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Banca de QUALIFICAÇÃO: JESSICA COSTA VEIGA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JESSICA COSTA VEIGA
DATA: 15/06/2023
HORA: 10:30
LOCAL: Híbrido
TÍTULO:

SOB O OLHAR DA ESPREITA: interdições e usos na praça da república na Belém da belle époque paraense.


PALAVRAS-CHAVES:

Higienismo. Medicalização. Cidade. Belém-PA. Resistências.


PÁGINAS: 110
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

A cidade de Belém carrega em sua arquitetura urbana fortes traços do período denominado por belle époque. Devido ao grande investimento público em construir uma cidade inspirada nos modos de viver europeus, reverberou no imaginário coletivo como uma época de grandes riquezas, estabelecendo-se como um cenário em
disputa de narrativas da branquitude. A Praça da República foi um dos lugares que sofreu esse processo de revitalização para atender aos moldes desse modo de viver, tendo suas características modificadas a partir de um ideário social, subjetivo e cultural branco/ eurocêntrico, passando a ser um território de uso político, como forma de marco de uma gestão. Tratava-se de um período que historicamente se preocupou com a assepsia do espaço, por meio de práticas de gentrificação, caracterizadas pela prática da revitalização do espaço dito obsoleto, para atender usos neoliberais, reforçando o higienismo e a eugenia. Nesse sentido, falar de espaço urbano é interligar diretamente aos processos de subjetivação e relações raciais, tendo em vista que todos irão de alguma forma ser subjetivados e objetivados pelo racismo estrutural. Destarte, a arquitetura e urbanismo opera a biopolítica ao intervir no espaço urbano, maquiado pelo discurso perigoso de revitalização, olha sob a perspectiva do fenômeno da gentrificação, remanejando pessoas pobres e não brancas para localidades de desinteresse econômico, com uma urbanização incompleta, sem perspectiva de melhoria na estrutura física da
região, onde são deixados para morrer. Assim, fazendo viver, o modo de vida da branquitude a partir de acordos tácitos, segue se beneficiando secularmente da estrutura racista que ela criou, sendo omissa em relação a esta realidade em termos de que a mesma marginaliza outras vidas, em sua grande maioria, não brancas. Portanto, essa pesquisa tem como objetivo geral problematizar os processos de subjetivação e gentrificação na belle époque paraense na Praça da República, em Belém do Pará. Como objetivos específicos: identificar os processos de gentrificação e subjetivação da referida praça em arquivos públicos; analisar como esses processos de gentrificação e subjetivação se relacionam com a atualidade; problematizar a branquitude na formação do espaço urbano relativo à praça da república. A metodologia utilizada para esta pesquisa consiste na genealogia de Michel Foucault, no sentido de fazer emergir os saberes locais a partir da investigação documental que possibilite a formação de séries discursivas. Bem como a Interseccionalidade, teoria crítica de raça cunhada por
Kimberlé Crenshaw, devido ao método possibilitar enxergar a colisão das relações de poder, contemplando raça, gênero e classe. Para, por fim, problematizar de que forma o espaço é produzido e como opera a biopolítica e a necropolítica, sendo dois conceitos que instrumentalizam a morte de sujeitos negros pela branquitude. A política de morte foi racializada e se encontra materializada na dimensão territorial, desde o acesso à escola, lazer, trabalho, moradia digna, segurança, matando objetiva e subjetivamente corpos pretos, pobres e classes empobrecidas.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - DAIANE GASPARETTO DA SILVA
Presidente - 1637740 - FLAVIA CRISTINA SILVEIRA LEMOS
Interno - 1525297 - KÁROL VEIGA CABRAL
Interno - 4467138 - LEANDRO PASSARINHO REIS JUNIOR
Externo à Instituição - MARILENE PROENÇA REBELLO DE SOUZA
Externo ao Programa - 2644294 - SERGIO BANDEIRA DO NASCIMENTO
Notícia cadastrada em: 25/05/2023 14:58
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