A pesquisa intitulada “Integração/não-integração: o ensino médio integrado e seus desdobramentos nos mundos do trabalho” analisou, a partir de egressos do curso de agropecuária do CIEBT/Cametá, no Estado do Pará, a integração/não-integração entre os processos de ensino/aprendizagem escolar e os mundos do trabalho vivenciados pelos alunos egressos do curso de agropecuária do Ensino Médio Integrado. O estudo abordou o mundo do trabalho não apenas a partir da perspectiva do capital, mas buscando compreender a integração a partir da vivência do egresso em seu quotidiano, no interior dos interesses dos trabalhadores, no sentido de assegurar as materialidades que lhes conferem a identidade trabalhadora na Amazônia, de modo a se compreender os momentos de construção do conhecimento amalgamado aos mundos do trabalho, não somente ao trabalho decorrente de sua formação profissional, mas também das experiências quotidianas anteriores e posteriores aos processos educacionais. A compreensão dessa integração se traduziu como centralidade do estudo, entendendo que deve haver aqui uma integração entre a escola e a vida do sujeito, em prol da autonomia em oposição a uma formação tecnicista. Na pesquisa, utilizamos a entrevista semiestruturada. Para a análise dos dados coletados, a partir de 04 egressos e 04 funcionários da escola, tomamos as orientações de uma pesquisa qualitativa e os procedimentos da análise de conteúdo, confrontando as informações com o contexto da realidade da qual emergem e com o referencial teórico construído ao longo de todo o trabalho. A totalidade de materiais coletados foram organizados e analisados à luz do materialismo histórico-dialético, para a compreensão do contexto/totalidade em que a escola está inserida bem como a compreensão das relações de contradições que são próprias do sistema capitalista. Nossos resultados apontam que houve integração entre os processos formativos escolares e as experiências dos mundos do trabalho dos egressos do Ciebt, mas de forma inversa, isto é, integração de fora para dentro, do externo para o interior, da vida dos egressos para a escola. Assim, a pesquisa demonstra que a integração ocorreu no relacionar-se entre a escola e a vida, ocorreu por uma imposição dos sujeitos egressos e a escola se permitiu. Portanto, observa-se que a relação entre a escola e a vida pode ser denominada de integração dos conhecimentos, onde a experiência da vida cotidiana foi fundamental para a construção do conhecimento escolar