Este trabalho propõe-se a responder como o Programa Ensino Médio Inovador/Jovem de Futuro expressa o interesse privado na educação. Apresenta, enquanto objetivo geral, analisar como o ProEMI/JF busca introduzir a lógica do capitalismo nas Escolas Públicas Estaduais do Ensino Médio, com base no estudo da relação estabelecida entre o público e o privado no Brasil. O desenvolvimento do estudo pautou-se numa abordagem qualitativa materializada por meio da pesquisa documental, tendo como referências teórico-metodológicas o materialismo histórico-dialético. Elegeu-se, como fontes de dados, os documentos oficiais do Ministério da Educação, do Instituto Unibanco e da Secretaria de Estado de Educação do Pará (SEDUC), que orientaram a implementação do ProEMI/Jovem de Futuro no período de 2009 a 2014. Estes foram analisados a partir de três binômios categoriais definidos a posterior: gestão democrática / gestão por resultados, integração curricular / fragmentação curricular e avaliação diagnóstica / avaliação em larga escala. Os documentos foram analisados com base no método de Categorização de Bardin, que é definido como uma estratégia de Análise de Conteúdo. A partir do estudo realizado nesta pesquisa, inferiu-se que a construção de Políticas Públicas Educacionais está imbricada de interesses econômicos, políticos e sociais que são reeditados e desdobrados de acordo com as relações de força entre os grupos que disputam o poder. Assim, conclui-se que a implantação do ProEMI/JF no Estado do Pará foi permeada por um discurso contraditório, pois teoricamente dispõe sobre a gestão democrática, currículo integrado e avaliação diagnóstica, mas fundamentalmente trabalha com a gestão por resultados, que promove a fragmentação curricular e avaliação em larga escala. Isso foi constatado nos documentos criados pela SEDUC/PA, quando esses priorizavam as orientações dadas pelo Instituto, evidenciando, portanto, que a função social da escola é deixada de lado em detrimento da busca por resultados quantitativos utilizados no meio empresarial como indicador da qualidade total.