultores jovens, representantes da comunidade e mulheres agricultoras. Aos quais aplicou-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que menciona do que se trata a pesquisa e autoriza a divulgação dos resultados. Os resultados mostram que o novo sistema de produção do açaí agroextrativista, apresenta várias particularidades, englobando uma diversidade de produtores com os mais variados modelos de agrossistemas, os quais tem seu próprio modo de organização que vai além do sistema de produção, a qual perpassa também, pelo processo da comercialização e do sistema de produção cultivo. Sendo que, no processo de comercialização, temos a presença de vários canais, circuitos e uma a cadeia bem diversificada de atores sociais. E o sistema de produção cultivo, demonstrou dentro de suas ações, o aumento da produção do fruto, a melhoria na qualidade de vida dos quilombolas e seus familiares, bem como na comunidade em geral. Onde tiveram a aquisição de bens, eletrodoméstico e eletrônicos; segurança alimentar, principalmente durante o período da safra. No entanto, o sistema de produção cultivo, traz consigo impactos conjunto com os danos ambientais, relacionados a homogeneização da paisagem, a redução de espécies, tanto animal, quanto vegetal, levando ao desequilíbrio do ecossistema, o qual não afeta somente os animais e plantas, mas também os próprios quilombolas que dependem dos recursos naturais para a sua sobrevivência, ameaçando dessa forma a principal fonte de renda dessas famílias. Logo, é um estudo muito importante para a academia, para os formuladores de políticas, para os profissionais do campo e sociedade em geral, por mostrar resultados que precisam ser levados em consideração na hora de formar cidadãos que venham atuar dentro dos territórios e comunidades tradicionais.
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CLEMILDES FURTADO DA SILVA
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OCUPAÇÃO DAS VÁRZEAS EM´ÁREA URBANA NO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA: O CASO DO BAIRRO SÃO JOÃO
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Data: 07/02/2022
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O crescimento urbano de muitas cidades brasileiras tem avançado em direção às várzeas urbanas, e essa ocupação vem ocorrendo sem levar em consideração as características naturais das mesmas, o que tem contribuído para provocar danos socioambientais. O município de Abaetetuba, assim como a maioria das cidades brasileiras também sofreu um processo de urbanização desordenado e apresenta diversas situações de riscos e vulnerabilidades como a ocupação das áreas de várzeas. Alguns bairros da cidade cresceram em áreas de planícies de inundação como é o caso do bairro São João, que nasceu e se expandiu sobre as várzeas, em áreas de APPs (Áreas de Preservação Permanente). O processo de ocupação no referido bairro provocou mudanças significativas na paisagem. De acordo com o relatório da Companhia de Recursos Minerais (CPRM), esse processo de urbanização precária e desordenada, contribuiu para a ocorrência do desastre ocorrido em 2014 no bairro São João. Diante desse contexto este estudo objetivou compreender quais as principais causas que contribuíram para a ocupação das várzeas urbanas do Bairro São João, às margens do rio Maratauíra, e quais as consequências decorrentes desse processo de ocupação. A metodologia utilizada consistiu em um estudo de caso de cunho qualitativo que dispôs como instrumentos de coleta de dados a observação direta e entrevistas realizadas com 12 moradores do bairro. A base conceitual da pesquisa está fundamentada em autores como Almeida (2012), Souza e Zanella (2009), Veyret (2007), que associam as vulnerabilidades sociais aos riscos ambientais e estes como fatores decisivos para a ocorrência de desastres; com Yi-FuTuan (1980), a noção de lugar como fator identitário; Marandola e Hogan (2009), que subsidiam a discussão sobre a abordagem do lugar nos estudos da percepção de riscos; com Santos (2002) em entender a paisagem como resultado da interação entre os componentes naturais e as ações antrópicas; em Harvey (1980), o direito à cidade de modo que satisfaça as necessidades humanas. Resultados da pesquisa apontam que o crescimento demográfico e a falta de planejamento urbano contribuíram para que ocorresse uma expansão urbana desordenada no bairro São João. Apesar do plano diretor do município estabelecer diretrizes para o uso e ocupação do solo urbano, a omissão do poder público com os bairros que cresceram às margens dos rios, em áreas de APPs, contribuiu para uma ocupação urbana incompatível com os princípios de preservação ambiental. Constatou-se também que o fator identitário, associado ao lugar de vivência anterior dos moradores, e a ausência de políticas públicas habitacionais voltadas para população com baixo poder aquisitivo são fatores decisivos tanto para a ocupação de áreas ambientalmente frágeis como para permanência dos moradores no bairro estudado.
