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Banca de QUALIFICAÇÃO: CRISTIANO BENTO DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CRISTIANO BENTO DA SILVA
DATA: 28/03/2019
HORA: 15:00
LOCAL: Auditório do INEAF
TÍTULO:

“A água do rio vai crescer”: o evento da hidrovia Araguaia – Tocantins e a memória da barragem de Tucuruí


PALAVRAS-CHAVES:

chave:  Memória; Povos Tradicionais; Território; Hidrovia


PÁGINAS: 170
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO:

A pesquisa em curso visa estudar e analisar o modo como os ribeirinhos e ribeirinhas da comunidade vila Tauiry, povoado pertencente ao município de Itupiranga, região sudeste do Estado do Pará/Amazônia Oriental, interpretam o evento da hidrovia Araguaia – Tocantins e, a partir de então, modelam as suas ações. Para tal fim, recupero as memórias da expropriação sofrida por aquelas pessoas em função da construção da barragem de Tucuruí, no rio Tocantins, entre os anos de 1970 e 1980. A hipótese inicial é de que as interpretações, as ações e os significados que os ribeirinhos e ribeirinhas esboçam frente à construção da hidrovia Araguaia – Tocantins são mediadas pelas memórias da expropriação que a comunidade sofreu em decorrência da construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Tais memórias têm se tornado determinantes na leitura que os agentes sociais elaboram acerca do novo evento, tanto do ponto de vista político, quanto do ponto de vista social e cultural. Com base nisso, defendo a tese de que as interpretações, as ações e os significados que os ribeirinhos e ribeirinhas da vila Tauiry atribuem à hidrovia Araguaia – Tocantins são determinadas pela mediação das memórias sobre a expropriação decorrente da barragem de Tucuruí. Mais ainda, a situação atual demonstra que essas memórias são atualizadas pelos acontecimentos do presente. Esse fenômeno tem se revelado empiricamente a partir de uma série de situações. Não é casual o fato de que, nesse momento de intervenção de agentes externos no seu território [hidrovia], os pescadores e pescadoras se reafirmarem como povo tradicional, sugerindo haver ali uma situação de etnogênese. Como também não parece acidental a reestruturação da associação e o fortalecimento das suas diversas instituições, além do estreitamento dos vínculos internos entre os agentes sociais daquele povoado. De modo semelhante, não parece descolado do contexto hodierno a demanda constante pela visibilidade de suas práticas produtivas, religiosas, dentre outras. Esse aspecto remete às determinações e influências que as memórias da expropriação ocasionada pela barragem de Tucuruí têm exercido no contexto atual. Afinal de contas, “ninguém quer que aconteça o que aconteceu quando veio a barragem [de Tucuruí]”. Por outro lado, dizem eles/elas, “não somos contra o progresso, mas sabemos que somos comunidade tradicional e temos nossos direitos”. São palpáveis as evidências de que as memórias da expropriação não ficaram estacionadas no passado. Elas constituem pontos de ancoragem para pensar e agir no presente, mas também são atravessadas pelas demandas e processos exigidos pelo momento contemporâneo.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 326059 - EDILA ARNAUD FERREIRA MOURA
Externo à Instituição - EDMA DO SOCORRO SILVA MOREIRA
Externo à Instituição - HENRI ACSELRAD
Externo ao Programa - 325725 - ROSA ELIZABETH ACEVEDO MARIN
Presidente - 6672418 - SONIA MARIA SIMOES BARBOSA MAGALHAES SANTOS
Interno - 3185045 - VOYNER RAVENA
Notícia cadastrada em: 26/03/2019 16:03
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