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Banca de DEFESA: HELOISA MARIA PAES DE SOUZA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: HELOISA MARIA PAES DE SOUZA
DATA: 23/08/2019
HORA: 09:00
LOCAL: LABORATÓRIO DE ANTROPOLOGIA
TÍTULO:

 

 

“COMO ESTRANGEIRA EM MINHA TERRA”:conversão de mulheres ao Islã na Província de Luanda (Angola)


PALAVRAS-CHAVES:

Conversão Religiosa. Islã. Muçulmanas. Angola. Província de Luanda.


PÁGINAS: 263
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO:

A presente tese tem como objetivo principal compreender a conversão ao Islã entre mulheres residentes na província de Luanda, principal centro político e econômico de Angola. A partir da compreensão de que a conversão religiosa não é um evento único, mas um processo, dividido em sequências temporais com suas próprias características e conteúdos, realizei pesquisa bibliográfica e de campo com os seguintes objetivos específicos: 1) identificar os motivos das conversões; 2) compreender as sequências temporais do processo de conversão ao Islã; 3) identificar possíveis impactos sofridos pelas mulheres que tornam-se muçulmanas; 4) tendo como base o pressuposto de que foram socializadas em outra tradição religiosa, inferir que, ao tornarem-se muçulmanas, é necessário que experimentem processos educativos de internalização dos princípios e práticas rituais constantes do cotidiano islâmico. A hipótese que defendo é a de que que quando uma mulher, na Lusofonia, se converte ao Islã, abraça uma tradição religiosa aparentemente distante de suas matrizes culturais e vive um processo de passagem cultural que causa impactos nas relações interpessoais. A convertida passa a ocupar uma posição entre “dois mundos”, tendo dificuldades para ser vista e aceita como pertencente à sua própria sociedade, principalmente quando adota o hijab, código concernente ao comportamento e vestuário feminino islâmico. Nesse processo, cada mulher luta contra estereótipos associados ao Islã e à mulher muçulmana. Pertencendo à uma cultura lusófona, majoritariamente cristã, a convertida procura conciliar sua realidade com o que é prescrito no Islã ou, melhor dizendo, com interpretações do Islã que, por sua vez, são baseadas nos textos sagrados - o Alcorão e a Sunnah. Durante o processo de conversão, a mulher torna-se muçulmana através de processos educativos, pelos quais internaliza princípios doutrinários e rituais islâmicos (no caso, sunita), que contribuem para a incorporação de uma nova perspectiva do Sagrado e do mundo que se reflete na reconfiguração de aspectos de sua identidade. À medida em que o tempo avança e o processo acontece, ela passa a sentir-se, em primeiro lugar, como mulher muçulmana e, depois, como angolana. A pesquisa mostra a importância de mediadores, sobretudo homens muçulmanos, no processo de conversão, pelos quais as mulheres desenvolvem afeto/amor e o desejo de, com eles, estabelecerem laços familiares que lhes permitam segurança, cuidado e conforto. Com relação às sequências temporais geralmente encontradas em trabalhos sobre o tema, a pesquisa em Angola revela que tais sequências podem não seguir a mesma ordem, o que pode implicar na questão dos motivos que impulsionam as mulheres ao ingresso no Islã através do ritual da shahada.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANA LIDIA NAUAR PANTOJA
Interno - 326266 - CARMEM IZABEL RODRIGUES
Interno - 2153549 - DENISE MACHADO CARDOSO
Externo à Instituição - DOUGLAS RODRIGUES DA CONCEIÇÃO
Externo à Instituição - FRANCIROSY CAMPOS BARBOSA
Interno - 049.308.602-10 - MARIA ANGELICA MOTTA MAUES - UFPA
Presidente - 000.635.682-68 - RAYMUNDO HERALDO MAUES - UFPA
Interno - 603.203.542-53 - TAISSA TAVERNARD DE LUCA - UFPA
Notícia cadastrada em: 06/08/2019 12:40
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