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MANOEL CARLOS GUIMARÃES DA SILVA
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A IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ABAETETUBA:O CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO COMO FIO CONDUTOR
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Data: 31/01/2022
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Esta pesquisa tem como tema “A Implementação do Sistema Municipal de Educação de Abaetetuba: O Conselho Municipal de Educação como Fio Condutor”, tendo como objetivo: investigar a implementação da Lei do Sistema Municipal de Educação de Abaetetuba no período de 2017 a 2019. O seu resultado possibilitou melhor compreensão das ações que estão sendo implementadas e desenvolvidas para a organização do ensino no Município, suas bases legais, políticas, limites, possibilidades, contradições e limitações no processo de implementação da Lei Nº 490/2017, de 17 de fevereiro de 2017, que institui o Sistema Municipal de Educação de Abaetetuba, analisando os principais desafios da educação municipal. Discute a descentralização do Estado, a autonomia do município para organizar uma rede de escolas mantidas e administradas pelo poder municipal e as de Educação Infantil da rede privada. Considerou a pesquisa qualitativa de cunho teórico-bibliográfica, análise documental e entrevista. Subsidiada pelo caminhar investigativo, considerou os aspectos teóricos sobre a reflexão do papel Estado, Políticas Públicas e a Legislação Educacional a partir da competência do ente federado município, emum processo histórico-geográfico e de participação social. Os dados levantados evidenciam a realidade educacional no âmbito do Sistema Municipal de Educação de Abaetetuba evidenciando avanços, contradições e obstáculos no processo de implementação do referido sistema, tendo na dinâmica do Conselho Municipal de Educação, o eixo condutor das políticas educacionais no âmbito do município, frente às bases legais e a realidade educacional no espaço/tempo da pesquisa.
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NARGILA SILVA DE SOUSA
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REPRESENTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO NA MÍDIA: UM ESTUDO CRÍTICO SOBRE A PRODUÇÃO DE SENTIDOS NA PEÇA “AGRO: A INDÚSTRIA-RIQUEZA DO BRASIL
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Data: 28/01/2022
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A presente pesquisa analisa o discurso do agronegócio no Brasil, sua prática discursiva mercadológica e seus possíveis efeitos ideológicos, a partir da propaganda publicitária veiculada na mídia televisiva denominada “Agro: a Indústria-Riqueza do Brasil”. Faz-se necessário problematizar essas práticas discursivas que seguem a lógica da globalização, questionando-se: que práticas discursivas são construídas nas propagandas “Agro: a Indústria-Riqueza do Brasil, que tematizam os produtos “Dendê, Mandioca e a Palmeira (Açaí)”? Como os sujeitos são representados e que ações reais são colocadas em prática através desse discurso? Para tanto, este estudo tem como objetivo geral compreender os sentidos construídos nas práticas discursivas das propagandas “Agro: a Indústria-Riqueza do Brasil”, que tematizam os produtos “Dendê, Mandioca e a Palmeira (Açaí)”. No que diz respeito aos objetivos específicos, propõe-se: analisaros recursos semióticos (texto e imagem) usados nas propagandas. Identificar as representações construídas nessa prática discursiva e analisar os aspectos ideológicos presentes nessa representação. A metodologia consiste no uso da pesquisa documental, de natureza qualitativa, fundamentada nos aportes teórico-metodológicos da Análise de Discurso Crítica (ADC) de Fairclough (1989, 1995, 2001, 2003a) e Chouliaraki & Fairclough (1999), que combinam a análise de textos com a análise social, fazendo uso de categorias de análise voltadas para uma abordagem Crítico-Social. Dessa forma, a análise apresentada está centrada no Significado Representacional mantendo relação com os outros momentos da prática discursiva. O corpus da pesquisa origina-se de um material constituído em vídeos, que apresentam um tema específico relacionado à agricultura, à pecuária e a serviços do setor agroindustrial. Assim, foram utilizados frames (recortes) de 3 (três) vídeos publicados na mídia, respectivamente, nos anos de 2017, 2018 e 2020, com base nos seguintes critérios: I - Temas que falam sobre produtos produzidos na Amazônia brasileira, especificamente no Estado do Pará, e que estejam relacionados às práticas dos atores sociais (Povos e comunidades tradicionais) da Região do Baixo Tocantins, na Amazônia paraense. II - Temas que tragam em sua composição produtos que tenham relevância social, cultural, política e econômica para a região do Baixo Tocantins. III - Temas que abordam em sua composição elementos linguísticos ou visuais, os quais possibilitem uma leitura crítica sobre o contexto de situação e o contexto cultural intrínsecos na propaganda do agronegócio com base nesses critérios, os