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Banca de DEFESA: ERICA DE NAZARE MARÇAL ELMESCANY

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ERICA DE NAZARE MARÇAL ELMESCANY
DATA: 25/02/2019
HORA: 15:00
LOCAL: SALA DE AULA DO PPGP/IFCH
TÍTULO:

Corpos-em-arte: o que podem os corpos no processo de viver o morrer?  


PALAVRAS-CHAVES:

Corpo. Arte. Fragilidade. Cuidado. Cartografia. 


PÁGINAS: 161
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

O corpo expressivo desta trama sobre a potência de corpos que vivenciam cuidados paliativos, em situação de câncer avançado, na qual me propus cartografar os rastros das experiencias e afetos pulsantes vividos nos encontros poéticos com mulheres em cuidados paliativos, perpassa pela leveza do mergulho em memórias corporificadas e afetos da minha história pessoal e profissional. Na experiência clínica testemunhei o modo como as pessoas vivenciavam e se relacionavam com o sofrimento e percebi nelas uma força de potência que vibrava em seus corpos e os impulsionava para viver. Passei a me perguntar: que força de existir é essa, nascida de uma experiência de colapso, que nos lança para um outro tempo e lugar? Como corpos frágeis, em guerra, podem tornar-se criativo, em estado de arte e potente? Movida por estas questões, interessei-me por acompanhar o processo de viver o morrer de duas mulheres assistidas no serviço domiciliar da Clínica de Cuidados Paliativos Oncológicos (CCPO) do Hospital Ophir Loyola, por meio de encontros que se fizeram como obra de arte, permeados por afetos e inventividades, num contato com forças e fragilidades. Os encontros aconteceram em suas casas, uma vez por semana, por um período de 1 ano e 3 meses e de 2 anos e 3 meses. Adotei a leveza como uma força investigativa para dar contorno a escrita convocada pela poesia. As sutilezas dos acontecimentos foram convocadas e adquiriram visualidade numa regência artesanal no mistério das imagens na paisagem do vivido e nas narrativas inventivas dos corpos da menina-esperança e da mulher-passarinho, nomes atribuídos às participantes da pesquisa. As memórias vivas dos encontros poéticos me suscitaram criar um território de inspirações para pensar sobre o tempo, o lugar e o encontro no viver em cuidados paliativos. Esta pesquisa produziu um saber de que o corpo é uma pequena flor, um corpo que não aguenta mais, indissociável de uma condição de fragilidade e que o corpo frágil que está no final da vida é dotado de uma estranha potência que pode favorecer a abertura de um corpo criativo, um corpo-em-arte. A produção também destacou que o cuidado artesanal instaura um novo corpo. Em cuidados paliativos, essa artesania envolve uma sutileza e uma qualidade de presença, que valoriza uma potência de agir dos corpos, inscreve lembranças afetivas no corpo e valoriza o acolhimento e a escuta sensível. Deste modo, costurar os fios desta cartografia foi um caminho para a elaboração da uma síntese deste percurso poético, que me permitiu tecer esta tese de que o corpo adota uma nova força de existir diante do sofrimento, onde a fragilidade passa a ser uma potência de resistência e o cuidado instaura uma abertura para a criação de um pulsar de vida.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1256459 - AIRLE MIRANDA DE SOUZA
Externo à Instituição - ELIANE DIAS DE CASTRO
Interno - 4467138 - LEANDRO PASSARINHO REIS JUNIOR
Interno - 2519133 - MARIA LUCIA CHAVES LIMA
Presidente - 1796306 - PEDRO PAULO FREIRE PIANI
Externo ao Programa - 1152792 - WLADILENE DE SOUSA LIMA
Notícia cadastrada em: 05/02/2019 14:59
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