Notícias

Banca de DEFESA: ANDREA CARDOSO E CARDOSO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANDREA CARDOSO E CARDOSO
DATA: 06/09/2023
HORA: 09:00
LOCAL: sala 15 -PPGSA
TÍTULO:

 

QUILOMBOLA E PENTESCOSTAL: A CONSTRUÇÃO DE UM DIÁLOGO NA COMUNIDADE MOJU MIRI (PA).


PALAVRAS-CHAVES:

 

 

XXXXXXXXXXXXX


PÁGINAS: 116
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO:

Esta pesquisa teve por objetivo entender a influência da igreja evangélica Assembleia de Deus  na cultura, no saber e no fazer do quilombo Moju Miri, uma comunidade quilombola localizada no município de  Moju, estado do Pará, às margens esquerda do rio Moju. A proposta metodológica se apoia em parte no método da pesquisa ação participante (BORDA,1978),  buscando produzir uma transformação que venha a resultar em um diálogo intercultural, uma prática de conversação entre moradores evangélicos e não evangélicos e com a própria igreja Assembleia de Deus, a fim de garantir a manutenção de valores quilombolas na vida do território.  O alcance deste diálogo faz parte do Bem Viver comunitário de Moju Miri, o qual estamos permanentemente construindo. Busquei responder a algumas questões que me inquietaram a partir de experiências vivenciadas na escola da comunidade na condição de professora acerca das práticas culturais e ancestrais de Moju Miri, uma vez que a comunidade é formada por pessoas afrodescendentes e seus conhecimentos estão entrelaçados na forma de vida que possuem. Nesse sentido, busco exercer algum poder de agência e influenciar nas mudanças necessárias para a comunidade resistir às imposições que as lideranças evangélicas tentam nos impor. Para nós, o Bem Viver inclui a resistência contra o apagamento das nossas tradições africanas e afro-brasileiras, e eu, como quilombola e evangélica, e do entrelugar situado entre comunidade e universidade, luto não apenas para compreender as possibilidades dessa relação intercultural, mas também para transformá-la. Dessa maneira considero que estarei contribuindo com a escola do território, com a igreja e com a comunidade. No primeiro capítulo apresento as minhas escrevivências e a oralidade também como recursos metodológicos, para, a partir das fronteiras e entrelugares em que me encontro, efetivar uma ação política e militar em favor do respeito à diferença na comunidade e à construção da interculturalidade. Para falar das minhas escrevivências, trago Conceição Evaristo com esse conceito que me possibilita usar a escrita na primeira pessoa e também minha experiência dada por uma vida engajada na comunidade, como professora e liderança comunitária. Assim como Conceição Evaristo, que fala das atividades das mulheres negras da sua favela, trago na minha dissertação vozes de outras mulheres quilombolas com que me relaciono. O relato de pessoas comuns e diálogos que reporto neste trabalho falam de cultura, modo de vida e pertencimento.  Trago também de Lélia Gonzalez o compartilhamento de vozes e a comunhão que ela faz entre pensamento e ação. Nesse sentido, busco uma compreensão ampla de significados para trabalhar contra o apagamento da cultura, do ser e do saber ancestral de Moju Miri, que ocorre pela imposição e intransigência de algumas lideranças evangélicas que atuam dentro da nossa comunidade. Entendo que a negação de nossas ancestralidades é uma forma de colonização e racismo e não podemos de forma alguma abrir mão da nossa cultura ancestral, porque isso seria abrir mão da nossa identidade. Assim, em minha escrevivência estão incluídos educação, resistência, intervenção social, a coletividade, a oralidade, a informalidade, o sentir e pensar de alguém que se situa entre a universidade e a comunidade.  Na sequência, no segundo capítulo, trago a minha autobiografia dividida em subtópicos: minhas Lutas e minhas Dores, a minha experiência como professora, as minhas vivências no mestrado e na militância, com a minha trajetória de lutas, resistências, enfrentamentos do machismo e dos racismos, a minha atuação na igreja, na escola, no movimento quilombola, na comunidade e na universidade, tudo isso informando meu texto. Em seguida, no terceiro capítulo exponho a cultura quilombola de Moju Miros mediante diálogos, com meu pai, minha mãe e minha tia Nazaré. Muito do conhecimento ancestral adquirido de nossos ancestrais, por onde caminha a educação quilombola, vem dessa oralidade. No quarto capítulo trago o contexto histórico da comunidade, o processo de formação política, lutas, organização, construção do protocolo de consulta prévia livre e informada, que marcou uma “divisão de águas” na comunidade. Importante enfatizar que o protagonismo da mulher quilombola de Moju Miri esteve sempre presente em todas as conquistas da comunidade, na liderança política, além dos cuidados, especialmente durante a pandemia de Covid 19, e nas tomadas de decisões, nos trabalhos coletivos, no cuidado com a saúde do território, no uso das plantas medicinais, e nos trabalhos da igreja evangélica. Com toda essa atuação, as mulheres cumprem um papel decisivo na comunidade. No quinto capítulo discuto valores para uma educação anterracista e quilombista, contextualizada de acordo com o cotidiano dos estudantes quilombolas, ribeirinhos e do campo, levando em consideração a diversidade cultural existente nessa realidade. E, por fim, no sexto capítulo trago um confronto entre a cultura ancestral quilombola e o pentecostalismo, a nossa cultura e seus elementos representativos, que permanecem na comunidade, que aprendemos com os mais velhos e precisam ser estimulados e reavivados.

 

 


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2153549 - DENISE MACHADO CARDOSO
Externo ao Programa - 2171317 - MARIA DO SOCORRO RAYOL AMORAS
Interno - 3146812 - MICHELE ESCOURA BUENO
Externo à Instituição - REINALDO MATIAS FLEURI
Presidente - 6672463 - RODRIGO CORREA DINIZ PEIXOTO
Notícia cadastrada em: 31/08/2023 11:15
SIGAA | Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC) - (91)3201-7793 | Copyright © 2006-2024 - UFPA - jatoba.ufpa.br.jatoba2