Banca de QUALIFICAÇÃO: LUCIANA LETICIA DA COSTA PIRES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUCIANA LETICIA DA COSTA PIRES
DATA: 14/12/2016
HORA: 09:00
LOCAL: Laboratório de Análises Clínicas do Instituto de Ciências Biológicas (ICB)
TÍTULO:

DESENVOLVIMENTO DE UM MÉTODO SIMPLES DE DETECÇÃO DO ALELO HLA-A* 31:01 COMO ESTRATÉGIA PROGNÓSTICA E PREDITIVA EM EPILÉTICOS TRATADOS COM A CARBAMAZEPINA

PALAVRAS-CHAVES:

Carbamazepina, Epilepsia, HLA-A*31:01, Reação Adversa a Drogas

PÁGINAS: 45
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Genética
RESUMO:

Reações adversa a drogas (ADR; do inglês Adverse Drug Reactions) são qualquer efeito maléfico inesperado ao paciente originados da administração de drogas ou medicamentos. São conhecidos por serem induzidas por um número de drogas incluindo antibióticos, anticonvulsivos e fármacos anti-inflamatórios não-esteróides. Carbamazepina (CBZ) é um fármaco amplamente prescrito para o tratamento de epilepsia, assim como neuralgia trigeminal e transtorno bipolar, porém conhecido por ser um dos fármacos que causam ADR, sendo imprevisível, gerando risco de vida e reações inflamatórias agudas da pele e membranas mucosas. São exemplos de ADRs graves, a Síndrome de Stevens-Johnson (SJS), Necrólise epidérmica Toxica (NET) e síndrome hipersensibilidade induzida por drogas (DIHS). A etiologia destas ADR imunes não é completamente entendida, mas um dos fatores mais fortemente associado a elas é a variabilidade de genes HLA. Em humanos, os genes HLA estão localizados, na região do MHC, no braço curto do cromossomo 6 (6p21.3). São responsáveis pela apresentação de antígenos, sendo considerados importantes biomarcadores para o diagnóstico de determinadas doenças e valiosos fatores prognóstico e preditivos. A imunogenética baseia-se no estudo de genes imunorrelevantes, ou seja, genes que influenciam no equilíbrio saúde e doença de indivíduos e populações, dando a família HLA um papel de destaque, sendo um dos maiores grupos de genes estudados em imunogenética. Os genes HLA são os mais polimórficos do genoma humano, possuindo centenas de alelos já descritos, essas variações nas sequências das moléculas do MHC, muitas vezes estão ligadas à suscetibilidade de algumas doenças inflamatórias. A suscetibilidade a doenças baseadas nos genes do MHC e doenças que são resultados de ADR na qual o mecanismo ainda é incerto, tem influenciado cada vez mais nas análises imunogenéticas e na prática clínica. Estudos farmacogenéticos recentes, embora não completamente elucidados, têm implicado a associação entre alelos específicos de HLA e o aumento do risco a ADR, podendo resultar no insucesso de tratamentos e muitas vezes levando a uma significativa morbidade e ocasionalmente mortalidade. O HLA-A*31:01 e HLA-B*15:02 são exemplos associados a ADRs, em pacientes epiléticos que fazem tratamento com a Carbamazepina. Porém, HLA-B*15:02 está ausente ou observado esporadicamente no Brasil, por outro lado, o HLA-A*31:01 é de ampla distribuição em diversas populações inclusive brasileira. Em particular, esta variante é comum em várias populações indígenas americanas, atuando como um bom marcador prognostico e preditivo para ADR que, embora conhecidos pelos médicos, ainda são pouco usados no Brasil. O sistema de saúde pública (SUS) não financia a realização destes testes, os quais são apenas disponíveis em laboratórios particulares de diagnóstico a custos bastante elevados, demonstrando a importância da utilização da imunogenética na prática clínica para investigação de variações genéticas que predizem ADRs do paciente antes do início do tratamento através da implementação e validação de um simples método de caracterização molecular com elevado valor prognóstico para ADRs, guiando o regime inicial da droga, aumentando sua eficácia e evitando simultaneamente as ADRs.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1025756 - ANDREA LUCIANA SOARES DA SILVA
Interno - 1291924 - JOSE ALEXANDRE RODRIGUES DE LEMOS
Externo ao Programa - 1774491 - LEONARDO DOS SANTOS SENA
Interno - 1513331 - VANESSA JOIA DE MELLO