SUPER-HEROÍNAS: UMA LEITURA DE GÊNERO A PARTIR DO (NÃO)PROTAGONISMO FEMININO NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Histórias em Quadrinhos. Gênero. Psicologia. Super-heroínas. Feminismo.
A mídia é considerada uma condutora e produtora de saberes, de formas de comunicação, e formadora de sujeitos em uma função pedagógica. As Histórias em Quadrinhos, como produto midiático, têm função difusora de sentidos e perpetuadora de papéis e relações de gênero e de poder. De acordo com a problemática do lugar da mulher nas HQs, a presente pesquisa norteia-se pela seguinte questão: Como se dá a construção das super-heroínas de histórias em quadrinhos? Com o objetivo geral de problematizar a construção de super-heroínas de histórias em quadrinhos norte-americanos dos anos 1940 até a atualidade, e os objetivos específicos de 1) delinear um histórico da entrada de mulheres super-heroínas em quadrinhos a partir das décadas de 1940 até os dias atuais; 2) analisar a construção e os modos de subjetivação de mulheres nas HQs a partir da epistemologia feminista; e 3) identificar características construídas como femininas que se fazem presentes ou não no discurso da mídia sobre mulheres no decorrer dos anos. Para atingir esses objetivos, a escolha teórico-metodológica para o presente trabalho é o construcionismo social, a partir da análise de práticas discursivas e de produção de sentidos. Para produção e análise de dados, analisou-se uma personagem feminina de destaque dos quadrinhos, seguindo as Eras dos quadrinhos delimitadas pela história das Histórias em Quadrinhos. Foram selecionadas as personagens Diana Prince/Mulher-Maravilha (Era de Ouro), Susan Storm/Mulher-Invisível (Era de Prata), Ororo Munroe/Tempestade (Era de Bronze), Selina Kyle/Mulher-Gato (Era Moderna) e Carol Danvers/Capitã Marvel (Dias atuais ou Era Contemporânea). Entende-se que todas as personagens carregam experiências diferenciadas, positivas e negativas, típicas do contexto histórico que vivem, perpassando temáticas construídas para mulheres na ordem patriarcal de gênero, como o amor romântico, a beleza, a passividade, a erotização do corpo negro, e a violência contra a mulher, e temáticas transgressoras, como a força da mulher no espaço público e a sororidade.