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Banca de DEFESA: ALESSANDRO RICARDO PINTO CAMPOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALESSANDRO RICARDO PINTO CAMPOS
DATA: 27/02/2024
HORA: 09:00
LOCAL: CTIC
TÍTULO:

A GUERRA TRADICIONAL DO POVO KA’APOR: MITOS E ADAPTAÇÕES


PALAVRAS-CHAVES:

Povo Ka’apor; T.I. Alto Turiaçu; Guerra tradicional Ka’apor; Puçangas; Mitos; Organização política dos povos indígenas;


PÁGINAS: 229
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO:

Esta tese estudou como ponto central as guerras do povo Ka’apor, tentando
conhecer em campo todo processo do que chamo de “guerra tradicional dos Ka’apor”,
sem se aprofundar nas teorias já escritas por outros antropólogos. Todas as
informações foram colhidas em campo, diretamente de amigos em três aldeias
visitadas: Axinguirendá, Turizinho e Ywera. Portanto, a base desta pesquisa é a boa e
velha etnografia feita a partir de estadias de algumas semanas. A pesquisa se inicia
com minha entrada/acolhida pelo povo Ka’apor e relata toda experiencia de troca de
tema. Minha aproximação com meu amigo, que mais tarde se tornaria meu
coorientador, Etienne Samain, que esteve com este povo em 1980/81 tratando de seus
mitos. Partimos dos mitos de grandes guerreiros para entender o modo de fazer
Guerra do povo Ka’apor que se resume em: preparação das crianças para serem
grandes guerreiros, a guerra, a morte do inimigo e o resguardo. As Puçangas são as
poções magicas feitas com ingredientes especiais e realizados pelos pajés e tuxas com
os meninos já homens feitos, que vão desde a queima e torração do beija-flor (pela
sua rapidez) e esfregar esse pó na criança em noites de lua crescente até “matar” um
morto, que depois se mostrava como o Mucura e depois comer e usar seu fígado
tornando-o “invencível”. As guerras aconteciam com frequência contra os caraí, em
busca de materiais principalmente o ferro para fazer ponta de flecha, e com os Guajá,
seus inimigos tradicionais. Quando acontecia um assassinato havia festa e um
resguardo sério do assassino Ka’apor, uma espécie de couvade como dos pais de uma
criança recém nascida (Darcy Ribeiro, 1992). Somente depois ele poderia sair, sofrer as
ranhuras para tirar o sangue ruim e ganhar seu status. Faz parte desta tese um filme
etnográfico, produzido por mim e montado por Etienne Samain e Françoise, que
mostra como se fabrica o Tamarã (espécie de borduna) muito usada nas guerras,
intitulado “O Ritual do Tamarã”, além das flechas Taquar hoje com pontas de ferro (só
são usadas para grandes caças como a anta, onça ou seres humanos). A pesquisa
mostra através de histórias de guerras deste povo como que, empiricamente, era o
resultado destas Puçangas e nomes de grandes guerreiros como Tapõon. A tese segue
para um caminho que os próprios Ka’apor decidiram, mudar da guerra tradicional para
a guerra no mundo dos caraí: a política. Possuem hoje a fortalecida e atuante
Associação Ka’apor Ta Hury do rio Gurupi, na qual conto sua história da fundação,
parcerias até suas ações efetivas para proteção do território, como a criação dos “guardiões Ka’apor”, continuamente invadidos por madeireiros, fazendeiros e, mais recentemente, mineradores. Nesta tese, existem poucas citações e autores de referência, me baseei profundamente na experiencia de campo e informações ouvidas/vistas diretamente do povo Ka’apor, através de uma etnografia participativa e com vivências extraordinárias.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2153549 - DENISE MACHADO CARDOSO
Interno - 698.575.631-04 - CLAUDIA LEONOR LOPEZ GARCÊS - MPEG
Interno - 3185045 - VOYNER RAVENA
Externo ao Programa - 3294539 - THALES MAXIMILIANO RAVENA CANETE
Externo à Instituição - ETIENNE SAMAIN
Externo à Instituição - RENATO MONTEIRO ATHIAS
Notícia cadastrada em: 23/02/2024 14:23
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