Esta pesquisa se desenvolveu no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Currículo e Gestão da Escola Básica na Universidade Federal do Pará (PPEB/UFPA), na linha de pesquisa: Currículo da Educação Básica. O objetivo geral do estudo é analisar as vivências de jovens militantes LGBTQIA+ no processo de escolarização em face às diversas manifestações homofóbicas presentes no convívio social e escolar em Igarapé-Miri, Pará. Como objetivos específicos: Identificar e analisar o histórico da militância e a luta pela visibilidade dos LGBTQIA+ em âmbito nacional e local; Analisar a violência contra militantes LGBTQIA+ no Brasil e no convívio social do local de estudo; Analisar as vivências dos jovens militantes LGBTQIA+ na escola básica miriense. Para respaldar a discussão proposta, dialogamos com autores que são referência na área, entre eles, Louro (2009); Foucault (2019); Silva (2006); Junqueira (2012); Butler (2003); Borrillo (2010) entre outros. Em relação aos documentos oficiais, utilizou-se: Constituição Federal (CF) (1988); Decreto Nº 1.675 (PARÁ, 2009); Relatório sobre violência homofóbica no Brasil, secretaria de Direitos Humanos (2012); Relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais- ANTRA (2020). A abordagem metodológica adotada é de caráter qualitativo, a coleta de dados foi realizada através de entrevistas semiestruturadas. Foram entrevistados/as 04 jovens militantes LGBTQIA+ que já concluíram a educação básica e participaram dos primeiros movimentos para concretizar a militância em Igarapé-Miri. As entrevistas foram gravadas, com autorização dos/as entrevistados/as, os quais concederam permissão para a divulgação do conteúdo bem como solicitaram a veiculação dos seus respectivos nomes na dissertação. As entrevistas foram transcritas na íntegra, e tratados através de “análise de conteúdo. A partir do texto transcrito, assinalamos as falas, relacionando as narrativas e agrupando as categorias para o tratamento de análise. Evidenciamos um conjunto de práticas homofóbicas tanto no âmbito social quanto familiar e escolar. Identificamos que em função das práticas de estigmatização e exclusão a militância, LGBTQIA+ participantes desta pesquisa, tiveram seu processo de escolarização ameaçado. O desrespeito às expressões de suas identidades de gênero, a repulsa e a violência ocasionadas pela não aceitação de suas orientações sexuais, veio à tona não apenas envolvendo a questão do nome social e da vestimenta, como também da  questão da utilização do banheiro. Como resultado deste estudo, destaca-se que o preconceito e a homofobia, são problemas que excluem os jovens das perspectivas da sociedade, já que muitas práticas agressivas ocorridas dentro e fora das escolas são oriundas da falta de respeito às diferenças, e isso envolve as diferentes culturas, aprendizados e valores. Nesse sentido, observamos que é de suma importância a escola ter um currículo amplo, voltado para as várias dimensões sociais a qual está inserida, possibilitando a formação de cidadãos críticos e reflexivos, já que a escola é, muitas vezes, a única esperança de reversão das expectativas de cada estudante, ou seja, dentro da instituição com seus muros escolares acreditam que serão protegidos e munidos do direito de serem tratados com justiça e equidade, independente da sua capacidade de concentração, orientação sexual, raça e condição econômica.