temas escolhidos são o Dendê, a Mandioca e a Palmeira (Açaí). O estudo leva em consideração o contexto de produção discursiva (mídia), o caráter multimodal dos textos publicitários e seus modos semióticos, focalizando tanto o sistema linguístico, quanto o papel das imagens na construção das representações no texto. A análise do Significado Representacional na linguagem verbal foi realizada através da Transitividade, categoria relacionada à Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2004) e a Metafunção Ideacional que consiste em analisar quem faz o quê, a quem e em que circunstâncias. Em relação ao Significado Representacional na linguagem visual, as categorias utilizadas são as pertencentes à Gramática do Design Visual (KRESS & VAN LEEUWEN, 2006). Para compreender os efeitos causais desse discurso na prática social, a ADC recorreu ao conceito de ideologia segundo Thompson (1995) por ela ser de natureza hegemônica. Os resultados apontam que as práticas discursivas são constituídas no texto por meio dos processos relacionais e materiais; e, no modo visual, constituem-se pelos processos narrativos e conceituais
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LAURA FERREIRA DA SILVA
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RESISTÊNCIA E DISCURSO: REFLEXÕES SOBRE OS CONTOS “LA PLANTA DE BARTOLO”, DE LAURA DEVETACH, E “UM ELEFANTE OCUPA MUCHO ESPACIO”, DE ELSA BORNEMAN
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Data: 28/01/2022
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Nesta pesquisa de mestrado, apresentamos uma investigação voltada para a análise dos mecanismos de Resistência veiculados discursivamente, em contos enquanto objetos literários, pertencentes à literatura infantil censurada na última Ditadura Militar Argentina (1976-1983), identificados nas obras La torre de cubos, (1966), de Laura Devetach, e Un elefante ocupa mucho espacio, (1975), de Elsa Bornemann, especificamente nos contos “La planta de Bartolo”, da primeira escritora, e “Un elefante ocupa mucho espacio”, da segunda. Seguiremos os princípios e procedimentos teórico-metodológicos da Análise Crítica do Discurso (ACD) proposta por Fairclough (2003, 2016), Van Dijk (2015), Ramalho e Resende (2004, 2011) e da Resistência a partir de Bosi (2002), Leite e André (1986), respectivamente. A ACD, por se tratar de uma perspectiva interdisciplinar e trabalhar a linguagem inserida nas práticas sociais, permite-nos trabalhar e articular as discussões entre resistência e discurso. Objetivamente, nosso corpus é caracterizado por uma linguagem que incorpora formalmente os problemas sociais, especialmente aqueles ligados ao autoritarismo e à violência, simultaneamente, os personagens, também incorporam uma postura que resiste a essas práticas dentro desse campo de relação social, literária e discursiva.
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RUAMA FONSECA DE SOUSA
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AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO SOBRE A VIOLÊNCIA URBANA NO MUNICÍPIO DE IGARAPÉ MIRI
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Data: 24/01/2022
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A violência encontra-se disseminada em diversos setores da sociedade, no município de Igarapé-Miri, interior do Pará, ela além de influenciar no cotidiano da cidade, interfere diretamente na rotina das escolas e na construção de representações sociais que explicam algumas formas de agir e pensar a partir do compartilhamento das experiências vividas. Dito isso, o presente trabalho tem como objetivo geral: Compreender as representações sociais dos estudantes do ensino médio do município de Igarapé-Miri sobre a violência urbana e suas repercussões na escola, e como objetivos específicos: Identificar as Imagens e os Sentidos que os estudantes do ensino médio do município de Igarapé-Miri possuem sobre a violência; Relacionar a violência urbana com a violência escolar; e Destacar as Objetivações e as Ancoragens que os estudantes do ensino médio possuem sobre a violência; A metodologia adotada pauta-se em uma perspectiva de estudos interdisciplinar de cunho qualitativo (MINAYO; DESLANDES; GOMES, 2009) tendo como instrumento de coleta de dados: o questionário, e utilizando como método de análise: a análise de conteúdo baseado em Franco (2008). Em termos teóricos, a compreensão das representações sociais é com base em Serge Moscovici (1978) e Jodelet (2001), além de autores como Abramovay (2002), Priotto (2009), Ultramari (2019) e Agier (2011 [2009]) que subsidiam as discussões sobre a violência e as cidades. Os resultados mostraram que as escolas pesquisadas são acometidas por diversas formas de violência e que os estudantes representam a violência por formas de agressão física e verbal. Além disso, os dados apresentados nos mostram que a violência urbana é responsável pelo sentimento de medo e insegurança gerada nos estudantes, seja no caminho até a escola, na escola, ou nos espaços sociais da cidade.
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