Notícias

Banca de DEFESA: ROSEANE TORRES DE MADEIRO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ROSEANE TORRES DE MADEIRO
DATA: 29/01/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH
TÍTULO:

 

“O trabalho do psicanalista em uma instituição de acolhimento infantil e a noção de verdade para a psicanálise”


PALAVRAS-CHAVES:

Psicanálise. Verdade. Instituição. Desejo. Linguagem. Discurso.


PÁGINAS: 174
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

Esta tese se situa na interface entre a psicanálise e os âmbitos socioassistencial e jurídico, mais precisamente, no contexto de uma instituição de acolhimento para crianças vítimas de diversas violações de seus direitos, entre elas, a violência sexual. Em casos como esse, por se tratarem de crianças, há uma dificuldade de localizar em suas falas aquilo que tenha valor de verdade como um acontecimento. Como a verdade é tida no campo jurídico? E o que é a verdade para a psicanálise? Se tomarmos como referência o fazer de um psicanalista, que em seu trabalho conta com a suposição do inconsciente, encontraremos nesse campo uma problemática sobre o modo como a psicanálise pensa a questão da verdade, situada no campo do inconsciente, do desejo e da linguagem, e o modo como ela é posta para o campo jurídico, como factual e adequada aos objetos observáveis e comprovados: dois campos que atuam próximos, mas tomam a verdade a partir de critérios diferentes. Não podemos afirmar que uma verdade é mais verdadeira que a outra, mas precisamos reconhecer que estamos falando de noções diferentes e que isso afeta o trabalho do psicanalista e a condução jurídica de um processo. Esse impasse foi localizado na experiência de trabalho institucional, a partir de um caso que envolvia a suspeita de violação sexual. A escuta da criança envolvida em crimes sexuais é delicada, pois envolve a sua condição de estar em desenvolvimento, de não dispor de todos os recursos linguísticos para se expressar e, mais ainda, de ser afetada por sua sexualidade. Nesse contexto está em jogo também algumas demandas de um campo a outro, como por exemplo a expectativa do campo jurídico de que as áreas psicológicas poderão - através do uso de técnicas e instrumentos - desvendar a verdade dos indivíduos falantes. Lembremos que a fala dos envolvidos em um processo jurídico é tomada como prova testemunhal e que nem tudo o que é dito enquanto um testemunho se aproxima da verdade dos fatos. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa foi investigar a noção de verdade dentro do campo da psicanálise, visando discutir a seguinte questão: se a verdade é a do desejo inconsciente, como o analista pode realizar seu trabalho institucional? Que relevância a verdade do inconsciente poderia ter dentro de um processo jurídico envolvendo crianças em situação de acolhimento institucional? A que serve a suposição do campo do inconsciente para a condução do trabalho do psicanalista em um contexto socioassistencial e jurídico? Para desenvolver tais questões, o método utilizado nesta pesquisa foi o da psicanálise, onde foram utilizados como recursos metodológicos alguns recortes de um caso clínico, bem como fragmentos de práticas profissionais que são rotineiras na instituição, de onde foram extraídas algumas questões e articulações teóricas concernentes ao tema e objetivo da pesquisa. Como resultado foi possível apontar para o fato de que em casos de oitiva de crianças que envolvem crimes sexuais, o contexto jurídico precisa dar um lugar para a verdade do inconsciente localizada no campo da sexualidade e que o psicanalista, por sua vez, pode através de práticas discursivas promover uma mediação entre ambos os campos, tomando como causa o sujeito do inconsciente que habita a criança.

 


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 2194011 - BELIZIA ABEN ATHAR BARCESSAT
Interno - 2381469 - BRENO FERREIRA PENA
Interno - 327007 - ERNANI PINHEIRO CHAVES
Externo à Instituição - LEÔNIA CAVALCANTE TEIXEIRA
Presidente - 3153020 - ROSEANE FREITAS NICOLAU
Externo à Instituição - SÔNIA ELISABETE ALTOÉ
Notícia cadastrada em: 28/01/2019 14:20
SIGAA | Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC) - (91)3201-7793 | Copyright © 2006-2024 - UFPA - jatoba.ufpa.br.jatoba2